sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Irga: plantio de arroz no Rio Grande do Sul atinge 97,47% da área prevista

 Plantação De Arroz: Como Сultivar, Manejo E Colheita

 

São Paulo, 27/12 – Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul semearam 97,47% da área estimada para a safra 2024/25, de acordo com o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga). Foram plantados 924.443 hectares, dos 948.356 hectares projetados, com avanço de 0,34% em relação ao levantamento anterior.

Três regionais já concluíram o plantio: campanha, planície costeira externa e fronteira oeste atingiram 100% das áreas previstas. Na zona sul, foram semeados 165.592 hectares, o que representa 99,76% da área estimada de 165.986 hectares. Já a planície costeira interna alcançou 99,36% da área, com 142.908 hectares plantados dos 143.825 projetados.

A região central, mais afetada por enchentes e chuvas frequentes no inverno, registra maior atraso, com 82,02% da área plantada (103.258 hectares dos 125.860 projetados). As chuvas dificultaram a recuperação de áreas atingidas, segundo o relatório do Irga.

O levantamento semanal sobre a semeadura é realizado pela Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) do Irga, com dados apurados junto aos produtores pelos núcleos da autarquia no interior do estado.

Dino dá prazo até as 20h para Câmara esclarecer pagamento de emendas

 Flávio Dino


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino deu prazo até as 20h desta sexta-feira (27) para a Câmara dos Deputados responder a quatro questionamentos sobre o pagamento de emendas parlamentares. O prazo foi dado pelo ministro após a Câmara pedir a reconsideração da liminar de Dino que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.

No entendimento do ministro, a Câmara ainda não cumpriu as decisões de Corte que determinaram regras de transparência e rastreabilidade no repasse das emendas. “Assim, caso a Câmara dos Deputados deseje manter ou viabilizar os empenhos das emendas de comissão relativas ao corrente ano, deverá responder objetivamente aos questionamentos acima indicados até as 20h de hoje (dia 27 de dezembro de 2024), bem como juntar as atas comprobatórias da aprovação das indicações (ou especificações) das referidas emendas, caso existam”, decidiu o ministro.

Na decisão, Flávio Dino fez quatro perguntas que deverão ser respondidas pela Casa:

1 – Quando houve a aprovação das especificações ou indicações das emendas de comissão (RP 8) constantes do Ofício nº. 1.4335.458/2024? Todas as 5.449 especificações ou indicações das “emendas de comissão” constantes do ofício foram aprovadas pelas comissões? Existem especificações ou indicações de emendas de comissão que não foram aprovadas pelas comissões? Se não foram aprovadas pelas comissões, quem as aprovou?

2 – O que consta na tabela de especificações ou indicações de emendas de comissão (RP 8) como nova indicação foi formulada por quem? Foi aprovada por qual instância? Os senhores líderes? O presidente da comissão? A comissão?

3. Qual preceito da Resolução nº. 001/2006, do Congresso Nacional, embasa o referido Ofício nº 1.4335.458/2024? Como o Ofício nº. 1.4335.458/2024 se compatibiliza com os artigos 43 e 44 da referida Resolução?

4. Há outro ato normativo que legitima o citado Ofício nº. 1.4335.458/2024? Se existir, qual, em qual artigo e quando publicado?

Entenda

Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas de RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.

No entanto, o PSOL, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continuava em descumprimento.

Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original da questão, Flávio Dino assumiu a condução do caso.

Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) auditasse os repasses dos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.

Rússia admite que avião da Embraer caiu em meio a ataques

 


Agência de aviação afirma que Grozny, local previsto do pouso, foi alvo de drones ucranianos e que por isso ordenou o esvaziamento do espaço aéreo. Acidente matou 38 pessoas; fuselagem exibia perfurações.A agência de aviação russa Rosaviatsiya reconheceu nesta sexta-feira (27/12) que a queda de uma aeronave da Embraer no Cazaquistão que matou 38 pessoas ocorreu no momento em que a área era alvo de uma operação militar no contexto da guerra na Ucrânia – sem contudo atribuir explicitamente a culpa pelo acidente à Rússia.

Segundo o órgão, drones ucranianos atacaram duas cidades na região russa da Chechênia. Uma delas era Grozny, destino do voo J2-8243 da Azerbaijan Airlines (Azal) que decolou na quarta-feira de Baku, no Azerbaijão.

Em resposta ao suposto ataque, a Rosaviatsiya diz que decidiu aplicar um plano de contingência nas áreas que coincidem com a do trajeto do avião que transportava civis.

“A situação na zona do aeroporto de Grozny era extremamente complexa. Os drones ucranianos perpetravam naquele momento ataques terroristas contra as cidades de Grozny e Vladikavkaz”, declarou o chefe da agência, Dmitri Yadrov, citado pela agência estatal russa Tass.

Por causa disso, explicou Yadrov, o aeroporto de Grozny ordenou a “saída imediata de todas as aeronaves da referida zona”, suspendendo chegadas e partidas, mas sem dizer quando isso aconteceu.

O capitão do voo azerbaijani até teria tentado aterrissar duas vezes, sem sucesso. “Havia uma neblina muito densa, não havia visibilidade a uma altura de 500 metros”, afirmou, acrescentando que os controladores aéreos teriam sugerido outras opções de aeroportos, mas que o comandante teria decidido seguir até Aktau, no Cazaquistão, do outro lado do Mar Cáspio.

Companhia aérea falou em “interferência física e técnica externa”

Na quinta-feira, fontes do governo do Azerbaijão ouvidas sob condição de anonimato relataram a agências de notícias a suspeita de que o avião pode ter sido atingido por estilhaços de um míssil antiaéreo russo quando estava no espaço aéreo da cidade de Grozny.

À Reuters, quatro fontes anônimas do governo azerbaijani disseram que resultados preliminares da investigação sugeriam que a aeronave teria sido atacada por engano por militares russos.

Nas últimas semanas, drones ucranianos atacaram vários locais na Chechênia, incluindo uma instalação que abriga as forças policiais.

Mais cedo nesta sexta-feira, a companhia aérea Azal disse que uma investigação do acidente concluiu que houve “interferência física e técnica externa”. A empresa suspendeu voos para dez aeroportos russos, baseada nos “resultados preliminares da investigação sobre o acidente do Embraer 190”.

Também nesta sexta, a companhia aérea flydubai anunciou a suspensão de voos aos aeroportos russos de Sochi e Mineralnie Vody, informou a Reuters.

Passageiros sobreviventes relatam explosão

À Reuters, um dos 29 passageiros que sobreviveram ao acidente relatou ter ouvido ao menos uma grande explosão quando o avião se aproximava do aeroporto de Grozny. Assustado, começou a rezar e se preparar para morrer.

“Pensei que o avião fosse se desintegrar”, disse Subhonkul Rakhimov, que está internado no hospital. “Era como se [o avião] estivesse bêbado, já não fosse mais o mesmo.”

História parecida foi relatada por um sobrevivente ao canal estatal russo RT. Ele disse que a aeronave fez três tentativas de aterrissar em Grozny e que na terceira aproximação “algo explodiu…. Eu não diria que foi dentro do avião” e que um pedaço de estilhaço voou entre suas pernas e perfurou um colete salva-vidas.

O acidente

O Embraer 190 saiu de Baku antes do amanhecer com 62 passageiros e cinco tripulantes. O curto voo para Grozny, a noroeste, aparentemente não teve problemas durante meia hora, quando a aeronave “encontrou uma interferência significativa no GPS”, de acordo com o Flightradar24, um site que rastreia o tráfego aéreo em todo o mundo.

O Flightradar24 disse que, até cerca de 20 minutos antes do acidente, às vezes não recebeu nenhum dado do avião e, em outras ocasiões, recebeu dados nos quais os detalhes sobre sua posição estavam ausentes ou imprecisos.

“A aeronave foi exposta a interferência e falsificação de GPS perto de Grozny”, apontou o Flightradar24. Embora seja improvável que essas medidas tenham causado o acidente, elas são sinais de que os esforços de defesa contra um ataque de drones estavam em andamento no solo.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o avião descendo em Aktau, no Cazaquistão, em posição de pouso e pegando fogo ao colidir contra o chão. Passageiros feridos podiam ser vistos emergindo de uma parte da fuselagem que ficou intacta.

No dia do acidente, a agência russa de aviação declarou em comunicado ter informações preliminares de que o piloto havia decidido fazer um pouso de emergência após um pássaro colidir contra a aeronave.

Outra versão ventilada foi a de que o acidente estaria relacionado à explosão de um balão de oxigênio, algo que foi confirmado pelas autoridades cazaques.

Mas nas fotos que circulam do acidente, é possível ver perfurações na fuselagem da aeronave, como se ela tivesse sido metralhada.

Peritos brasileiros eram esperados nesta sexta-feira para ajudar nas investigações sobre a queda do avião de fabricação brasileira.

As acusações em relação à queda do avião trouxeram também memórias do voo MH17 da Malaysia Airlines que foi abatido sobre o leste da Ucrânia em 2014, matando 298 pessoas. Uma investigação internacional apontou que um míssil antiaéreo lançado por forças russas causou a queda. Moscou refutou as acusações.

ra/bl (EFE, AFP, Reuters, DW)

Brava negocia contratação de bancos para potencial venda de ativos; ações disparam

 


Plataforma de petróleo do tipo FPSO Anita Garibaldi no estaleiro Aracruz 24/04/2023 REUTERS/Ricardo Moraes

Plataforma de petróleo do tipo FPSO Anita Garibaldi no estaleiro Aracruz 24/04/2023 REUTERS/Ricardo Moraes

 

As ações da Brava Energia dispararam mais de 10% nesta sexta-feira, após a companhia afirmar que está negociando mandato com dois bancos para assessorar na avaliação de potenciais transações de parceria ou venda de ativos, conforme recomendação do conselho de administração.

O Itaú BBA é um desses bancos, de acordo com uma fonte próxima das negociações com a Brava.

A petroleira ressaltou que “não há neste momento qualquer acordo para vender ativos”, com exceção do contrato de exclusividade para potencial venda de 11 concessões de óleo e gás no Rio Grande do Norte e da infraestrutura de midstream de gás no Rio Grande do Norte junto à PetroReconcavo.

Todavia, afirmou que um destes bancos com quem está tratando apresentou teaser sobre os ativos onshore da companhia a potenciais interessados, a partir de informações públicas, e agendou para o dia 9 de janeiro de 2025 a data de recebimento de propostas. Não ficou claro se o Itaú BBA era esse banco.

Analistas do JPMorgan estimam que os ativos onshore podem valer cerca de US$ 1,4 bilhão.

Na semana passada, a Brava afirmou não há qualquer acordo para venda do Polo Potiguar para PetroReconcavo após o jornal O Globo publicar que a Brava tinha chegado a um acordo para vender os ativos do Polo Potiguar para a companhia em um negócio que giraria em torno de R$ 13 bilhões.

O fato relevante divulgado pela Brava nesta sexta-feira foi um esclarecimento à notícia publicada pelo blog Pipeline do Valor Econômico, citando que a empresa adiou o prazo de recebimento de propostas por seus ativos onshore a pedido dos interessados.

Ainda de acordo com a reportagem, por enquanto, há cinco interessados na mesa, que podem efetivamente fazer proposta no início do mês, incluindo a Eneva, a Pluspetrol, a PetroReconcavo, a Origem e outra estrangeira de menor porte, conforme fontes com conhecimento do assunto.

Os analistas do JPMorgan comentaram que gostam de ver a Brava avançar com seu programa de otimização de portfólio, o que pode ajudar a empresa s focar em seus principais ativos offshore, que também podem exigir investimentos pesados, com novas revitalizações até 2026-27.

Também avaliam que a movimentação pode fazer a companhia se tornar um gerador de fluxo de caixa livre positivo mais cedo do que o esperado, conforme nota enviada a clientes nesta sexta-feira.

A equipe do banco norte-americano calcula que, se a Brava obtiver cerca de US$ 1,5 bilhão com a venda desses ativos, a alavancagem pode atingir em torno de 0,8 vezes a dívida líquida/Ebitda até o final de 2025.

Cotação das ações da Brava

Por volta de 12h20, as ações da Brava Energia disparavam 8,38%, a R$ 22,11, liderando com folga as altas do Ibovespa, que cedia 0,22%. Na máxima, os papéis chegaram a R$ 22,52 (+10,39%).

O Itaú BBA não comentou o assunto.

Petrobras elogia Lei sobre transferência de excedente de conteúdo, sancionada nesta sexta

 Logo Petrobras – Logos PNG


A Petrobras informou nesta sexta-feira, 27, que foi sancionada a Lei nº 15.075/2024, de 26 de dezembro de 2024, que dispõe sobre a possibilidade de transferência de excedentes de conteúdo local entre contratos para exploração e produção de petróleo e gás natural vigentes. Segundo a empresa, a nova legislação permitirá que possa ser solicitada a prorrogação dos prazos dos Contratos de Partilha de Produção nas condições que demonstrem vantagem para a União.

“A Petrobras entende que a nova Lei é um importante marco para o setor de óleo e gás, conferindo benefícios para toda a indústria nacional e viabilizando novos investimentos nos Contratos de Partilha”, afirma em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A estatal destaca os efeitos da nova legislação como a Admissão da transferência de excedentes de conteúdo local entre contratos para exploração e produção de petróleo e gás natural, incluindo a possibilidade de contabilização de excedentes em contratos onde não há compromisso mínimo, como os contratos da “Rodada Zero”.

Outro efeito é a permissão para que o Poder Executivo federal reduza o montante dos royalties dos contratos de concessão de exploração e produção de petróleo e gás natural oriundos da “Rodada Zero” em até 5% da alíquota como forma de incentivo a investimentos em conteúdo local, conforme regulamentação que será publicada.

A legislação também autoriza a concessão de cotas diferenciadas de depreciação acelerada para navios-tanque empregados exclusivamente em atividades de cabotagem de petróleo e seus derivados e para embarcações de apoio marítimo utilizadas para o suporte logístico e prestação de serviços aos campos, às instalações e às plataformas offshore, caso estes sejam construídos em estaleiros nacionais.

Há ainda a possibilidade de prorrogação dos contratos de partilha de produção, incluindo os contratos em curso, desde que seja demonstrada vantagem para a União.

Outro ponto é a inclusão, no montante a ser descontado das despesas de comercialização do petróleo e gás natural da União, dos gastos incorridos pela PPSA na execução da gestão dos contratos de partilha de produção e na gestão dos contratos para a comercialização do petróleo e do gás natural da União.

IPCA-15 sobe abaixo do esperado em dezembro mas acumula alta de quase 5% no ano

 


Clientes fazem compras no setor de carnes do supermercado Carrefour, em São Paulo, em 25 de novembro de 2024 - AFP

 

A alta do IPCA-15 desacelerou em dezembro e ficou abaixo do esperado, mas ainda assim indicou que a inflação no Brasil deve encerrar 2024 perto de 5%, superando o teto da meta em meio a um ciclo agressivo de aperto monetário pelo Banco Central.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,34% em dezembro, depois de avançar 0,62% em novembro, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Isso levou a taxa acumulada no ano a 4,71%, o que supera o teto da meta, que é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. O resultado foi muito próximo do de 2023, quando o IPCA-15 subiu 4,72%.

As leituras, no entanto, ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de altas de 0,45% e 4,82% respectivamente no mês e em 12 meses.

Se confirmado o dado do IPCA em 12 meses fora da faixa visada, o Banco Central terá que explicar ao governo os motivos de o objetivo não ter sido cumprido.

Será a oitava vez que tal explicação será necessária desde a criação do sistema de metas para a inflação, em 1999. O IBGE divulga o dado cheio do IPCA para 2024 em 10 de janeiro.

A partir de 2025 será adotada uma meta contínua de inflação, prevendo que o Banco Central deverá se explicar ao governo se o alvo for descumprido por seis meses consecutivos.

Quais os grupos mais inflacionados

O IBGE destacou que o maior impacto tanto em dezembro quanto em 2024 foi exercido por Alimentação e Bebidas. No mês os preços do grupo avançaram 1,47%, acumulando no ano alta de 8,0%.

A alimentação no domicílio subiu 1,56% em dezembro, impactada pelos aumentos do óleo de soja (9,21%), da alcatra (9,02%), do contrafilé (8,33%) e da carne de porco (8,14%). Houve recuos nos preços de batata-inglesa (-9,85%), tomate (-6,71%) e leite longa vida (-2,42%).

Também se destacaram em dezembro os avanços de 1,36% de Despesas pessoais e de 0,46% em Transportes. Em 2024, esses grupos tiveram respectivamente avanços de 5,12% e 2,32% segundo o IPCA-15.

Em Despesas pessoais, a alta de 12,78% do cigarro impactou o resultado do mês, como consequência do aumento da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Já nos Transportes, a passagem aérea subiu 4,43% em dezembro, enquanto os combustíveis avançaram 0,09%.

Habitação, por sua vez, teve deflação de 1,32% em dezembro com a queda de 5,72% da energia elétrica residencial diante da bandeira tarifária verde. No ano, entretanto, o grupo registrou alta de 3,44%.

O segundo maior impacto do ano de 2024 foi de Saúde e cuidados pessoais, com alta acumulada de 6,03% embora tenha recuado 0,05% em dezembro.

Inflação acima da meta impacta juros

Com a inflação e a desancoragem das expectativas como importante ponto de preocupação, o Banco Central acelerou em dezembro o ritmo de aperto nos juros e elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano.

Para além disso, surpreendeu ao prever mais duas altas da mesma magnitude à frente, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais do governo.

A decisão de promover o aperto mais agressivo nos juros básicos do país em mais de dois anos, já apontando para novas elevações de mesma intensidade, ocorreu na última reunião do Copom do ano e a derradeira com Roberto Campos Neto no comando da instituição.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Lobarinhas: DPFe teve aumento expressivo por valorização do dólar no ano e em novembro

 


O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública substituto, Roberto Lobarinhas, afirmou nesta quinta-feira, 26, que a Dívida Pública Federal externa (DPFe) teve aumento expressivo fruto da valorização do dólar.

“A DPFe teve aumento expressivo para 28,79% ao ano, fruto da valorização do dólar ao longo do ano e também em novembro”, disse após divulgação do Relatório Mensal da Dívida (RMD). Segundo ele, a alta do dólar elevou demasiadamente o custo da DPFe no mês passado.

Lobarinhas disse ainda que a tendência é de que todos os indicadores da dívida fiquem dentro das bandas do Plano Anual de Financiamento (PAF) estabelecido para este ano e de que não haja resgate líquido no acumulado de 2024.

Segundo Lobarinhas, o panorama doméstico de novembro ficou marcado por uma frustração do mercado com o pacote de ajuste fiscal anunciado pela equipe econômica, somado ao movimento mais restrito da política monetária. Esse cenário resultou em ganho de nível ao longo de toda curva de juros, com destaque para a ponta curta.

Chefe da OMS estava em aeroporto alvo de ataque de Israel

 Tedros é reeleito diretor da OMS por cinco anos – Saúde ...


Bombardeio israelense contra houthis no Iêmen atingiu aeroporto de Sanaa quando Tedros Adhanom Ghebreyesus embarcava no local. Chefe da OMS está em segurança, mas membro da sua tripulação ficou ferido.As Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram nesta quinta-feira (26/12) ataques contra áreas do Iêmen sob o controle dos rebeldes houthis, incluindo o aeroporto internacional de Sanaa. Entre os passageiros que estavam no terminal, encontrava-se o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e vários membros da agência das Nações Unidas. O chefe da OMS não ficou ferido, mas relatou que um membro da tripulação do seu voo teve ferimentos durante o ataque.

“Quando estávamos prestes a embarcar em nosso voo de Sanaa, há cerca de duas horas, o aeroporto foi alvo de um bombardeio aéreo”, relatou Tedros após o ataque israelense.

“Um dos membros da tripulação do nosso avião ficou ferido. Pelo menos duas pessoas foram relatadas como mortas no aeroporto. A torre de controle de tráfego aéreo, o saguão de embarque — a apenas alguns metros de onde estávamos — e a pista de decolagem foram danificados”, acrescentou o diretor-geral da OMS.

Ele ainda disse que seus colegas da ONU e da OMS estão seguros e que precisarão esperar que os danos ao aeroporto sejam reparados antes de poderem partir.

Já o Ministério da Saúde do Iêmen, controlado pelos houthis, informou o número de vítimas em um balanço preliminar publicado pela agência de notícias iemenita Saba, que detalhou que “a agressão sionista ao aeroporto internacional de Sanaa matou três mártires e feriu outros 16”.

A agência também especificou que uma pessoa foi morta e cinco ficaram feridas em decorrência de bombardeios israelenses na província de Hodeida, elevando o número de mortos para quatro e o número de feridos para 21 até o momento.

Aeronaves israelenses lançaram um ataque “com base em informações de inteligência” contra a infraestrutura usada pelos houthis no aeroporto de Sanaa, as usinas de energia de Hezyaz e Ras Kanatib e outras posições nos portos de Hodeida, Salif e Ras Kanatib, na costa oeste, de acordo com um comunicado militar israelense.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanayhu, disse que Israel persistirá “até que a tarefa seja concluída” para neutralizar os houthis do Iêmen, chamando-os de “braço terrorista do Irã”, momentos depois que as FDI anunciaram o bombardeio de alvos militares no Iêmen.

jps (EFE, ots)

Dólar com cotação errada: Google diz que ‘investiga situação’, enquanto ferramenta segue fora do ar

 


Notas de dólar

Notas de dólar

Em relação aos problemas na exibição da cotação do dólar, o Google declarou que “segue investigando os problemas”.

Na quarta-feira, 25, a cotação do dólar no Google foi exibida com o valor errado, a R$ 6,38 – representando oscilações. Contudo, o mercado não estava operando na data. Além disso, a última cotação da moeda foi de R$ 6,185, na segunda-feira, 23.

O Google então retirou a ferramenta que exibe o câmbio da plataforma.

Questionada pelo site IstoÉ Dinheiro, a companhia não deu previsão para o reestabelecimento da ferramenta, e afirmou que os dados são de provedores globais terceirizados.

“Os dados em tempo real exibidos na busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros. Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações”, diz a nota da empresa.

Em sua página de Exonerações de Responsabilidade, a companhia faz a listagem de dados financeiros indicando que as informações de câmbio têm como fonte a MorningStar, uma plataforma estrangeira de dados econômicos.

O IstoÉ Dinheiro entrou em contato com a MorningStar para uma explicação sobre o problema. A plataforma informou, por sua vez, que utiliza dados de “contribuidores terceiros”, sem especificar qual ou quais, e que o problema estava resolvido.

“A Morningstar gera seus dados de câmbio com base em envios de taxas de terceiros contribuidores conhecidos. Em 25 de dezembro, dados ruins e errôneos de um desses contribuidores fizeram com que os dados de câmbio do Brasil se desviassem temporariamente do mercado. Uma vez identificado, a Morningstar conseguiu resolver o problema em um dia. A Morningstar está comprometida com a qualidade e a precisão de seus dados, e estamos trabalhando para evitar ocorrências semelhantes no futuro por meio de medidas elevadas de garantia de qualidade”, disse a companhia, em nota.

Reincidência

Essa não é a primeira vez que o buscador informa uma cotação errada do dólar. Ainda em novembro, logo após a eleição de Donald Trump, o Google chegou a mostrar um câmbio acima de R$ 6 – cotação incorreta para época. O dólar, na ocasião, operava na casa dos R$ 5,80.

Logo em seguida, a companhia admitiu o erro e disse que ‘recursos da Busca como o ‘câmbio de moeda’ são baseados em dados de terceiros e, em caso de imprecisões, nós removemos as informações da Busca e trabalhamos com o provedor dos dados para ajustá-las o mais breve possível’.

AGU pode acionar Google após site exibir cotação errada de dólar

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou um ofício ao Banco Central do Brasil com pedido de informações sobre a cotação do dólar no feriado de Natal.

O órgão pretende reunir subsídios para eventual atuação relacionada à possível informação incorreta.

“A atuação da Advocacia-Geral da União tem como objetivo combater a desinformação de dados econômicos de grande relevância para a sociedade brasileira”, destaca o advogado-geral da União, Jorge Messias.

“Recentemente, informações de fontes desconhecidas sobre a cotação real do dólar foram novamente veiculadas na plataforma Google. O câmbio Ptax é a cotação oficial no Brasil, não definido nesta quarta-feira pelo Banco Central devido ao feriado”, complementa.

StoneX eleva previsão de área de algodão no Brasil em 2024/25 com revisão na Bahia

 


Colheita de algodão

Colheita de algodão

 

A área plantada com algodão no Brasil na temporada 2024/25 deverá atingir 2,12 milhões de hectares, alta de 0,4% na comparação com a previsão de novembro, com uma revisão de números para o plantio na Bahia, afirmou a consultoria StoneX nesta quinta-feira.

A previsão de área plantada em Mato Grosso, maior produtor brasileiro da pluma, foi mantida em 1,56 milhão de hectares, enquanto a do Estado da Bahia, segundo produtor nacional, passou de 365 mil para cerca de 374 mil hectares.

Com isso, a área plantada com algodão no Brasil, maior exportador global da pluma, deverá crescer 6,5% na comparação com a temporada anterior.

Em 2024/25, o plantio de algodão deverá superar 2 milhões de hectares pela primeira vez em 36 anos, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em 1988/89, o Brasil plantou 2,23 milhões de hectares.

As produtividades no passado eram bem menores do que as atuais, o que explica a possibilidade de safra recorde em 2024/25, apesar de a área estar distante das máximas históricas, de mais de 4 milhões de hectares no início da década de 80, segundo números da Conab.

A StoneX revisou sua estimativa de safra 2024/25 de algodão no Brasil para 3,83 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde, superando em 5,6% a temporada anterior.

“Embora algumas áreas já tenham começado a ser plantadas, a maior parte da safra segue aguardando a colheita da safra de soja para ser semeada no Centro-Oeste”, afirmou a StoneX.

Plantio de algodão no MT tem concentração na segunda safra

Grande parte do plantio de algodão em Mato Grosso é feito na segunda safra.

O Brasil deverá terminar 2024 com exportações de 2,8 milhões de toneladas da pluma, destacou a StoneX, o que significaria um aumento de mais de 1 milhão de toneladas em relação ao volume de 1,6 milhão de toneladas de 2023.

“Por mais que o ritmo de exportação tenha ficado um pouco mais fraco no final de novembro, o que tem sido visto nos portos ao longo do mês de dezembro é animador, com a perspectiva de que o Brasil consiga embarcar próximo das 370 mil toneladas no mês de dezembro”, disse o analista de inteligência de mercado do grupo, Raphael Bulascoschi, em relatório.

Isso “garantiria a conclusão do ano dentro das estimativas”, acrescentou ele.

A safra de algodão colhida em 2024 cresceu mais de 500 mil toneladas ante 2023, segundo a Conab, garantido volumes para atender a demanda externa.

Confiança do consumidor se mantém estável em 103 pontos em dezembro, afirma ACSP

 

Tabela INCC 2024: Índice Nacional de Custo da Construção Atual

O Índice Nacional de Confiança (INC) registrou 103 pontos em dezembro de 2024, conforme levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizado pela PiniOn. O indicador permaneceu estável em relação a novembro deste ano, mas apresentou queda de 5,5% na comparação com dezembro de 2023.

Desde setembro, o INC mantém-se no campo otimista, acima de 100 pontos, segundo a sondagem realizada com 1.679 famílias em todo o País, abrangendo tanto capitais quanto cidades do interior.

Os resultados regionais mostraram variações, conforme a ACSP. Houve queda de confiança nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste, enquanto o Centro-Oeste e o Sul registraram aumento. Em termos de classes sociais, a confiança manteve-se estável entre as famílias da classe A e B, caiu moderadamente para a classe C e apresentou leve aumento para as famílias na base da classe C.

O levantamento também indicou estabilidade na percepção das famílias sobre sua situação financeira atual e segurança no emprego. Entretanto, as expectativas para o futuro mostraram-se menos favoráveis, refletindo na redução da disposição para adquirir bens de maior valor, como imóveis e automóveis, e uma menor intenção de investir ou comprar bens duráveis, como geladeiras e fogões.

Para o economista da ACSP Ulisses Ruiz de Gamboa, a estabilidade mensal no índice resulta de fatores opostos. “Por um lado, o aumento do emprego, da renda e do crédito deveria impactar positivamente a confiança dos consumidores. No entanto, por outro lado, a perda do poder aquisitivo das famílias, resultante da aceleração da inflação – especialmente no que diz respeito ao aumento dos preços de itens essenciais, como alimentos e bebidas – aliada ao elevado nível de endividamento, tende a tornar o consumidor mais cauteloso no momento de realizar compras”, explica Ruiz de Gamboa.

Como aponta a ACSP, o INC de dezembro, embora mostre estabilidade no curto prazo, evidencia os desafios enfrentados pelas famílias no contexto econômico atual.

China planeja emissão recorde de US$411 bilhões em títulos públicos em 2025

 


Presidente da China, Xi Jinping, durante cúpula do G20, no Rio de Janeiro

Presidente da China, Xi Jinping, durante cúpula do G20, no Rio de Janeiro

 

O plano da China para a emissão de dívida soberana em 2025 seria um aumento acentuado em relação ao 1 trilhão de iuanes deste ano e ocorre no momento em que Pequim se movimenta para amenizar o golpe de um aumento esperado nas tarifas dos EUA sobre as importações chinesas quando Donald Trump assumir o cargo em janeiro.

Os recursos serão destinados a impulsionar o consumo por meio de programas de subsídios, atualizações de equipamentos por parte das empresas e investimentos de financiamento em setores avançados impulsionados pela inovação, entre outras iniciativas, disseram as fontes.

As fontes, que têm conhecimento das discussões, não quiseram ser identificadas devido à sensibilidade do assunto.

O Escritório de Informações do Conselho de Estado, que lida com as consultas da mídia em nome do governo, do Ministério das Finanças e da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

Os rendimentos dos títulos do tesouro chinês de 10 anos e 30 anos subiram 1 ponto-base (pb) e 2 pb, respectivamente, após a notícia.

A emissão especial de títulos planejada para o próximo ano seria a maior já registrada e ressalta a disposição de Pequim de se endividar ainda mais para combater as forças deflacionárias na segunda maior economia do mundo.

A emissão “excede as expectativas do mercado”, disse Tommy Xie, chefe de pesquisa macro asiática do OCBC Bank.

“Além disso, como o governo central é a única entidade com capacidade significativa para alavancagem adicional, qualquer emissão de títulos em nível central é percebida como um desenvolvimento positivo, provavelmente fornecendo suporte incremental para o crescimento.”

Títulos especiais não são inclusos no orçamento da China

Em geral, a China não inclui títulos especiais ultralongos nos planos orçamentários anuais, pois considera os instrumentos como uma medida extraordinária para levantar recursos para projetos específicos ou metas políticas, conforme necessário.

Como parte do plano do próximo ano, cerca de 1,3 trilhão de iuanes a serem levantados por meio de títulos especiais de longo prazo financiariam “dois grandes” e “dois novos” programas, disseram as fontes com conhecimento do assunto.

As “novas” iniciativas consistem em um programa de subsídios para bens duráveis, permitindo que os consumidores troquem seus carros ou eletrodomésticos antigos e comprem novos com desconto, e um programa separado que subsidia atualizações de equipamentos em larga escala para empresas.

Os programas “principais” se referem a projetos que implementam estratégias nacionais da China, como a construção de ferrovias, aeroportos e terras agrícolas, e criam capacidade de segurança em áreas importantes, de acordo com documentos oficiais.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Trump planeja retirar EUA da OMS em 1º dia de novo governo

 Ficheiro:Donald Trump official portrait.jpg – Wikipédia, a ...


“Tenho boa autoridade para dizer que ele planeja se retirar, provavelmente no primeiro dia ou muito cedo em sua administração”, disse Lawrence Gostin, professor de saúde global na Universidade de Georgetown, em Washington, e diretor do Centro Colaborativo da OMS sobre Direito à Saúde Nacional e Global.

O jornal britânico Financial Times foi o primeiro a divulgar os planos do republicano, citando dois especialistas familiares com as discussões. Entre eles, o ex-coordenador da equipe de resposta à covid-19 de Biden, Ashish Jha.

Trump quer repetir movimento de 2020

A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente a questionamentos da agência de notícias Reuters.

Em 2020, durante seu primeiro mandato 2020, Trump chegou a suspender o pagamento de contribuições dos EUA para a OMS e anunciar que pretendia retirar o país da organização, em meio a embates sobre o enfretamento da pandemia de covid-19.

Na ocasião, o país foi duramente criticado pela comunidade internacional, que viu danos na interrupção do financiamento para os esforços globais de combate à pandemia e para a qualidade da saúde pública nos EUA. No entanto, o processo de saída ainda não havia sido concluído quando Trump foi derrotado nas urnas e sucecido pelo democrota Joe Biden, que reverteu a decisão em seu primeiro dia de governo, em 20 de janeiro de 2021.

Agora, a expectativa é que o republicano entre novamente nesta queda de braço e volte a desvincular o país da OMS em 20 de janeiro de 2025.

Críticas do republicano

O plano, que está alinhado com as críticas de longa data de Trump à agência de saúde da ONU, representaria uma mudança dramática na política de saúde global dos EUA e isolaria ainda mais Washington dos esforços internacionais para combater pandemias.

Trump critica a agência por não sancionar a China por sua suposta responsabilidade na disseminação do virus da covid-19. Ele repetidamente chamou a OMS de “marionete de Pequim” e prometeu redirecionar as contribuições dos EUA para iniciativas de saúde domésticas.

Agora, o republicano nomeou vários críticos da organização para cargos importantes na saúde pública, incluindo Robert F. Kennedy Jr., um cético das vacinas que deve assumir o cargo de secretário de Saúde e Serviços Humanos, que supervisiona todas as principais agências de saúde dos EUA, incluindo o Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

O porta-voz da OMS se recusou a comentar diretamente a política americana. Em 10 de dezembro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, defendeu que OMS precisava dar aos EUA tempo e espaço para a transição. Ele também expressou confiança de que os países poderiam finalizar um acordo sobre pandemias até maio de 2025.

Críticos alertam que uma retirada dos EUA poderia prejudicar a vigilância global de doenças e os sistemas de resposta a emergências.

“Os EUA perderiam influência e poder na saúde global, e a China preencheria o vácuo. Não consigo imaginar um mundo sem uma OMS robusta. Mas a retirada dos EUA enfraqueceria severamente a agência”, disse Gostin.

gq (Reuters, ots)

Indústria de criptomoedas dos EUA pressiona por decretos de Trump no primeiro dia no cargo

 

Moedas com logotipo do bitcoin

O setor de criptomoedas está pressionando a equipe do presidente eleito Donald Trump a dar início à sua prometida reforma da política de criptomoedas quando ele assumir o cargo no mês que vem, com decretos que ajudariam a popularizar os tokens, de acordo com autoridades do setor.

Trump planeja emitir uma série de decretos e diretivas sobre tudo, desde imigração até energia, em seu primeiro dia no cargo em 20 de janeiro, informou a Reuters este mês.

Durante a campanha, Trump cortejou o mundo cripto com promessas de ser um “presidente cripto”, e a indústria quer que ele cumpra essa promessa com decretos criando um estoque de bitcoins, garantindo que a indústria possa acessar serviços bancários e criando um conselho cripto, disseram as pessoas.

Eles estão pressionando para que esses decretos sejam promulgados dentro dos primeiros 100 dias de Trump no cargo e esperam que pelo menos um deles seja emitido em 20 de janeiro, disseram outras duas pessoas com conhecimento do assunto.

“Dado o teor da campanha, seria fundamental que os decretos realmente definissem quais seriam as prioridades reais no primeiro dia e fornecessem algum tipo de roteiro”, disse Rebecca Rettig, diretora jurídica e de políticas da empresa de criptomoedas Polygon Labs.

Postura anti-biden com ativos cripro

Preocupados com o crime e a volatilidade, os reguladores do presidente norte-americano, Joe Biden, reprimiram as empresas de criptomoedas, mas Trump prometeu reverter o curso. Sua equipe de política de criptomoedas já está tomando forma, com o anúncio neste mês do presidente da SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA, Paul Atkins, favorável às criptomoedas, e do czar das criptomoedas da Casa Branca, David Sacks.

“Houve um esforço no pântano burocrático de Washington para sufocar a inovação… mas o presidente Trump cumprirá sua promessa de encorajar a liderança norte-americana em criptomoedas”, disse o porta-voz da equipe de transição de Trump, Brian Hughes, em um comunicado.

O bitcoin, a maior criptomoeda do mundo, atingiu novos recordes acima de 107.000 dólares neste mês após Trump reiterar seu plano, revelado pela primeira vez em um discurso em julho, para uma reserva estratégica de bitcoin. Desde então, o bitcoin caiu abaixo de 100.000 dólares.

Reserva nacional de bitcoin

Analistas estão divididos sobre se Trump poderia usar poderes executivos para criar a reserva, potencialmente por meio do Departamento do Tesouro, ou se um ato do Congresso seria necessário.

Um grupo do setor, o Bitcoin Policy Institute, chegou a redigir um texto de uma possível decreto que Trump poderia usar para estabelecer tal estoque. Esse rascunho designaria o bitcoin como um ativo de reserva estratégica e exigiria que a Secretaria do Tesouro gastasse 21  bilhões de dólares ao longo de um ano para acumular um estoque nacional de bitcoin, de acordo com o texto visto pela Reuters.

Zack Shapiro, chefe de políticas do Bitcoin Policy Institute, disse que os Estados Unidos deveriam se antecipar aos rivais geopolíticos na monetização do bitcoin, “em vez de ver o preço subir sem que os Estados Unidos tenham reservas”. Ele se recusou a dizer se o grupo havia compartilhado texto com a equipe de Trump.

Trump também disse que criará um conselho da indústria de cripto e sua equipe está discutindo como estruturá-lo. Administrações anteriores criaram conselhos especializados por meio de decretos, observaram os executivos.

De forma mais ampla, Trump também poderia tentar abordar as reclamações sobre criptomoedas de que as regulamentações existentes não são adequadas para o setor com uma decreto articulando os princípios fundamentais para a regulamentação de criptomoedas, semelhante a uma ordem emitida por Trump em 2017, orientando os reguladores a revisar as regras bancárias.

PDT vai ao STF contra definição da Selic e pede que Corte suspenda última decisão do Copom

 

Supremo Tribunal Federal (STF) - Portal CNJ

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte determine ao Banco Central um “aprimoramento” do processo de decisão sobre a taxa básica de juros. Para a sigla, a definição da Selic deve dimensionar e observar o impacto dos juros sobre o orçamento fiscal e sobre a trajetória da dívida pública, além de “necessariamente” levar em consideração os efeitos sobre o crescimento econômico, o mercado de trabalho, a erradicação da pobreza e a redução de desigualdades sociais.

Na ação, apresentada nesta segunda-feira, 23, o PDT pede ainda que o STF determine uma revisão dos parâmetros utilizados na mensuração de expectativas do mercado, com a abertura do Boletim Focus a outros atores institucionais “não relacionados ao mercado financeiro”. Liminarmente, o partido presidido pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE) também solicita que a Corte suspenda os efeitos do último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), quando o colegiado elevou a Selic a 12,25% ao ano.

“A narrativa de realizar um corte epistemológico e valorativo, para conceber as decisões do Copom apenas como uma decisão técnica, destituída de roupagem política, não encontra agasalho seguro na empiria, muito menos em seus efeitos e na captura do orçamento público brasileiro”, diz o partido, que alega ainda que não pretende que o STF se substitua à autoridade monetária, mas que submeta o BC “aos preceitos da Constituição econômica”.

Para o partido, a ata da última decisão sobre a Selic não revela qualquer ponderação do Copom sobre os impactos da taxa no mercado de trabalho ou na qualidade de vida dos cidadãos. “A decisão consubstanciada na última Ata pode inflar a dívida bruta brasileira em quase R$ 100 bilhões, o que equivale a um nível relevante da economia prevista no pacote de gastos recentemente anunciado pelo governo federal”, afirmou.

Ainda na avaliação do PDT, há uma omissão inconstitucional do Banco Central ao não definir uma metodologia de cálculo da “Meta da Selic” que leve em consideração núcleos de inflação efetivamente suscetíveis à política monetária, bem como os impactos das decisões sobre o mercado de trabalho e as contas públicas. “Isso ocorre porque preços de bens não comercializáveis, preços sujeitos a monopólios ou administrados pelo Estado, não estão diretamente sujeitos aos influxos da taxa de juros”, disse.

Minério de ferro sobe com expectativa de reabastecimento de siderúrgicas na China

 


Minério de ferro no porto de Kembla

 

Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta segunda-feira, auxiliados pelas expectativas de reabastecimento por parte das siderúrgicas na China, principal consumidor, embora os altos estoques portuários e as preocupações com a demanda para o próximo ano tenham limitado os ganhos.

O contrato de maio na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 0,84%, a 780 iuanes (106,87 dólares) a tonelada métrica, depois de atingir seu nível mais baixo desde 19 de novembro, a 762,5 iuanes a tonelada, no início da sessão.

As expectativas de compra pelas siderúrgicas chinesas antes do feriado que se aproxima deram algum suporte à principal matéria-prima para a fabricação de aço, disseram os analistas.

“Embora a produção de metais quentes tenha mostrado sinais de abrandamento, a lucratividade entre as siderúrgicas se estabilizou… as usinas siderúrgicas continuam a reconstruir estoques de minério de ferro”, disseram os analistas da Maike Futures em uma nota.

“Esperamos que as usinas ainda precisem reabastecer cerca de 10 milhões de toneladas de minério de ferro antes do feriado do Ano Novo Chinês (CNY).”

As siderúrgicas chinesas geralmente acumulam estoques antes do CNY, que começa em 28 de janeiro, para atender às necessidades de produção durante e após o feriado.

Os estoques de minério de ferro nos portos estavam em 147,8 milhões de toneladas em 20 de dezembro, 30% a mais do que há um ano, segundo dados da consultoria Steelhome.

Honda e Nissan anunciam início de negociações para fusão

 


As montadoras japonesas Honda e Nissan concordaram com o início de negociações para uma fusão - AFP/Arquivos

 

As montadoras japonesas Honda e Nissan concordaram nesta segunda-feira (23) com o início de negociações para uma fusão, em uma tentativa de recuperar o espaço perdido para a Tesla e os fabricantes chineses no mercado de veículos elétricos.

A operação criaria a terceira maior fabricante de automóveis do mundo e permitiria uma expansão do segmento de carros elétricos e veículos autônomos.

Os dois grupos, ao lado da Mitsubishi Motors, da qual a Nissan é a principal acionista, anunciaram que tentarão estabelecer uma “holding única” nas negociações.

As empresas, que mencionaram as “mudanças drásticas no ambiente que cerca os dois grupos e na indústria automobilística”, anunciaram que planejam a cotação da ‘holding’ na Bolsa de Tóquio até agosto de 2026.

Honda e Nissan informaram que pretendem concluir o acordo de fusão em junho do próximo ano, mas o pacto provavelmente não implicará uma união entre iguais.

A Honda terá a prerrogativa de nomear o CEO do novo conglomerado, cujo conselho de administração será integrado majoritariamente por executivos desta empresa, segundo a declaração conjunta.

Honda e Nissan, número dois e três no mercado japonês de automóveis, enfrentam um cenário difícil com a demanda dos consumidores, condições exacerbadas pela concorrência acirrada.

O contexto é mais evidente para as marcas estrangeiras na China, onde montadoras locais de carros elétricos como a BYD estão em ascensão à medida que cresce a demanda por veículos menos poluentes.

No ano passado, a China superou o Japão como o maior exportador de carros, graças ao apoio estatal à indústria de veículos elétricos.

CCR Mobilidade espera resultados melhores apesar do peso dos juros e câmbio, diz executivo

 


Marcio Hannas, CEO da CCR Mobilidade (Crédito: Reprodução/Linkedin)

A CCR Mobilidade espera alcançar melhores resultados em 2025 após fortes investimentos em frota em São Paulo, mas a forte desvalorização do real e a alta de juros devem impor novas pressões à companhia, afirmou o presidente da divisão de trens de passageiros e metrô do maior grupo de concessões de transporte do país, Marcio Hannas.

A companhia recebeu este mês o último trem novo de uma encomenda de 36 composições para as linhas 8 e 9 da região metropolitana de São Paulo, que somou investimento de 2,6 bilhões de reais. Com isso, a empresa pode concentrar a atenção na reforma do sistema elétrico, um trabalho que deve se estender até 2026.

“Dos 4 bilhões de reais de investimentos previstos no projeto (das linhas 8 e 9), 2,6 bilhões foram para trens”, disse Hannas. “Para o ano que vem, o capex será menor…Além disso, os trens novos têm custo menor, são mais eficientes em termos de consumo de energia”, disse o executivo, evitando fazer projeções específicas.

Falhas ao longo de 2023

A CCR assumiu as linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em abril de 2021 e no ano passado o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, chegou a ameaçar romper contrato com a companhia por uma série de problemas na operação.

Hannas afirmou que, além dos problemas nas cadeias de fornecimento gerados no período pós-pandemia, que provocam atrasos nas entregas de novos trens e itens para manutenção de composições, a companhia teve falha de avaliação da condição desses ativos. “Vieram em nível mais degradado do que esperávamos”, afirmou.

Mas com a chegada dos novos trens, a companhia conseguiu elevar o nível da operação, que atualmente apresenta um patamar de desempenho de entre 85% e 88%, afirmou o executivo, ante abaixo de 50% no início da concessão.

Com os novos trens, a CCR Mobilidade vai concluir em fevereiro a devolução à CPTM da última das 34 composições que foram trocadas pelos novos equipamentos, disse Hannas, citando que a frota da empresa nas linhas será de 57 trens ao final do processo.

Apenas no terceiro trimestre deste ano, por exemplo, a CCR apurou um impacto em custo de construção de 220 milhões de reais gerado pelas linhas 8 e 9 diante da implantação dos novos trens, segundo o balanço da companhia, divulgado no final de outubro.

Investimentos em energia

Ante a previsão de investimento de 4 bilhões nas duas linhas, após a entrega da última composição o restante dos recursos será aplicado “principalmente na parte de energia” até 2026, disse o executivo. Hannas citou como exemplo reformas de subestações e rede aérea que alimenta os trens com eletricidade.

“É um trabalho complexo, precisa desligar a energia para mexer e aí não podemos operar…Temos uma janela muito curta de apenas duas horas de manutenção” durante as madrugadas disse o executivo ao explicar o prazo.

Mas ao ser questionado sobre o impacto da desvalorização da moeda, Hannas afirmou sem detalhar que, como boa parte dos insumos metroferroviários é importada, “há, sim, um impacto de custo na manutenção porque as peças de reposição são importadas”.

Apesar disso, ele acrescentou que não espera “um impacto severo” nos negócios. Além do próprio câmbio, a alta da Selic deve atingir a última linha do balanço da empresa em função dos financiamentos contratados pela empresa, disse o executivo.

Nos nove primeiros meses de 2024, a CCR Mobilidade apurou um resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado de 1,56 bilhão de reais, um crescimento de quase 10% sobre um ano antes. A margem, porém, ficou perto da estabilidade, passando de 51,9% para 52,1%.

Futuro da empresa

Para 2025, um dos principais alvos de interesse da CCR Mobilidade, a maior operadora privada de trens de passageiros da América Latina e sétima maior do mundo, é o leilão das linhas 11, 12 e 13 de trens metropolitanos de São Paulo, disse Hannas.

O projeto, que teve edital publicado pelo governo de São Paulo neste mês, envolve mais de 100 quilômetros de vias existentes e 14 bilhões de reais em investimentos. A entrega das propostas está prevista para 25 de março e o leilão para o dia 28 do mesmo mês.

“A decisão (de participar do leilão) ainda não foi tomada… Estamos estudando”, disse Hannas, citando ainda que no radar da companhia em trens metropolitanos de São Paulo está a eventual concessão das linhas 10 e 14, esta última que precisará ser construída.

A empresa também monitora eventual concessão da linha 3 do metrô do Rio de Janeiro ligando Niterói a São Gonçalo, disse o presidente da CCR Mobilidade.

“Tem tanta oportunidade nessa área no Brasil que não faz sentido esforço para irmos buscar fora do país”, disse Hannas ao ser questionado sobre eventuais focos da empresa no exterior. “No curto prazo, não temos intenção de ir para fora do Brasil.”

Como grupo, a CCR – que tem como principais acionistas os grupos Soares Penido, Mover, Itaúsa e Votorantim – tem operações fora do Brasil em sua divisão de aeroportos, com terminais em Curaçao, Costa Rica e Equador.

Segundo o executivo, a CCR Mobilidade tem observado o avanço de uma série de tecnologias para possível implantação em suas operações no futuro, incluindo trens a hidrogênio, sistemas de sinalização sem fio, bilhetagem por reconhecimento facial, robôs para limpeza de vias férreas e estações e mesmo transporte em composições que se movem por dutos a vácuo (hiperloop).

“Tem economia de energia porque o trem está em levitação dentro do tubo e recupera a energia na frenagem…não tem trilhos…são benefícios de custos que são relevantes”, afirmou se referindo ao hiperloop.