sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Maior produtor de açúcar da Europa quer investir em usinas no Brasil


Maior produtor de açúcar da Europa quer investir em usinas no Brasil
A alemã Sudzucker, maior produtora de açúcar na Europa, confirmou ao Valor que recentemente manteve tratativas com companhias sucroalcooleiras brasileiras de olho em uma eventual aquisição. 

A empresa garantiu que não tem nada para anunciar no momento, mas reafirmou seu interesse em ter maior participação no segmento no Brasil.
 
A companhia alemã não especificou o período em que ocorrem as conversas com as indústrias brasileiras. O certo é que seu CEO, Wolfgang Heer, tem repetido na imprensa europeia sua disposição em fazer aquisições no Brasil e em outros países – e não apenas na área de açúcar.
 
De acordo com fontes do mercado açucareiro, o movimento da Sudzucker tem sentido, pois todos os grandes grupos europeus do segmento buscam uma diversificação geográfica de suas operações. Nesse contexto, o Brasil, maior produtor mundial, é uma fronteira inevitável.
 
Além disso, os ativos no Brasil estão baratos e os europeus sabem que muitas usinas do país estão com dívidas elevadas. Ou seja, o momento é propício a uma aquisição. Também pesa favoravelmente para isso o fato de a maior parte dos analistas projetar déficit global no balanço de oferta e demanda na safra 2017/18.
 
Ao mesmo tempo, a Europa se prepara para o fim do regime de cotas de produção de açúcar, em setembro de 2017. A partir de então, as empresas europeias ficarão livres para produzir e exportar os volumes que quiserem. Produtores franceses de açúcar de beterraba, por exemplo, poderão aumentar em 20% sua área plantada, na expectativa de novos negócios no exterior com a desregulamentação do mercado.
 
A Comissão Europeia prevê uma queda quase pela metade das importações da União Europeia, para algo, em torno de 1,5 milhão a 1,7 milhão de toneladas de açúcar. E avalia que c ompetição ficará complicada para países que não tem acesso ao mercado europeu sem a incidência de tarifas, como é o caso do Brasil.
 
Atualmente, o Brasil tem uma cota para exportar à União Europeia de 300 mil toneladas com alíquota de 98 euros por tonelada – ainda alta, bem menor do que a tarifa cheia de importação, que é de 339 por tonelada.
 
O banco Société Générale prevê que, com o fim do regime de cotas, os preços da commodity poderão cair na Europa. Mas a representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única) em Bruxelas, Géraldine Kutas, vê muitas incertezas pela frente.
 
“Na frente das exportações, a volta do açúcar europeu ao mercado mundial pode impactar o preço internacional para baixo, mas tampouco vai ser interessante para os europeus deprimir os preços mundiais”, diz ela. Para Géraldine, o preço europeu tanto pode cair, para perto da média mundial, como seguir mais elevado – o que manteria o espaço aberto para o produto brasileiro.
 
Para ela, o certo é que essa reforma na Europa torna ainda mais urgente a conclusão do acordo comercial entre Mercosul e UE 

(Assessoria de Comunicação, 8/12/16\0

Nenhum comentário:

Postar um comentário