quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Vale a pena investir em ações de empresas em recuperação judicial?

 

Quando uma empresa entra em recuperação judicial ou extrajudicial, o investidor precisa redobrar a atenção. Esses processos são mecanismos legais que permitem às companhias renegociar dívidas e tentar evitar a falência, mas também trazem implicações importantes para quem possui ou pretende adquirir ações dessas empresas. Entender como funcionam esses procedimentos, quais são os riscos envolvidos e o que observar antes de tomar decisões é essencial para investir com mais segurança e consciência.

Isso traz impactos para o investidor, que precisa avaliar a situação, as oportunidades e os riscos antes de decidir pela compra ou venda das ações.

O que é a recuperação judicial e extrajudicial?

“Primeiro, precisamos entender um processo de recuperação judicial ou extrajudicial é um meio que as empresas têm de evitar sua falência. Esse processo permite que as companhias suspendam e negociem parte de suas dívidas, evitando encerrar suas atividades”, diz Arnóbio Durães, professor da FIA Business School.

E há diferenças entre os processos de recuperação judicial e extrajudicial, explica Marcelo Godke, sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Empresarial e Direito Societário. “Na extrajudicial, a empresa devedora já faz um acordo com alguns dos credores, às vezes consegue estender o prazo ou reduzir juros, por exemplo, e depois leva o acordo assinado para o juiz homologar”, diz. Se o pedido não for aceito ou se a empresa vier a ter mais problemas posteriormente, ainda há a possibilidade de entrar com o pedido de recuperação judicial.

Na recuperação judicial, a companhia inicia o processo na Justiça antes de fazer o acordo com os credores. “Ela vai apresentar um plano de recuperação a ser deliberado pelos credores em assembleia, e você entra em uma zona de incerteza maior”, diz.

Vale a pena investir em empresas em recuperação judicial?

“Investir em ações de empresas que estão em recuperação é uma oportunidade, porque os preços desses ativos normalmente são muito baixos, com potencial de expressiva valorização”, diz Durães. Isso pode ocorrer caso a empresa consiga se reestruturar, pagar suas dívidas e voltar a operar normalmente. Por outro lado, há “riscos consideráveis” de que esse cenário não se concretize, diz o professor, “o que exige prudência e profundo conhecimento do mercado”.

Ou seja: se a empresa conseguir se reerguer depois da recuperação judicial ou extrajudicial, suas ações podem se valorizar, o que pode trazer grandes lucros para quem comprar na baixa. Mas o risco de perder o valor investido também existe, e é maior do que se comparado à compra de ações de empresas sem problemas financeiros.

Se o investidor está pensando em comprar ações de uma empresa em recuperação, Durães alerta: “como o risco de perda total é alto, invista aquilo que não comprometa a segurança financeira, e diversifique em ativos e setores, para reduzir o risco total da carteira”.

Mas se a pessoa já tinha as ações e a empresa entrou em recuperação, é preciso analisar a carteira como um todo. Em primeiro lugar, o professor indica estudar e entender o momento da empresa e as razões que a levaram a ter dificuldades. “Se realmente se sentir confortável com essas informações e acreditar que é algo passageiro, avalie manter as ações”, desde que sabendo que a recuperação pode demorar. Caso o valor investido seja representativo na carteira, pode ser interessante vender as ações ou parte delas e realizar as perdas, para evitar um prejuízo ainda maior. “Tudo depende do contexto geral”, diz Durães.

Prazo de investimento é longo

Mesmo se a empresa tiver sucesso na reestruturação, todo esse processos pode demorar. Assim, o preço da ação pode levar anos até se recuperar.

“Investimento em renda variável já é de médio e longo prazo. Ainda mais no caso das empresas em recuperação, não espere nada de curto prazo, é no mínimo dois anos para cima”, diz Durães.

Risco de diluição de capital

Para quem já era acionista de uma empresa que entrou em recuperação, há ainda o risco ver sua participação na empresa ser diluída. Isso pode acontecer de duas formas: ou quando a empresa emite novas ações, com o objetivo de levantar capital, ou quando a empresa converte dívidas em ações, para reduzir o nível de endividamento.

“Se o aumento de capital da empresa dobrar o número de ações, todo mundo vai ter metade da participação que tinha. Mas por outro lado, o investidor pode ter sua participação diluída, mas em uma empresa que se salvou”, lembra Godke.

Mantenha-se informado sobre a situação da empresa

Informação é essencial para qualquer um que investe em renda variável, mas quando as empresas estão em recuperação judicial ou extrajudicial, é mais importante ainda manter-se atento às novidades.

‘Mona Lisa’ foi roubada do Louvre em 1911; relembre a história que deu fama ao quadro

 

Como quase todos os museus do mundo fecham nas segundas-feiras, o Louvre estava fechado em 21 de agosto de 1911. Somente uns poucos funcionário faziam trabalhos de manutenção e reforma nos salões do importante acervo artístico em Paris. Entre eles, o pintor de paredes Vicenzo Peruggia.

Sem testemunhas por perto, o italiano vai até a obra-prima de Leonardo da Vinci. Naquela época, o quadro Mona Lisa, de 1503, era conhecido apenas por alguns entendidos em arte, tanto que ocupava um lugar discreto no Louvre. Peruggia retirou a tela da moldura e deixou o museu sem chamar a atenção. O roubo só se tornaria público no dia seguinte.

Dois anos depois, a informação de um comerciante de antiguidades levou a polícia de Florença à província de Como, no norte da Itália. Lá, o decorador Peruggia estava vendendo a pintura. Ao ser detido, ele confessou o crime e o justificou com um motivo incomum: patriotismo.

O pintor queria apenas levar de volta a seu país um dos maiores tesouros da arte italiana e, assim, vingar-se de Napoleão, que no século anterior teria confiscado a obra. Um engano de Peruggia, condenado a um ano e 15 dias de prisão.

Retrato foi vendido a rei francês

Na verdade, o próprio Da Vinci vendera o retrato Mona Lisa ao rei francês Francisco 1º, em 1516, por 4 mil táleres de ouro, um valor significativo para a época.

Reencontrada a pintura, especialistas do Louvre a levaram à Galleria degli Uffizi, em Florença, para verificar sua autenticidade. Eles identificaram o retrato como original. Desde então, Mona Lisa passou a ser bem vigiada. Hoje, a moça sorri para o público através de uma proteção especial.

O mistério de Mona Lisa e seu sorriso

Com seu “sequestro”, que quase provocou uma crise cultural na Europa, Mona Lisa tornou-se famosa em todo o mundo. Numerosos entendidos passaram a discutir cada detalhe da pintura. Eles remeteriam ao local onde Leonardo pintou a mulher e à identidade da retratada. Seria ela Isabella Gualanda, uma cortesã do Vaticano, ou realmente a esposa do mercador florentino Francesco del Giocondo, motivo pelo qual o quadro também é conhecido como La Gioconda?

Outros afirmaram tratar-se, na verdade, de um autorretrato de Da Vinci, enquanto em 1914 um estudioso francês defendeu a opinião de que Mona Lisa não deveria ser vista como uma florentina histórica, mas como uma representação artística idealizada, sem necessidade de identificação da pessoa.

Os entendidos são também implacáveis no debate sobre o sorriso de Mona Lisa. Dois médicos franceses o consideraram doentio. A mulher teria sofrido uma atrofia muscular. Outros viram uma paralisia facial e há ainda quem acredite em esquizofrenia. A artista canadense Suzanne Giroux enxergou na boca atrofiada as costas nuas de um belo rapaz, quando se gira a imagem a 90 graus, e fundamentou com isto sua tese de que Da Vinci teria tendência homossexual. Até mesmo o psicanalista Sigmund Freud intrometeu-se no debate e interpretou o sorriso como sendo inspirado no da mãe do pintor, falecida precocemente.

Que Leonardo tenha talvez simplesmente retratado uma moça sorridente parece profano demais para os especialistas oficiais e os assim autodenominados.

Não bastasse a discussão teórica sobre a modelo do mestre italiano, Mona Lisa foi reinterpretada também através de novas obras, inspiradas nela. Assim, Marcel Duchamps acrescentou à figura feminina um bigode idêntico ao do ditador soviético Josef Stalin. Já Salvador Dalí instalou sobre sua cabeça um capacete prussiano. Andy Warhol não aguentou. Para o artista pop, uma Mona Lisa é pouco, ele pintou 30.

Hoje, ela segue se multiplicando. E não só como obra de arte. Degradada a ícone da cultura kitsch, ajuda a vender roupas, queijos e cigarros. Já foi vista inclusive espiando os frequentadores do banheiro de um bar, pendurada numa parede. Os tempos em que Mona Lisa decorava apenas o quarto de Napoleão são mesmo páginas viradas da história.

Termina nesta quarta prazo para brasileiros solicitarem cidadania espanhola pela ‘Lei dos Netos’

 

Os brasileiros têm até esta quarta-feira, 22, para solicitar a cidadania espanhola com base na com base na Lei de Memória Democrática, conhecida como a Lei dos Netos. A legislação permite que filhos, netos – e até bisnetos e trinetos – de cidadãos espanhóis tenham sua cidadania reconhecida sem precisar sair do país de origem.

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A lei foi sancionada em 2022 com vigência de dois anos e, posteriormente, prorrogada por mais um ano. Conhecida como Lei dos Netos, ela concede o direito da cidadania originalmente a filhos e netos de espanhóis.

Mas, na prática, bisnetos e trinetos também estão conseguindo o reconhecimento por meio do “efeito cascata”. Ou seja, com algum de seus avós ou pais sendo reconhecido como espanhol, o bisneto passa a ser considerado filho ou neto de espanhol, se encaixando também na lei.

Devido ao prazo de análise dos pedidos por parte dos consulados, que estão levando cerca de dois a três anos serem concluídos, os bisnetos não precisam esperar sair a cidadania de seus pais ou avós para solicitar a sua. Apenas com o número de protocolo do antecessor anexado, é possível dar entrada no pedido, que será condicionado ao reconhecimento do pai ou avô (filho ou neto do espanhol que migrou para o Brasil).

A lei também abarca filhos e filhas de mulheres espanholas que perderam a nacionalidade por se casarem com estrangeiros antes da entrada em vigor da Constituição de 1978, depois do fim da ditadura na Espanha.

A Lei da Memória Democrática também eliminou a necessidade de comprovar vínculos culturais ou conhecimento da língua espanhola, além de permitir que descendentes de espanhóis já maiores de idade possam reaver a cidadania, algo que antes não era permitido pela legislação da Espanha.

Veja quem pode adquirir a nacionalidade espanhola graças à Lei da Memória Democrática:

– Os nascidos fora da Espanha de pai ou mãe, avô ou avó, originalmente espanhóis;

– Filhos e filhas nascidos no exterior de mulheres espanholas que perderam a nacionalidade por matrimônio com estrangeiros antes da entrada em vigor da Constituição de 1978;

– Os filhos maiores de idade daqueles que adquiriram a nacionalidade espanhola pela Lei da Memória Histórica, também conhecida como Lei dos Netos.

Como solicitar?

Para solicitar o documento na Espanha, é preciso, primeiro, descobrir o local de nascimento do ascendente – o que pode ser feito com ajuda de sites de pesquisa de árvore genealógica. Sabendo a cidade de origem, é possível pedir o documento:

– pelo site do Ministério da Justiça da Espanha, se estiver digitalizado (o que é raro);

– enviando e-mail ao registro civil da cidade onde o ascendente nasceu, se a certidão de nascimento não estiver digitalizada;

– ou na igreja onde o descendente foi batizado, nos casos da certidão de batismo (que pode substituir a certidão nascimento, já que muitos livros de registro civil foram queimados durante a Guerra Civil Espanhola).

Alguns registros civis ou igrejas enviam os documentos da Espanha ao Brasil; outros enviam apenas para endereços espanhóis. Nessa etapa, é possível contratar o serviço de profissionais ou assessorias especializadas, que encontram os documentos na Espanha e os enviam para o Brasil.

O processo de pedido da cidadania espanhola é simples, mas conseguir o documento que comprova o nascimento do antepassado tem sido a parte mais trabalhosa.

Além da certidão do documento espanhol, é preciso levar ao consulado documentos pessoais e certidões da linhagem de descendentes, que podem ser solicitadas nos cartórios brasileiros, e formulários preenchidos (todos descritos neste link).

Após comparecer ao agendamento consular, outros documentos podem ser solicitados pelo Consulado no Brasil por meio de um segundo agendamento ou envio pelos Correios.

Outros caminhos para solicitar a cidadania espanhola

A Lei de Nacionalidade Tradicional abarca filhos de espanhóis nascidos na Espanha, permitindo o pedido da cidadania por netos apenas até os 21 anos de idade.

Outra opção é a cidadania por residência legal na Espanha: brasileiros têm uma vantagem nessa modalidade, podendo solicitar a cidadania depois de dois anos de residência legal (em vez dos dez exigidos para outras nacionalidades). Esse tempo cai para um ano em caso de casamento com cidadão espanhol ou em caso de vínculo direto com ascendentes espanhóis.

Como será depois de 22 de outubro?

Com o fim da norma, voltam a valer as regras gerais do Código Civil espanhol. Isso significa que apenas os filhos de espanhóis de origem continuarão a ter direito automático à cidadania. Já netos e bisnetos terão de atender a critérios mais rígidos, como o de comprovar residência legal na Espanha por determinado período.

Projeto de R$ 3 bi no RS prevê fabricação de 50 aviões por ano e modelo movido a etanol

 

O Rio Grande do Sul receberá uma nova fábrica de aviões: um grande complexo industrial construído pela brasileira Aeromot, com previsão de produzir 50 aeronaves por ano até 2032. Batizado como AeroCITI (Aerocentro Integrado de Tecnologia e Inovação), o local prevê ainda abrigar um museu, hangares, um centro de pesquisa e até a fabricação do primeiro modelo de transporte de passageiros movido a etanol no mundo.

O primeiro avião a ser fabricado será o Diamond DA62, bimotor apelidado de “SUV dos ares” pelo luxo oferecido em um modelo compacto, capaz de carregar até sete passageiros. O modelo é desenvolvido pela Diamond Aircraft, empresa de origem austríaco-canadense, atualmente sob controle do grupo chinês Wanfeng Auto Holding Group.

Representante exclusiva da Diamond Aircraft no Brasil desde 2016, a Aeromot já importou mais de 100 aeronaves Diamond DA62 que agora pretende produzir dentro do país. Com o novo passo, o prazo para aquisição de um DA62 pode cair de uma média atual de 27 meses para cerca de nove quando a fábrica estiver em funcionamento.

Em entrevista à IstoÉ Dinheiro, o CEO da Aeromot, Guilherme Cunha, explica que a nova fábrica irá abastecer demandas do Brasil e de países do Mercosul.

“Hoje, a Diamond tem uma capacidade produtiva limitada”, explica. “A gente trabalhou em uma estratégia de transferência de tecnologia para uma base aqui na América do Sul suportar todos esses países.”

A metrópole do avião

Com investimento total estimado em R$ 3 bilhões – cerca de R$ 1 bilhão virão da AeroCITI e o restante de empresas parceiras -, o espaço de 540 hectares no município de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre, irá abrigar hangares para diferentes empresas, alguns construídos com recursos das próprias companhias. Estará ainda apto a receber pousos comerciais em casos de problemas com o Aeroporto Salgado Filho.

O projeto recebeu grande apoio ainda do poder público: uma lei estadual para doação de parte do terreno à empresa, e duas com incentivos fiscais municipais.

Na fábrica, a Diamond Aircraft não está sozinha. A Aeromot afirma que já tem parceria para fabricar aviões de outra grande empresa, a ser oficialmente anunciada durante a inauguração da pedra fundamental do AeroCITI na quinta-feira (23).

A fabricação do DA62 deve iniciar em janeiro de 2027, ainda em um modelo de montagem de componentes importados e com a conclusão de três aeronaves no ano. A empresa pretende a partir daí instalar a tecnologia para ter toda a linha de produção instalada até 2032.

Imagem de um avião azul do modelo DA62, da Diamond Aircraft
O modelo DA62, da Diamond Aircraft (Crédito:Divulgação)

Sobre os possíveis compradores, o CEO da Aeromot espera que, com a produção nacional, amplie-se o interesse em até financiamentos e assim cresça a demanda. Ele adiciona que mais de 80% da utilização desse modelo é para viagens de trabalho, seja como veículo privado ou de empresas, e que o Brasil, apesar de ocupar o posto de segundo maior mercado de aviação executiva no mundo, conta com uma frota relativamente velha, com média de 40 anos.

“Hoje, 90% das vendas que a gente faz são à vista. Não tem nenhum tipo de incentivo. A ideia de trazer [a fabricação para cá], inclusive, é fomentar e transformar isso no produto brasileiro com financiamento local”, afirma Guilherme Cunha. 

O primeiro avião de transporte movido à etanol

Em outra frente, a Aeromot investe em pesquisa. Há mais de um ano a empresa desenvolve em parceria com a em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, empresa pública ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) uma aeronave bimotora para ser a primeira de transporte movida a etanol no mundo. Atualmente, o uso mais frequente do combustível ocorre em aeronaves agrícolas. O objetivo é iniciar sua produção em cerca de cinco anos.

“A gente entende que é um pilar importantíssimo para as próximas gerações. Sabemos que a aviação vai passar por uma transformação muito grande nos próximos 30 anos com a necessidade da descarbonização, e obviamente a gente tem que se preparar para isso”, afirma Cunha.

Guilherme Cunha, CEO da Aeromot
Guilherme Cunha, CEO da Aeromot (Crédito:Divulgação)

Na frente de pesquisa, a Aeromot também mantém parcerias com diversas universidades que poderão fazer uso do espaço, como a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o Instituto BI0S (Brazilian Institute of Data Science) da Unicamp (Universidade de Campinas), a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o Parque Tecnológico de São José dos Campos e a PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).

O espaço do AeroCITI contará ainda com um Museu do Avião a céu aberto, com área de 24 mil m², área de playground para crianças, pista de caminhada e atividades recreativas.

Aeromot já fabricou aviões antes

Com 58 anos desde sua fundação, o foco da Aeromot virou-se na última década para as operações de distribuição e de modificações de aeronaves. Nesta segunda frente, a empresa acumula projetos como a instalação de sistemas médicos, blindagem e monitoramento de vigilância em modelos para polícias militares de diferentes estados e Policia Federal. Durante a Copa do Mundo de 2014, a empresa colaborou com o sistema de segurança e logística aérea.

Entre a década de 1980 e começo dos anos 2000, no entanto, a empresa fabricou os modelos Guri e Ximango. Com algumas variações, eram modelos para até duas pessoas, comercializados sobretudo para forças aéreas de diferentes países. Cada um contabiliza mais de 100 aeronaves vendidas.

Os números, no entanto, são modestos perto de outras brasileiras no setor, como a Flyer Indústria Aeronáutica, que divulga mais de 2,3 mil aeronaves vendidas em 40 anos, e a líder Embraer, mais focada em aviões comerciais, com produção de algumas centenas no ano.

Hangar da Aeromot em Minas Gerais
Hangar da Aeromot em Minas Gerais (Crédito:Divulgação)

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Netflix culpa despesa tributária de R$ 3,3 bi no Brasil por lucro abaixo do esperado

 

Netflix afirmou nesta terça-feira, 21, que não atingiu metas de Wall Street para o resultado do terceiro trimestre devido a uma despesa inesperada bilionária decorrente de uma disputa tributária no Brasil.

O serviço de streaming teve lucro líquido de US$ 2,5 bilhões e um lucro diluído por ação de US$5,87 no período de julho a setembro, enquanto analistas esperavam US$3 bilhões de lucro, o equivalente a US$6,97 por ação, de acordo com a LSEG.

A companhia afirmou que o resultado veio abaixo do esperado por causa de uma disputa tributária “em andamento” no Brasil que a obrigou a registrar uma despesa de US$619 milhões (cerca de R$3,3 bilhões) no resultado do terceiro trimestre.

A Netflix informou que sua margem operacional para o terceiro trimestre foi de 28%. Sem essa despesa tributária no Brasil, a margem operacional teria excedido a previsão da empresa de 31,5%, disse a companhia.

“Não esperamos que esse assunto tenha um impacto material sobre os resultados futuros”, disse a Netflix no balanço.

A empresa não citou detalhes sobre a disputa tributária no Brasil, mas citou que é relacionada a um período iniciado em 2022 e que vai até o terceiro trimestre. Procurada no Brasil, a companhia não comentou o assunto de imediato.

“O impacto acumulado dessa despesa (aproximadamente 20% dela é relacionada ao ano de 2025 e o restante relacionado ao período 2022 a 2024) reduziu nossa margem operacional em mais de cinco pontos percentuais no terceiro trimestre”, disse a Netflix no balanço.

Para o quarto trimestre, a Netflix previu uma receita de US$11,96 bilhões, em comparação com a projeção de Wall Street de US$11,90 bilhões. A empresa projetou o lucro por ação um centavo acima da previsão média de analistas, a US$5,45.

Stranger Things e NFL

A empresa lançará a última temporada de um de seus maiores sucessos, “Stranger Things”, em novembro e dezembro, e transmitirá dois jogos ao vivo da NFL no Natal.

“Estamos terminando o ano com um bom ímpeto e temos uma lista empolgante (de lançamentos) para o quarto trimestre”, disse a Netflix.

Segundo a companhia, no terceiro trimestre a animação “K-Pop Demon Hunters” se tornou o filme mais assistido da história da Netflix.

No início deste ano, a Netflix parou de divulgar números de assinantes e pediu aos investidores que se concentrassem na receita e no lucro. A companhia tem mais de 300 milhões de assinantes no mundo.

Haddad diz que governo enviará ao Congresso dois projetos para resolver buraco no Orçamento

 

O Executivo enviará ao Congresso Nacional dois projetos de lei alternativos à Medida Provisória 1303, que alterava a tributação de aplicações financeiras e previa a taxação de bets e medidas de cortes de despesas, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira, 21.

Em entrevista à GloboNews, Haddad afirmou que “se tudo der certo”, as medidas devem ser enviadas ao Congresso ainda nesta terça-feira. Segundo ele, um dos projetos tratará do controle de gastos e deverá ser incluído em proposta já em tramitação no Congresso que poderá ir à votação nesta semana ainda. O outro projeto tratará da taxação de “bets” e fintechs.

A MP inicialmente previa também a tributação de LCAs e LCIs, títulos de investimento atualmente isentos, e proposta de elevação da tributação de bets, mas, para aumentar as chances de aprovação, esses trechos foram retirados no texto levado à votação em comissão mista do Congresso, onde chegou a ser aprovada. A matéria, no entanto, foi retirada de pauta de votação na Câmara dos Deputados no último dia de validade, no início do mês.

Sem a arrecadação esperada com a MP, a área econômica do governo avalia quais ajustes são necessários para garantir o cumprimento de metas e o encaminhamento da proposta de orçamento para 2026.

Cálculos da Fazenda apontam que a MP teria impacto fiscal de R$ 14,8 bilhões em 2025 e de R$ 36,2 bilhões em 2026, e o governo busca agora formas de recompor essas perdas.

Segundo Haddad, o projeto que tratará de revisão de despesas pode render mais de R$ 15 bilhões, podendo chegar até a R$ 20 bilhões.

O que está na mesa:

– Regras mais rígidas para concessão de seguro defeso;

– Volta de pelo menos parte do aumento da alíquota do IOF;

– Limitação das compensações tributárias (impacto de R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 10 bilhões em 2026);

– Taxação de bets (impacto de R$ 1,70 bilhão em 2026);

– Elevação de CSLL para fintechs (impacto de R$ 1,580 bilhão em 2026).

Haddad declarou ainda que os líderes do governo se dispuseram a anexar o texto proposto pelo governo a relatórios que estejam prontos para serem votados no Congresso. Outros itens também podem ser incluídos em projetos que já estão tramitando.

O ministro disse que o governo divide indicadores positivos com o Congresso, que aprovou várias medidas de interesse do Executivo. Ele afirmou, entretanto, que está com “certa” dificuldade no Congresso citando ao menos duas derrotas neste ano.

Com informações da Agência Estado

Ibram prevê investimentos de mais de US$ 2 bi em projetos de terras raras no Brasil até 2029

 

As mineradoras preveem investimentos de US$ 18,45 bilhões em projetos relacionados a minerais críticos no Brasil até 2029 e esse montante deverá crescer, afirmou o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira, 21, a jornalistas.

O montante representa cerca de 27% do total de investimentos em projetos de mineração com um todo no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, terras raras deverão receber investimentos de US$ 2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028, segundo dados do Ibram.

“Os investimentos em minerais críticos, vocês podem ter certeza, estão aumentando e vão continuar crescendo”, disse Jungmann, ao participar de coletiva de imprensa sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.