terça-feira, 8 de abril de 2025

Tarifas de 104% para a China começam amanhã, confirma Casa Branca

 

Os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 104% sobre a China a partir das 03h01 (horário de Brasília) de quarta-feira, disse uma autoridade da Casa Branca, depois que Pequim não suspendeu suas tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos até o prazo desta terça-feira, 08, estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump

Membro do Fed diz não saber ainda quanto do aumento de tarifas será repassado aos consumidores

 Goolsbee diz que Fed precisa de mais dados para iniciar ...

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, destacou ainda não saber quanto do aumento do preço dos produtos em decorrência das tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, será repassado aos consumidores no país. Segundo ele, esse repasse pode, inclusive, “falir fornecedores”. “Há divergência sobre a rapidez e a magnitude com que o aumento das tarifas será repassado aos consumidores”, mencionou.

Em entrevista à rádio NPR, Goolsbee pontuou que o sentimento do consumidor sobre a economia americana “está despencando”, mas que, mesmo com uma visão “péssima” sobre o cenário econômico dos EUA, as pessoas ainda continuam consumindo. “Em situações normais, considerando esse cenário, as pessoas parariam de consumir”, ponderou.

No entanto, para o presidente do Fed de Chicago, mesmo com situação de consumo “relativamente” boa para o país, “há ansiedade e incerteza generalizadas sobre a volta da inflação a um patamar mais alto”.

Ele ainda criticou o atraso do que chamou de “dados mais concretos” sobre a economia dos EUA, e reforçou que o Fed não pode “esperar tanto para saber se o investimento está caindo ou não no país”, por exemplo. “Mas estou ansioso para os dados do PIB para entender o real impacto nos investimentos” com as novas políticas de Trump.

Marrocos abre mercado para carne bovina e miúdos do Brasil

 

Brasília, 8 – O Brasil poderá exportar carne bovina e miúdos bovinos para o Marrocos, informaram o Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores, em nota. Segundo as pastas, autoridades sanitárias do Marrocos aprovaram o Certificado Sanitário Internacional para importação da proteína brasileira.

“Com uma população superior a 37 milhões de habitantes, o Marrocos representa um mercado promissor para o agronegócio brasileiro. Além de refletir confiança no sistema de controle sanitário brasileiro, a conclusão dessa negociação oferece aos produtores brasileiros oportunidades futuras para ampliação de parcerias comerciais”, destacam as pastas na nota.

Segundo dados do governo brasileiro, o Marrocos importou US$ 43 milhões em produtos cárneos em 2023, sendo o Brasil o segundo maior fornecedor.

O Brasil exportou US$ 1,36 bilhão em produtos agropecuários ao Marrocos no ano passado, sobretudo do complexo sucroenergetico, cereais, farinhas, animais vivos e café.

No ano, o Brasil acumula 46 aberturas de mercado para produtos agropecuários nacionais.

Bolsonaristas querem aprovar projeto que impede uso de arma de segurança de Lula e ministros

 O presidente Lula, durante evento

Deputados da bancada da bala querem aprovar um projeto de lei (PL) que pretende impedir o uso de armas de fogo por integrantes da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de todos os seus ministros, em razão da posição desarmamentista do chefe do Executivo.

A proposta entrou na pauta de votação da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados desta terça-feira, 8, e não foi votada em razão da obstrução conduzida por deputados do PL, de modo a impedir qualquer votação na Casa até que a anistia aos presos do 8 de Janeiro seja pautada.

O autor do requerimento, Delegado Caveira (PL-PA), diz que a atuação dos agentes de segurança deve “estar de acordo com a ideologia do atual mandatário, que não vê nas armas de fogo algo benéfico para a sociedade”.

Para Caveira, seria necessário “vedar o uso de arma de fogo por esses agentes”. “É uma medida coerente com a visão do atual governo de promover uma cultura de paz, reduzir a violência e buscar soluções não violentas para os desafios de segurança”, afirmou.

O relator da proposta, Gilvan da Federal (PL-ES), afirma que “é moralmente inaceitável o uso do armamento por parte dos seguranças do presidente da República e de seus ministros”.

“Consideramos fundamental a adequação da segurança do presidente da República e de seus ministros de Estado à realidade imposta pelos mesmos ao cidadão comum”, justifica Gilvan.

China inicia disputa na OMC contra tarifas recíprocas dos Estados Unidos

 OMC: o que é, objetivos, países-membros - Mundo Educação

A China iniciou uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 2 de abril. De acordo com o comunicado da OMC, a China questiona “medidas dos EUA que impõem uma tarifa adicional de 10% sobre importações de todos os parceiros comerciais, com início em 5 de abril”, além de uma tarifa adicional de 34% especificamente sobre produtos importados da China, que entra em vigor em 9 de abril.

“A China afirma que as medidas são inconsistentes com as obrigações dos Estados Unidos sob várias disposições do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês) de 1994, do Acordo sobre Valoração Aduaneira e do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias”, diz a OMC.

Moraes diz que nazistas teriam conquistado o mundo se tivessem acesso ao X

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou à revista The New Yorker que a ausência de regulamentação tornou as redes sociais propícias à disseminação de desinformação e discursos de ódio. “Se Goebbels estivesse vivo e tivesse acesso ao X, estaríamos condenados”, disse Moraes, referindo-se ao ministro da Propaganda da Alemanha nazista. “Os nazis teriam conquistado o mundo.”

A The New Yorker é uma das principais publicações da imprensa dos Estados Unidos. O perfil de Moraes foi publicado no formato digital da revista nesta segunda-feira, 7, e integrará a edição impressa do dia 14 de abril.

À revista, Moraes criticou o movimento político que denomina como “novo populismo digital extremista”, termo cunhado pela tese que apresentou em um concurso público no qual pleiteou uma vaga como professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). “É um populismo altamente estruturado e inteligente. Infelizmente, no Brasil e nos Estados Unidos, ainda não aprendemos a revidar”, disse o ministro.

Moraes afirmou ainda que as redes sociais devem respeitar as leis dos países em que estão disponíveis, comparando-as com as Companhias de Índias dos séculos 17 e 18. As companhias foram empresas fundadas pelas principais economias da Europa à época com o objetivo de garantir a exploração de recursos em suas colônias.

Segundo o ministro do STF, sem regulamentação, as plataformas lucram em detrimento dos países em que atuam, assim como as Companhias de Índias europeias. “Não só influenciam as pessoas, como geram a maior receita publicitária do mundo, o que lhes dá a força financeira para influenciar as eleições”, afirmou Moraes. “Não querem respeitar a jurisdição de nenhum país, porque, na realidade, procuram ser imunes às nações.”

O magistrado relevou o processo do qual é alvo na Justiça Federal da Flórida, nos Estados Unidos. A ação civil é movida pela Rumble, plataforma de vídeos que se negou a cumprir uma ordem judicial para suspender o perfil de Allan dos Santos, e pela Trump Media, ligada ao presidente americano, Donald Trump. Moraes descreveu o processo como “manobra política” e “completamente infundado”. “Assim como eu não posso, aqui no Brasil, emitir uma decisão que obrigue algo nos Estados Unidos, nenhum juiz lá pode declarar que a minha ordem no Brasil é inválida”, disse o ministro.

Embora uma empresa ligada a Trump esteja processando o ministro, Moraes minimizou os efeitos de uma possível pressão do governo americano sob a Justiça do Brasil. “Podem instaurar processos, podem pôr o Trump a falar”, afirmou. “Se enviarem um porta-aviões, então veremos. Se o porta-aviões não chegar ao Lago Paranoá, não vai influenciar a decisão aqui no Brasil.”

Quanto à política nacional, Moraes defendeu a tutela do STF em inquéritos como o das milícias digitais e o das fake news, mas avaliou “não ser saudável para nenhuma democracia ter a Suprema Corte como ator político o tempo todo”. “O desafio é como garantir que o tribunal volte à normalidade”, afirmou.

O magistrado considera remota a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reverter suas penas de inelegibilidade impostas pela Justiça Eleitoral no STF, mas reconhece que o ex-presidente pode apoiar a candidatura presidencial de sua mulher, Michelle, ou de um de seus filhos. Nenhum deles, segundo Moraes, “tem as mesmas relações com as Forças Armadas” que Jair Bolsonaro tem.

Quanto ao processo contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado, do qual é relator, absteve-se de comentar, pois julgará o tema na condição de ministro do STF, mas afirmou que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) enfraquece o discurso de que se trata de uma perseguição política, uma vez que, a partir do parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, o Ministério Público passa a encampar os fatos apresentados pelo inquérito policial.

O perfil contextualiza a trajetória profissional de Alexandre de Moraes, da autoria de um best-seller de Direito Constitucional à nomeação para a Suprema Corte. O texto destaca que, enquanto era secretário de Segurança Pública, Moraes mantinha uma linha de “tolerância zero” com o crime que lhe rendia críticas de setores progressistas. Com a relatoria de inquéritos contra a família Bolsonaro, a imagem pública do ministro inverteu-se, com aclamação à esquerda e críticas na extrema direita.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi entrevistado. O petista afirmou se preocupar com o “enfraquecimento do sistema democrático” ao redor do mundo e criticou o uso de satélites da empresa de Elon Musk, dono do X, em regiões de garimpo ilegal na Amazônia.

 

Preços dos combustíveis podem ser reduzidos se queda do petróleo se estabilizar, diz ministro

 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que acredita na possibilidade de uma redução nos preços dos combustíveis caso seja mantido a atual cotação internacional do barril de petróleo do tipo brent. A fala foi feita durante entrevista coletiva nesta terça-feira, 8.

“Considerando o preço do brent dessa semana, nós temos um preço que tem todas as condições de ser reduzidos”, disse Silveira. “Agora, é importante dizer que o preço que que está refletido essa semana no brent leva muito em consideração as loucuras cometidas pelo presidente dos Estados Unidos”, seguiu.

Os preços do petróleo brent fecharam em queda de 2% na segunda-feira, 7, atingindo uma mínima de quase quatro anos. Analistas apontaram como causa as tarifas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que possam levar as economias de todo o mundo à recessão e reduzir a demanda global por energia.

Os barris do tipo Brent são uma referência de cotação internacional do preço do petróleo, utilizado também em mercados europeus e asiáticos. Há ainda o petróleo WIT, negociado como referência nos Estados Unidos.

Silveira afirmou que seria necessário uma estabilização na queda para reduzir os preços. “Com a queda do brent, se ela se manter. Volto a dizer, é importante que haja uma estabilidade nessa queda”, disse. “A nossa defesa será ser sempre o menor preço pro consumidor na bomba de gasolina, de diesel, do gás natural. Nós vamos enfrentar seja quais foram os interesses para implementar.”

As falas do ministro alinham-se com declarações da CEO da Petrobras, Magda Chambriard, que comentou a paridade internacional nesta segunda-feira, 8.  “Não devemos fazer nada agora, enquanto o cenário geopolítico estiver com essa ansiedade e turbulência”, disse. “Não vamos internalizar a ansiedade inerente ao atual cenário geopolítico.”

Segundo dados da Petrobras, o litro do diesel e da gasolina chegam ao consumidor hoje com preço médio de R$ 6,38 e R$ 6,31, respectivamente.

Política de preços de combustíveis da Petrobras

A Petrobras adotou uma nova política de precificação durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Anteriormente, os preços eram definidos de acordo com a cotação dos barris de petróleo no mercado internacional. Agora, há uma tentativa da petroleira de segurar os repasses e diminuir a volatilidade internamente.

A empresa é alvo de críticas por uma falta de transparência na nova metodologia de cálculo dos preços dos combustíveis. O ministro Alexandre Silveira, no entanto, defendeu a petroleira.

“A Petrobras tem a sua autonomia, a sua governança interna, uma empresa listada em bolsa, inclusive em bolsa em Nova York e, portanto, a gente respeita sua governança, mas nós temos o direito de implementar políticas públicas a favor do povo brasileiro, que sejam para todos, não só para ela”, disse Silveira.

[*com informações da Reuters]