segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Mercado reduz perspectivas para inflação até 2028, mostra Focus; veja as projeções

 

O mercado financeiro reduziu a expectativa para a inflação neste ano pela quarta semana seguida e também revisou para baixo as projeções de 2026 a 2028, mostra o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 20.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA agora é de 4,70% para este ano e o próximo, ante 4,72% uma semana antes.

 Para os três anos seguintes as projeções para a inflação oficial do país também foram reduzidas, com os analistas vendo agora taxas de 4,27% em 2026, 3,83% em 2027 e 3,60% em 2028, ante 4,28%, 3,90% e 3,68% no levantamento anterior.

Apesar da melhora das expectativas, ainda não há perspectiva de que a inflação atinja nos próximos anos o centro da meta oficial, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Veja aqui todos os números do Focus.

Projeções atualizadas do Focus (Crédito:Reprodução/Instagram)

PIB e Selic

Para a alta do Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa para 2025 subiu de 2,16% para 2,17%, permanecendo em 1,80% para 2026.

Já para a taxa básica de juros não houve mudança, e perspectiva é de que a Selic termine este ano nos atuais 15% e o próximo a 12,25%.

A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 36ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,% pela 43ª semana consecutiva.

Dólar

A pesquisa semanal mostrou ainda que a perspectiva para o dólar segue em R$ 5,45 para 2025 e em R$ 5,50 para 2026. Veja cotações.

A projeção para a moeda americana no fim de 2027 seguiu em R$ 5,51. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,60. A estimativa para o fim de 2028 permaneceu em R$ 5,56. Um mês antes, era de R$ 5,54.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

Com informações da Reuters com Estadão Conteúdo

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

BRAZIL JOURNAL: as big techs estão nos emburrecendo, diz Nobel de Economia

 

Paul Romer, que ganhou o Nobel de Economia de 2018 por seu trabalho sobre a importância da inovação e do investimento em capital humano para o desenvolvimento, já foi um dos economistas mais celebrados no Vale do Silício.

Nos últimos anos, no entanto, Romer se tornou um grande crítico das Big Techs.

“Fui um grande defensor das empresas de tecnologia, da revolução da internet e da inovação do setor privado, mas fiquei extremamente decepcionado com o que eles entregaram,” Romer disse ao Brazil Journal.

Em um longa conversa na segunda-feira, um dia antes de sua apresentação no evento Global Voices, da Confederação Nacional do Comércio, Romer comentou as razões que o levaram a se distanciar do pensamento liberal puro-sangue da Universidade de Chicago – sua alma mater – e por que hoje defende um Governo forte e capaz de dizer não para as grandes corporações.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal.



Ministério da Saúde cria comitê para debater judicialização no SUS

 Ficheiro:Logo SUS.svg – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Ministério da Saúde criou o Comitê Permanente de Racionalização da Judicialização (CPRJ) para debater a racionalização da judicialização na saúde pública. A informação foi publicada por meio de uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (17).

De acordo com a publicação, o comitê tem função deliberativa e busca otimizar o uso dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), no cumprimento de decisões judiciais, promovendo maior eficiência e desjudicialização das demandas de saúde.

Entre as principais competências do comitê, está a elaboração de planos anuais de trabalho, acompanhar o cumprimento de ações judiciais e promover estudos e debates sobre a racionalização da judicialização. Além disso, o grupo terá a incumbência de articular políticas públicas com outras instâncias governamentais e institucionais para reduzir a dependência de decisões judiciais na gestão de saúde pública.

O CPRJ será composto por representantes de diversas secretarias e departamentos do Ministério da Saúde, e contará com uma presidência e uma secretaria executiva. As reuniões ocorrerão mensalmente ou em caráter extraordinário, podendo ser presenciais ou por videoconferência. A participação é considerada de relevância pública, sem remuneração, e as decisões do comitê poderão ser formalizadas por resoluções publicadas no DOU.

Cepea/Abiove: PIB da soja em 2025 deve crescer 11% com safra recorde e biodiesel

 

São Paulo, 17 – O Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia da soja e do biodiesel deve crescer 11,29% este ano, segundo estudo divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O levantamento aponta que a produção recorde de 170,3 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25 e o aumento do processamento industrial sustentam a expansão. Com esse desempenho, o setor deve representar 21,1% do PIB do agronegócio e 6,1% do PIB nacional em 2025.

“Dentro da porteira, estima-se forte crescimento de 23,39% no PIB, o que se deve ao avanço da produção, que alcançou o recorde de 170,3 milhões de toneladas”, informou o Cepea/Abiove em nota. O resultado decorre de aumentos de área e produtividade, impulsionados por tecnologia e clima favorável. Na agroindústria, a previsão é de alta de 4,02%, refletindo o ritmo intenso de esmagamento de soja, estimado como recorde. “A demanda por óleo de soja, sobretudo para a produção de biodiesel, segue em expansão”, diz o estudo.

O relatório lembra que, desde 1º de agosto, a mistura obrigatória do biodiesel ao óleo diesel passou para 15% (B15), o que deve ampliar ainda mais o processamento no País. Esse efeito, contudo, ainda não foi computado nas estimativas atuais, baseadas em dados até o segundo trimestre.

Segundo o Cepea/Abiove, o PIB dos agrosserviços deve avançar quase 9%, e o de insumos, 2,72%. Os preços da cadeia permaneceram estáveis no segundo trimestre de 2025 frente ao mesmo período do ano passado, após altas em 2024 e desvalorização de produtos agroindustriais neste ano. Com isso, o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada “poderá representar 4,45 vezes o PIB gerado pela soja produzida e exportada diretamente”, destacam as entidades na nota.

No mercado de trabalho, o número de pessoas ocupadas na cadeia da soja e do biodiesel cresceu 4,2% no segundo trimestre de 2025 ante igual período de 2024, totalizando 2,327 milhões de trabalhadores. A cadeia representa 10% da força de trabalho do agronegócio e 2,27% da ocupação total do País. “O aumento de produção física e de processamento de soja gera demanda por agrosserviços”, observam os pesquisadores. O segmento de insumos teve alta de 4,51% no número de empregados, enquanto a agroindústria avançou 0,74% e os agrosserviços, quase 10%.

As exportações da cadeia somaram 49,68 milhões de toneladas no segundo trimestre, alta de 1,5% na comparação anual. A receita, contudo, caiu 8,3%, para US$ 19,47 bilhões, em razão da queda de 9,56% nos preços da soja em grão e de 15,7% nos do farelo, compensada parcialmente pela alta de 9,56% no óleo. “A pressão sobre os preços veio da safra mundial recorde 2024/25”, explicou o Cepea/Abiove.

A China segue como principal destino da soja em grão, enquanto União Europeia e Sudeste Asiático lideram as compras de farelo. No óleo, a Índia mantém a liderança, com mais de 70% das exportações brasileiras do derivado.

Aérea do Canadá passará a cobrar para passageiro reclinar o assento

 

A companhia aérea canadense WestJet passará a cobrar para que os passageiros possam reclinar seus assentos em voos de aviões remodelados, contemplando um total de 43 aviões da sua frota.

Os passageiros que optarem por passagens mais baratas terão de viajar com o assento a 90º durante todo o trajeto. Ou seja, não é um pagamento para reclinar o assento no voo, mas a passagem previamente comprada irá definir se será possível reclinar ou não o assento.

O anúncio feio pela WestJet nesta semana firma que os assentos da classe econômica tradicional das aeronaves Boeing 737-8 MAX e 737-800 não poderão mais ser reclinados.

A expectativa é que essa política passe a vigorar ainda neste mês de outubro. A operação será remodelada gradualmente até o início de 2026, segundo a empresa.

A empresa justificou a mudança como parte de uma remodelagem, um novo design que visa aumentar a sensação de espaço pessoal. Segundo dados internos da WestJet, metade dos passageiros preferem a nova configuração do que a antiga.

Quem quiser ter a opção de um assento reclinável deverá pagar por cabines Premium e poltronas Extended Comfort – opções que ainda estão dentro da classe econômica mas custam um pouco mais caro.

A empresa afirma que as novas poltronas premium possuem apoio de cabeça ajustáveis em quatro direções, encostos reclináveis e almofadas ergonômicas.

A WestJet ainda declarou que a decisão deve reduzir o custo por assento da empresa – permitindo acrescentar uma fileira a mais no layout do avião.

A companhia opera no Canadá, Estados Unidos e outros destinos internacionais.

Trump diz que tarifa de 100% sobre a China ‘não é sustentável’ e que irá se reunir com Xi

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira, 17, que sua proposta de tarifa de 100% sobre os produtos da China não seria sustentável, mas culpou a China pelo mais recente impasse nas negociações comerciais, que começaram quando Pequim aumentou o controle sobre suas exportações de terras raras.

Questionado se uma tarifa tão alta seria sustentável e o que isso poderia causar à economia, Trump respondeu: “Não é sustentável, mas o número é esse.”

“Eles me forçaram a fazer isso”, disse ele em uma entrevista à Fox Business Network transmitida nesta sexta-feira.

Trump revelou taxas adicionais de 100% sobre as exportações da China para os EUA há uma semana, juntamente com novos controles de exportação sobre “todo e qualquer software crítico” até 1º de novembro, nove dias antes do vencimento do alívio tarifário existente.

As novas medidas comerciais foram a reação de Trump à expansão dos controles de exportação de elementos de terras raras pela China. A China domina o mercado de tais elementos, que são essenciais para a fabricação de tecnologia.

Trump também confirmou que se reunirá com o presidente chinês, Xi Jinping, em duas semanas na Coreia do Sul – uma reunião que ele havia colocado em dúvida na semana passada – e expressou admiração pelo líder chinês.

“Acho que vamos nos dar bem com a China, mas temos que ter um acordo justo. Tem que ser justo”, disse Trump no programa “Mornings with Maria”, da FBN, que foi gravado na quinta-feira.

A missão da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou nesta sexta-feira que os EUA vêm minando o sistema de comércio multilateral baseado em regras desde que o novo governo assumiu o cargo em 2025, citando o uso repetido de políticas discriminatórias, tarifas recíprocas e sanções unilaterais que violam os compromissos da OMC.

A delegação chinesa disse que um próximo relatório de seu Ministério do Comércio avaliará a conformidade dos EUA em 11 áreas e renovará os apelos para que Washington cumpra as regras da OMC e, ao mesmo tempo, colabore com outros países membros para apoiar a governança econômica global.

1,7 milhão de brasileiros já trabalham por meio de aplicativos e têm renda maior que a média

 

O trabalho por aplicativo tem ganhado cada vez mais relevância no Brasil. Dados do módulo temático sobre trabalho por meio de plataformas digitais da PNAD Contínua do IBGE, referentes ao terceiro trimestre do ano passado, revelam que 1,7 milhão de pessoas trabalham por meio de algum aplicativo.

O número de pessoas que têm em aplicativos seu principal trabalho representou um crescimento de 25,4% em comparação ao dado anterior da PNAD, de 2022. Naquela ocasião, 1,3 milhão de pessoas eram empregadas pelas plataformas digitais.

Em termos relativos também houve crescimento. Deixando de fora os funcionários públicos e militares, o atual número representa 1,9% de todas as 88,5 milhões de pessoas ocupadas no Brasil no terceiro trimestre de 2024. Dois anos antes, essa fatia era de 1,5%.

Aplicativo de transporte

De acordo com os dados da pesquisa do IBGE, 53,1% (878 mil pessoas) utilizavam, nesse trabalho, aplicativos de transporte particular de passageiros, como 99 e Uber; 29,3% (485 mil pessoas), aplicativos de entrega de comida, produtos como iFood, Rappi e Loggi; 17,8% (294 mil pessoas), aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais; e 13,8% (228 mil pessoas), aplicativos de táxi (direcionados para taxistas).

“Considerando-se as pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de transporte de passageiros, seja ou não de táxi, observa-se que, no País, havia 964 mil pessoas exercendo tal atividade, no trabalho principal, o que corresponde a maior parte (58,3%) dos trabalhadores plataformizados” diz o relatório da pesquisa do IBGE.

 

IBGE

App gera renda maior, mas…

Se fosse possível personalizar o trabalhador de aplicativo em um único indivíduo ele seria um homem, de 25 a 39 anos, com nível médio completo ou superior incompleto e renda média mensal de R$ 2.996. Esse rendimento, aliás, 4,2% acima da média nacional do trabalhador brasileiro, deixando de fora, novamente, os funcionários públicos e militares.

Apesar dos trabalhadores por aplicativo registrarem um rendimento médio mais elevado em comparação ao dos demais ocupados no setor privado, ao analisar a hora trabalhada a situação é oposta. Os trabalhadores plataformizados (R$ 15,4/hora) registraram, em média, um rendimento-hora 8,3% inferior ao dos não plataformizados (R$ 16,8/hora).

A pesquisa do IBGE lembra que a se, de um lado, as plataformas digitais de trabalho têm oferecido oportunidades de geração de renda para muitos trabalhadores e permitido que empresas alcancem novos mercados e reduzam custos, por outro, elas também representam um importante desafio, especialmente no que se refere às condições de trabalho.

Entre os desafios que envolvem os trabalhadores estão o acesso a direitos trabalhistas e seguridade social, a capacidade de geração de uma renda adequada e a extensão das jornadas de trabalho.

Nesse sentido, entre os trabalhadores plataformizados, o percentual de contribuintes para previdência está muito aquém dos trabalhadores não plataformizados. Enquanto 61,9% dos trabalhadores regulares do setor privado contribuem para o instituto oficial de previdência, no caso dos trabalhadores por aplicativo, a fatia é de apenas 35,9%.

 

 https://istoedinheiro.com.br/ibge-2-milhoes-aplicativos-renda-maior