sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Pacote econômico terá pouco efeito no curto prazo




Empresários e economistas reconhecem importância das medidas, mas advertem que o resultado não será imediato


Da Redação

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Empresários e economistas reconhecem importância das medidas, mas advertem que o resultado não será imediato


O conjunto de medidas econômicas anunciadas pelo governo na quinta-feira (15) foram bem recebidas pelos empresários. Porém, economistas e representantes da indústria são unânime em afirmar que o efeito não será imediato. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, considera que as medidas devem ser acompanhadas por uma ação sistemática e iniciativas que busquem a melhoria do ambiente de negócios do Brasil, especialmente nas áreas tributária e de relações do trabalho. 

A entidade também recorda que algumas medidas adotadas pelo governo já vinham sendo defendidas pelo setor industrial, como o Programa de Regularização Tributária, a restituição mais rápida dos créditos tributários acumulados, inclusive com compensação com débitos previdenciários, redução da multa adicional de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).“No entanto, algumas medidas precisam ser aperfeiçoadas durante a tramitação no Congresso. Nesse sentido, o caso que mais chama a atenção é o do Programa de Regularização Tributária, que ainda não contempla algumas necessidades das empresas”, ressalva a CNI. 

Ao avaliar as medidas, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, considerou os anúncios estratégicos e importantes, mas que dependem de implementação.  Entre as medidas, a desburocratização, com o objetivo de diminuir o Custo Brasil. “São bastante positivas e indicam uma melhora de confiança, não só do empresário, mas do consumidor, o nosso problema hoje é também a diminuição do consumo das famílias”, opina o industrial. 

“Para reativar realmente a economia precisamos de revisões de uma série de questões, entre elas o sistema tributário, o enfoque do que tributar e em que percentuais. A nossa lei trabalhista também precisa de atualização, ela vem desde Getúlio Vargas, e com a implementação da indústria 4.0 mudou o cenário”, cobra Müller. Em termos de impactos diretos para a economia, as medidas mais importantes são aquelas que tratam do Refis. “No momento que o processo de Refis ganhar celeridade, a saída da crise pode ocorrer com um pouco mais de vigor”, reitera Müller. A Federação da Indústrias do Paraná (Fiep) e a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) não emitiram nota sobre o assunto. 

Para José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, as medidas farão diferença no dia a dia das empresas. Para Gonçalves, a novidade foi a parte tributária. “É uma coisa interessante. São dois anos de recessão e as empresas estão amontadas em prejuízo fiscal. Se puder compensar esses prejuízos, dá uma limpada nos balanços. Quando a empresa voltar a ter resultado, ela vai voltar a pagar imposto e o governo vai arrecadar mais”, projeta. Na visão de Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, as ações vão na direção certa, mas o problema é que a falta de demanda na economia. “Enquanto não houver uma situação de retomada da economia via investimento, a economia vai ter dificuldade para crescer e essas medidas não são em sua maioria uma forte clara de retomada de demanda”, argumenta. 


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