Em relação ao PIB, disse o ministro, trata-se de um cenário em que fica cada vez mais claro que haverá retomada da economia
Segundo o ministro, se a comparação for feita entre o último trimestre de 2017 com o último trimestre de 2016, a pasta já prevê mais de 2% de crescimento.
Meirelles fez a declaração ao comentar a projeção de instituições financeiras de queda do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) para 2017, em que a expectativa de crescimento foi alterada de 0,70% para 0,58%, na nona redução consecutiva.
Em relação ao PIB, disse o ministro, trata-se de um cenário em que fica cada vez mais claro que haverá retomada da economia.
“Nossa expectativa é que o Brasil já esteja trabalhando com crescimento no primeiro trimestre de 2017.” Ele reconheceu que o crescimento médio do ano está em um patamar baixo e que o mercado revisou isso “um pouquinho para baixo”.
“Mas é muito em função dessa queda pronunciada do PIB este ano, inclusive no quarto trimestre”, ressaltou Meirelles, após participar de evento da Receita Federal na Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro.
O ministro lembrou que as projeções do PIB são uma média de 2017 contra a média de 2016. “E como [em] 2016 caiu muito, quando começar o crescimento de 2017, começará de uma base baixa.”
Ele explicou que a média contra a média caracteriza-se por ter baixo crescimento pequeno, mas ressaltou que, se for comparado o último trimestre de 2017 com o último trimestre de 2016, já pode ser previsto mais de 2% de crescimento, quarto trimestre contra quarto trimestre.
“Portanto, isso é que vai ser percebido, em última análise, pela população brasileira: a melhora na margem, isto é, a melhora trimestre a trimestre, chegando ao final do ano com um crescimento importante, se compararmos o último trimestre de 2017 com o último trimestre de 2016.”
Inflação
Meirelles também afirmou que a queda de inflação projetada pelo mercado financeiro é uma “evolução esperada”.
O mercado financeiro passou a projetar inflação dentro da meta este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 6,52% para 6,49%.
A meta de inflação é 4,50% e limite superior de 6,50%. A estimativa para o índice caiu pela sexta vez seguida, segundo o Boletim Focus, feito com base em pesquisa do Banco Central a instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.
“Temos uma evolução esperada, de um lado, a queda da inflação, resultado não só dos projetos de ajuste fiscal que colaboram na formação da expectativa de inflação, mas também do trabalho do Banco Central. Tudo isso faz com que estejamos num processo continuado de convergência da inflação, da expectativa de inflação para a meta. Isso está dentro do esperado”, disse o ministro.Crise
Henrique Meirelles destacou que a crise herdada pelo governo Temer é
enorme: um déficit público de R$ 170 bilhões, uma recessão “que é a
maior da história do Brasil”.
“Não devemos subestimar isso. Estamos tomando as medidas necessárias, por meio de emenda constitucional para enfrentar os gastos públicos, reforma da Previdência, mudanças fortes na postura de combate à inflação, uma agenda de aumento da produtividade do Brasil, anunciada na semana passada.”
De acordo com o ministro, é um projeto extenso de recuperação da economia brasileira, em que se parte de uma base muito baixa.
“É a maior crise e recessão do Brasil desde que o PIB brasileiro começou a ser medido no início do século passado.”
Na última quinta-feira (15), o ministro anunciou, ao lado do presidente Michel Temer, uma série de medidas para estimular a recuperação econômica.
“A boa notícia é que as medidas estão sendo aprovadas e sendo anunciadas e que o Brasil vai crescer o ano que vem”, completou Meirelles.
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