segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Geopolítica abre ‘janela de oportunidade’ para investimentos no Brasil, diz CEO do BTG

 

 

O Brasil e o restante do mundo estão tendo um fluxo de capitais como não se via há muito tempo e o país não deve perder essa oportunidade, afirmou nesta segunda-feira (22) o presidente-executivo do BTG Pactual, Roberto Sallouti, ressaltando a necessidade do ajuste fiscal.

Ele destacou que há cerca de um ano o mundo vivia o auge do “tal excepcionalismo” norte-americano, que atraía recursos globais deixando um fluxo muito pequeno dos grandes investidores para o Brasil e os mercados emergentes.

Mas, acrescentou, no início de 2025 isso mudou “dramaticamente”, uma vez que as expectativas com o novo governo norte-americano se mostraram bem diferentes da realidade e se observou uma geopolítica que gerou muita insegurança no investidor global.

“Isso abre uma janela de oportunidade excelente para o Brasil”, afirmou Sallouti na abertura do Macro Day, evento do BTG Pactual, em São Paulo.

Ele reforçou a necessidade de o país conseguir executar uma agenda que busque a queda da trajetória da relação dívida/PIB brasileira, o que deve ajudar na obtenção da nota de crédito “investment grade” e assim diminuir os juros de longo prazo.

“Nós estamos em um momento de atração de capitais único, e é um momento de a gente não perder essa oportunidade”, afirmou.

O CEO do maior banco de investimentos da América Latina também destacou a necessidade de o Brasil atrair de volta ao país os talentos brasileiros.

“No momento em que o Brasil tem uma grande agenda de investimentos em infraestrutura, está faltando engenheiros, mão de obra qualificada, talvez seja o momento de a gente fazer o nosso grande programa de H-1B (vistos para pessoas empregadas em ocupações especializadas) de vistos e atrair esses talentos… para nos ajudar a aumentar o PIB potencial e, com isso, a gente ver tão almejado o crescimento sustentável.”

Evento do BTG teve participação do ministro da Fazenda

Na sequência da fala de Sallouti, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também no evento, afirmou que para o arcabouço fiscal ser fortalecido é necessário criar condições políticas para falar com parlamentares que será necessário ajustar algumas regras.

Haddad também afirmou não ver uma norma fiscal melhor que a do arcabouço e defendeu o combate de “desperdícios” com o avanço de propostas que já estão tramitando no Congresso Nacional, após citar temas como supersalários no serviço público e Previdência de militares.

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