terça-feira, 11 de novembro de 2025

ADP: EUA perderam em média 11.250 empregos no setor privado nas 4 semanas encerradas em 25/10

 

O mercado de trabalho dos Estados Unidos mostrou sinais de fraqueza no fim de outubro, segundo dados da ADP divulgados nesta terça-feira, 11. A empresa informou que o setor privado perdeu, em média, 11.250 vagas nas quatro semanas encerradas em 25 de outubro. O levantamento aponta que o mercado “lutou para produzir empregos de forma consistente na segunda metade de outubro”.

O número faz parte de uma nova série semanal da ADP que busca capturar as variações de emprego no setor privado ao longo do mês.

Na leitura mensal divulgada na semana passada, a ADP havia estimado criação líquida de 42 mil empregos no setor privado em outubro, resultado ligeiramente acima da previsão de 38 mil de analistas consultados pela FactSet.

Os números da ADP, baseados em folhas de pagamento privadas, costumam antecipar a tendência do relatório oficial de emprego dos EUA (payroll), que reúne informações dos setores público e privado.

No entanto, a divulgação do payroll segue suspensa por tempo indeterminado devido ao shutdown do governo federal, informou anteriormente o Departamento do Trabalho.

A paralisação, em seu 42º dia, já comprometeu a publicação de vários indicadores econômicos e dificulta a leitura mais precisa do ritmo da economia norte-americana.

*Com informações da Dow Jones Newswires

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Grupo de Institutos, Fundações e Empresas divulga dados inéditos da filantropia climática

 

O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) chega à Conferência das Partes (COP30), em Belém, com uma missão clara: mostrar como a filantropia brasileira vem se consolidando como força essencial na adaptação climática. Durante o evento, a organização lança dados inéditos sobre a atuação do Investimento Social Privado (ISP) na agenda climática e reforça o papel do setor na transição para uma economia mais justa e sustentável. Só em 2022, as organizações associadas ao GIFE mobilizaram recursos da ordem de R$ 5 bilhões direcionados a ações filantrópicas de impacto social.

“Este é um momento histórico que demanda a mobilização de toda a sociedade”, afirma o secretário-geral do GIFE, Cassio França. “A filantropia climática avança no Brasil, construindo pontes entre agendas ambientais, sociais e econômicas e reafirmando seu papel estratégico neste processo emergencial de adaptação climática, regeneração ambiental, transição para uma economia justa e redução das desigualdades”, completa.

O chamado “Roadmap Baku-Belém” – plano político e técnico que estabeleceu compromissos entre a COP29, no Azerbaijão, e a COP30, no Brasil – prevê a necessidade de US$ 1,3 trilhão em investimentos públicos e privados para apoiar as nações em desenvolvimento na implementação de suas metas climáticas até 2035.

Entretanto, o relatório Funding Trends 2024, da ClimateWorks Foundation, aponta que apenas 2% de todo o investimento filantrópico global é destinado à ação climática – um volume ainda insuficiente diante da crise crescente. No Brasil, contudo, 6% das organizações filantrópicas já investem diretamente na agenda climática, três vezes mais que a média mundial, segundo aponta o GIFE.

“O País dá um bom exemplo de incorporação do clima no universo filantrópico, cujo potencial de crescimento é expressivo”, observa França. “Estamos alinhados com o governo brasileiro: clima tem de estar relacionado a todos os demais temas sociais, culturais e econômicos”, complementa.

Durante a COP30, o GIFE coordena e participa de uma série de painéis e lançamentos. No dia 15 de novembro, promove o painel “O Papel e o Lugar da Filantropia no Financiamento Climático no Brasil”, com lançamento dos dados de clima do novo Censo GIFE 2024-2025. No dia 17 de novembro, participa da ação “Dia da Filantropia: parcerias inovadoras por um futuro sustentável”. No dia 18 de novembro, estará no debate “Filantropia em Ação: Acelerando Implementação e Impacto no Clima”, promovido pela WINGS, parceira do GIFE. E no dia 19 de novembro, lança os dados do Relatório de Monitoramento do Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas, durante o painel “Filantropia Brasileira na Ação Climática”.

Capitaneado pelo GIFE, o Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas é o primeiro documento desse porte em um país do Sul Global. “Além de estimular a ação climática no campo filantrópico, também estamos monitorando os avanços das fundações e dos institutos associados ao GIFE”, destaca França.

Ao assinarem o Compromisso, as organizações assumem o desafio de repensar suas práticas – da gestão interna às decisões de investimento, passando pelas estratégias de financiamento, comunicação e incidência.

Brasil prefere taxação de super-ricos a ‘CPMF global’ para chegar em meta climática, diz Haddad

 

O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou nesta segunda-feira, 10, que o Brasil prefere a taxação do super-ricos do que a criação de um Imposto Global sobre Transações Financeiras, que está sendo chamado de CPMF global, para atingir a meta de US$ 1 trilhão por ano para a transição climática. 

A declaração foi dada durante entrevista a CNN Brasil, em que Haddad lembrou da ideia da taxação dos super ricos que o Brasil sugeriu no G20. 

“Vamos analisar todas as ideias na COP, não podemos recusar debater o que é trazido pelos demais países. Nós no G20 sugerimos a taxação dos super-ricos. Estamos tentando alcançar uma meta de US$ 1 trilhão e somente as 3 mil famílias mais ricas do mundo detém US$ 15 trilhões de riqueza, podendo gerar um fluxo de riqueza de US$ 300 bilhões por ano”, afirmou. 

A proposta brasileira partiu de um estudo do economista francês Gabriel Zucman e propõe um imposto mínimo de 2% da riqueza dos bilionários do mundo. 

Fundo de Florestas e Mercado de internacional são outras ideias brasileiras

 Ainda sobre a conferência, o ministro afirmou que essa está sendo a COP “mais pragmática da história” e que o debate sobre quem vai pagar a conta para a transição climática será longa e que é preciso “não vender ilusões”. Porém, ele acredita que os debates sobre o Fundo Tropical das Florestas (TFFF) e a criação de regras para um mercado internacional de carbono podem andar mais rápido. 

“Tivemos uma meta de US$ 10 bilhões sobre o Fundo Tropical de Florestas e já temos US$ 5,5 bi anunciados. China, Emirados Árabes e Países Baixos já se mostraram interessados em participar e acreditamos que depois do anúncio da Alemanha, vamos superar esse valor. A criação do mercado internacional de carbono também é uma ideia que pode crescer rápido”, acredita. 

Justiça decreta falência da Oi: ‘Impossibilidade de pagamento de dívidas’

O drama da Oi chegou ao seu último capítulo após quase uma década em recuperação judicial. Nesta segunda-feira, 10, foi decretada a falência da companhia, encerrando de vez o projeto da outrora super tele nacional.

A ordem foi expedida pela juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, decretando a convolação do processo de recuperação em falência.

“Não há mais surpresas quanto ao estado do Grupo em recuperação judicial. A Oi é tecnicamente falida”, descreveu.

No despacho, a magistrada apontou ainda para a liquidação ordenada dos ativos da Oi, visando maximizar o valor para pagamento do saldo remanescente junto aos credores. “Cessada a sanha de liquidação desenfreada, além da garantia da ininterrupção dos serviços de conectividade, é possível se proceder à sua liquidação ordenada, na busca da maximização de ativos em prol de todos aqueles atingidos pelo resultado deste processo”.

A juíza determinou a continuação provisória das atividades da Oi até que os serviços sejam assumidos por outras empresas.

Por enquanto, a operação da Oi ficará com um dos administradores judiciais do processo, o escritório Preserva-Ação, que já havia sido nomeado interventor após o afastamento da diretoria e do conselho da empresa. A Justiça também dispensou a continuidade dos serviços prestados pelos outros dois administradores (escritórios Wald e K2).

A decisão pela falência da Oi foi tomada após a empresa e o seu interventor apontarem uma situação de insolvência dos negócios, na sexta-feira, 7. As partes citaram a impossibilidade de a companhia arcar com o pagamento das dívidas, nem adotar medidas para dar um ânimo ao caixa.

Além disso, a Oi já havia descumprido partes do seu plano de recuperação em andamento. “A despeito de todas as tentativas e esforços, não há mínima possibilidade de equacionamento entre o ativo e o passivo da empresa. Não há mínima viabilidade financeira no cumprimento das obrigações devidas pela Oi”, afirmou Chevrand.

A juíza deu sinal verde para os credores convocarem uma assembleia na qual vão eleger um comitê para tratar da liquidação da empresa. Neste momento, ficam suspensas todas as ações e execuções contra a falida, segundo ordem judicial.

Antes de ir de vez à lona, a Oi chegou a pedir para flexibilizar as condições atuais de pagamento aos credores, mas isso não chegou a ser apreciado, dados os problemas observados.

“O que se verificou pelas contas apresentadas pela Administração Judicial é que a proposta de aditamento, ainda que viesse a ser aprovada pelos credores, não possuiria o condão de elidir a situação de insolvência vivenciada pelo grupo”, citou a juíza.

A Oi entrou em recuperação pela primeira vez em 2016, com R$ 65 bilhões de dívidas. Hoje, está na segunda recuperação, com mais de R$ 15 bilhões ainda a pagar em dívidas dentro e fora do processo de recuperação.

Há poucas semanas, a empresa fez o pedido de mudanças no plano de recuperação com vistas a flexibilizar os acordos com credores, o que não chegou a ser apreciado.

Além disso, a Oi se articulou para abrir um novo processo de recuperação nos Estados Unidos, também sem sucesso.

 

Assaí anuncia redução de investimentos para 2026

 


 Imagem destaque: Assaí anuncia redução de investimentos para 2026

 


 O Assaí Atacadista pretende investir cerca de R$ 700 milhões em 2026. Este valor é inferior ao estimado para este ano, que varia entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão. "A nova projeção considera o cenário macroeconômico atual e as expectativas de mercado para o próximo ano", afirma a rede. Além disso, segundo a companhia, a decisão faz parte da estratégia de continuidade de disciplina financeira e foco na redução da alavancagem. Mesmo com o corte no volume de investimentos, o Assaí manteve o plano de abrir 10 unidades em 2026 - mesmo número de inaugurações previsto para este ano.

 Entre julho e setembro, a rede abriu duas lojas no estado de São Paulo, localizadas em São José do Rio Preto e Osasco. Nos últimos 12 meses, foram inauguradas oito unidades. Além disso, na última semana, foram iniciadas as atividades de uma filial em Jacarepaguá (RJ), totalizando 305 lojas em operação.

 

 https://gironews.com/atacado-cash-carry/assai-anuncia-reducao-de-investimentos-para-2026/

Roberto Campos Neto vê risco de ‘desintermediação bancária’ com avanço dos tokens e da digitalização

 


O ex-presidente do Banco Central (BC) e atual Vice-Chairman e Chefe Global de Políticas Públicas do Nubank, Roberto Campos Neto, considera positivo o avanço a passos largos da tokenização dos ativos e da digitalização dos bancos – tema o qual o BC está na vanguarda com o Agenda BC#. Entretanto, não descarta riscos atrelados ao sistema bancário em si por conta desse panorama.

“Agora, o próximo passo é estimular os bancos a tokenizar seus ativos, transformando-os em representações digitais (tokens), para integrar o sistema tradicional ao digital. Esse movimento será decisivo: quem conseguir unir os dois mundos primeiro, o bancário e o cripto, vai sair na frente”, disse Campos Neto em evento do Milken Institute que ocorre nesta segunda-feira, 10, em São Paulo.

“Um desafio, porém, é o risco de desintermediação bancária. Com o avanço das carteiras digitais e stablecoins, parte dos depósitos está migrando dos bancos para esses novos sistemas. Isso reduz a base de captação e pode afetar a oferta de crédito e a política monetária no futuro”, completou o ex-presidente do BC.

Campos Neto considera que o Brasil está relativamente ‘bem posicionado’ para liderar o processo de tokenização, classificando a regulação atual como ‘avançada’.

A sua visão é de que o sistema financeiro deve adotar uma solução que é proposta desde meados de 2018, o conhecido “token de depósito” – um mecanismo que manteria os ativos digitais dentro do balanço das instituições financeiras, permitindo a integração com o sistema bancário tradicional.

Esse token funciona dentro de uma infraestrutura blockchain ou rede distribuída, mas ainda assim é um ativo lastreado em depósitos reais mantidos pelo banco – ou seja, para cada token emitido existe o mesmo valor guardado em reais (ou outra moeda) dentro do banco.

Com essa modernização, transações transfronteiriças devem ser mais simples, abrindo portas para envio e recebimento de remessas de dinheiro de um país para outro com custos reduzidos e uma agilidade substancialmente maior.

Tripé do futuro é IA, organização de dados e Open Finance

Campos Neto ainda categorizou que o futuro será moldado pela interação de três pilares: Open Finance, organização dos dados e inteligência artificial.

“Essa combinação permitirá automatizar pagamentos, segregar garantias, personalizar crédito com base em perfis de risco e reduzir assimetrias de informação. Quanto mais dados disponíveis, mais eficiente será o crédito – e por ventura menor o spread bancário.”

O Vice-Chairman do Nubank frisou que as fintechs têm reduzido spreads de crédito no Brasil e isso deve se intensificar ainda mais.

“Em breve, o cliente terá um marketplace financeiro integrado, com dados de todos os seus bancos, podendo escolher e migrar produtos com poucos cliques”, disse Campos Neto.


André Esteves: resolver o fiscal é ‘óbvio e fácil’ e reajuste real do salário mínimo é ‘algo questionável’

 

O Chairman e Senior Partner do BTG Pactual, André Esteves, avalia que resolver parte dos problemas fiscais do Brasil, na verdade, é uma tarefa relativamente ‘óbvia’. Esteves esteve presente no Global Investors’ Symposium São Paulo 2025, evento do Milken Institute que ocorre em São Paulo nesta segunda-feira, 10.

O banqueiro, após questionado, também considerou que o patamar atual de juros ‘está alto demais’ e que o Brasil ‘não merece’ uma Selic a 15%.

“Nós vivemos uma coisa um pouco idiossincrática. Não existe uma perfeita e otimizada coordenação entre a política fiscal e política monetária. No fundo, eu queria ver a fiscal mais apertada e a monetária mais frouxa”, disse.

Segundo Esteves, está praticamente certo que os juros comecem a cair no início de 2026, e então a discussão do mercado é centrada em até onde irá o ciclo de flexibilização.

Nesse sentido, avalia que um ajuste fiscal na casa de 2% do PIB seria necessário, uma medida na qual ‘não vê nenhuma dificuldade’.

“Estamos com desemprego zero, o que é uma benesse, e ainda assim temos uma política de salário mínimo com reajuste real, que é algo questionável. Tem coisas óbvias que precisam ser feitas”, defende.

O banqueiro ainda tocou em outros pontos relativos à proteção social. Apesar de se considerar um defensor do Bolsa Família desde a sua concepção, Esteves acena para cortes no programa, ressaltando que a ‘rede de proteção social do Brasil ficou maior do que a da França e da Noruega’.

“Precisamos empurrar essa turma para o mercado de trabalho. É isso que vai definir se os juros vão ser de 6% ou 7% ou se vão ser de 10% [no fim do ciclo de cortes].”

Menos capital dos EUA

Sobre o cenário global, Esteves pontua que a situação nos EUA tem ditado o comportamento do capital globalmente, dado que ao fim de 2024 se viu um excepcionalismo americano, mas o cenário geopolítico – com forte influência do tarifaço de Trump – derrubou o panorama de multilateralismo diplomático e comercial.

Assim, investidores institucionais e grandes players passaram a alocar em outras geografias.

“Desde o liberation day tivemos uma diversificação de portfólios a nível global. Aquela hiperconcentração nos EUA e no dólar foi algo que caiu ao longo deste ano.”

‘IA está gastando quase uma Covid por ano’

Sobre os investimentos massivos em Inteligência Artificial (IA), o banqueiro se mostrou relativamente cético, criticando o volume exagerado de aportes no segmento.

Na sua avaliação, os US$ 350 bilhões de Capex em IA no acumulado de 2025 se aproximam dos US$ 400 bilhões que o governo americano gastou para conter a crise do Covid-19 – incluindo auxílios e estímulos.

“Por uma lado é algo promissor, mas ainda não temos certeza do business model“, conclui André Esteves.