sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Indústria paulista demite 25.500 trabalhadores em novembro

Indústria paulista demite 25.500 trabalhadores em novembro

A indústria paulista demitiu 25.500 trabalhadores em novembro, o que representou uma queda de 0,84% no nível de emprego em relação a outubro, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quinta-feira, 15, o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp).

Na série sem ajuste, o recuo foi de 1,14%. Segundo o Depecon, o número ficou acima do esperado, parte em função de demissões no setor de açúcar e álcool, provocadas pelo fim da safra de cana.

No ano, o acúmulo de demissões atingiu 116.500 vagas (-5,03%) e, em 12 meses, a queda foi de 7,18%, com menos 170 mil postos de trabalho.
 
O gerente do Depecon, Guilherme Moreira, afirmou, em nota, que era esperado para novembro uma atenuação da queda do nível do emprego, mas isso não aconteceu. "Jogou um balde de água fria."
 
Moreira ainda disse que, somando as perdas de 2014 e 2015 e a expectativa para o fechamento do ano de 2016, as demissões na indústria paulista chegarão a 500.000. "E não enxergamos uma forte recuperação ano que vem", reconheceu Moreira.
 
Dos 22 setores que integram a indústria paulista, só o segmento de informática, produtos eletrônicos e ópticos, teve saldo positivo de vagas, com 1.477 contratações a mais que demissões (variação de 2,54% em relação a outubro).
 
Na análise regional, 31 das 36 regiões tiveram recuo no nível do emprego, com as quedas mais intensas em Jaú (-8,12%) e Sertãozinho (-7,24%). Três ficaram estáveis e somente duas apresentaram alta, Jacareí (1,25%) e Santo André (0,87%) 

(Agência Estado, 15/12/16)

Países em desenvolvimento assumem a liderança global de energia limpa


Países em desenvolvimento assumem a liderança global de energia limpa
Climatescope: grupo chave de nações emergentes constrói 18% mais capacidade de energia renovável que países mais ricos, e quatro entre cinco nações já estabeleceram metas nacionais de energia limpa



Climatescope: grupo chave de nações emergentes constrói 18% mais capacidade de energia renovável que países mais ricos, e quatro entre cinco nações já estabeleceram metas nacionais de energia limpa.

De acordo com a última edição do Climatescope, os países em desenvolvimento assumiram compromissos sem precedentes para consumir mais energia limpa no futuro, mesmo sendo os atuais líderes no desenvolvimento de energias renováveis, com recorde de instalações de novos projetos eólicos e solares.

O Climatescope, índice e ferramenta on-line que avalia a competitividade no mercado de energia limpa entre países em desenvolvimento, apoiado pelos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos, oferece um retrato abrangente da atividade de energia renovável em 58 mercados emergentes na África, Ásia e América Latina e Caribe. O grupo inclui os principais países em desenvolvimento: China, Índia, Egito, Paquistão, Brasil, Chile, México, Quênia, Tanzânia e África do Sul, além de dezenas de outros países. Visitantes do www.global-climatescope.org podem usar o site para saber mais sobre políticas e atividades de cada país com foco em energia limpa, fazer download de bancos de dados e comparar os países baseado em seu desempenho.

Este é o terceiro ano em que o Climatescope é realizado globalmente e reflete a atividade em 2015, um ano que culminou na assinatura do Acordo Climático de Paris nas discussões organizadaspela ONU em dezembro. No período que antecedeu essas negociações, três quartos das nações do Climatescope apresentaram ou reiteraram compromissos para reduzir suas futuras emissões de CO2. Um número ainda maior declarou suas metas para alcançar determinados objetivos de consumo de energia limpa nos próximos anos.

No entanto, esses países não estão esperando para começar a aumentar a participação da energia renovável em suas matrizes. As nações do Climatescope adicionaram ao todo 69,8 gigawatts de energia eólica, solar, geotérmica e outras fontes de geração renovável em 2015 – o mesmo que a capacidade total instalada hoje na Austrália. Entre eles, a China representou a maior parte da atividade, mas os países menores também desempenharam papéis importantes. Em comparação, os países mais ricos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) construíram 59,2 gigawatts no ano passado.

 
Entre as demais principais conclusões do Climatescope estão:
 

A queda acentuada dos custos dos equipamentos solares está catalisando as construções e estimulando o crescimento dessa fonte. O investimento em energia solar em países do Climatescope aumentou em 43%, chegando a US$ 71,8 bilhões em 2015. Os leilões realizados para contratação de energia destacaram que, em questão de custo, a energia fotovoltaica (FV) agora pode competir e derrotar projetos de combustíveis fósseis em alguns países.

Energia solar barata, modelos de negócios inovadores e uma nova geração de empresários estão revolucionando a forma como as questões de acesso à energia são abordadas em nações menos desenvolvidas. Novos participantes focados em soluções “off-grid” ou “mini-grid” estão desafiando a suposição de que apenas uma rede elétrica interconectada pode atender às necessidades dos 1,2 bilhão de habitantes mundiais sem acesso adequado à energia. Uma grande quantidade dessas start-ups é financiada por fundos privados, e ao todo conseguiram angariar mais de US$ 450 milhões ao longo de 2015.

As economias desenvolvidas estão acelerando o financiamento da energia limpa em mercados emergentes. Investidores privados, instituições de financiamento do desenvolvimento e credoresdos países da OCDE representaram quase metade de todo o capital dos países do Climatescope (excluindo a China, onde praticamente todo o capital foi disponibilizado localmente). Em comparação, em 2012, investimentos provenientes das nações da OCDE representaram apenas um terço de todo o capital destinado à energia renovável nos países do Climatescope.

Alguns países do Climatescope com as maiores taxas de penetração de energia renovável estão começando a enfrentar desafios de integração. Alguns concluíram projetos antes que redes de transmissão adequadas pudessem ser construídas. Outros não priorizaram energia limpa de projetos eólicos ou solares em suas redes em detrimento a usinas a carvão.

Melhorias de condições e crescente aumento de ambições são refletidos em pontuações mais altas alcançadas pela maioria dos países pesquisados no Climatescope. O projeto classifica os países de 0 a 5 com base nas condições que eles criam para promover o desenvolvimento de energia limpa. A média geral subiu de 1,14 no ano passado para 1,35, enquanto o número de países com pontuação acima de 2 saltou de dois para 10. Assim como nos últimos dois anos, a China mais uma vez lidera o ranking geral do Climatescope. Entre os dez países no topo do ranking, Chile, Honduras, Quênia, México e Uruguai registraram o maior aumento de pontuação.

A América Latina continua na liderança em termos de desenvolvimento de energia renovável entre as nações analisadas no Climatescope. Mandatos ambiciosos de energia limpa e leilões agressivos estão estimulando a implantação de projetos renováveis na região e pressionando a redução dos preços de energia solar e eólica. A América Latina garantiu US$ 21,9 bilhões em energia limpa em 2015, o que representa uma queda de US$ 1,5 bilhão em relação a 2014.
 
Pela primeira vez em todas as edições do Climatescope, o Brasil não obteve o primeiro lugar na região da América Latina e do Caribe. A pontuação do país aumentou em relação ao ano passado, mas não subiu no mesmo ritmo de outras nações da região. Este ano, pela primeira vez, o Chile ocupa a primeira posição na América Latina, principalmente devido ao investimento recorde, que saltou de US$1,3 bilhão em 2014 para US$3,2 bilhões em 2015.

O Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Governo do Reino Unido (DFID, na sigla em inglês) está focado em promover oportunidades de desenvolvimento econômico para ajudar os países emergentes a sair da pobreza e, junto com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), incumbiu a Bloomberg New Energy Finance (BNEF) a responsabilidade de analisar e classificar a perspectiva de desenvolvimento das tecnologias solar, eólica, hidroelétrica, geotérmica, biomassa e outras tecnologias que não emissoras de carbono (com exceção de grandes hidroelétricas). Em muitos países em desenvolvimento, a falta de energia confiável inibe o crescimento econômico. O relatório fornece a pesquisa necessária para impulsionar investimentos em economias em desenvolvimento e garantir fontes de energia limpas e estáveis para milhões das pessoas mais pobres do mundo.

A classificação de um país depende de vários fatores: sua política de investimento em energia limpa, suas condições de mercado, a estrutura de seu setor elétrico; o número e composição de empresas locais que operam no setor deenergia limpa; e os esforços para redução de emissões de gases de efeito estufa. O resultado final é a fonte mais abrangente e única para os tomadores de decisão aprenderem mais sobre as condições de mercado para energia limpa nessas regiões.

A pesquisa completa é facilmente acessada no site global-climatescope.org, que inclui uma ferramenta interativa para os usuários identificarem informações específicas, dos mínimos detalhes por país até a análise específica do setor. O site também permite downloads completos dos dados do Climatescope no formato Excel.

 
Sobre o Climatescope
 

O Climatescope foi desenvolvido em 2012 pelo Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e BNEF, e avaliou inicialmente 26 países na América Latina e Caribe. Em 2014, foi ampliado para incluir 19 países na África, 10 na Ásia, bem como as 15 províncias na China e 10 estados da Índia, graças ao apoio adicional do DFID e USAID. Em 2015, o projeto foi novamente expandido com a inclusão do Egito, Jordânia e Marrocos na lista. 

Para mais informações: global-climatescope.org ou climatescope@bloomberg.net (Bloomberg, 15/12/16)

Weg anuncia aquisição de fabricante de turbinas e transmissões TGM


Weg anuncia aquisição de fabricante de turbinas e transmissões TGM
A fabricante de motores e equipamentos para energia WEG adquiriu o controle da TGM Indústria e Comércio de Turbinas e Transmissões, sediada na cidade de Sertãozinho (SP), informou em comunicado divulgado nesta quinta-feira, sem especificar o valor da transação.

Conforme o documento, a quantia paga na aquisição da TGM não representa investimento relevante para WEG. A operação está sujeita ao cumprimento de determinadas condições e à obtenção de aprovação por parte de autoridades de proteção à concorrência.

A TGM apurou receita líquida de 238 milhões em 2015 e conta com unidades em Maceió, São José dos Campos e Nuremberg, na Alemanha 

(Reuters, 15/12/16)

Petrobras vende fatia na Nova Fronteira por US$133 mi



Petrobras vende fatia na Nova Fronteira por US$133 mi
A Petrobras fechou acordo com a São Martinho para venda de sua fatia de 49 por cento na produtora de etanol Nova Fronteira, por um valor estimado de 133 milhões de dólares, informou a petroleira nesta quinta-feira.

A Nova Fronteira, joint venture formada pela Petrobras Biocombustível (PBIO) e pela São Martinho (com 51 por cento), tem como principal ativo a Usina Boa Vista, localizada em Quirinópolis (GO), dedicada exclusivamente à produção de etanol.

A Reuters antecipou na véspera, com exclusividade, que o negócio seria anunciado nesta quinta-feira.

"Essa operação faz parte do Programa de Desinvestimentos 2015-2016 e será contabilizada para a meta de desinvestimentos do biênio com o valor de 133 milhões de dólares, com base no preço médio ponderado pelo volume dos últimos 30 dias de negociação das ações da São Martinho", afirmou a Petrobras em nota.

Com a venda de participação, a Petrobras já alienou ativos no valor de um pouco mais de 11 bilhões de dólares, de um plano que projeta 15,1 bilhões de dólares para o biênio 2015-2016, que tem como objetivo reduzir o endividamento.

Pelo acordo, a PBIO, subsidiária de biocombustível da Petrobras, e os demais acionistas minoritários na Nova Fronteira receberão novas ações ordinárias da São Martinho em substituição e na proporção das ações que detêm no ativo negociado.

A São Martinho, um dos maiores grupos do setor sucroalcooleiro do Brasil, emitirá 24.023.708 ações (representando 6,59 por cento do capital social), dos quais 24.000.000 ações serão destinadas à PBIO e 23.708 ações aos minoritários da Nova Fronteira.

De acordo com o comunicado, uma eventual venda de ações da São Martinho pela PBIO não estará sujeita a qualquer restrição e poderá ser realizada futuramente através de um processo estruturado.

O fechamento da operação está condicionado à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Petrobras tem participações em nove usinas de açúcar e etanol no Brasil, incluindo a joint venture com a São Martinho, bem como participação em cinco usinas de biodiesel.

A Petrobras também iniciou negociações com a Tereos Internacional para a venda da participação de 45,9 por cento da Petrobras Biocombustível na empresa do setor sucroenergético Guarani 

(Reuters, 15/11/16)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/petrobras-vende-fatia-na-nova-fronteira-por-us133-mi.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/#.WFQzCW6nynU

Marcelo Odebrecht diz que empreiteira fez repasses a Lula


Segundo apuração do Valor Pro, o herdeiro da Odebrecht afirmou em depoimento na Lava Jato que Lula teria recebido pagamentos feitos pela empresa


São Paulo – O herdeiro e ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, confirmou em depoimento de delação premiada na Operação Lava Jato que foram realizados pagamentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive em dinheiro em espécie. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (15) pelo Valor PRO, serviço em tempo real do jornal Valor Econômico.

Segundo a publicação, o empresário afirmou que os valores destinados a Lula foram transferidos do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o departamento conhecido como a “central de propinas” da empresa a políticos e servidores públicos.

Ao Valor, a defesa de Lula disse que não comenta “especulação de delação” e que, segundo os advogados do ex-presidentes, nenhuma das 23 testemunhas selecionadas pelo Ministério Público Federal “confirmou qualquer das teses acusatórias”.

Matéria da Isto É publicada em novembro já apontava que o documento da delação premiada de Marcelo Odebrecht continha a afirmação de que Lula teria recebido dinheiro da empreiteira em dinheiro vivo. A revista afirmou que os repasses teriam sido feitos entre 2012 e 2013, quando o ex-presidente já tinha deixado o cargo no Palácio do Planalto.

Relatório da Polícia Federal divulgado no dia 24 de outubro afirmou que Lula teria recebido R$ 8 milhões da empreiteira por suposta participação em esquemas de corrupção. Segundo a reportagem da Isto É, o valor repassado à Lula em espécie teria vindo desse montante.


Relatório aponta indícios de fraudes na chapa Dilma-Temer


Relatório foi pedido como parte da ação movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa encabeçada pela ex-presidente Dilma Rousseff




São Paulo – Relatório entregue à Corregedoria-Geral Eleitoral sobre as movimentações financeiras da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014, apontou indícios de irregularidades como fraude e desvio de recursos de campanha, informou o Tribunal Superior Eleitoral.

O relatório foi pedido como parte da ação movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa encabeçada pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo atual presidente Michel Temer.

Uma eventual decisão da corte eleitoral pela cassação da chapa pode tirar o mandato presidencial de Temer, que assumiu após o impeachment de Dilma no final de agosto.

“Na conclusão, o relatório aponta que não foram juntados pela defesa da coligação Com a Força do Povo (de Dilma e Temer) documentos e provas materiais da efetiva entrega dos produtos e serviços contratados pela campanha, tampouco foram apresentadas respostas alternativas e objetivas aos quesitos que haviam sido propostos”, afirmou o TSE em nota divulgada em seu site na noite de quinta-feira.

“Além disso, informa que o Ministério Público Eleitoral (MPE) indicou a existência de fortes traços de fraude e desvio de recursos de campanha.”

O relatório foi realizado por uma força-tarefa cujo estabelecimento foi determinado pelo ministro Herman Benjamin, relator do caso no TSE, para auxiliar nas investigações sobre a chapa que venceu as eleições de 2014.

O documento foi contestado pela defesa de Dilma Rousseff que afirmou que a perícia realizada contém “inconsistências e faltas de conclusões concretas”.

“É inadmissível que após quase 2 anos de intensa investigação sobre as contas da chapa Dilma-Temer, inclusive com quebra de sigilos bancários de pessoas físicas e jurídicas, tenha-se concluído de forma genérica por supostos traços de fraude e desvio”, afirma nota assinada pelo advogado Flávio Caetano, que representa Dilma.

“O referido laudo não apresenta nenhum fato, nem qualquer documento que embase suas conclusões genéricas. Laudo pericial deve ser feito para produzir provas, não se prestando a meras ilações ou conjecturas”, acrescentou.

Na terça, Benjamin disse no início da sessão do TSE que não concluirá a elaboração de seu voto sobre o caso antes do recesso judiciário, o que deixa o julgamento do caso no plenário da corte eleitoral para 2017.

Se o TSE decidir cassar a chapa com efeito sobre o mandato de Temer, a eleição para um novo presidente será feita de forma indireta, pelo Congresso Nacional.

Caso o presidente perdesse o mandato ainda neste ano, seriam realizados eleições diretas para escolher seu sucessor.

Os advogados de Temer pediram à Justiça Eleitoral que as contas eleitorais do peemedebista sejam separadas das de Dilma, em uma tentativa de evitar que ele perca o mandato caso o TSE condene a chapa.
 

Pacote econômico terá pouco efeito no curto prazo




Empresários e economistas reconhecem importância das medidas, mas advertem que o resultado não será imediato


Da Redação

redacao@amanha.com.br
Empresários e economistas reconhecem importância das medidas, mas advertem que o resultado não será imediato


O conjunto de medidas econômicas anunciadas pelo governo na quinta-feira (15) foram bem recebidas pelos empresários. Porém, economistas e representantes da indústria são unânime em afirmar que o efeito não será imediato. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, considera que as medidas devem ser acompanhadas por uma ação sistemática e iniciativas que busquem a melhoria do ambiente de negócios do Brasil, especialmente nas áreas tributária e de relações do trabalho. 

A entidade também recorda que algumas medidas adotadas pelo governo já vinham sendo defendidas pelo setor industrial, como o Programa de Regularização Tributária, a restituição mais rápida dos créditos tributários acumulados, inclusive com compensação com débitos previdenciários, redução da multa adicional de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).“No entanto, algumas medidas precisam ser aperfeiçoadas durante a tramitação no Congresso. Nesse sentido, o caso que mais chama a atenção é o do Programa de Regularização Tributária, que ainda não contempla algumas necessidades das empresas”, ressalva a CNI. 

Ao avaliar as medidas, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, considerou os anúncios estratégicos e importantes, mas que dependem de implementação.  Entre as medidas, a desburocratização, com o objetivo de diminuir o Custo Brasil. “São bastante positivas e indicam uma melhora de confiança, não só do empresário, mas do consumidor, o nosso problema hoje é também a diminuição do consumo das famílias”, opina o industrial. 

“Para reativar realmente a economia precisamos de revisões de uma série de questões, entre elas o sistema tributário, o enfoque do que tributar e em que percentuais. A nossa lei trabalhista também precisa de atualização, ela vem desde Getúlio Vargas, e com a implementação da indústria 4.0 mudou o cenário”, cobra Müller. Em termos de impactos diretos para a economia, as medidas mais importantes são aquelas que tratam do Refis. “No momento que o processo de Refis ganhar celeridade, a saída da crise pode ocorrer com um pouco mais de vigor”, reitera Müller. A Federação da Indústrias do Paraná (Fiep) e a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) não emitiram nota sobre o assunto. 

Para José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, as medidas farão diferença no dia a dia das empresas. Para Gonçalves, a novidade foi a parte tributária. “É uma coisa interessante. São dois anos de recessão e as empresas estão amontadas em prejuízo fiscal. Se puder compensar esses prejuízos, dá uma limpada nos balanços. Quando a empresa voltar a ter resultado, ela vai voltar a pagar imposto e o governo vai arrecadar mais”, projeta. Na visão de Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, as ações vão na direção certa, mas o problema é que a falta de demanda na economia. “Enquanto não houver uma situação de retomada da economia via investimento, a economia vai ter dificuldade para crescer e essas medidas não são em sua maioria uma forte clara de retomada de demanda”, argumenta. 


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