
Prédio do Banco Central em Brasília (Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
O mercado continua projetando corte na taxa básica de juros somente a partir de 2026, mas passou a ver que a terminará 2026 em 12,25%, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 22, pelo Banco Central.
A pesquisa semanal anterior já havia mostrado redução da expectativa para a Selic a 12,38% na mediana das projeções, após 32 semanas de manutenção em 12,50%.
Para este ano, segue a expectativa de que a taxa de juros terminará nos atuais 15%, depois de o BC ter decidido pela manutenção na semana passada, destacando que o ambiente incerto demanda cautela e que seguirá avaliando se manter os juros nesse patamar por período bastante prolongado será suficiente para levar a inflação à meta.

Inflação e PIB
O levantamento com uma centena de economistas mostrou ainda que a expectativa para a alta do IPCA em 2025 segue em 4,83%, com um ligeiro ajuste para baixo de 0,01 ponto percentual na conta para 2026, a 4,29%. Para 2027, a expectativa segue em 3,90%.
O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento foram mantidas em 2,16% este ano e em 1,80% no próximo.
Dólar
As projeções para o dólar não sofreram alterações, e seguem em R$ 5,50 para o fim de 2025 e em R$ 5,60 ao final de 2026.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
Déficit primário
A mediana para o déficit primário do setor público consolidado em 2025 passou de 0,52% para 0,51% do PIB. Um mês antes, era de 0,53%. A meta fiscal é de déficit zero nas contas do governo central este ano, com tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB para mais ou para menos.
A estimativa intermediária para o déficit primário do setor público em 2026 continuou em 0,60% do PIB. Um mês antes, também era de 0,60%. O alvo do ano que vem é de um superávit de 0,25% do PIB para o governo central, também com tolerância de 0,25 ponto para mais ou para menos.
Repercussão
“O horizonte relevante para a autoridade monetária está lá no início de 2027 e por isso todos olham para as projeções deste ano pelo relatório Focus. Contudo, apesar da desaceleração recente das projeções de 2025 e 26, a projeção para 2027 não recuou no relatório de hoje. Isso impede que o COPOM inicie um corte antes do fim desse ano e assim a Selic fica estável até fim de 2025 em 15%”, avaliou o economista André Perfeito.
Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo
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