quarta-feira, 9 de abril de 2025

Trump anuncia pausa de 90 dias para tarifas, com exceção da China, que agora será taxada em 125%

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou há pouco uma pausa de 90 dias na cobrança das tarifas, e uma tarifa recíproca reduzida de 10% durante esse período. A pausa não vale para a China, que, inclusive, teve sua tarifa elevada para 125%.

Assim, as tarifas que entraram em vigor nesta quarta-feira, 9, duraram pouco mais de 12 horas.

O anúncio foi feito em post na rede social Truth Social.

Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ​​ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos a Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação Cambial e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de forma alguma contra os Estados Unidos, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!“, escreveu Trump na publicação. 

Não está claro se a pausa vale para todos os países, incluindo aqueles com tarifas básicas de 10%, como é o caso do Brasil, e que entraram em vigor no último dia 5 de abril.

Após o anúncio, o Ibovespa disparou e o dólar intensificou a queda.

Às 14h37, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 3,42%, a 128.165,44 pontos, após, mais cedo, recuar a 122.887,13 pontos. O volume financeiro no pregão somava R$ 20,66 bilhões. Já o dólar recuava 1,61%, cotado a R$ 5,90. Veja cotações.

As bolsas nos Estados Unidos também reagiram imediatamente. Após ter operado a semana todo no vermelho, após o anúncio, o índice Dow Jones passou a subir 5,9%, o S&P 500 6,5% e a Nasdaq mais de 8%.

(em atualização)

Amazon lançará primeiros satélites de sua constelação para a internet


Foto fornecida pela United Launch Alliance em que se vê um foguete Atlas V durante um lançamento anterior para a Amazon, em 6 de outubro de 2023 - United launch Alliance/AFP



AFPi



A gigante americana de vendas online Amazon prepara o lançamento, nesta quarta-feira (9), dos primeiros satélites de sua constelação Kuiper, cujo objetivo é fornecer internet de altíssima velocidade a partir do espaço para competir com a Starlink, de Elon Musk.

Os primeiros 27 satélites desta rede, destinada a passar de 3.200, serão lançados da costa leste americana por um foguete Atlas V, do grupo United Launch Alliance (ULA), do qual fazem parte Boeing e Lockheed Martin.

Segundo o grupo, os satélites serão lançados a centenas de quilômetros de altitude da Terra às 19h locais (20h de Brasília), de Cabo Cañaveral, na Flórida.

A Amazon, de propriedade do bilionário Jeff Bezos, quer oferecer acesso à internet de altíssima velocidade a pessoas, empresas e agências de governo em qualquer parte do mundo, inclusive áreas remotas e zonas de guerra ou que sofram catástrofes. A ideia é que esteja operacional ainda este ano.

A empresa não revelou o preço, mas assegura que deseja que seja “acessível”.

– Órbita baixa –

A promessa é parecida com a de seu concorrente, Elon Musk, que com a Starlink domina este mercado em ascensão com uma vantagem considerável, assim como o setor dos foguetes, o qual também disputam.

Lançado há vários anos, o Starlink afirma ter mais de 6.750 satélites em órbita e mais de cinco milhões de assinantes.

Nos últimos anos, seus serviços foram levados para áreas afetadas por desastres naturais, como ocorreu em setembro de 2023 durante um terremoto no Marrocos, ou mais recentemente após os incêndios em janeiro em Los Angeles, e também na Ucrânia, em guerra com a Rússia.

Diferentemente dos serviços tradicionais de telecomunicações via satélite, que dependem de dispositivos posicionados a mais de 35.000 km da Terra em órbita geoestacionária, os propostos por Elon Musk e em breve por Jeff Bezos operam em órbita baixa, o que lhes permite trocar dados muito mais rapidamente.

E como os satélites se comunicam com antenas móveis na Terra, podem cobrir áreas onde “o custo, a complexidade e a geografia” dificultam “instalar soluções tradicionais”, explica a Amazon.

– Soberania –

Para recuperar o atraso, a Amazon planeja aumentar os lançamentos de seus satélites nos próximos meses e anos, com mais de 80 voos com empresas espaciais como o ULA, a Blue Origin (de Jeff Bezos) e inclusive a SpaceX, de Elon Musk.

Estes milhares de satélites serão lançados progressivamente na órbita terrestre baixa, um espaço já ocupado pelos dispositivos da Starlink e também por um número crescente de atores, entre os quais se encontra o operador europeu Eutelsat, que se fundiu com a OneWeb em 2023, e a China com sua constelação GuoWang.

Espera-se que esta concorrência continue crescendo, o que pode trazer desafios espaciais com a congestão da órbita baixa e possíveis colisões, assim como interrupções das observações astronômicas.

Também traz problemas de soberania.


Neste sentido, o papel de Elon Musk, que se tornou assessor do presidente americano, Donald Trump, reacendeu o debate sobre a necessidade de não deixar o setor espacial exclusivamente nas mãos de atores privados.

Após questionar o futuro da rede Starlink na Ucrânia, essencial para as comunicações militares, Musk, o homem mais rico do planeta, assegurou, em março, que manteria seus serviços “apesar de todos (os seus) desacordos com a política da Ucrânia”.

Haddad chama de “anomalia” juro real no Brasil em 8% ao ano Ministro da Fazenda diz não ser “muito razoável” a taxa que se paga para rolagem da dívida; no entanto, declara que o Banco Central “está fazendo o seu papel” ao querer colocar a inflação dentro da meta O ministro da Fazenda, Fernando Haddad Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica trabalha para "mostrar a consistência" da trajetória das contas públicas Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 15.jan.2025 Houldine Nascimento 8.abr.2025 (terça-feira) - 21h01 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (8.a...

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Haddad chama de “anomalia” juro real no Brasil em 8% ao ano Ministro da Fazenda diz não ser “muito razoável” a taxa que se paga para rolagem da dívida; no entanto, declara que o Banco Central “está fazendo o seu papel” ao querer colocar a inflação dentro da meta O ministro da Fazenda, Fernando Haddad Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica trabalha para "mostrar a consistência" da trajetória das contas públicas Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 15.jan.2025 Houldine Nascimento 8.abr.2025 (terça-feira) - 21h01 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (8.a...

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Mercado divide apostas entre maio e junho para 1º corte de juros pelo Fed, mostra CME

 

O mercado financeiro voltou a precificar junho como o primeiro mês mais provável para o primeiro corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mas ainda se mantém divido sobre a possibilidade da redução acontecer em maio, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group. A oscilação ocorre após o anúncio de retaliações da China e da União Europeia (UE) às tarifas dos EUA, além de falas de autoridades norte-americanas e do dirigente do Fed, Neel Kashkari – que alertou sobre exigência maior para cortar juros no país.

Por volta das 11h15 (de Brasília), a chance de o Fed cortar juros em 25 pontos-base (pb) em maio caiu para 38,7%, de 50,7% no fim da tarde de ontem, enquanto a probabilidade de manutenção das taxas se tornou majoritária e avançou de 49,3% a 61,3% no período.

Em junho, o mercado financeiro manteve zerada a chance de manutenção dos juros, mas demonstra dúvidas sobre a magnitude do corte de juros. A probabilidade de uma redução de 25 pb e subiu de 50,6% ontem para 59,3% no horário citado. Em segundo lugar, a chance de corte de 50 pb caiu de 45,5% para 38,7%.

Até dezembro, a maior probabilidade ainda é de redução acumulada de 100 pb nos juros pelo BC norte-americano, que subiu de 35,7% para 37,3% na marcação.

Indústria musical tenta enfrentar os abusos da IA, com pouco sucesso

 

A indústria musical luta nas plataformas, nos tribunais e com os políticos para evitar o espólio e a apropriação indevida de seus conteúdos através da Inteligência Artificial generativa (IA), mas os resultados são limitados no momento.

A gravadora Sony Music afirma ter pedido que sejam retirados da Internet 75.000 deepfakes, o que ilustra a magnitude do fenômeno.

Muitos afirmam que há tecnologia para detectar essas canções produzidas por software de IA, sem a participação do artista.

“Embora pareçam realistas, as canções criadas com IA apresentam ligeiras irregularidades de frequência, ritmo e assinatura digital que não se encontram na voz humana”, explica Pindrop, especializada na identificação de vozes.

Bastam alguns minutos para detectar, no YouTube ou Spotify, os dois principais destinos do streaming musical, um falso rap de 2Pac sobre pizzas ou uma versão de Ariana Grande de um sucesso do K-pop que ela nunca interpretou.

“Nós levamos isso muito a sério e estamos desenvolvendo novas ferramentas para melhorar” a detecção da IA falsa, explicou esta semana Sam Duboff, responsável pela política regulatória do Spotify, ao canal do YouTube “Indie Music Academy”.

O YouTube também afirmou estar “aperfeiçoando (sua) tecnologia com (seus) parceiros”, e poderia fazer anúncios nas próximas semanas.

Jeremy Goldman, analista da Emarketer, aponta que “os atores maliciosos dão um passo adiante” da indústria.

“O YouTube tem bilhões de dólares em jogo”, acrescenta, “então é de se esperar que eles consigam resolver o problema (…) porque não querem ver como sua plataforma se torna um pesadelo da IA”.

– “Uso justo” –

Porém mais mais do que com os deepfakes, a indústria musical está preocupada com o uso não autorizado de seus conteúdos para desenvolver interfaces especializadas de IA generativa como Suno, Udio e Mubert.

Em junho, várias gravadoras importantes entraram com uma ação no tribunal federal de Nova York contra a empresa controladora da Udio, acusando-a de desenvolver seu software usando “gravações protegidas por direitos autorais com o objetivo de desviar ouvintes, fãs e possíveis usuários pagantes”.

Mais de nove meses depois do processo, ainda não há data para um eventual julgamento. Também não há para um processo similar contra a Suno em Massachusetts.

No centro do debate jurídico está a noção de “uso justo”, que pode limitar a aplicação dos direitos de propriedade intelectual em determinadas condições.

“Estamos em uma zona de autêntica incerteza” sobre a interpretação, pelos tribunais, dos critérios, afirma Joseph Fishman, professor de Direito da Universidade de Vanderbilt.

No entanto, as primeiras sentenças não representarão a palavra final, porque “se os tribunais começam a ter discrepâncias” em suas decisões, a Suprema Corte pode ter que se pronunciar, alerta o professor.

Enquanto isso, os principais atores da IA musical seguem desenvolvendo seus modelos com dados protegidos, o que levanta a questão de se já não perderam a batalha.

“Não estou certo” de que seja muito tarde, disse Joseph Fishman. “Muitas dessas interfaces foram desenvolvidas utilizando material protegido por direitos autorais, mas não param de sair novos modelos”, e é possível que esses devam levar em conta uma possível sentença judicial vinculante.

Até o momento, gravadoras, artistas e produtores também não tiveram muito sucesso na terceira frente dessa ofensiva, o Legislativo.

Foram apresentados diversos projetos de lei no Congresso dos Estados Unidos, mas até agora todos foram ignorados.

Alguns estados, o Tennessee em particular, aprovaram leis que se concentram principalmente nos deepfakes.

Para piorar as coisas, Donald Trump se apresentou como paladino da desregulação, em particular da IA.

Vários gigantes da Inteligência Artificial subiram no carro, em particular a Meta, para quem “o governo deveria deixar claro que o uso de dados públicos para desenvolver modelos é inequivocamente um uso justo”.

Se a administração Trump seguir esse conselho, inclinaria a balança contra os profissionais da música, embora seja provável que os tribunais tenham a última palavra.

O panorama não é muito melhor no Reino Unido, onde o governo trabalhista lançou uma consulta com vistas a flexibilizar a lei de propriedade intelectual para facilitar o acesso aos desenvolvedores da IA.

Em sinal de protesto, mais de 1.000 artistas se uniram para publicar no final de fevereiro um álbum silencioso intitulado “É isso o que queremos?”.

Na opinião de Jeremy Goldman, os abusos da IA seguem afetando a indústria musical porque “está muito fragmentada, o que a coloca em desvantagem na hora de resolver o problema”.

ABPA: exportação de ovos cresce 342% em volume em março e receita aumenta 383%

 

São Paulo, 9 – As exportações brasileiras de ovos (incluindo produtos in natura e processados) tiveram alta de 342,2% em volume na comparação anual. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), foram embarcadas 3.770 toneladas no mês, frente a 853 toneladas em março do ano passado.

A receita também teve forte alta, para US$ 8,65 milhões, salto de 383% em comparação com US$ 1,79 milhão registrados no igual mês de 2024.

No acumulado do primeiro trimestre, o setor soma 8.654 toneladas exportadas, crescimento de 97,2% ante igual período de 2024.

Em valores, a elevação foi ainda maior: 116,1%, com US$ 17,77 milhões obtidos entre janeiro e março de 2025.

EUA lideram compras

Os Estados Unidos lideraram as compras no trimestre, com 2.705 toneladas importadas – avanço de 346,4% na comparação anual.

Na sequência, os principais destinos foram Emirados Árabes Unidos (1.422 toneladas, queda de 9%), Chile (1.182 toneladas, alta de 65,4%), Japão (846 toneladas, aumento de 132,4%) e México, que começou a importar recentemente e já acumula 576 toneladas.

Fatores

Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, os números refletem o impacto da recente abertura do mercado norte-americano para ovos produzidos no Brasil, destinados ao termoprocessamento para consumo humano.

Ele também destacou que as exportações ainda representam cerca de 1% da produção nacional, e, ao mesmo tempo, permitem avanços importantes para o setor. “As exportações representam uma conquista importante para o avanço do segmento”, disse, na nota.


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CCJ do Senado aprova parecer favorável a projeto sobre devedor contumaz; matéria segue para CAE

 

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira, 9, parecer favorável ao projeto de lei complementar que estabelece normas gerais para a identificação e o controle de “devedores contumazes”, com a regulamentação do Artigo 146-A da Constituição Federal, voltado à prevenção de desequilíbrios da concorrência.

O texto vai para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Caso seja aprovada no colegiado, a proposta vai para análise no plenário.

Com a matéria, empresas que atrasam repetidamente o pagamento de impostos podem ser punidas.

PL que limita supersalários analisado no Senado aumenta gastos em R$ 3,4 bi, em vez de reduzir

 

Um manifesto assinado por dez entidades divulgado nesta quarta-feira, 9, aponta que o projeto de lei que busca limitar os supersalários deve aumentar os gastos com as remunerações acima do teto em R$ 3,4 bilhões, em vez de reduzir. O número considera somente quatro das 32 exceções ao teto previstos pela proposta. Desse número, 14 estão classificadas incorretamente no texto como indenizatórias segundo as instituições.

A cifra de R$ 3,4 bilhões considera o pagamento em dobro do adicional de um terço de férias, a gratificação por exercício cumulativo de ofícios, o auxílio-alimentação e o ressarcimento de despesas com plano de saúde.

Os números fazem parte de uma pesquisa divulgada em dezembro do ano passado pelo Movimento Pessoas à Frente e elaborada pelo economista Bruno Carrazza. O levantamento também mostrou que os supersalários custaram R$ 11,1 bilhões aos cofres públicos em 2023.

O teto constitucional do funcionalismo público é de R$ 46,3 mil, equivalente à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de verbas indenizatórias como auxílios e gratificações (que não entram no abate-teto), as remunerações dos servidores podem ultrapassar a barreira.

No posicionamento das entidades, é destacado que os R$ 11,1 bilhões poderiam ser utilizados para “fortalecer a infraestrutura de atendimento à população em diversos setores prioritários”.

“A título de comparação, ele corresponde à construção de 4.582 Unidades Básicas de Saúde, o atendimento anual de 1,36 milhão de famílias no Programa Bolsa Família e de 3,9 milhões de alunos do ensino médio no Programa Pé-de-Meia”, destacam.

O posicionamento foi assinado pelas seguintes instituições: Movimento Pessoas à Frente Fundação Tide Setubal, Transparência Brasil, Plataforma Justa, Instituto Democracia e Sustentabilidade, Movimento Brasil Competitivo, Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, Associação Livres, Centro de Liderança Pública e República.org.

Ao Estadão, a diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, Jessika Moreira, afirmou que uma das consequências do pagamento bilionário para remunerações acima do teto constitucional é o enfraquecimento da democracia. Para Jessika, os supersalários ajudam a minar a credibilidade do setor público.

“O recurso que sai para pagamento desses auxílios sai do mesmo cofre do pagamento das principais políticas públicas. Além disso, isso contamina a credibilidade das instituições e do setor público por parte da população”, afirmou Jessika Moreira

Na manifestação, as dez entidades consideraram que o projeto de lei além de perpetuar, deve ampliar privilégios e desigualdades. “Se aprovada, legitima o pagamento de benefícios remuneratórios a título de indenização, cuja consequência imediata é ser livre de incidência de Imposto de Renda, além de banalizar as exceções ao teto constitucional.”

As entidades também exigem que o projeto de lei classifique adequadamente as verbas remuneratórias, indenizatórias e outras vantagens eventualmente recebidas. No caso das indenizatórias, as instituições defendem que sejam seguidos três critérios:

– Ter natureza reparatória, ressarcindo o servidor de despesas incorridas no exercício da função pública;

– Ter caráter eventual e transitório, não sendo incorporadas em bases mensais, devendo possuir um horizonte temporal limitado, e requerendo uma análise caso a caso;

– Ser expressamente criadas em lei, não podendo ser instituídas por ato administrativo.

O projeto criticado pelas entidades é o n°2721/2021, e está atualmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Como mostrou o Estadão, a proposta, que busca combater os supersalários, contém 14 regras que abrem brechas para manter esses rendimentos.

Essas 14 exceções ao teto, segundo outro estudo do Movimento Pessoas à Frente, são verbas remuneratórias, e não indenizatórias. “Se mantidas como estão no texto original, elas podem, além de manter os supersalários, criar um efeito em cascata, já que abre espaço para que servidores do Executivo que ganham menos do que o estabelecido peçam equiparação, o que pode provocar um rombo de R$ 26,7 bilhões nas contas públicas”, diz um trecho da pesquisa.

A proposta veio do Senado e foi aprovado pela Câmara em junho de 2021 com a lista de 32 exceções ao teto que desidratou o projeto que, inicialmente, buscava fazer uma maior restrição às verbas que não são abatidas pelo teto constitucional. Por conta das mudanças, o texto teve que voltar à Casa Alta.