terça-feira, 21 de outubro de 2025

Nova etapa da guerra do delivery tem de capacete inteligente a processo no Cade

 

A disputa de gigantes pelo mercado de delivery brasileiro segue a toda força. Seis meses após a Keeta, Rappi e 99 anunciarem investimentos bilionários no país, as empresas lançaram inovações, ingressaram em novas disputas judiciais ou até ampliaram o capital investido em seu crescimento.

Ainda assim, parece difícil que alguma delas consiga sobrepor o domínio do iFood no país. “Não se trata de um serviço em que é fácil você entrar”, analisa o economista João Branco, professor do curso de administração da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). “Você precisa de escala, precisa ser grande”, diz.

O professor considera no entanto que as movimentações das empresas renderão impactos logo. “Eu acredito que vá ter mudanças no curto prazo, pode ter sim uma queda de preços com a entrada desses novos entrantes”, diz.

Quais as novidades anunciadas pelas empresas?

Ifood: Após o acirramento de sua concorrência, o líder no mercado fechou uma parceria com a líder do segmento de mobilidade, a Uber. As empresas prometem ter uma integração dos aplicativos até o final do ano, que tornará possível solicitar uma corrida no app de delivery e vice-versa.

A empresa fez também uma série de anúncios de tecnologia, como uma inteligência artificial generativa que promete ajudar na escolha de pedidos através de comandos subjetivos como “jantar romântico” ou “comida leve que chegue em até 30 minutos”. Em Sergipe, a empresa expandiu uma entregas por drones para todos os dias da semana, e afirma que o serviço pode estar em outras partes do país em breve.

A líder de mercado até está se propondo a fazer o inverso do que sempre fez. O iFood acelerou seu plano para levar as pessoas aos restaurantes. Nos últimos 12 meses, a empresa movimento R$ 1 bilhão por meio da sua própria máquina de pagamentos, impactando os clientes por meio do aplicativo e os incentivando a conhecer restaurantes próximos de sua localização. Esse aliás, é o produto que mais cresce dentro da empresa atualmente.

Keeta: A empresa ainda não iniciou oficialmente o serviço no país, anunciado para o dia 30 de outubro em Santos e São Vicente, no litoral paulista. O aplicativo promete estar disponível na capital do estado antes do final de 2025.

Nas cidades onde iniciará seu funcionamento, a empresa afirma contar com mil restaurantes cadastrados. Divulgou ainda que serão feitos ajustes em sua tecnologia, que inclui um “capacete inteligente” cujo funcionamento ainda não foi detalhado.

Rappi: Segunda plataforma em números de pedidos de comida no país e presente em mais de 100 cidades, o Rappi não acumula anúncios como suas rivais. Apesar de ter divulgado que zeraria taxas sobre restaurantes e exibirá em uma campanha de marketing seus preços mais baratos, a tal publicidade não ocorreu.

“O mercado de delivery é dinâmico por natureza e correções de rota são realizadas a todo o momento. Seguimos com a política de taxa zero para estabelecimentos entrantes e os antigos da base de modo a garantir preços mais equilibrados para o consumidor final”, afirmou a empresa sobre o assunto em nota. “Optamos por concentrar investimentos em anúncios diretamente na plataforma, onde somos muito ativos em promoções.”

A empresa segue no entanto divulgando novidades fora do setor de entrega de comida pronta, como novidades em seu Rappi Turbo, serviço de entregas rápidas que passará a contar com cada vez mais artigos, como peças de vestuário. A empresa também assinou um contrato com a Amazon para investimentos, com possibilidade de que parte de suas ações sejam compradas pela companhia de Jeff Bezos.

O aplicativo conta com 30 mil restaurantes cadastrados no país atualmente.

99Food: O braço de entrega de comida pronta do grupo chinês Didi aproveitou-se de já estar presente no país com o aplicativo de mobilidade 99. Nas cidades em que inicia seus serviços, os pedidos de delivery são realizados na mesma plataforma em que é possível solicitar carros ou até usar como banco através do serviço 99Pay.

O 99Food já está funcionando em três capitais e suas regiões metropolitanas: Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa afirma buscar a meta de 100 cidades até junho de 2026. Para além da liderança do iFood, o aplicativo no entanto deve superar desafios internos, como a ausência de vale refeição em sua plataforma e bugs, como uma falha de mais de 24 horas na última semana.

Em sua estratégia de ingresso no mercado, a empresa tem distribuído vários cupons de desconto para os consumidores. Também zerou taxas de restaurantes que garantem o mesmo preço no delivery e no salão, o que faz com que restaurantes apareçam com valores menores do que no iFood, por exemplo.

Brigas na justiça

Para além das melhorias em seus respectivos negócios, as empresas tem travado também disputas jurídicas. Em agosto, a Keeta anunciou uma ação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por conta de contratos de exclusividade e semiexclusividade fechados pela 99 com alguns restaurantes. Em outubro, o Rappi solicitou ingresso na ação como parte interessada.

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) tomou as dores da Keeta nesse caso. A associação solicitou ingresso como terceira interessada em ação movida pela Keeta contra a 99Food, reforçando que “as plataformas devem competir pela preferência de consumidores e restaurantes por meio de atributos como taxas competitivas, melhores serviços e inovação, e não pela captura de canais e parceiros comerciais com o objetivo de excluir concorrentes”.

Nos contratos criticados pelas rivais, a 99Food estabelece contrapartidas financeiras para estabelecimentos que comercializarem apenas em seu aplicativo, ou que limitem suas vendas em plataformas rivais. Em entrevista à IstoÉ Dinheiro, o CEO da empresa negou que tenha força para barrar a entrada de rivais.

“A decisão do CADE pode ter, eventualmente, impacto direto no modelo de negócios da 99Food, pois se entender que tal ou qual prática é anticoncorrencial, ela terá de ser suspensa e a 99Food terá que mudá-la, o que poderá modificar todo o seu modelo de negócio no País”, afirma o advogado Mário Nogueira sócio de M&N e concorrencial do NHM Advogados.

A 99Food acabou por mover outra ação judicial. A empresa acusa a Keeta de violação de marca, já que a plataforma chegará ao país com as mesmas cores já usadas pela 99: o amarelo e preto.

“Se ficar evidenciado que o amarelo da Keeta de fato gera confusão no consumidor e que este quando vê o amarelo da Keeta pode achar que está contratando a 99, então a Keeta pode ser obrigada até a mudar sua marca, mas isso tem que ser provado dessa forma”, analisa a advogada Patricia Agra Araújo, sócia de Direito Concorrencial e Compliance do L.O. Baptista.

Segundo Fernando Moreira, especialista em Direito Empresarial e doutor em engenharia de produção com ênfase em Governança e Compliance, a Keeta poderia ser condenada ao pagamento de indenização por danos materiais, como pagamento dos lucros cessantes decorrentes de eventual desvio de clientela.

A Abrasel também entrou na briga com o iFood. A entidade protocolou no Cade uma representação formal contra a plataforma, alegando práticas anticompetitivas. Segundo a entidade, a plataforma teria se transformado em um “ecossistema digital fechado”, impondo serviços próprios como a solução de pagamentos com taxas acima da média do mercado, além de práticas de venda casada que aumentam a dependência dos restaurantes.

Investimentos no delivery

Os investimentos anunciados pelas empresas foram voluptuosos. No entanto, a maior quantia ainda é do líder iFood. A empresa afirma que dispõe de R$ 17 milhões em investimentos diretos entre abril deste ano e março de 2026. Seu objetivo é ter 80 milhões de clientes até 2028 – hoje, são 60 milhões.

Entre as concorrentes, a Meituan anunciou o maior valor, de R$ 5,6 bilhões, para lançar seu aplicativo no país, o Keeta. A empresa porém enfrenta o maior desafio, já que nunca atuou no país e não tem uma base de clientes já cadastrados. No dia 30 de outubro, o app será lançado oficialmente nas cidades de Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo.

Com o segundo maior valor, a 99Food pretendia investir R$ 1 bilhão no seu primeiro ano. Após seu lançamento oficial em Goiânia e São Paulo, a empresa dobrou o valor para R$ 2 bilhões.

O investimento mais modesto, de R$ 1,4 bilhão, é do Rappi. A empresa conta com uma vantagem sobre as outras duas novas competidoras ao já oferecer serviço de delivery de comida em diversas partes do país.

Em crise, Ambipar pede recuperação judicial no Brasil e nos EUA; ação desaba

 

(Reuters) -

 

A Ambipar anunciou um pedido de recuperação judicial na segunda-feira na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, após decisão do conselho de administração em caráter de urgência em meio a uma crise de caixa e o risco de pagamento acelerado de dívidas de bilhões de reais.

O pedido foi feito em conjunto com suas afiliadas, incluindo a Ambiental ESG Participações.

As ações da companhia, que chegou a dizer no final de setembro à Justiça do Rio de Janeiro que corria risco de se ver diante de vencimentos antecipados de R$10 bilhões em dívidas, abriram em queda de quase 14% e ampliavam a baixa para mais de 20%, valendo menos de cinquenta centavos de real.

Em fato relevante, a Ambipar anunciou também o auxílio pela Ambipar Emergency Response do processo de falência nos termos do Capítulo 11 nos Estados Unidos.

A empresa disse que o pedido ocorreu “após a descoberta de acusações de irregularidades” ligadas à “contratação de operações de swap pela diretoria financeira e à renúncia abrupta do antigo diretor financeiro”.

A companhia adiantou ainda que estas ações resultaram em “pedidos de antecipação de vencimento de dívidas por parte de alguns credores”, após “forte abalo na confiança do mercado em relação ao Grupo Ambipar”.

As ações da Ambipar sofreram forte queda no final de setembro, quando João de Arruda deixou o comando da diretoria financeira da empresa, sendo substituído por Ricardo Garcia, que acumulou estas funções com as de relações com investidores.

No pedido de recuperação judicial entregue na Comarca do Estado do Rio de Janeiro, os advogados da Ambipar afirmaram que já existe um inquérito criminal com o objetivo de apurar as condutas do antigo CFO e de seus associados.

A Ambipar disse que contratou a FTI Consulting para uma investigação, e pediu também a realização de devidas penas e reparações civis pelos prejuízos causados.

A busca da Ambipar pela proteção obtida da Justiça do Rio de Janeiro teve como desencadear uma operação de crédito da empresa com o Deutsche Bank, que exigia garantias adicionais e que consumiu valores elevados na caixa da companhia em poucos dias.

O pedido de recuperação judicial da Ambipar é o segundo dos últimos anos envolvendo empresa de grande porte que acusa ex-executivos de irregularidades. Em 2023, a Americanas entrou com um dos maiores processos do tipo da história do país na Justiça do Rio de Janeiro, acusando a antiga diretoria de fraude contábil.

 

O ministro do Fazenda, Fernando Haddad, disse que até o início da tarde desta terça-feira (21) o governo deve ter uma definição sobre o encaminhamento do Orçamento de 2026, após ter solicitado na véspera o adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano na Comissão Mista de Orçamento.

Em conversa com jornalistas na chegada ao ministério nesta manhã, Haddad disse que representantes da Casa Civil e da Fazenda estão reunidos para “processarmos o que foi discutido com os líderes” do Congresso na segunda-feira (20), após a perda da validade da Medida Provisória 1303, que previa novas taxações a aplicações financeiras e bets, além de medidas de cortes de despesas.

Cálculos da Fazenda apontam que a MP teria impacto fiscal de R$14,8 bilhões em 2025 e de R$36,2 bilhões em 2026, e o governo busca agora formas de recompor essas perdas.

“Essas leis todas têm que estar harmonizadas, quanto vai ser de receita, de despesa, a LDO e o Orçamento, no fundo é uma coisa só, essas coisas precisam dialogar uma com a outra, senão teremos problemas de execução orçamentária”, disse Haddad.

“Tudo que nós não queremos é chegar ano que vem com problema de emenda, de interrupção de obra. Não tivemos nada disso durante três anos, porque nós vamos, em função do calendário eleitoral, trazer problemas para o país?”

Questionado sobre críticas do presidente da CMO, senador Efraim Filho (União-PB), à dificuldade do governo em cortar gastos, Haddad afirmou que o União Brasil é o partido que “menos vota” propostas de redução de despesas. Ele citou como exemplos propostas de alteração na aposentadoria dos militares, restrições a supersalários e a indexação do fundo do governo do Distrito Federal.

“Não estou querendo apontar o dedo para ninguém, mas as pessoas precisam reconhecer que nós mandamos para lá cortes de gastos, eles não votam”.

Quem pode ter e o que oferece novo cartão da Mastercard mais exclusivo que o Black

 

Com foco no consumidor de altíssima renda, a Mastercard cria uma nova categoria de cartão e lança o World Legend. Até então, o Black, lançado em 2006, era a categoria top.

A marca foca no seu conceito ‘Não tem preço’ e mira na oferta de experiências mais que exclusivas para atrair essa renda altíssima. Segundo a Mastercard, o critério para quem será convidado a ter o novo cartão ficará a cargo do banco emissor, mas aponta como referência a ponta da ponta da pirâmide, os 1% mais ricos, ou com uma renda média mensal em torno de R$ 90 mil. A bandeira fechou acordo com sete emissores até o momento: Banco do Brasil, Itaú, BTG, C6, PicPay, Sicoob e SIS Prime.

O World Legend lançará em 2026 uma categoria ainda mais exclusiva, o World Legend Exclusive, para o 0,1% da população do país, que teria uma renda média mensal em torno de R$ 4,6 milhões. É um público que valoriza não só as experiências, como que elas sejam na linha ‘luxo silencioso’, ou sem ostentação, e extremamente exclusivo.

Segundo dados da Mastercard, o estrato de altíssima renda no país cresce cinco vezes mais rápido que o restante da população. O 1% mais rico, por exemplo, concentra 27,4% da renda nacional. A bandeira leva também em consideração que 40% dos gastos dos brasileiros estão concentrados no cartão de crédito.

O novo cartão para super-ricos é uma ação global da Mastercard, contudo, por enquanto, ele foi lançado, por enquanto, apenas nos Estados Unidos, o principal mercado, e agora no Brasil, o terceiro maior mercado para a empresa em receita. Segundo os executivos da Mastercard, o país só perde para o Reino Unido a segunda posição, pois concorre com um bloco de países (Inglaterra, Escócia, Gales, Irlanda do Norte).

“O Brasil está entre os três mercados mais importantes da Mastercard no mundo. E também é um mercado de altíssima inovação, onde conseguimos trazer tudo que tem de novo em pagamentos digitais. O Brasil também é um dos mercados mais sofisticados. Além disso, o brasileiro é um ‘early adopter’ em inovações e novas tecnologias”, afirma Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard Brasil.

Por aqui, a bandeira está presente há 30 anos, dos 60 de existência, e há oito anos é líder do setor de cartões e líder no segmento de alta renda.

Em maio, a concorrente Visa lançou sua versão para o público de altíssima renda, o Visa Infinite Privilege, também emitido apenas para convidados e com oferta de experiências para poucos, como transporte de helicóptero para o aeroporto ou fila exclusiva na segurança e imigração, e uma sofisticada sala vip. E também na linha ‘luxo silencioso’.

O público que a Mastercard quer convidar é movido mais por experiência que pelo consumo de bens (talvez porque a aquisição de bens materiais não seja uma dificuldade), e também é um planejador de longo prazo (quase 80% deles) e participante de programas de fidelidade.

Exclusividade é cara, e não tem preço

A exclusividade deverá estar presente nos três pilares que a Mastercard vai atuar: gastronomia, viagens, entretenimento e arte. Para ajudar, nomeou quatro embaixadores que farão parte das ações de exclusividade. Alex Atala, Amyr Klink, Costanza Pascolato e Seu Jorge.

Os clientes com o cartão na carteira poderão, por exemplo, não apenas ter um jantar preparado pelo chef Alex Atala, mas jantar na casa dele. Poderão ainda participar de uma sessão de conversa com Costanza Pascolato, ou de um show intimista de Marisa Monte, na Casa Museu Ema Klabin. Podem agendar ainda uma viagem para Inhotim, o maior museu ao ar livre do mundo, que fica em Minas Gerais, com uma experiência ao anoitecer no Clara Arte Resort.

Aliás, para os entusiastas das artes, estão previstas uma série de outras exclusividades, como curadoria da galerista Nara Roesler, consultoria com especialistas ou visitas guiadas pelas principais e mais badaladas feiras de artes do mundo, como Art Basel (Miami), Frieze (Nova York) ou SP Arte.

Vantagens também para hospedagens. A Mastercard fechou parceria com hotéis de luxo e alto padrão para que reservas com o World Legend tenham check-in e check-out flexíveis. São hotéis como o citado Clara Arte, o Palácio Tangará, e o Unique em São Paulo, o B de Brasília, o Copacabana Palace (Rio de Janeiro), o Hotel das Cataratas (Foz do Iguaçu/PR), Botanique (Campos do Jordão/SP), Pousada Maravilha (Fernando de Noronha), Unique Garden (Mairiporã/SP) e o Vik Retreats no Chile e no Uruguai. É possível contar com curadoria especial da plataforma de reservas de hotéis online Teresa Perez Collection

A sala vip da marca ainda está em reforma e será inaugurada em novembro, no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos. “A ideia é que o local, batizado de ‘Taste of Priceless‘, seja um ‘dining’, ambiente para gastronomia, com degustação de vinhos e cardápio do chef Atala. “O embarque para esse público deixa de ser um momento de espera e passa a ser de experiência”, diz Leonardo Linares, vice-presidente sênior de Produtos e Soluções da Mastercard.

Saiba quem tem direito e como solicitar o novo crédito da Caixa para reformar a casa

 

O novo programa do governo federal com crédito para reforma da casa própria irá disponibilizar R$ 40 bilhões por meio da Caixa Econômica Federal. A modalidade de empréstimo, batizada Reforma Brasil, estará oficialmente disponível a partir do dia 3 de novembro. As solicitações deverão iniciar a partir de uma simulação feita no site ou aplicativo da Caixa após esta data.

“O programa preenche uma lacuna relevante. Até então, o financiamento habitacional brasileiro era voltado quase exclusivamente para a aquisição ou construção, deixando de fora milhões de famílias que têm casa própria, mas vivem em condições inadequadas”, analisa Thiago Yaak, CEO da startup Liquid, que automatiza processos de crédito imobiliário.

Entenda a seguir como vai funcionar.

Quem tem direito aos empréstimos?

O programa é destinado a moradores de áreas urbanas em capitais ou municípios com mais de 300 mil habitantes. A casa que se pretende reformar deverá ser própria e de uso residencial ou misto.

Cada família poderá ter apenas uma operação de crédito por vez, e o valor das parcelas não poderá exceder 25% na renda total familiar.

Qual o valor dos empréstimos e os juros cobrados?

As regras sobre quantia e taxas variam conforme a faixa de renda das famílias. O programa Reforma Brasil estabelece três:

  • Faixa 1: renda de até R$ 3.200
    Poderá solicitar valores a partir de R$ 5 mil, com juros a partir de 1,17% ao mês
  • Faixa 2: renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9,6 mil
    Poderá solicitar a partir de R$ 5 mil, com juros de 1,95% ao mês
  • Faixa 3: renda acima de R$ 9,6 mil
    Poderá solicitar a partir de R$ 30 mil, prazo de pagamento até 180 meses e taxa de acordo com o valor do crédito.

Como o dinheiro poderá ser utilizado?

“Os recursos podem ser utilizados para aquisição de materiais, pagamento de mão de obra e serviços técnicos, como projetos e acompanhamento de obras”, explica o planejador financeiro Harion Camargo, CFP pela Planejar.

Thiago Yaak, da Liquid, adiciona que o banco deverá criar formas para conseguir fiscalizar a destinação correta dos recursos. Além disso, o empréstimo terá menos garantias do que o tradicional financiamento para aquisição do imóvel próprio.

“Como o crédito é voltado à reforma e não à aquisição, a operação muitas vezes não tem o imóvel como lastro formal. Isso eleva o risco para os agentes financeiros e exige mecanismos robustos de avaliação, monitoramento e acompanhamento técnico das obras, a fim de assegurar que o recurso foi corretamente aplicado e que o imóvel reformado de fato preserva seu valor”, diz Yaak.

O que avaliar antes de solicitar o empréstimo?

Apesar de se tratar de um programa do governo, o Reforma Brasil não é um “dinheiro fácil”. “Mesmo com juros reduzidos, trata-se de uma operação de crédito — e, portanto, de endividamento”, comenta Yaak. Assim, quem deseja solicitar um financiamento, deve antes fazer uma ampla análise de suas capacidade financeira e da real necessidade do dinheiro.

“Isso inclui verificar a renda disponível, considerar dívidas existentes, manter uma reserva para imprevistos e analisar se a reforma é mais urgente do que outras demandas”, aconselha Harion Camargo. “Uma análise cuidadosa garante que o financiamento seja uma ferramenta de melhoria da moradia sem comprometer a estabilidade financeira familiar.”

CEO do Porto do Açu diz que futura conexão com ferrovia aumentará movimentação em ‘N vezes’

 

O Porto do Açu, maior complexo portuário industrial da América Latina, localizado no Norte do Estado do Rio de Janeirodeve ter um fator ‘transformador’ logístico nos próximos anos, com potencial de aumentar os volumes em dezenas de milhões de toneladas: a conexão de uma ferrovia.

O projeto da EF-118, que conectará o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, deve passar pelo crivo do Tribunal de Contas da União (TCU) nos próximos meses e finalizar todos os trâmites burocráticos ainda no primeiro trimestre do ano de 2025, com a publicação do edital, segundo o CEO do Porto do Açu, Eugenio Figueiredo.

“A conexão do complexo industrial do Porto do Açu com uma malha ferroviária eleva o nosso nível de capacidade de movimentação em N vezes. Hoje a gente só tem o acesso rodoviário e traz todos os volumes de caminhão, mas ele [projeto de malha ferroviária] descortina um leque de potencial de volume e de capacidade bem maior. Essa ferrovia que está sendo discutida, que potencialmente vai passar por um processo de licitação e de concessão, pode trazer volumes em torno de 20 milhões de toneladas”, diz o executivo em entrevista à IstoÉ Dinheiro.

Caso o trâmite transcorra conforme o esperado, a primeira primeira etapa dessa ferrovia deve começar a operar entre 2033 e 2035.

No acumulado do ano de 2024 o Porto do Açu teve um volume de 78 milhões – ou seja, a malha ferroviária poderá representar um incremento de 25,6% ante esse volume, ou 1,26x.

 

 


Entenda o projeto da nova ferrovia

A ferrovia EF-118 terá extensão de 575 quilômetros, conectando Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, com o município de Santa Leopoldina, no estado do Espírito Santo, promovendo a integração da malha ferroviária do Sudeste e garantindo o acesso ferroviário a vários terminais portuários.

Do total, 80 quilômetros – trecho entre Santa Leopoldina e Anchieta – serão construído pela Vale, como contrapartida pela prorrogação antecipada das suas ferrovias, e passará a integrar o contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM).

Já um trecho de aproximadamente 170 quilômetros entre Anchieta e o Porto do Açu integrarão uma nova concessão, alvo de estudo de viabilidade, podendo contemplar ainda a construção do trecho de 325 quilômetros entre o Porto do Açu e Nova Iguaçu. O trecho em questão está enquadrado na concessão como um investimento contingente que será realizado por uma concessionária.

Raio-X da EF-118:

  • Prazo: 50 anos
  • Extensão: 575 Km
  • Investimento previsto (Capex): R$ 4,6 bilhões
  • Custos operacionais previstos (Opex): R$ 4,4 bilhões
  • Demanda (em milhões de toneladas): potencial de operação de aproximadamente 40 milhões de toneladas no longo prazo
  • Participação da União: R$ 3,28 bilhões
  • Critério de julgamento do leilão: maior Lance, atrelado ao menor valor do auxílio pré-determinado licitado

Porto do Açu quer ser ‘nova rota para o agro’

Eugenio Figueiredo relata também que o porto começou a fazer o escoamento de parte da produção do agronegócio, com um estreitamento de relacionamento com áreas produtoras de Minas Gerais, Goiás e leste do Mato Grosso.

“O que a gente tem feito é mostrar para os produtores que o Porto do Açu pode ser uma nova rota para escoar a produção com eficiência e com competitividade versus o que eles fazem hoje”, conta.

Conforme detalhado pela IstoÉ Dinheiro, o porto, que já é conhecido como maior exportador de petróleo e gás do Brasil, quer começar uma nova fase de olho no agronegócio, aumentando a participação no embarque de fertilizantes e grãos. 

A unidade foi inaugurada em meados de 2015 e atua no agro desde 2020. No ano passado, foram cerca de 550 mil toneladas de grãos transportadas, incluindo soja, milho, café e trigo. A expectativa para 2025 é atingir 1 milhão de toneladas. 

Atualmente a gestão investe em uma estratégia que envolve um acordo de intenções com o governo de Goiás e a inauguração de um terminal exclusivo para grãos até 2028 – projeto que exigirá um investimento de R$ 500 milhões e deve movimentar 1,8 milhão de toneladas no primeiro ano.

De 2023 até agora o porto transportou, em toneladas:

  • Soja – 242.939
  • Milho – 134.037
  • Trigo – 32.546
  • Café- 15.549

A gestão focou, inicialmente, na importação de fertilizantes, visando ser uma alternativa ao Porto de Vitória, uma unidade portuária que historicamente sofre com longas filas de navios e custos de demurrage – termo para descrever taxas cobradas pelo atraso na devolução de contêineres após o período de tempo livre estabelecido no contrato de transporte marítimo.

Todavia, para viabilizar o frete rodoviário dos fertilizantes – muito caro caso fosse apenas importação – a gestão mirou então a exportação de grãos como contrapartida, dado que o produto que tem o maior fit com o fertilizante para otimizar os custos logísticos.

Após isso, o Porto do Açu passou a investir mais pesado no transporte de grãos e espera aumentar o share de participação no transporte dos produtos do setor que tem a maior participação no PIB brasileiro.


Ex-porto de Eike

A unidade, localizada em São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro, foi concebida pelo empresário Eike Batista em meados de 2007, visando se tornar o maior porto do país e o maior estaleiro das Américas, além de um polo industrial.

O porto abriga 28 empresas e 11 terminais de classe mundial.

Sete anos após o início das obras, em 2014, foram iniciadas as operações portuárias, em 2014, com o primeiro carregamento de minério de ferro.

O custo total da obra até a entrada em operação foi de R$ 9 bilhões – superando com folga o orçamento inicial, que era de R$ 1,4 bilhão.

Atualmente Eike não possui nenhuma relação com a gestão do Porto do Açu. A gestora americana EIG assumiu o controle no fim do ano de 2013 e fez um aporte de R$ 1,1 bilhão, passando a deter a fatia de 53% da então LLX, rebatizada para Prumo Logística. Atualmente, a Prumo Logística Global S.A. é controlada pela EIG Management Company LLC (93,1%) e pelo fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala Development Company (6,9%).

Quem pode ter e o que oferece novo cartão da Mastercard mais exclusivo que o Black

 

Com foco no consumidor de altíssima renda, a Mastercard cria uma nova categoria de cartão e lança o World Legend. Até então, o Black, lançado em 2006, era a categoria top.

A marca foca no seu conceito ‘Não tem preço’ e mira na oferta de experiências mais que exclusivas para atrair essa renda altíssima. Segundo a Mastercard, o critério para quem será convidado a ter o novo cartão ficará a cargo do banco emissor, mas aponta como referência a ponta da ponta da pirâmide, os 1% mais ricos, ou com uma renda média mensal em torno de R$ 90 mil. A bandeira fechou acordo com sete emissores até o momento: Banco do Brasil, Itaú, BTG, C6, PicPay, Sicoob e SIS Prime.

O World Legend lançará em 2026 uma categoria ainda mais exclusiva, o World Legend Exclusive, para o 0,1% da população do país, que teria uma renda média mensal em torno de R$ 4,6 milhões. É um público que valoriza não só as experiências, como que elas sejam na linha ‘luxo silencioso’, ou sem ostentação, e extremamente exclusivo.

Segundo dados da Mastercard, o estrato de altíssima renda no país cresce cinco vezes mais rápido que o restante da população. O 1% mais rico, por exemplo, concentra 27,4% da renda nacional. A bandeira leva também em consideração que 40% dos gastos dos brasileiros estão concentrados no cartão de crédito.

O novo cartão para super-ricos é uma ação global da Mastercard, contudo, por enquanto, ele foi lançado, por enquanto, apenas nos Estados Unidos, o principal mercado, e agora no Brasil, o terceiro maior mercado para a empresa em receita. Segundo os executivos da Mastercard, o país só perde para o Reino Unido a segunda posição, pois concorre com um bloco de países (Inglaterra, Escócia, Gales, Irlanda do Norte).

“O Brasil está entre os três mercados mais importantes da Mastercard no mundo. E também é um mercado de altíssima inovação, onde conseguimos trazer tudo que tem de novo em pagamentos digitais. O Brasil também é um dos mercados mais sofisticados. Além disso, o brasileiro é um ‘early adopter’ em inovações e novas tecnologias”, afirma Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard Brasil.

Por aqui, a bandeira está presente há 30 anos, dos 60 de existência, e há oito anos é líder do setor de cartões e líder no segmento de alta renda.

Em maio, a concorrente Visa lançou sua versão para o público de altíssima renda, o Visa Infinite Privilege, também emitido apenas para convidados e com oferta de experiências para poucos, como transporte de helicóptero para o aeroporto ou fila exclusiva na segurança e imigração, e uma sofisticada sala vip. E também na linha ‘luxo silencioso’.

O público que a Mastercard quer convidar é movido mais por experiência que pelo consumo de bens (talvez porque a aquisição de bens materiais não seja uma dificuldade), e também é um planejador de longo prazo (quase 80% deles) e participante de programas de fidelidade.

Exclusividade é cara, e não tem preço

A exclusividade deverá estar presente nos três pilares que a Mastercard vai atuar: gastronomia, viagens, entretenimento e arte. Para ajudar, nomeou quatro embaixadores que farão parte das ações de exclusividade. Alex Atala, Amyr Klink, Costanza Pascolato e Seu Jorge.

Os clientes com o cartão na carteira poderão, por exemplo, não apenas ter um jantar preparado pelo chef Alex Atala, mas jantar na casa dele. Poderão ainda participar de uma sessão de conversa com Costanza Pascolato, ou de um show intimista de Marisa Monte, na Casa Museu Ema Klabin. Podem agendar ainda uma viagem para Inhotim, o maior museu ao ar livre do mundo, que fica em Minas Gerais, com uma experiência ao anoitecer no Clara Arte Resort.

Aliás, para os entusiastas das artes, estão previstas uma série de outras exclusividades, como curadoria da galerista Nara Roesler, consultoria com especialistas ou visitas guiadas pelas principais e mais badaladas feiras de artes do mundo, como Art Basel (Miami), Frieze (Nova York) ou SP Arte.

Vantagens também para hospedagens. A Mastercard fechou parceria com hotéis de luxo e alto padrão para que reservas com o World Legend tenham check-in e check-out flexíveis. São hotéis como o citado Clara Arte, o Palácio Tangará, e o Unique em São Paulo, o B de Brasília, o Copacabana Palace (Rio de Janeiro), o Hotel das Cataratas (Foz do Iguaçu/PR), Botanique (Campos do Jordão/SP), Pousada Maravilha (Fernando de Noronha), Unique Garden (Mairiporã/SP) e o Vik Retreats no Chile e no Uruguai. É possível contar com curadoria especial da plataforma de reservas de hotéis online Teresa Perez Collection

A sala vip da marca ainda está em reforma e será inaugurada em novembro, no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos. “A ideia é que o local, batizado de ‘Taste of Priceless‘, seja um ‘dining’, ambiente para gastronomia, com degustação de vinhos e cardápio do chef Atala. “O embarque para esse público deixa de ser um momento de espera e passa a ser de experiência”, diz Leonardo Linares, vice-presidente sênior de Produtos e Soluções da Mastercard.