Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
WASHINGTON,
28 OUT (ANSA) – A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, afirmou
que pretende recomendar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
ao Prêmio Nobel da Paz, segundo confirmou a porta-voz da Casa Branca,
Karoline Leavitt, nesta terça-feira (28). A declaração foi feita durante
o encontro bilateral entre os dois líderes na Residência de Estado, no
bairro de Minato, em Tóquio, marcando a primeira visita oficial de Trump
ao Japão desde 2019. A intenção de Takaichi já havia sido antecipada
por alguns meios de comunicação japoneses.
Durante a reunião, a
premiê expressou o desejo de “criar uma nova era de ouro para a aliança
Japão-EUA” e agradeceu a Trump por sua “amizade” com seu antecessor
Shinzo Abe, assassinado há três anos. “O Japão é um aliado dos Estados
Unidos nos mais altos níveis”, respondeu Trump, destacando a importância
da parceria estratégica entre os dois países.
Nas conversas que
antecederam o encontro bilateral, o presidente americano elogiou a
decisão japonesa de intensificar a cooperação em segurança, incluindo o
aumento das compras de equipamentos militares dos EUA. Nesse contexto,
Takaichi reafirmou o compromisso de elevar os gastos com defesa para 2%
do PIB até março, dois anos antes da meta inicialmente prevista para
2027.
Desde a revisão da Estratégia de Segurança Nacional no final
de 2022, o Japão vem ampliando significativamente seu orçamento de
defesa. Takaichi, conhecida por suas posições conservadoras e
considerada herdeira política de Abe, prometeu atualizar o documento em
2026. Analistas apontam que a líder busca reproduzir a relação próxima que Abe mantinha com Trump durante seu mandato anterior.
A
cúpula ocorre em meio ao fortalecimento da aliança Japão-EUA diante do
avanço militar da China e das ameaças nucleares da Coreia do Norte. Na
frente econômica, os líderes confirmaram a implementação integral do
acordo comercial assinado em julho, que prevê investimentos japoneses de
até US$ 550 bilhões nos EUA ? em áreas como semicondutores, minerais
estratégicos e construção naval.
Em contrapartida, Trump anunciou
redução de tarifas sobre importações japonesas, incluindo a diminuição
da taxa sobre automóveis de 27,5% para 15%. Após as negociações,
Takaichi e Trump seguiram a bordo do helicóptero presidencial Marine One
para a base naval de Yokosuka, onde visitaram o porta-aviões USS George
Washington.
A visita faz parte de uma turnê asiática de Trump,
que começou na Malásia e seguirá para a Coreia do Sul, onde o presidente
americano deve se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, na
quinta-feira (30), em mais uma tentativa de reduzir tensões regionais e
reafirmar a presença dos EUA na Ásia-Pacífico.
O
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e presidente em
exercício, Geraldo Alckmin, defendeu o projeto que retira, em seis anos,
despesas das Forças Armadas de até R$ 30 bilhões do teto de gastos do
arcabouço fiscal e da meta de resultado primário (a diferença entre
despesas e receitas, fora os juros da dívida. A declaração de Alckmin
foi feita em conversa com jornalistas após um evento em Cáceres (MT).
“Nós
devemos ter Forças Armadas mais equipadas do ponto de vista de
tecnologia, de capacitação tecnológica e uma das prioridades principais é
a fronteira. O Brasil tem uma fronteira seca gigantesca e aí é
necessário você ter uma maior presença de segurança”, afirmou Alckmin.
A
proposta, de origem no Senado, uniu senadores do PT ao PL, sendo
relatada pelo líder do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e
relatado pelo líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP). A proposta não
passou por comissão e foi aprovada na Casa sem passar por comissões ou
avaliações de impactos fiscais. Ela agora tramita na Câmara, onde não há
data para votação.
O
texto libera até R$ 3 bilhões fora do teto do arcabouço e da meta
fiscal em 2025 para os investimentos nas Forças Armadas. A partir de
2026, durante seis anos, serão R$ 5 bilhões anuais fora do teto. O valor
investido em 2026 deve ser descontado do limite em 2026.
Carlos Bonifácio Santana não participou de leilão que atingiu preços recordes, com sacas de café vendidas por R$ 8,7 mil
Carlos Bonifácio Santana comemora a vitória em 1º lugar do 4º Prêmio
Chapa de Minas, na categoria Origens, voltada para pequenos produtores
(menos de 20 hectares). Crédito: Divulgação/Sebrae/Pedro Antônio
Matheus Almeidai
Tomar
um dos melhores cafés da safra deste ano na região do Vale do
Jequitinhonha, em Minas Gerais, será um privilégio de uma família só. O produtor
Carlos Bonifácio Santana ficou em 1º lugar em uma das categorias do
Prêmio Chapada de Minas, porém decidiu não vender a sua produção. A
premiação ocorreu na última sexta-feira, 24.
Os cafés especiais
leiloados no prêmio bateram recordes de preço. O segundo colocado na
categoria de Carlos Bonifácio, focada em produtores com lavouras
inferiores a 20 hectares, vendeu a saca de 60 kg por R$ 8,7 mil.
Compradores tentaram comprar o café do agricultor até mesmo depois da premiação, mas ele se recusou a vender.
“Eu
não vendi, está aqui em casa. Estou tomando ele agora inclusive”, conta
Carlos Bonifácio Santana em entrevista à IstoÉ Dinheiro.
O
agricultor conta que no dia da premiação não tinha uma saca do seu café
para venda, pois realizou a finalização de uma quantidade suficiente
apenas para enviar à competição. Os grãos colhidos restantes permanecem
em sua casa, na cidade de Angelândia (MG), e serão destinados para
consumo próprio.
“Eu
tenho direito de tomar especial também. É muito melhor! Um café de
paladar muito melhor, o aroma muito melhor, um café cheiroso, gostoso”,
orgulha-se.
O
produtor correu risco inclusive de ser desclassificado. A regra do
concurso determina o mínimo de uma saca para leilão. Todavia, a ausência
do produto para venda só foi descoberta após a entrega dos troféus.
Que café é esse?
Segundo
a descrição apresentada na premiação, o café de Carlos Bonifácio
apresenta sabor doce de frutas amarelas, como maracujá, com uma acidez
cítrica, corpo licoroso e final persistente e doce.
O
cafeicultor conta que não realizou a poda adequada para esta safra, o
que reduziu consideravelmente a quantidade total de grãos produzidos. Da
colheita, uma parte ainda menor passou pela secagem ideal.
“Eu seco no sol mesmo, porque no secador ele perde qualidade. O sol natural é melhor. E esse ano teve muita chuva”, explica.
O
Prêmio Chapada de Minas é uma competição de cafés especiais, ou seja,
grãos de excelente qualidade, produzidos a partir de técnicas rigorosas
que abrangem o plantio, a colheita e o pós-colheita. A secagem adequada
integra o processo, assim como a peneiragem no tamanho adequado.
A
peneiragem é um processo em que uma máquina seleciona com uma peneira
os grãos de café com um tamanho específico. Neste processo, o volume de
café selecionado é menor do que o total.
Produção de café especial na região é recente
O
trabalho de Carlos Bonifácio com o café especial é recente: iniciou em
2022, após iniciativas implementadas pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o Senar (Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural) para estimular a produção do café especial na região
do Vale do Jequitinhonha, no nordeste mineiro.
Em anos
anteriores, o agricultor já tinha recebido outros prêmios: o 2º lugar na
Semana Internacional de Café de 2022, o 3º lugar na mesma competição em
2024 e o da 1ª Festa do Café de Angelândia em 2025.
Apesar de ter
perdido a oportunidade de bater recorde de preço de venda na região com
o seu café, ele afirma que oportunidades não faltarão. “Eu vou trabalhar em cima do café especial ano que vem e, com certeza, eu serei premiado, com a ajuda de Deus.”
Aposentado
como produtor rural e com esposa também aposentada, Carlos Bonifácio
tem uma filha médica e um filho que ajuda no trabalho de sua pequena
propriedade, onde também mantém criação de animais. “Minha sobrevivência
também vem das reservas que vou fazendo do café”, diz.
Recordes no 4º Prêmio Chapada de Minas
Em meio à alta da cotação do café internacionalmente, os cafés especiais leiloados no prêmio bateram recordes de preço. Atualmente, a saca de café comum custa em torno de R$ 2 mil.
As
sacas dos primeiros lugares das outras duas categorias do 4º Prêmio
Chapada de Minas foram vendidas por R$ 7,1 mil e R$ 8,5 mil. Até então, o
recorde entre as três categorias, registrado em 2024, era de R$ 4,7 mil
em uma saca.
São três vencedores em três categorias. Voltada para
pequenos produtores, a categoria Origens, em que concorreu Carlos
Bonifácio Santana, oferece uma premiação em dinheiro de R$ 2 mil para o
primeiro colocado, R$ 1 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro.
Nas outras duas, voltadas para duas formas diferentes de finalização dos
grãos em propriedades com mais de 20 hectares, o prêmio em dinheiro é
apenas o valor das sacas leiloadas.
O Sebrae Minas é o organizador do Prêmio Chapada de Minas.
(*O repórter viajou para acompanhar o 4º Prêmio Chapada de Minas à convite do Sebrae Minas)
Segundo
o ministro, Hugo Motta disse a ele que há deputados interessados em
incorporar os cortes de gastos em projetos de sua autoria
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Crédito: Reprodução/Canal Gov)
Da Reutersi
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
disse esperar que a parte da medida provisória 1303 que tratava de
corte de gastos seja incorporada a um projeto de lei já em tramitação na
Casa e seja votada pelos parlamentares.
A MP perdeu a validade no início deste mês após ser arquivada pela Câmara dos Deputados.
Haddad
disse que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), lhe
disse que há deputados interessados em incorporar os cortes de gastos em
projetos de sua autoria e que, se aprovado esse trecho, a maior parte
do problema orçamentário do governo estará resolvida.
“A
parte mais incontroversa (da MP 1303), que é colocar um pouco de ordem
na questão do gasto primário, isso possivelmente possa ser incorporado
em um projeto que já está em tramitação”, disse Haddad a jornalistas ao
chegar ao Ministério da Fazenda, em Brasília.
“O presidente Hugo
me ligou na semana passada e disse que dois ou três parlamentares
estariam disponíveis para incorporar a parte incontroversa da MP, que
mal ou bem responde por 60% do problema que temos que resolver até o
final do ano.”
Logo do Threads, da Meta, em foto de ilustração 06/07/2023 REUTERS/Dado Ruvic
darlanlvarengai
A
gigante da mídia social Meta lançou nesta segunda-feira, 27,
publicações que são automaticamente arquivadas 24 horas após serem
carregadas, chamadas de “posts fantasmas”, em seu aplicativo Threads, imitando um recurso popular disponível em suas outras plataformas.
O
objetivo do recurso é aumentar o uso, expandindo as opções para os
usuários compartilharem publicações no aplicativo, semelhante aos
“stories” amplamente utilizados no Instagram e no Facebook, ambos também
da Meta.
Todas
as respostas a publicações fantasmas serão enviadas para as caixas de
entrada de mensagens dos usuários, não permitindo que outros usuários
vejam quem curtiu e respondeu.
“Você pode compartilhar pensamentos não filtrados e novas ideias sem a pressão da permanência ou do polimento”, disse a Meta.
Os
usuários podem criar esse tipo de publicação alternando o ícone de
fantasma no menu de criação de publicações, e as publicações aparecerão
como um balão de bate-papo pontilhado em cinza no feed para
diferenciá-las das publicações normais.
O Threads foi lançado em 2023 como concorrente do X, de Elon Musk. Em agosto, o Threads tinha 400 milhões de usuários ativos.
Marco Stefanini, fundador e CEO do Grupo Stefanini (Crédito: CDI)
Eduardo Vargasi
O fundador e CEO do Grupo Stefanini, Marco Stefanini, mantém sua postura de defesa pela desoneração da folha de pagamentos – o que considera uma ‘batalha perdida, infelizmente’. O executivo participou da edição mais recente do Dinheiro Entrevista.
Segundo o empresário e executivo, a medida era para formalizar empregos,
e não fazer com que o setor pagasse menos impostos. Além disso, disse
que o impacto fiscal da medida, da ordem de R$ 10 bilhões, “não é nada
perto dos rombos do Brasil”.
“Infelizmente
os governos passados disseminaram para muitos setores…….desvirtuaram. A
gente nunca conseguiu mostrar, na verdade, que o setor de tecnologia
ele foi um dos únicos, ou o único, que aumentou o nível de emprego na
crise do governo Dilma. E não porque tinham mais pessoas empregadas em
tecnologia, porque houve uma formalização dos empregos” disse.
“A
faixa salarial de empresa de tecnologia é maior, então você também paga
imposto de renda. Nossa alíquota era a maior que tinha, de 4,5%. Na
prática nós já mostramos com números para a Receita Federal e todos que o
setor pagava mais imposto do que antes [da
desoneração], mas infelizmente houve uma visão uníssona, digamos assim,
que desoneração é que você não paga imposto, que você tá dando dinheiro
para empresário para engordar”, completou Marco Stefanini.
Na
visão do empresário, a medida intensifica o que considera um desbalanço
– como exemplo, cita os incentivos para áreas impactadas pelo tarifaço
dos Estados Unidos, cujo impacto nos cofres públicos é análogo ao da
desoneração da folha de pagamentos.
“Você
tem agora um plano de incentivo aos data centers. É muito maior que
isso [desoneração da folha]. Então você tem uma série de iniciativas do
governo de incentivos fiscais, e que matou quem gera emprego de
qualidade, que é o caso de tecnologia. Então, eu me sinto frustrado.
Acho que o setor não conseguiu mostrar sua importância.”
Stefanini
frisa que o debate permeou diferentes lados do espectro ideológico,
citando que teve ‘embates com o governo anterior e também com esse’
acerca do tema.
A sua visão é de que o regramento, nos moldes
atuais, incentiva especialmente as pequenas e médias empresas a
contratar funcionários no modelo de pessoa jurídica – o que diminui a
arrecadação.
A polêmica da desoneração da folha de pagamentos
O
empresário que está a frente de uma das maiores multinacionais
brasileiras de tecnologia figurou como uma voz proeminente na oposição
ao fim da desoneração da folha de pagamentos no Brasil.
A tese –
compartilhada por outros empresários do ramo de TI – foca no fato de que
a medida pressiona os custos de contratação, dado que o setor é
intensivo em mão de obra qualificada.
Projeções defendidas por ele
e por entidades setoriais como a Brasscom (Associação Brasileira das
Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), a reoneração
poderia levar à perda de dezenas de milhares de empregos no setor, além
da redução de competitividade de companhias brasileiras no mercado
global.
Em 2017, a Medida Provisória 774/17 propôs reverter o
regime em que empresas de determinados setores podiam substituir a
contribuição previdenciária patronal sobre a folha por uma contribuição
sobre a receita bruta.
Stefanini participou desse movimento
articulado de pressão junto à sociedade e ao governo para preservar o
regime preferencial para o setor de TI. O posicionamento foi amplificado
por meio de articulações com associações setoriais e mobilização de
grandes nomes da TI, como Totvs, BRQ e Resource, para sensibilizar
parlamentares e o governo.
A repercussão do debate levou o
Congresso a modificar o texto original da MP que acabava com a
desoneração já em julho de 2017; o relator propôs adiar a reoneração
para janeiro de 2018 para dar fôlego às empresas.
Também foi
fechado acordo para manter a desoneração para setores estratégicos como
tecnologia da informação e comunicação (TI/TIC) no texto que acabou
sendo aprovado no Congresso.
Apesar desse recuo, o regime de
desoneração foi posteriormente restringido: em 2018, o benefício foi
estendido até o fim de 2020 apenas para alguns setores, incluindo TI,
com alíquota de 4,5% sobre a receita bruta no lugar dos 20% sobre a
folha.
Caso está no STF
A novela da desoneração da folha
de pagamentos teve um desfecho conturbado e gradual entre 2023 e 2025.
Em, em meados de outubro, o Congresso Nacional aprovou a prorrogação da
desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até o
final de 2027.
O projeto também incluía a redução da alíquota de contribuição previdenciária para municípios menores.
Todavia,
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente a
prorrogação, argumentando que a medida era inconstitucional e não
apresentava o impacto orçamentário detalhado.
Em dezembro o Congresso derrubou o veto presidencial, restabelecendo a prorrogação da desoneração.
O
caso então foi judicializado, com o Governo Federal acionando o Supremo
Tribunal Federal (STF) contra a lei que prorrogou a desoneração. O
Ministro Cristiano Zanin concedeu uma liminar suspendendo a lei.
A
decisão do STF gerou uma forte reação dos setores empresariais e dos
parlamentares e então se iniciaram negociações sobre o tema
Em
meados de setembro foi costurado um acordo, com Lula sancionando a lei
que pôs fim ao embate, com a desoneração da folha sendo mantida
integralmente para os 17 setores durante todo o ano de 2024 e ficando
estabelecido que a partir de 2025 começaria um processo de reoneração
gradual.
O modelo de transição aprovado prevê um sistema híbrido e progressivo até 2028:
Em
2025 s empresas beneficiadas passarão a pagar uma alíquota de 5% sobre a
folha de pagamento, enquanto a contribuição sobre a receita bruta (o
modelo da desoneração) será reduzida
De 2026 a 2027 as
alíquotas sobre a folha de pagamento aumentarão progressivamente para
10% e 15%, respectivamente, com a contrapartida da diminuição da
alíquota sobre a receita
Em 2028 a desoneração será
completamente extinta, e todas as empresas dos 17 setores voltarão a
pagar a alíquota padrão de 20% de contribuição previdenciária sobre a
folha de salário
Na sexta-feira, 17, o STF começou a julgar o
mérito da ação que discute a prorrogação da desoneração da folha de
pagamento dos 17 setores. A suprema corte se debruça sobre uma ação
apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU) que questiona a
constitucionalidade do dispositivo da lei, aprovada em 2023.
O ministro Cristiano Zanin se manifestou favorável a inconstitucionalidade da lei que prorrogou a desoneração
da folha de pagamentos, sendo o relator do caso. Com seu voto, tornou
definitiva a decisão liminar que havia suspendido a desoneração no ano
passado. Ele alegou falta de indicação das fontes da renúncia fiscal,
mas não se pronunciou sobre a lei que estabeleceu a reoneração gradual
entre 2025 e 2027.
Os irmão Joesley e Wesley Batista (Crédito: Grupo J&F/Divulgação)
Estadão Conteúdoi
A Âmbar Energia,
empresa do grupo J&F, dos irmãos Batista, anunciou a compra de três
termelétricas no Acre, pertencentes à empresa Rovema. As usinas somam
69,4 megawatts (MW) de potência instalada e são responsáveis pelo
abastecimento de cerca de 30 mil unidades consumidoras, o que equivale a
cerca de 20% das ligações elétricas do Estado.
Por ora, a Âmbar
não opera no Acre e, portanto, a transação também representa uma
expansão geográfica da companhia, que passará a atuar em 11 Estados
brasileiros.
O
valor do negócio não foi informado. A conclusão da operação ainda
depende de análise e aprovação dos órgãos reguladores, como a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade).
As
usinas adquiridas são movidas a óleo combustível e operam em diferentes
localidades do Acre: a termelétrica Cruzeiro do Sul, de 52,8 MW, a
Feijó (7,2 MW) e a Tarauacá (9,4 MW), localizadas nos municípios de
mesmo nome.
Em nota, o presidente da Âmbar Energia, Marcelo
Zanatta, salientou que as novas unidades fortalecem a presença da
empresa na Região Norte e ampliam o portfólio de fontes de geração.
“Reafirmamos nosso compromisso com a segurança energética e com o
fornecimento contínuo de energia às comunidades locais. As usinas do
estado são decisivas para esse propósito”, disse o executivo.
A
Âmbar vem em um movimento de forte apetite por usinas de geração
termelétrica, movidas a diferentes combustíveis, incluso aqueles mais
poluentes e que têm sido alvo de desinvestimento por parte de grandes
companhias, como usinas a óleo combustível e carvão. No entanto, também
expandiu seu portfólio com usinas de fontes renováveis ou menos
poluentes, inclusive nuclear.
Numa das mais recentemente operações
anunciadas, surpreendeu o mercado ao informar, em 15 de outubro, um
acordo para a compra da participação da Eletrobras na Eletronuclear,
responsável pela operação das usinas de Angra 1 e 2.
No início do
mês, em 3 de outubro, informou sobre um acordo para a compra da
distribuidora Roraima Energia e de quatro termelétricas instaladas no
Estado, todos ativos pertencentes ao grupo amazonense Oliveira Energia.
Ainda
ao longo de outubro, a Âmbar concluiu outras três transações já
conhecidas do mercado anteriormente: a compra da termelétrica a gás
natural Santa Cruz, que pertencia à Axia Energia (antiga Eletrobras); a
aquisição da termelétrica a óleo diesel Goiânia II, detida pela GNPW
Participações, e a compra das usinas hídricas, Machado Mineiro,
Sinceridade, Martins e Marmelos para a Âmbar Hidroenergia, que eram de
propriedade da Cemig.