O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação
do país, apresentou alta de 0,48% em setembro, após registrar deflação
de 0,14% em agosto, segundo divulgou nesta quinta-feira, 25, o IBGE.
No ano, o IPCA-15
acumula alta de 3,76%. No acumulado em 12 meses, atingiu 5,32%, acima
dos 4,95% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, se mantendo
ainda mais longe da meta do governo, de até 4,5%.
Os
resultados ficaram ligeiramente abaixo das expectativas em pesquisa da
Reuters de avanços de 0,51% no mês e de 5,36% em 12 meses.
O que puxou a alta
A aceleração da inflação era esperada em razão do efeito pontual no mês passado, quando o pagamento de bônus da hidrelétrica binacional Itaipu ajudou a reduzir o preço da conta de luz .
Após
a queda de 4,93% em agosto, os preços da energia elétrica residencial
saltaram 12,17%, respondendo sozinha por 0,47 ponto percentual
do IPCA-15 de setembro.
Além
do fim da incorporação do bônus de Itaipu, creditado nas faturas
emitidas no mês de agosto, a vigência da bandeira tarifária vermelha
patamar 2, a partir de 1º de setembro, adicionou R$ 7,87 na conta de luz
a cada 100 Kwh consumidos.
Preço dos alimentos caem pelo 4º mês seguido
Já
no grupo Alimentação e bebidas, houve deflação de -0,35% em setembro,
após recuo de 0,53%. em agosto. entre as quedas, destaque para tomate
(-17,49%), cebola (-8,65%), arroz (-2,91%) e café moído (-1,81%). No
lado das altas destacaram-se as frutas, cujos preços subiram, em média,
1,03%.
Nos transportes, houve queda nos preços de seguro de
veículo (-5,95%) e passagens aéreas (-2,61%). Nos combustíveis, gás
veicular (-1,55%) e gasolina (-0,13%) registraram queda nos preços,
enquanto o óleo diesel (0,38%) e o etanol (0,15%) apresentaram altas.
Meta de inflação
O
centro da meta oficial para a inflação no ano é de 3%, com margem de
tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A expectativa
atual do mercado para a alta do IPCA está em 4,83% em 2025 e em 4,29% em 2026, segundo o último Boletim Focus.
Em Relatório de Política Monetária
divulgado nesta quinta-feira, o BC prevê que a inflação próxima à meta
somente em 2028. Na projeção de seu cenário de referência, a inflação
fecha 2025 em 4,8% e vai a 3,6% em 2026. Depois, segundo o BC, atinge
3,4% no primeiro trimestre de 2027, atual horizonte relevante da
política monetária, e cai a 3,1% no primeiro trimestre de 2028, último
período considerado.
Na semana passada, o Banco Central decidiu
manter a taxa básica de juros Selic em 15% ao ano, destacando na ata
desse encontro que entrou agora em um novo estágio da política monetária
que prevê taxa Selic inalterada por longo período para buscar a meta de
inflação.