segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Roberto Campos Neto vê risco de ‘desintermediação bancária’ com avanço dos tokens e da digitalização

 


O ex-presidente do Banco Central (BC) e atual Vice-Chairman e Chefe Global de Políticas Públicas do Nubank, Roberto Campos Neto, considera positivo o avanço a passos largos da tokenização dos ativos e da digitalização dos bancos – tema o qual o BC está na vanguarda com o Agenda BC#. Entretanto, não descarta riscos atrelados ao sistema bancário em si por conta desse panorama.

“Agora, o próximo passo é estimular os bancos a tokenizar seus ativos, transformando-os em representações digitais (tokens), para integrar o sistema tradicional ao digital. Esse movimento será decisivo: quem conseguir unir os dois mundos primeiro, o bancário e o cripto, vai sair na frente”, disse Campos Neto em evento do Milken Institute que ocorre nesta segunda-feira, 10, em São Paulo.

“Um desafio, porém, é o risco de desintermediação bancária. Com o avanço das carteiras digitais e stablecoins, parte dos depósitos está migrando dos bancos para esses novos sistemas. Isso reduz a base de captação e pode afetar a oferta de crédito e a política monetária no futuro”, completou o ex-presidente do BC.

Campos Neto considera que o Brasil está relativamente ‘bem posicionado’ para liderar o processo de tokenização, classificando a regulação atual como ‘avançada’.

A sua visão é de que o sistema financeiro deve adotar uma solução que é proposta desde meados de 2018, o conhecido “token de depósito” – um mecanismo que manteria os ativos digitais dentro do balanço das instituições financeiras, permitindo a integração com o sistema bancário tradicional.

Esse token funciona dentro de uma infraestrutura blockchain ou rede distribuída, mas ainda assim é um ativo lastreado em depósitos reais mantidos pelo banco – ou seja, para cada token emitido existe o mesmo valor guardado em reais (ou outra moeda) dentro do banco.

Com essa modernização, transações transfronteiriças devem ser mais simples, abrindo portas para envio e recebimento de remessas de dinheiro de um país para outro com custos reduzidos e uma agilidade substancialmente maior.

Tripé do futuro é IA, organização de dados e Open Finance

Campos Neto ainda categorizou que o futuro será moldado pela interação de três pilares: Open Finance, organização dos dados e inteligência artificial.

“Essa combinação permitirá automatizar pagamentos, segregar garantias, personalizar crédito com base em perfis de risco e reduzir assimetrias de informação. Quanto mais dados disponíveis, mais eficiente será o crédito – e por ventura menor o spread bancário.”

O Vice-Chairman do Nubank frisou que as fintechs têm reduzido spreads de crédito no Brasil e isso deve se intensificar ainda mais.

“Em breve, o cliente terá um marketplace financeiro integrado, com dados de todos os seus bancos, podendo escolher e migrar produtos com poucos cliques”, disse Campos Neto.


André Esteves: resolver o fiscal é ‘óbvio e fácil’ e reajuste real do salário mínimo é ‘algo questionável’

 

O Chairman e Senior Partner do BTG Pactual, André Esteves, avalia que resolver parte dos problemas fiscais do Brasil, na verdade, é uma tarefa relativamente ‘óbvia’. Esteves esteve presente no Global Investors’ Symposium São Paulo 2025, evento do Milken Institute que ocorre em São Paulo nesta segunda-feira, 10.

O banqueiro, após questionado, também considerou que o patamar atual de juros ‘está alto demais’ e que o Brasil ‘não merece’ uma Selic a 15%.

“Nós vivemos uma coisa um pouco idiossincrática. Não existe uma perfeita e otimizada coordenação entre a política fiscal e política monetária. No fundo, eu queria ver a fiscal mais apertada e a monetária mais frouxa”, disse.

Segundo Esteves, está praticamente certo que os juros comecem a cair no início de 2026, e então a discussão do mercado é centrada em até onde irá o ciclo de flexibilização.

Nesse sentido, avalia que um ajuste fiscal na casa de 2% do PIB seria necessário, uma medida na qual ‘não vê nenhuma dificuldade’.

“Estamos com desemprego zero, o que é uma benesse, e ainda assim temos uma política de salário mínimo com reajuste real, que é algo questionável. Tem coisas óbvias que precisam ser feitas”, defende.

O banqueiro ainda tocou em outros pontos relativos à proteção social. Apesar de se considerar um defensor do Bolsa Família desde a sua concepção, Esteves acena para cortes no programa, ressaltando que a ‘rede de proteção social do Brasil ficou maior do que a da França e da Noruega’.

“Precisamos empurrar essa turma para o mercado de trabalho. É isso que vai definir se os juros vão ser de 6% ou 7% ou se vão ser de 10% [no fim do ciclo de cortes].”

Menos capital dos EUA

Sobre o cenário global, Esteves pontua que a situação nos EUA tem ditado o comportamento do capital globalmente, dado que ao fim de 2024 se viu um excepcionalismo americano, mas o cenário geopolítico – com forte influência do tarifaço de Trump – derrubou o panorama de multilateralismo diplomático e comercial.

Assim, investidores institucionais e grandes players passaram a alocar em outras geografias.

“Desde o liberation day tivemos uma diversificação de portfólios a nível global. Aquela hiperconcentração nos EUA e no dólar foi algo que caiu ao longo deste ano.”

‘IA está gastando quase uma Covid por ano’

Sobre os investimentos massivos em Inteligência Artificial (IA), o banqueiro se mostrou relativamente cético, criticando o volume exagerado de aportes no segmento.

Na sua avaliação, os US$ 350 bilhões de Capex em IA no acumulado de 2025 se aproximam dos US$ 400 bilhões que o governo americano gastou para conter a crise do Covid-19 – incluindo auxílios e estímulos.

“Por uma lado é algo promissor, mas ainda não temos certeza do business model“, conclui André Esteves.

Acordo UE-Mercosul não pode condenar agricultores franceses, diz ministra

 

A ministra da Agricultura da França, Annie Genevard, afirmou neste domingo (09/11) que seu país não assinará um acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul que, em “última análise, condene” os agricultores franceses.

A declaração foi dada em entrevista ao Journal du Dimanche e publicada três dias após o presidente Emmanuel Macron expressar impressões “positivas” sobre uma aprovação do acordo comercial entre a UE e o Mercosul.

“Queremos apoiar os nossos agricultores, e é por isso que a França não assinará um acordo que, em última análise, os condene”, disse a ministra.

Na entrevista, ela reafirmou as “linhas vermelhas” da França: “uma cláusula de salvaguarda agrícola específica”, medidas que impeçam a importação para a Europa de produtos agrícolas que não cumpram as normas sanitárias e ambientais europeias e um reforço dos controles sanitários.

Quanto à cláusula de salvaguarda, Genevard insistiu na ideia de “poder acionar um freio de emergência se, por exemplo, o setor [agrícola] for ameaçado por uma queda maciça dos preços relacionada a um afluxo de produtos importados”.

Em suas dúvidas, a França não se sente sozinha, acrescentou a ministra da Agricultura, mencionando Polônia, Áustria, Holanda, Irlanda e Hungria.

Genevard ressaltou que, enquanto todas as garantias exigidas pelo governo francês não estiverem por escrito, validadas e aceitas pelos nossos parceiros do Mercosul, a França manterá sua posição contrária ao acordo.

Macron se mostra otimista

Na quinta-feira passada, em visita ao Brasil para a COP30, Macron se mostrou “bastante positivo” sobre a possibilidade de aprovar o acordo, embora tenha ressalvado que a França se manterá “vigilante”, o que gerou fortes críticas por parte dos partidos políticos e do setor agrícola francês.

Nesse mesmo dia, já no México, o chefe de Estado francês tentou acalmar os ânimos e assinalou que a França “continua esperando respostas claras” antes de dar seu aval ao acordo.

O acordo comercial com o Mercosul, cujo projeto foi validado pela Comissão Europeia em 3 de setembro e deve agora ser aprovado pelos 27 países-membros após uma negociação de décadas, facilitaria a exportação de mercadorias produzidas na UE para os países integrantes do Mercosul, em troca de facilitar a importação no bloco comunitário de produtos sul-americanos.

as (Efe, AFP)

China suspende veto de exportação para EUA de três metais raros

 

A China anunciou neste domingo (9) que suspendeu a proibição de exportações para os Estados Unidos de três metais raros (gálio, antimônio e germânio), em mais um sinal de distensão entre os dois países.

As restrições, adotadas em dezembro de 2024, eram direcionadas aos produtos denominados “de uso duplo”, que podem ser utilizados para fins civis e militares.

A proibição está suspensa “até 27 de novembro de 2026”, indicou o Ministério do Comércio chinês em comunicado, confirmando um anúncio da Casa Branca feito há alguns dias.

A medida é um novo sinal de boa vontade por parte de Pequim após o encontro entre os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Donald Trump, em 30 de outubro na Coreia do Sul.

O encontro permitiu dissipar meses de tensões que afetaram a economia mundial.

A proibição de dezembro de 2024 estipulava que “a princípio, a exportação para os Estados Unidos de produtos de uso duplo relacionados ao gálio, germânio, antimônio e materiais superduros não estava autorizada”.

O Ministério do Comércio chinês não indicou explicitamente, no entanto, se a partir de agora seriam concedidas autorizações, nem quando, nem em que volume.

As restrições à exportação dos metais raros, essenciais para a indústria moderna, viraram um ponto de disputa entre Pequim e Washington, que competem pela hegemonia tecnológica mundial.

– Infravermelho e munições –

A China é um importante produtor mundial dos três metais, que não integram o grupo das chamadas “terras raras”, outro grupo de metais cruciais para muitos setores da economia.

O gálio, utilizado principalmente em circuitos integrados, LEDs e painéis fotovoltaicos, é considerado pela União Europeia como uma matéria-prima crítica.

O germânio é essencial para fibras ópticas e infravermelho, enquanto o antimônio é utilizado em semicondutores, baterias e retardantes de chamas.

O Ministério do Comércio também anunciou a flexibilização das restrições sobre a exportação de produtos de uso duplo relacionados ao grafite.

As medidas adotadas pela China representam um novo passo na distensão das relações com os Estados Unidos após o encontro Xi-Trump.

A China anunciou na quarta-feira a prorrogação por um ano da suspensão de parte das tarifas impostas aos produtos americanos em plena guerra comercial, com as taxas mantidas, no momento, em 10%.

O país asiático também informou que deixará de aplicar as “tarifas adicionais” impostas desde março ao óleo de soja e outros produtos agrícolas americanos, medidas que afetavam diretamente a base eleitoral de Donald Trump.

O presidente americano anunciou no final de outubro que a China havia aceitado suspender por um ano as restrições impostas em 9 de outubro à exportação de tecnologias relacionadas às terras raras, essenciais para a defesa, a indústria automobilística e o setor eletrônico.

A pastelaria no quarteirão que faltava para o Zaffari erguer nova torre ao lado do Allianz Parque

 

A expansão do grupo Zaffari em São Paulo quase esbarrou em um ícone de bairro. Há 50 anos no mesmo endereço, a Pastelaria Brasileira, na Rua Palestra Itália, era o último ponto que faltava ser negociado para que os donos do shopping Bourbon avançassem com seus planos de ampliação na zona oeste da capital.

Fundada em 1975, a lanchonete se consolidou como ponto de encontro de torcedores do Palmeiras — a menos de 500 metros do Allianz Parque — e referência entre os moradores da região. O espaço costuma estar sempre lotado até mesmo em dias em que não há eventos na arena.

Abandonar a clientela fiel, que vai muito além dos palmeirenses, nunca esteve nos planos dos três sócios: Zezito, Liberato e Alvacir. Este último é sobrinho do fundador da pastelaria e, junto dos colegas conterrâneos da Bahia que já trabalhavam ali, assumiu o negócio no início dos anos 2000.

Desde que chegaram à Pompeia em 2008, os gaúchos do Grupo Zaffari tinham um plano claro: expandir o Bourbon Shopping para o outro lado da Rua Palestra Itália. Aos poucos, foram comprando empreendimento por empreendimento — o quarteirão inteiro, inclusive os imóveis acima da Pastelaria Brasileira. Mas os três amigos à frente da lanchonete nunca aceitaram sair. Inclusive, a única coisa no terreno que ainda funciona fora a pastelaria é um estacionamento, primeiro empreendimento comprado pelo grupo Zaffari cerca de 30 anos atrás.

Zaffari
Pastelaria Brasileira (Foto: Ismael Jales/ IstoÉ Dinheiro)

A solução veio em forma de uma troca. Segundo contou Liberato à IstoÉ Dinheiro, essa foi a virada decisiva nas negociações. O ponto atual já não comportava o tamanho que a pastelaria ganhou ao longo dos anos, faltava espaço para atender a clientela que só crescia.

Pelo acordo firmado entre o Zaffari, a Pastelaria Brasileira e a incorporadora, o negócio não deixará o terreno. Pelo contrário: será ampliado, ganhando cerca de 30% a mais de espaço.

A aposta é que o novo endereço traga ainda mais movimento. Hoje com 13 funcionários, a Pastelaria Brasileira já planeja reforçar a equipe, com a contratação de pelo menos mais três colaboradores.

Pastelaria Brasileira (Crédito: Ismael Jales/ IstoÉ Dinheiro)

Liberato vê a mudança com entusiasmo, mas lamenta a demora. “Esperava que fosse antes, temos um acordo há quase dois anos”, disse.

Segundo Cláudio Zaffari, diretor do grupo, o projeto ainda está em fase de estudo e deve sair do papel apenas em 2026. O plano prevê um complexo que combine comércio, habitação e serviços, mantendo a Pastelaria Brasileira no local, mas em posição mais estratégica, de frente para a saída do shopping.

Expansão do Zaffari

Com 90 anos recém-completados, o Grupo Zaffari vive uma fase de expansão acelerada. Dono da rede Bourbon Shopping, o grupo gaúcho inaugurou recentemente um novo centro comercial em Porto Alegre e mira o fortalecimento da operação em São Paulo, especialmente na região metropolitana.

A estratégia inclui novos empreendimentos e supermercados, com investimentos superiores a R$ 1 bilhão até 2027, valor que deve ser revisado para cima em 2026. Além do empreendimento na Pompeia, o Zaffari também prepara a entrada no espaço do antigo Carrefour no Shopping Center Norte e um projeto atacadista em Taboão da Serra, consolidando sua presença nacional.

Keeta: sindicato de Santos relata práticas abusivas do novo app de delivery

 

O Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Santos (Sinhores) cobrou explicações da Keeta, novo aplicativo de delivery da gigante chinesa Meituan, sobre uma série de reclamações de empresários a respeito de práticas abusivas na primeira semana de funcionamento. O Keeta começou a operar em Santos no dia 30.

A coluna teve acesso a um documento enviado neste sábado, 8, à Keeta, no qual o presidente do sindicato, Arthur Veloso, e o diretor de Delivery, Gustavo Gaia, apontam práticas consideradas abusivas, como descontos compulsórios e falta de transparência nos serviços oferecidos.

Segundo Veloso e Gaia, empresários relatam descontos aplicados sem autorização, problemas técnicos no aplicativo, ausência de suporte adequado, contratos com páginas em outro idioma, bloqueio da autonomia dos restaurantes na edição de preços e promoções e até inadimplência em consumos realizados por funcionários da Keeta durante o período de testes da plataforma.

No documento, o sindicato afirma que a postura observada tem sido percebida como “intransigente e pouco transparente” e que as manifestações soam como um “sinal de alerta” logo no início da operação da empresa no Brasil.

A entidade reforça que não medirá esforços para combater práticas abusivas e defende um mercado “livre, competitivo e ético”, que assegure condições justas para os estabelecimentos parceiros.

À coluna, a Keeta alegou que os descontos são discutidos com os restaurantes antes da assinatura dos contratos. Ao contrário do que o sindicato e empresários vem alegando, sobre a falta de autonomia, a empresa afirmou que “as promoções são opcionais” e que os restaurantes podem removê-las a qualquer momento.

Leia mais na coluna Guilherme Amado, no PlatôBR.

Chefes da BBC renunciam após críticas a documentário sobre Trump

 

Após a BBC ser criticada na imprensa britânica por um documentário sobre Donald Trump e acusada pela Casa Branca de espalhar fake news, o diretor-geral da emissora pública britânica, Tim Davie, e a chefe de reportagem Deborah Turness anunciaram neste domingo (09/11) que deixariam seus cargos.

No centro da polêmica está um programa sobre Trump veiculado pela BBC às vésperas da reeleição dele nos Estados Unidos, em novembro de 2024, com a reprodução de trechos de um discurso de 2021 do republicano a apoiadores momentos antes da invasão do Capitólio.

“Como todas as organizações públicas, a BBC não é perfeita, e temos que ser sempre abertos, transparentes e responsáveis”, declarou Davie em um comunicado postado no site da emissora. “Embora não tenha sido o único motivo, o atual debate em torno da BBC News compreensivelmente contribuiu para a minha decisão. No geral, a BBC tem trabalhado bem, mas houve alguns erros e eu, como diretor-geral, tenho que assumir a responsabilidade.”

Já Turness afirmou em nota aos funcionários que a polêmica em torno do documentário sobre Trump “chegou a um estágio onde está causando danos à BBC – uma instituição que eu amo”. “Embora erros tenham sido cometidos, quero que fique absolutamente claro que as alegações recentes de que a BBC News é institucionalmente enviesada são errôneas.”

A BBC está sob escrutínio permanente da imprensa britânica por ser uma empresa pública de comunicação, financiada por uma taxa de 174,5 libras esterlinas (R$ 1.224,75) cobrada de cada domicílio britânico.

Um dos apresentadores da BBC, Nick Robinson, disse que a preocupação com os padrões editoriais da emissora é “genuína”, mas que temia estar em curso “uma campanha política por pessoas que querem destruir a organização”.

Crise começou com denúncia à imprensa britânica

A crise de imagem na BBC foi deflagrada com a publicação na imprensa britânica de partes de um dossiê crítico à emissora elaborado por Michael Prescott, que no passado prestou consultoria à empresa pública de comunicação.

Prescott aponta que, no caso da reportagem sobre Trump, duas falas proferidas em momentos distintos do discurso de 2021 foram juntadas na edição para sugerir que o presidente teria incentivado a invasão do Capitólio “Nós vamos marchar até o Capitólio e eu estarei lá com vocês […]. E nós lutaremos. Nós lutaremos à beça.”

A edição da BBC também não incluiu um trecho em que Trump, que não aceitou a derrota eleitoral para Joe Biden, dizia a apoiadores que queria que eles protestassem de forma “pacífica e patriótica”.

Prescott também criticou a redação árabe da BBC, acusando-a de ter um viés anti-Israel na cobertura da guerra na Faixa de Gaza e de trabalhar com colaboradores que manifestaram visões antissemitas. Também disse que a emissora adotou uma posição militante em relação a questões de gênero, recusando-se a cobrir “qualquer história que levantasse questões difíceis”.

Reagindo ao dossiê de Prescott na sexta-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, referiu-se à BBC como “100% fake news” e a chamou de “máquina de propaganda”.

As denúncias também repercutiram entre conservadores britânicos. Um deles, o ex-premiê Boris Johnson, disse que Davie tinha que “se explicar ou renunciar [ao cargo]”, e acusou-o de adotar um “viés esquerdista” à frente da emissora.