segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Crédito: títulos do agronegócio crescem 22,5% em 12M até setembro, a R$ 1,38 tri

 

Brasília, 20 – Os títulos para o financiamento do agronegócio com recursos privados somaram R$ 1,379 trilhão em estoques até o fim de setembro. O avanço é de 22,5% de setembro de 2024 a setembro de 2025, segundo dados do “Boletim de Finanças Privadas do Agro” do Ministério da Agricultura compilados pela reportagem. Há um ano, os estoques de Cédulas de Produto Rural (CPR), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagros) somavam R$ 1,125 trilhão. Em agosto deste ano, o estoque era de R$ 1,370 trilhão.

O maior crescimento foi reportado no estoque de Cédulas de Produto Rural (CPR), que cresceu 27% em setembro ante igual mês do ano anterior, de R$ 415,07 bilhões para R$ 527,43 bilhões, distribuídos em 390 mil certificados. O tíquete médio dos títulos avançou 4% na comparação anual, de R$ 1,30 milhão para R$ 1,35 milhão. Já na comparação entre as safras, houve alta de 1% no registro de CPRs de julho a setembro da temporada 2025/26 ante 2024/25, passando de R$ 104,52 bilhões para R$ 105,64 bilhões registrados.

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) apresentaram alta de 23% nos estoques na comparação anual, a R$ 608,13 bilhões. A LCA é hoje a principal fonte de recursos livres direcionados à concessão de crédito rural. Do total, pelo menos R$ 364,88 bilhões foram reaplicados no financiamento rural, 47% mais do que um ano antes.

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), por sua vez, subiram 17%, para um estoque de R$ 167,60 bilhões em setembro. Já o estoque dos Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) recuou 17%, a R$ 32,36 bilhões ao fim de setembro.

O patrimônio líquido dos Fiagros era de R$ 43,1 bilhões ao fim de março, dados mais recentes, avanço anual de 13%, em 142 fundos administrados, distribuído em 44,6% em fundos imobiliários, 39,4% em fundos de participações e 16% em direitos creditórios.

O levantamento de títulos do agronegócio é feito pela Coordenação Geral de Instrumentos de Mercado e Financiamento, do Departamento de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. O balanço considera dados da B3, CERC e CRDC, Anbima, Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil.

Fleury confirma conversas com Rede D’Or, mas nega decisão sobre transação

 

O Fleury confirmou nesta segunda-feira (20) negociações com o grupo de hospitais Rede D’Or, mas que não há qualquer decisão no momento sobre seguir ou não seguir com uma eventual transação.

O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou no domingo que a Rede D’Or abriu negociação com outras empresas do setor de medicina diagnóstica após suspender a negociação para a compra do laboratório Fleury por discordar do preço pedido.

“Apesar de existirem tratativas, não há qualquer decisão de sua administração de suspender, seguir ou não seguir com qualquer transação envolvendo a Rede D’Or, tampouco quaisquer compromissos ou documentos celebrados entre a companhia e a Rede D’Or, vinculantes ou não, tendo por objeto uma potencial operação”, afirmou o Fleury em fato relevante.

Por volta de 10h30, as ações da companhia caíam 5,07%, a R$14,79, pior desempenho do Ibovespa, que subia 0,23%. Rede D’Or tinha elevação de 0,76%.

Quem são as outras interessadas

De acordo com o colunista do O Globo, as duas outras empresas que negociam com a Rede D’Or são Alliança e Dasa, cujas ações reagiram com alta na bolsa paulista em um primeiro momento nesta segunda-feira.

Os papéis da Alliança chegaram a subir 3,2% nos primeiros negócios, mas perderam o fôlego e apuravam acréscimo de 0,36%, enquanto as ações da Dasa valorizavam-se 3,08%, após saltarem 10% na abertura.

Procuradas pela Reuters, Rede D’Or, Alliança e Dasa não responderam de imediato. O colunista citou em sua nota publicada no domingo que Henrique Grossi, do conselho de administração do Dasa, negou qualquer negociação recente com a Rede D’Or.

Analistas do UBS BB avaliaram que a notícia sobre a Rede D’Or estar conversando com outras empresas é negativa, conforme relatório a clientes neste domingo.

Os analistas citaram que um possível acordo poderia trazer sinergias adicionais à operação combinada das empresas, mas que a notícia pode aumentar as incertezas sobre esse possível acordo, trazendo volatilidade para as ações da Fleury.

Do ponto de vista da Rede D’Or, os analistas ponderaram que um eventual acordo envolvendo as empresas mencionadas pode trazer outros desafios para a combinação dos negócios, entre eles nível mais alto de endividamento.

Mercado reduz perspectivas para inflação até 2028, mostra Focus; veja as projeções

 

O mercado financeiro reduziu a expectativa para a inflação neste ano pela quarta semana seguida e também revisou para baixo as projeções de 2026 a 2028, mostra o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 20.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA agora é de 4,70% para este ano e o próximo, ante 4,72% uma semana antes.

 Para os três anos seguintes as projeções para a inflação oficial do país também foram reduzidas, com os analistas vendo agora taxas de 4,27% em 2026, 3,83% em 2027 e 3,60% em 2028, ante 4,28%, 3,90% e 3,68% no levantamento anterior.

Apesar da melhora das expectativas, ainda não há perspectiva de que a inflação atinja nos próximos anos o centro da meta oficial, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Veja aqui todos os números do Focus.

Projeções atualizadas do Focus (Crédito:Reprodução/Instagram)

PIB e Selic

Para a alta do Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa para 2025 subiu de 2,16% para 2,17%, permanecendo em 1,80% para 2026.

Já para a taxa básica de juros não houve mudança, e perspectiva é de que a Selic termine este ano nos atuais 15% e o próximo a 12,25%.

A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 36ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,% pela 43ª semana consecutiva.

Dólar

A pesquisa semanal mostrou ainda que a perspectiva para o dólar segue em R$ 5,45 para 2025 e em R$ 5,50 para 2026. Veja cotações.

A projeção para a moeda americana no fim de 2027 seguiu em R$ 5,51. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,60. A estimativa para o fim de 2028 permaneceu em R$ 5,56. Um mês antes, era de R$ 5,54.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

Com informações da Reuters com Estadão Conteúdo

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

BRAZIL JOURNAL: as big techs estão nos emburrecendo, diz Nobel de Economia

 

Paul Romer, que ganhou o Nobel de Economia de 2018 por seu trabalho sobre a importância da inovação e do investimento em capital humano para o desenvolvimento, já foi um dos economistas mais celebrados no Vale do Silício.

Nos últimos anos, no entanto, Romer se tornou um grande crítico das Big Techs.

“Fui um grande defensor das empresas de tecnologia, da revolução da internet e da inovação do setor privado, mas fiquei extremamente decepcionado com o que eles entregaram,” Romer disse ao Brazil Journal.

Em um longa conversa na segunda-feira, um dia antes de sua apresentação no evento Global Voices, da Confederação Nacional do Comércio, Romer comentou as razões que o levaram a se distanciar do pensamento liberal puro-sangue da Universidade de Chicago – sua alma mater – e por que hoje defende um Governo forte e capaz de dizer não para as grandes corporações.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal.



Ministério da Saúde cria comitê para debater judicialização no SUS

 Ficheiro:Logo SUS.svg – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Ministério da Saúde criou o Comitê Permanente de Racionalização da Judicialização (CPRJ) para debater a racionalização da judicialização na saúde pública. A informação foi publicada por meio de uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (17).

De acordo com a publicação, o comitê tem função deliberativa e busca otimizar o uso dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), no cumprimento de decisões judiciais, promovendo maior eficiência e desjudicialização das demandas de saúde.

Entre as principais competências do comitê, está a elaboração de planos anuais de trabalho, acompanhar o cumprimento de ações judiciais e promover estudos e debates sobre a racionalização da judicialização. Além disso, o grupo terá a incumbência de articular políticas públicas com outras instâncias governamentais e institucionais para reduzir a dependência de decisões judiciais na gestão de saúde pública.

O CPRJ será composto por representantes de diversas secretarias e departamentos do Ministério da Saúde, e contará com uma presidência e uma secretaria executiva. As reuniões ocorrerão mensalmente ou em caráter extraordinário, podendo ser presenciais ou por videoconferência. A participação é considerada de relevância pública, sem remuneração, e as decisões do comitê poderão ser formalizadas por resoluções publicadas no DOU.

Cepea/Abiove: PIB da soja em 2025 deve crescer 11% com safra recorde e biodiesel

 

São Paulo, 17 – O Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia da soja e do biodiesel deve crescer 11,29% este ano, segundo estudo divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O levantamento aponta que a produção recorde de 170,3 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25 e o aumento do processamento industrial sustentam a expansão. Com esse desempenho, o setor deve representar 21,1% do PIB do agronegócio e 6,1% do PIB nacional em 2025.

“Dentro da porteira, estima-se forte crescimento de 23,39% no PIB, o que se deve ao avanço da produção, que alcançou o recorde de 170,3 milhões de toneladas”, informou o Cepea/Abiove em nota. O resultado decorre de aumentos de área e produtividade, impulsionados por tecnologia e clima favorável. Na agroindústria, a previsão é de alta de 4,02%, refletindo o ritmo intenso de esmagamento de soja, estimado como recorde. “A demanda por óleo de soja, sobretudo para a produção de biodiesel, segue em expansão”, diz o estudo.

O relatório lembra que, desde 1º de agosto, a mistura obrigatória do biodiesel ao óleo diesel passou para 15% (B15), o que deve ampliar ainda mais o processamento no País. Esse efeito, contudo, ainda não foi computado nas estimativas atuais, baseadas em dados até o segundo trimestre.

Segundo o Cepea/Abiove, o PIB dos agrosserviços deve avançar quase 9%, e o de insumos, 2,72%. Os preços da cadeia permaneceram estáveis no segundo trimestre de 2025 frente ao mesmo período do ano passado, após altas em 2024 e desvalorização de produtos agroindustriais neste ano. Com isso, o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada “poderá representar 4,45 vezes o PIB gerado pela soja produzida e exportada diretamente”, destacam as entidades na nota.

No mercado de trabalho, o número de pessoas ocupadas na cadeia da soja e do biodiesel cresceu 4,2% no segundo trimestre de 2025 ante igual período de 2024, totalizando 2,327 milhões de trabalhadores. A cadeia representa 10% da força de trabalho do agronegócio e 2,27% da ocupação total do País. “O aumento de produção física e de processamento de soja gera demanda por agrosserviços”, observam os pesquisadores. O segmento de insumos teve alta de 4,51% no número de empregados, enquanto a agroindústria avançou 0,74% e os agrosserviços, quase 10%.

As exportações da cadeia somaram 49,68 milhões de toneladas no segundo trimestre, alta de 1,5% na comparação anual. A receita, contudo, caiu 8,3%, para US$ 19,47 bilhões, em razão da queda de 9,56% nos preços da soja em grão e de 15,7% nos do farelo, compensada parcialmente pela alta de 9,56% no óleo. “A pressão sobre os preços veio da safra mundial recorde 2024/25”, explicou o Cepea/Abiove.

A China segue como principal destino da soja em grão, enquanto União Europeia e Sudeste Asiático lideram as compras de farelo. No óleo, a Índia mantém a liderança, com mais de 70% das exportações brasileiras do derivado.

Aérea do Canadá passará a cobrar para passageiro reclinar o assento

 

A companhia aérea canadense WestJet passará a cobrar para que os passageiros possam reclinar seus assentos em voos de aviões remodelados, contemplando um total de 43 aviões da sua frota.

Os passageiros que optarem por passagens mais baratas terão de viajar com o assento a 90º durante todo o trajeto. Ou seja, não é um pagamento para reclinar o assento no voo, mas a passagem previamente comprada irá definir se será possível reclinar ou não o assento.

O anúncio feio pela WestJet nesta semana firma que os assentos da classe econômica tradicional das aeronaves Boeing 737-8 MAX e 737-800 não poderão mais ser reclinados.

A expectativa é que essa política passe a vigorar ainda neste mês de outubro. A operação será remodelada gradualmente até o início de 2026, segundo a empresa.

A empresa justificou a mudança como parte de uma remodelagem, um novo design que visa aumentar a sensação de espaço pessoal. Segundo dados internos da WestJet, metade dos passageiros preferem a nova configuração do que a antiga.

Quem quiser ter a opção de um assento reclinável deverá pagar por cabines Premium e poltronas Extended Comfort – opções que ainda estão dentro da classe econômica mas custam um pouco mais caro.

A empresa afirma que as novas poltronas premium possuem apoio de cabeça ajustáveis em quatro direções, encostos reclináveis e almofadas ergonômicas.

A WestJet ainda declarou que a decisão deve reduzir o custo por assento da empresa – permitindo acrescentar uma fileira a mais no layout do avião.

A companhia opera no Canadá, Estados Unidos e outros destinos internacionais.