terça-feira, 21 de outubro de 2025

Foz do Amazonas: entenda a decisão do Ibama e a polêmica em torno da exploração de petróleo na região

 

Após anos de diálogo e de uma tentativa frustrada em 2023, a Petrobras conseguiu do Ibama o licenciamento ambiental para iniciar as perfurações de poços de busca por petróleo na região da foz do Rio Amazonas, no estado do Amapá. Agora, a empresa afirma ter cumprido os requisitos para iniciar os trabalhos “imediatamente”.

A conquista da empresa recebeu reações mistas da sociedade. Enquanto por um lado houve comemorações dentro do governo e até de movimentos de trabalhadores como a Federação Unificada dos Petroleiros (FUP), ambientalistas criticam a atividade petroleira na região pelos altos riscos oferecidos a uma zona sensível e por constituir um avanço da indústria petroleira em um momento de agravamento das mudanças climáticas.

Em nota, o Ibama defende suas ações e afirma que, após o indeferimento em 2023, o órgão e a empresa “iniciaram uma intensa discussão, que permitiu significativo aprimoramento substancial do projeto apresentado, sobretudo no que se refere à estrutura de resposta a emergência”.

O licenciamento chega a poucos dias do início da COP-30, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) que trata das mudanças climáticas e tem como objetivo justamente buscar alternativas para reduzir o gás carbônico emitido na atmosfera.

Onde está a Bacia da Foz do Amazonas?

A Margem Equatorial é uma vasta área geológica no litoral brasileiro que se estende por mais de 2,2 mil quilômetros, desde o estado do Amapá até o Rio Grande do Norte.  O epicentro do interesse e também da controvérsia está na Bacia da Foz do Amazonas, a porção mais ao norte da Margem Equatorial. É nesta região, especificamente no bloco FZA-M-59, que a Petrobras planeja iniciar a perfuração de um poço exploratório.

Margem Equatorial
Margem Equatorial (Crédito:Divulgação/Petrobras)

A área é ambientalmente muito sensível devido à sua proximidade com ecossistemas únicos, como os Corais da Amazônia, descobertos em 2016, além de manguezais e da grande biodiversidade marinha influenciada pela foz do maior rio do mundo.

O que mudou desde 2023?

Discussões sobre a exploração de petróleo na região ocorrem há mais de uma década, com debates nos governos de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Há menos de três anos, durante o primeiro ano do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, um parecer do Ibama não autorizou o início das pesquisas na região naquele momento.

“Isso é muito normal para grandes obras”, analisa a advogada Priscila Artigas, presidente da Comissão de Direito Ambiental do IASP (Instituto dos Advogados de São Paulo). “Todas as grandes obras do Brasil passaram por essas discussões. A Petrobras fez então um trabalho de aprimorar os estudos e análises que o Ibama exigiu.”

O projeto avançou em meio a forte pressão política. O presidente Lula demonstrou em diversas ocasiões apoio a exploração de petróleo na região, assim como nomes expressivos da política do Amapá como os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil – AP)  e o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT – AP).

Professor de direito ambiental da PUC-SP, André Gerardes acredita no entanto que a decisão do Ibama foi sobretudo técnica. “O Ibama é conhecido como uma instituição que sempre conseguiu manter uma certa autonomia. Os técnicos têm a garantia do funcionalismo público. Só quem preside o órgão é cargo de confiança”, diz.

Entre as novidades entregues pela Petrobras para obter o licenciamento estão mais estudos e até simulações de situações de emergência realizadas ao longo dos últimos meses. Em uma delas, brinquedos foram utilizados para representar animais em risco durante um resgate noturno.

O Ibama destaca que o licenciamento decorre de um Estudo de Impacto Ambiental, formulado a partir de “três audiências públicas, 65 reuniões técnicas setoriais em mais de 20 municípios dos estados do Pará e do Amapá, vistorias em todas as estruturas de resposta à emergência e unidade marítima de perfuração, além da realização de uma Avaliação Pré-Operacional, que envolveu mais de 400 pessoas, incluindo funcionários e colaboradores da Petrobras e equipe técnica do Ibama”.

“Houve, portanto, um processo de amadurecimento institucional, que consolidou práticas de precaução mais sofisticadas”, analisa a advogada Helena Duarte Pereira, da área de direito regulatório do Gaia Silva Gaede Advogados.

Entre as exigências do Ibama que foram atendidas pela empresa estão:

  • Construção de Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) de grande porte para tratar animais vítimas de vazamento de óleo no município de Oiapoque (AP). Já havia outro centro em Belém (PA);
  • Inclusão de três embarcações offshore dedicadas ao atendimento de fauna vítima de vazamentos;
  • Quatro embarcações de atendimento nearshore.

Licença ambiental ainda pode ser revogada?

O professor André Gerardes lembra que o Ibama é a última instância quando tratamos de licenciamento ambiental no país.

“Não cabe um recurso para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nem o próprio presidente Lula pode rever a decisão. O máximo que é possível acontecer é o Ministério Público entender que a decisão não está fundamentada e recorrer ao judiciário”, diz Gerardes.

Após a divulgação do licenciamento, organizações da sociedade civil já afirmaram que irão à Justiça contra a licença. Observatório do Clima, Greenpeace e Painel Científico para a Amazônia estão entre os críticos da medida.

“Essa decisão contraria os compromissos com a transição energética e coloca em risco as comunidades, os ecossistemas e o planeta”, afirmou Paulo Artaxo, integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e especializado em crise climática e Amazônia. “Precisamos de um acordo global para eliminar a extração de petróleo de forma justa, equitativa e sustentável. Até lá, o mínimo que temos que fazer é impedir sua ampliação”, disse.

É importante destacar que a licença emitida pelo Ibama autoriza apenas a pesquisa na região para averiguar se de fato há petróleo na bacia da Margem Equatorial. “A própria pesquisa eventualmente pode me indicar que não tem petróleo, que não tem viabilidade econômica ou técnica para a exploração”, diz Priscila Artigas. Caso seja comprovado potencial econômico, outro licenciamento, de exploração, deverá ser emitido.

O potencial da Margem Equatorial

Especialistas acreditam que a região pode ser a próxima potência petrolífera brasileira. A crença no potencial da Margem Equatorial decorre de sua proximidade com a Guiana, país que na última década viveu um “boom” econômico catapultado pela exploração de petróleo. Também nos arredores está a Venezuela, com a maior reserva mundial desta commodity no mundo. Mais próxima da região, a Guiana Francesa também planeja perfurar seu solo.

A pesquisa que a Petrobras inicia agora será determinante para definir o futuro, na visão do pesquisador João Victor Marques, da FGV Energia.

“Será possível dimensionar o volume existente no reservatório, bem como sua qualidade e características físico-químicas, e, por fim, verificar a viabilidade econômica para produção”, explica Marques.

“Finalmente, declarada a comercialidade, tem-se início a fase de desenvolvimento, quando o projeto de produção é desenhado, incluindo a unidade estacionária de produção e o modelo logístico de escoamento do óleo”, segue Marques. Ele destaca que, dado o contexto atual de enfrentamento às mudanças climáticas, “o projeto precisa seguir estritamente as condições de resiliência ambiental e econômica para ser competitivo, ambientalmente responsável e socialmente justo”.

Estudo mostra que 77% das companhias listadas têm diversidade na diretoria ou conselho

 

Um estudo realizado pela B3 em parceria com o Instituto Locomotiva a partir dos dados de 341 empresas listadas na bolsa do Brasil revela que, em 2025, 77% delas estão adequadas aos critérios de diversidade previstos no Anexo ASG.

Isso significa que cada uma dessas companhias reportou a presença de pelo menos uma mulher ou um integrante de comunidade sub-representada (pessoas pretas, pardas ou indígenas, integrantes da comunidade LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência) no conselho de administração ou na diretoria estatutária em seu Formulário de Referência, um documento público entregue anualmente pelas empresas de capital aberto.

O Anexo ASG é parte do Regulamento de Emissores da B3 e contempla medidas que foram propostas pela bolsa do Brasil e aprovadas pela CVM em 2023. Na ocasião, foi concedido prazo de adaptação de dois anos às companhias. As empresas que não implementaram a medida de diversidade podem apresentar suas justificativas, no modelo conhecido como “pratique ou explique”.

O estudo “Lideranças Plurais”, da B3 e do Instituto Locomotiva, mostra que, embora ainda distante do ideal, a presença de grupos sub-representados na alta gestão aumentou em relação ao levantamento de 2024: nas diretorias estatutárias, o percentual subiu de 47% em 2024 para 52% em 2025. Já nos conselhos de administração, o percentual cresceu de 66% para 69%.

Entre 2021 e 2024, o estudo se chamava “Mulheres em Ações”. No início, ele trazia apenas números sobre a presença feminina nos conselhos de administração e diretoria estatutária. Com a ampliação da análise, nos últimos anos, para dados de cor e raça e de pessoas com deficiência, foi rebatizado em 2025 como “Lideranças Plurais”.

Mulheres em cargos de liderança

O levantamento, que mapeou os dados do Formulário de Referência e a aderência ao Anexo ASG pelas companhias de capital aberto, aponta que, atualmente, 65% das empresas contam com ao menos uma mulher no conselho de administração, o melhor índice registrado desde que a B3 começou a medir o indicador, em 2021, quando o percentual era de 55%.

Embora ainda prevaleça a presença isolada de uma única mulher em 36% das empresas analisadas, “Lideranças Plurais” mostra um avanço relevante: 29% das companhias declaram ter duas ou mais mulheres no Conselho: 22% têm 2 mulheres, 7% contam com 3 ou mais mulheres. Por outro lado, 35% ainda não contam com nenhuma mulher em seus conselhos.

Se olharmos as diretorias estatutárias, o levantamento aponta que, de cada 100 empresas listadas, 46 possuem ao menos uma mulher. Essa também é a maior proporção nos cinco anos de monitoramento. Quando o estudo começou a ser feito pela B3, em 2021, eram apenas 39%.

O mais comum nas diretorias estatutárias, segundo mostra a pesquisa, é a presença de apenas uma mulher, como ocorre em 30% dos casos; 9% têm duas mulheres e 7% têm três ou mais mulheres integrando o chamado C-level. Em 2021, 61% das empresas não tinham diversidade de gênero em sua diretoria estatutária; hoje, esse número caiu para 54%.

“Observamos avanços importantes no estudo, mas sabemos o quanto essa pauta ainda precisa avançar. Na B3, seguimos comprometidos com a promoção de um ambiente mais inclusivo e igualitário, entendendo que a diversidade é uma estratégia de negócios essencial para o sucesso a longo prazo. É importante que todos entendam que uma liderança mais diversa fortalece a competitividade e a resiliência das companhias, traz diferentes perspectivas e decisões mais bem-informadas, além de atratividade de talentos e benefícios para a reputação”, afirma Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3.

Leia a reportagem completa no B3 Bora Investir, parceiro da IstoÉ Dinheiro

Carteira de pedidos da Embraer atinge marca recorde de US$ 31 bi no 3º trimestre

 

A Embraer disse nesta terça-feira, 21, que a sua carteira de pedidos cresceu quase 40% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período no ano anterior e atingiu a cifra recorde de US$ 31,3 bilhões.

Conforme comunicado ao mercado, a empresa entregou 62 aeronaves no trimestre, acima das 59 entregas no mesmo período do ano anterior.

A aviação executiva foi o segmento com maior expansão de sua carteira de pedidos, com aumento de 65% a US$ 7,3 bilhões.

Já a aviação comercial, que representa a maior fonte de pedidos da companhia, expandiu 37% no trimestre e alcançou US$ 15,2 bilhões. De acordo com a companhia, a carteira de pedidos do segmento estabeleceu um novo recorde em 9 anos.

PlatôBR: governo tenta ganhar tempo em negociação para cobrir rombo de R$ 35 bi

 

Luciana Lima - do PlatôBRi

21/10/2025 - 8:59

O governo entrou em mais uma semana sem conseguir resolver o problema de caixa deste ano e do próximo, após a derrubada, na Câmara, da medida provisória que poderia render cerca de R$ 35 bilhões em receitas. Nesta terça-feira, 21, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) deverá se reunir com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para negociar com deputados e senadores uma solução para o buraco fiscal causado pela derrubada da MP. Caso não encontre um caminho para cobrir o rombo, o governo pode contingenciar recursos e até cortar emendas parlamentares.

Antes de embarcar para a Malásia, o presidente Lula chamou ao Planalto seus líderes no Congresso e os ministros Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), para tentar colocar de pé um conjunto de propostas a serem priorizadas.

Esse pacote, no entanto, ainda não está fechado e, por isso, o governo pediu mais um adiamento da votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que estava prevista para esta terça na CMO (Comissão Mista de Orçamento).

“A gente tem que ter um diálogo com o Congresso sobre onde vamos encontrar os recursos”, disse o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP). “Se a opção for realmente não ter R$ 35 bilhões, ter esse furo para o orçamento no ano que vem, então tem que ser tomado outro tipo de medida de contingenciamento, de cortes. Emendas, são um desses casos, como eu já disse desde a semana semana passada e como reitero agora”, disse o líder, após a reunião.

Leia a reportagem completa no PlatôBR. 

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Silveira destaca rigor técnico na concessão da licença da Margem Equatorial

 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, elogiou nesta segunda-feira (20/10) a atuação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e de sua equipe técnica na análise e concessão da licença ambiental para perfuração do poço FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas. A autorização marca um passo decisivo para o avanço da Margem Equatorial, uma das novas fronteiras mais promissoras para o setor de petróleo e gás natural do Brasil.

Após o anúncio da concessão da licença, Silveira ressaltou que a liberação é resultado de um processo profundamente técnico, criterioso e transparente, que envolveu diversos órgãos do governo federal e foi conduzido com base em evidências científicas e nas melhores práticas ambientais internacionais.

“Esse é o país que o presidente Lula trabalha para acontecer: um país mais desenvolvido, com responsabilidade ambiental e resultados sociais”, afirmou Silveira. “Por isso, quero agradecer de público à ministra Marina Silva e a toda a sua equipe pelo excelente trabalho desenvolvido para que o Brasil possa se desenvolver com responsabilidade ambiental.”

O ministro destacou ainda que o processo de licenciamento da Margem Equatorial contou com estudos ambientais de alta complexidade, realizados ao longo de vários anos, e com condicionantes rigorosas para garantir a proteção dos ecossistemas costeiros e marinhos. Segundo Silveira, um dos principais avanços foi a implantação do novo Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD) em Oiapoque (AP), estrutura que se soma ao CRD Belém e “representa o mais robusto sistema de resposta ambiental já implantado em operação offshore no país”.

Silveira ressaltou que a atuação conjunta dos ministérios demonstra o compromisso do governo federal com uma transição energética justa, inclusiva e equilibrada, na qual a exploração de recursos naturais ocorre de forma sustentável e voltada ao bem-estar da população.

Haddad: reclamam da parte fiscal porque foi decidido reduzir déficit mirando ‘andar de cima’

 Haddad nunca esteve tão forte, diz secretário-executivo da ...

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 20, que as reclamações que costumam ser feitas em relação à política fiscal do governo ocorrem porque o Executivo decidiu reduzir o déficit público mirando o “andar de cima”, e não os mais pobres.

“Faço questão de terminar dizendo uma coisa importante. Vocês ouvem falar muito da questão fiscal, que o governo gasta muito, que o governo só pensa em taxar bet e banqueiro. Eu quero dizer, presidente, o senhor vai terminar o seu mandato com o melhor resultado fiscal desde 2015”, disse Haddad, participante do lançamento do programa “Reforma Casa Brasil”, no Palácio do Planalto, nesta segunda.

Na sequência, disse que as reclamações sobre o fiscal ocorrem porque pela primeira vez um governo resolveu diminuir o déficit público brasileiro cortando o que chamou de “bolsa-empresário”. “Não cortando dos de baixo, não com quem precisa de moradia, não com quem vive de salário mínimo, não do aposentado, não. Dessa vez, a gente viu um espaço importante para cortar o chamado gasto tributário, que vem a ser o seguinte, é aqueles que moram na cobertura e não pagam condomínio. Essas pessoas foram chamadas a contribuir com a redução do déficit fiscal”, afirmou.

Haddad também repetiu que o terceiro mandato de Lula vai ser marcado pela menor inflação acumulada em quatro anos no Plano Real, e pela menor taxa de desemprego na série histórica do IBGE, iniciada em 2012. A renda do salário teve a maior alta desde o Plano Real, acrescentou o ministro.

Ele voltou a dizer que o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) será o maior desde 2010, fim do segundo mandato do petista.

“Além disso, presidente, o senhor aumentou a renda do salário no Brasil como não se via desde o começo do Plano Real”, acrescentou o ministro.

Haddad afirmou ainda que o Minha Casa, Minha Vida voltou a valer e que o País está a alguns passos de acabar com o déficit habitacional.

PLATÔBR: Novo ataque hacker rouba milhões de instituição financeira e desafia BC

A fintech FictorPay foi alvo de um ataque hacker que teve início por volta das 18 horas do último domingo, 19, que resultou no roubo de cerca de R$ 26 milhões. A fintech é controlada pela holding Fictor, empresa de participações e gestão com foco nos setores de indústria alimentícia, serviços financeiros e infraestrutura. Fundada em 2007 e com 4.000 funcionários, a companhia faturou R$ 3,5 bilhões em 2024 e quer atingir um faturamento de R$ 5 bilhões em 2025

Os golpistas virtuais encontraram uma brecha no aplicativo white label da empresa contratada pela FictorPay e realizaram pelo menos 280 transações por Pix para aproximadamente 270 contas laranjas em diversos bancos e fintechs. Por meio dessa brecha, os invasores d ataque hacker obtiveram acesso a conta da empresa white label, o que permitiu o saque indevido de valores.

+Perfuração na bacia da Foz do Amazonas permite Brasil conhecer potencial de suas reservas, diz IBP

As transferências feitas pelos criminosos não se sujeitaram à limitação de valor imposta pelo Banco Central. A FictorPay não é participante do Pix. Ela se conecta ao sistema por meio de empresas prestadoras de serviços que se enquadram nas normas da autoridade monetária e que não tiveram os seus sistemas afetados.

Uma das empresas que presta serviço para a FictorPay é a Celcoin, que informou à reportagem que não houve qualquer invasão, ataque ou comprometimento em sua infraestrutura tecnológica ou ambiente transacional. Segundo a companhia, foi identificada uma “movimentação atípica” na conta de um cliente, prontamente detectada pelos sistemas de monitoramento.

“Assim que o comportamento foi percebido, bloqueamos preventivamente as operações e alertamos imediatamente o cliente. As análises indicam que a origem do incidente está em uma empresa provedora de soluções de aplicativo white label utilizada por este cliente e por outras empresas do mercado, impactando diversos players de BaaS e Core Banking, sem qualquer relação com a Celcoin. Reforçamos que nenhuma invasão ou fraude ocorreu em nosso ambiente”, informou.

Ataque desafia BC

O novo ataque hacker mostra que os bandidos não têm se intimidado com os esforços da autoridade monetária e da Polícia Federal para garantir mais segurança no ambiente virtual de pagamentos.

Como mostrou o PlatôBR, o BC limitou em R$ 15 mil o valor de transferências para instituições de pagamento não autorizadas pela autarquia e para aquelas que se conectam ao sistema financeiro por meio de empresas terceirizadas, conhecidas tecnicamente como PSTIs (Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação). Atualmente, 250 instituições se conectam ao sistema financeiro por meio de terceirizadas.

Procurado, o BC não quis se manifestar sobre o ataque hacker. O PlatôBR entrou em contato, por telefone, com a FictorPay, mas não obteve retorno. Também enviou mensagens no LinkedIn do CEO da FictorPay, Ricardo Abdo, e do CEO do grupo Fictor, Rafael Gois. O espaço segue aberto para pronunciamento da companhia.

Leia a íntegra a nota da empresa:

A Celcoin informa que não houve qualquer invasão, ataque ou comprometimento em sua infraestrutura tecnológica ou ambiente transacional.

Foi identificada uma movimentação atípica na conta de um cliente, prontamente detectada por nossos sistemas de monitoramento. Assim que o comportamento foi percebido, bloqueamos preventivamente as operações e alertamos imediatamente o cliente.

As análises indicam que a origem do incidente está em uma empresa provedora de soluções de aplicativo white label utilizada por este cliente e por outras empresas do mercado, impactando diversos players de BaaS e Core Banking, sem qualquer relação com a Celcoin. Reforçamos que nenhuma invasão ou fraude ocorreu em nosso ambiente.

Seguimos apoiando o cliente nas investigações e nos procedimentos de recuperação dos valores, mantendo contato direto com as autoridades competentes.

Reafirmamos que todas as operações e ambientes da Celcoin permanecem estáveis e seguros, em total conformidade com as normas do Banco Central do Brasil.