sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Para Alckmin, há espaço para bom entendimento entre Brasil e EUA sobre tarifas

 

São Carlos, 26 – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, vê espaço para um bom entendimento entre o Brasil e os Estados Unidos em relação às tarifas. Em meio aos acenos recentes entre os dois governos, afirmou que a postura brasileira sempre foi de diálogo e negociação.

“Gestos de Trump e Lula foram passo importante. Vamos dar agora novos passos para avançar mais e fazer um ganha-ganha, como deve ser o comércio exterior”, disse Alckmin.

O vice-presidente complementou dizendo que o Brasil não é um problema para os Estados Unidos, mas sim, uma solução. “Temos mais de 200 anos de amizade e parceria entre os dois países”, afirmou, reforçando ainda o superávit comercial para os EUA.

Alckmin disse ainda que a meta do governo é trabalhar no bom entendimento com os EUA. “Vamos trabalhar para reduzir a tarifa média e, ao mesmo tempo, excluir o máximo de produtos que a gente puder do tarifaço.”

Em relação ao papel de empresários nas negociações, ele foi sucinto. Disse apenas que o “empresariado americano e brasileiro atuaram junto aos governos” nessa pauta. Como exemplo, citou a Câmara Americana de Comércio.

Alckmin falou à imprensa após a inauguração de um novo hangar localizado no centro de manutenção da Latam em São Carlos (SP).

A estrutura é especializada na manutenção pesada de aeronaves Boeing 787 Dreamliner. Com R$ 40 milhões em investimentos, trata-se do maior aporte da companhia em seu complexo no interior paulista em dez anos.

Gol e Azul anunciam fim das negociações para fusão e de acordo de codeshare

 


As aéreas Azul e Gol anunciaram o fim das negociações para uma possível combinação de negócios entre as duas companhias aéreas brasileiras e do acordo de cooperação comercial (codeshare).

Em fato relevante, o grupo Abra, controlador indireto da Gol Linhas Aéreas informou, na noite de quinta-feira, que notificou a Azul de sua decisão de encerrar as negociações para uma possível combinação de negócios entre as duas companhias aéreas brasileiras.

“As partes não tiveram discussões significativas ou progrediram em uma possível operação de combinação de negócios por vários meses como resultado do foco da Azul em seu processo de Chapter 11”, disse Abra à Azul em uma carta, de acordo com fato relevante. 

Em comunicado ao mercado, a Azul destacou estar comprometida com “processo de fortalecimento da sua estrutura de capital” e que manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados acerca de eventuais desdobramentos relacionados ao “encerramento das discussões comerciais acerca da potencial combinação de negócios”.

As empresas também anunciaram o fim do acordo de codeshare – compartilhamento de voos – com a Azul, firmado em maio de 2024. A parceria tinha como objetivo ampliar a conectividade no mercado doméstico.

Por meio de nota, o Ministério de Portos e Aeroportos disse que “o setor aéreo brasileiro continua em crescimento, com aumento na demanda por voos nacionais e internacionais, o que representa um número cada vez maior de passageiros voando pelo país”.

Além disso, a pasta acrescentou que a Gol concluiu, recentemente, seu processo de reestruturação internacional (Chapter 11) e segue em expansão. A Azul também está em fase de reorganização.

O ministério acompanha a decisão e reforçou que “o país continuará contando com três grandes companhias aéreas (Gol, Azul e Latam), o que garante competitividade e mais opções para os passageiros”.

A Gol e a Azul informaram que irão honrar os bilhetes comercializados no âmbito da parceria.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Paulinho da Força diz que ‘não é fácil tocar’ redução de penas sem garantia de apoio no Senado

 

O relator do projeto que concede anistia aos condenados por atos golpistas, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou ao Estadão/Broadcast, nesta quinta-feira, 25, que o sentimento das bancadas é de que a falta de garantia do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de pautar o projeto entre os senadores dificulta a tramitação da sua proposta na Câmara dos Deputados.

À reportagem, Paulinho da Força disse que ainda terá reuniões na próxima terça-feira com bancadas de partidos como PSD e PCdoB e indicou que a votação do texto na semana que vem está incerta. “Tudo é possível. Quando a Casa quer, faz. Mas o que eu senti dessas reuniões que fiz ontem é que se não tiver uma garantia de que o Senado vai pôr para votar, não é fácil tocar ele na Casa não”, afirmou o relator.

“Nós precisamos ter garantia do Davi se vai andar ou não. Então, por isso, nosso trabalho agora é convencer o Davi de pôr para votar lá no Senado depois”, acrescentou.

O parlamentar também disse que não ocorreu uma reunião da qual participaria na noite da quarta-feira, 24, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Alcolumbre, e que o encontro deve ser remarcado.

Paulinho da Força também afirmou que ainda não fechou as propostas de redução de penas com as bancadas. Na quarta, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse ter tomado conhecimento de um texto que reduziria em 11 anos a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão. “Essas contas eu não fiz ainda não”, disse o relator.

Paulinho da Força iniciou nesta semana as conversas com as bancadas partidárias. Tanto o PL quanto o PT têm demonstrado contrariedade à proposta de reduzir penas, considerada um “meio-termo” pelo relator.

Está marcada para a quarta-feira da semana que vem a votação da ampliação da isenção do Imposto de Renda na Câmara, com benefício para quem tem renda mensal de até R$ 7.350.

As declarações vêm após o desgaste entre a Câmara e o Senado pela PEC da Blindagem. Deputados afirmam que aprovaram o texto, porque havia uma sinalização de Alcolumbre para votá-lo diretamente no plenário do Senado. Após críticas nas redes sociais e em atos pelo Brasil, o Senado arquivou o projeto. A decisão causou um atrito entre os presidentes das duas Casas. Nesta quarta, perguntado se havia conversado com Motta, Alcolumbre respondeu: “Converso com ele muitas vezes por dia”.

Alcolumbre já manifestou apoio à redução de penas para o 8 de Janeiro, inclusive, tem um texto pronto sobre o tema. O senador, no entanto, decidiu esperar as movimentações da Câmara.

Em meio à recuperação judicial, Americanas abre 5 mil vagas para o fim do ano

 


Haddad: Operação Spare, com participação da Receita, afeta cerca de 200 postos de gasolina

 

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Estadão Conteúdoi



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou nesta quinta-feira, 25, que a chamada Operação Spare afeta cerca de 200 postos de gasolina, sendo um desdobramento da operação Carbono Oculto. O Ministério Público do Estado de São Paulo e a Polícia Militar deflagraram, na manhã desta quinta, uma nova ação para desmantelar um esquema de exploração de jogos de azar e comércio de combustíveis adulterados, com utilização de empresa de pagamentos para lavagem de dinheiro, tendo a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC).

A Operação Spare também conta com a participação da Receita Federal, da Secretaria da Fazenda e da Procuradoria-Geral do Estado. São cumpridos 25 mandados de busca e apreensão.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse mais cedo que o órgão publicará normativa para identificar o beneficiário final (pessoa física) na cadeia de fundos, visto que ainda existem muitas brechas para o crime organizado.

Operação Carbono Oculto

Em 28 de agosto, o MP e a polícia realizaram a maior operação já deflagrada contra a infiltração do crime organizado na economia formal do Brasil.

A ação teve como alvo empresas, corretoras e fundos de investimentos situados na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do País.

De acordo com as autoridades, a principal instituição de pagamentos investigada, a BK Bank, registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações financeiras suspeitas.

Em nota, na época, a BK Bank informou que foi surpreendida com a operação e que “conduz todas as suas atividades com total transparência, observando rigorosos padrões de compliance”.

Prévia da inflação acelera para 0,48% em setembro e atinge 5,32% em 12 meses

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação do país, apresentou alta de 0,48% em setembro, após registrar deflação de 0,14% em agosto, segundo divulgou nesta quinta-feira, 25, o IBGE.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,76%. No acumulado em 12 meses, atingiu 5,32%, acima dos 4,95% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, se mantendo ainda mais longe da meta do governo, de até 4,5%.

Os resultados ficaram ligeiramente abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters de avanços de 0,51% no mês e de 5,36% em 12 meses.

 O que puxou a alta

A aceleração da inflação era esperada em razão do efeito pontual no mês passado, quando o pagamento de bônus da hidrelétrica binacional Itaipu ajudou a reduzir o preço da conta de luz .

Após a queda de 4,93% em agosto, os preços da energia elétrica residencial saltaram 12,17%, respondendo sozinha por 0,47 ponto percentual do IPCA-15 de setembro.

Além do fim da incorporação do bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto, a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a partir de 1º de setembro, adicionou R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.

Preço dos alimentos caem pelo 4º mês seguido

Já no grupo Alimentação e bebidas, houve deflação de -0,35% em setembro, após recuo de 0,53%. em agosto. entre as quedas, destaque para tomate (-17,49%), cebola (-8,65%), arroz (-2,91%) e café moído (-1,81%). No lado das altas destacaram-se as frutas, cujos preços subiram, em média, 1,03%.

Nos transportes, houve queda nos preços de seguro de veículo (-5,95%) e passagens aéreas (-2,61%). Nos combustíveis, gás veicular (-1,55%) e gasolina (-0,13%) registraram queda nos preços, enquanto o óleo diesel (0,38%) e o etanol (0,15%) apresentaram altas.

Meta de inflação

O centro da meta oficial para a inflação no ano é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A expectativa atual do mercado para a alta do IPCA está em 4,83% em 2025 e em 4,29% em 2026, segundo o último Boletim Focus.

Em Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira, o BC prevê que a inflação próxima à meta somente em 2028. Na projeção de seu cenário de referência, a inflação fecha 2025 em 4,8% e vai a 3,6% em 2026. Depois, segundo o BC, atinge 3,4% no primeiro trimestre de 2027, atual horizonte relevante da política monetária, e cai a 3,1% no primeiro trimestre de 2028, último período considerado.

Na semana passada, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 15% ao ano, destacando na ata desse encontro que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê taxa Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Haddad diz que Receita alcançará os “verdadeiros ladrões da nação”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (24) que a Receita Federal alcançará “os verdadeiros ladrões da nação”. Segundo ele, as frentes de investigações serão reforçadas caso o Legislativo aprove o Projeto de Conformidade Tributária e Aduaneira, que tem, entre seus eixos, um que trata dos devedores contumazes.

Haddad participou de audiência da Comissão de Agricultura, pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, na Câmara dos Deputados, e defendeu o Projeto de Lei 15 de 2024, em tramitação no Congresso Nacional, que pretende beneficiar bons contribuintes e punir devedores contumazes.

“As recentes operações da Receita Federal estão chegando nos verdadeiros ladrões da nação. Fizemos uma operação no final de agosto, que desbaratou uma quadrilha grande na área de combustíveis e na área de fundos. Vamos chegar, devagarzinho, nos verdadeiros ladrões da Pátria. Mas com todo respeito ao direito de defesa”, disse o ministro.

De acordo com o projeto enviado pelo governo federal em 2024, empresas que pagam os tributos em dia poderão ter redução de até 3% na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) por 3 anos.

A proposta foi dividida em três eixos: conformidade, controle de benefícios e devedor contumaz. Este último eixo prevê o endurecimento das regras contra os devedores contumazes, estabelecendo três critérios para definir este tipo de devedor.

No primeiro, a empresa deverá ter dívida irregular (sem suspensão administrativa ou judicial) acima de R$ 15 milhões e com valor maior que o próprio patrimônio. O Fisco estima que esses contribuintes devam R$ 100 bilhões.

Pelo segundo critério, o devedor deverá ter uma dívida irregular de R$ 15 milhões por mais de um ano.

E no terceiro critério, o contribuinte deverá ter mais de R$ 15 milhões em débitos, abrindo e fechando empresas com frequência para trocar de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

“A gente espera que essa lei seja aprovada, porque vai revelar um esquema de crime organizado que, quando revelado na sua inteireza, vai demonstrar quem efetivamente rouba o Brasil. Isso não vai demorar muito”, disse o ministro.

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de audiência pública na Câmara dos Deputados Lula Marques/ Agência Braasil.

Imposto de renda

Durante a audiência, alguns parlamentares da oposição acusaram o ministro de ser “cruel” por, segundo eles, tentar aumentar a arrecadação por meio de taxas. Haddad reagiu à acusação.

Ele criticou que, durante o governo Bolsonaro, o país ficou quatro anos sem corrigir a tabela do imposto de renda, além de, em nenhum momento, ter corrigido o salário mínimo acima da inflação.

“Para vocês, não é cruel deixar a tabela do Imposto de Renda sete anos sem atualização. Não é cruel mais de 10 milhões de brasileiros terem passado a pagar imposto de renda durante o governo Bolsonaro. Essa é a maior taxação que se pode fazer”, sentenciou o ministro.

“Para vocês, não é crueldade não dar reajuste nenhum para professores durante quatro anos. Ou para os médicos e enfermeiros que estavam na linha de frente do combate à pandemia. Para vocês, é cruel cobrar imposto das bets; de bilionários, banco ou especulador. Para vocês, isso é cruel porque mexe com parentes, amigos. E a população e os pobres que se lasquem, não é?”, complementou.

O ministro reiterou que o atual governo entrará para a história ao isentar do imposto de renda o maior número de brasileiros.

“Vamos terminar o mandato do presidente Lula dando isenção de imposto de renda para 20 milhões de brasileiros. Dez já estão contemplados pela atualização da tabela do imposto de renda. Outros 10 milhões serão isentados caso os digníssimos deputados votem no relatório do deputado Arthur Lira”, acrescentou.

Votação na semana que vem

Haddad elogiou o presidente da Câmara, Hugo Mota, por ter marcado, já para a semana que vem, em plenário, a votação que isentará do IR pessoas com rendimento de até R$ 5 mil mensais.

“Quero ver qual será o comportamento dos deputados que aqui estão indignados com imposto. Quero ver se vão isentar 10 milhões de brasileiros e reduzir o imposto de outros cinco milhões. Em quatro anos, serão 25 milhões de brasileiros que, ou vão ficar isentos ou vão pagar menos imposto de renda, em troca 141 mil que atualmente pagam apenas 2% de imposto e estão sendo convidados a pagar um mínimo de 10%”, completou.