O
Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) chega à Conferência
das Partes (COP30), em Belém, com uma missão clara: mostrar como a
filantropia brasileira vem se consolidando como força essencial na
adaptação climática. Durante o evento, a organização lança dados
inéditos sobre a atuação do Investimento Social Privado (ISP) na agenda
climática e reforça o papel do setor na transição para uma economia mais
justa e sustentável. Só em 2022, as organizações associadas ao GIFE
mobilizaram recursos da ordem de R$ 5 bilhões direcionados a ações
filantrópicas de impacto social.
“Este é um momento
histórico que demanda a mobilização de toda a sociedade”, afirma o
secretário-geral do GIFE, Cassio França. “A filantropia climática avança
no Brasil, construindo pontes entre agendas ambientais, sociais e
econômicas e reafirmando seu papel estratégico neste processo
emergencial de adaptação climática, regeneração ambiental, transição
para uma economia justa e redução das desigualdades”, completa.
O
chamado “Roadmap Baku-Belém” – plano político e técnico que estabeleceu
compromissos entre a COP29, no Azerbaijão, e a COP30, no Brasil – prevê
a necessidade de US$ 1,3 trilhão em investimentos públicos e privados
para apoiar as nações em desenvolvimento na implementação de suas metas
climáticas até 2035.
Entretanto,
o relatório Funding Trends 2024, da ClimateWorks Foundation, aponta que
apenas 2% de todo o investimento filantrópico global é destinado à ação
climática – um volume ainda insuficiente diante da crise crescente. No
Brasil, contudo, 6% das organizações filantrópicas já investem
diretamente na agenda climática, três vezes mais que a média mundial,
segundo aponta o GIFE.
“O País dá um bom exemplo de
incorporação do clima no universo filantrópico, cujo potencial de
crescimento é expressivo”, observa França. “Estamos alinhados com o
governo brasileiro: clima tem de estar relacionado a todos os demais
temas sociais, culturais e econômicos”, complementa.
Durante
a COP30, o GIFE coordena e participa de uma série de painéis e
lançamentos. No dia 15 de novembro, promove o painel “O Papel e o Lugar
da Filantropia no Financiamento Climático no Brasil”, com lançamento dos
dados de clima do novo Censo GIFE 2024-2025. No dia 17 de novembro,
participa da ação “Dia da Filantropia: parcerias inovadoras por um
futuro sustentável”. No dia 18 de novembro, estará no debate
“Filantropia em Ação: Acelerando Implementação e Impacto no Clima”,
promovido pela WINGS, parceira do GIFE. E no dia 19 de novembro, lança
os dados do Relatório de Monitoramento do Compromisso Brasileiro da
Filantropia sobre Mudanças Climáticas, durante o painel “Filantropia
Brasileira na Ação Climática”.
Capitaneado pelo GIFE, o
Compromisso Brasileiro da Filantropia sobre Mudanças Climáticas é o
primeiro documento desse porte em um país do Sul Global. “Além de
estimular a ação climática no campo filantrópico, também estamos
monitorando os avanços das fundações e dos institutos associados ao
GIFE”, destaca França.
Ao assinarem o Compromisso, as
organizações assumem o desafio de repensar suas práticas – da gestão
interna às decisões de investimento, passando pelas estratégias de
financiamento, comunicação e incidência.