Ministro das Relações Exteriores do Brasil acredita que agora o momento de um acordo seja favorável, após várias tentativas nos últimos anos
Rio de Janeiro - Um esperado acordo comercial entre Mercosul e
União Europeia pode sair em cerca de um ano, estimou nesta quinta-feira
o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota.
Embora várias tentativas de acordo tenham sido feitas nos últimos anos, Patriota acredita que agora o momento seja favorável.
Até o fim do ano, os blocos econômicos devem apresentar novas propostas
que encaminhem o acordo bilateral. O compromisso foi firmado entre os
países membros do Mercosul com representantes da Comissão Europeia em um
recente encontro no Chile.
"Creio que hoje há condições mais favoráveis que em 2006 e 2007, quando
tentamos o último acordo. Nós ficamos mais fortes e a União Europeia
atravessa certa dificuldade... Isso está relativamente avançado e
poderá, com vontade política, transformar-se em um acordo em um ano ou
um pouco mais", disse Patriota, durante um evento no Rio de Janeiro.
No entanto, o ministro prevê que o Mercosul pode sofrer algumas perdas
nas negociações com a UE em razão de acordos paralelos que vêm sendo
costurados pelos europeus com outros países.
"Talvez, por outro lado, devemos perder benefícios do sistema geral de
preferência europeu, que afeta 15 por cento das nossas exportações.
Existem outra negociações da UE com outros parceiros como Índia e Coreia
(do Sul) que também podem ter efeito negativo aos nossos interesses."
Um alto funcionário do governo brasileiro disse à Reuters recentemente
que o país quer mudar a forma como o Mercosul negocia acordos comerciais
com a União Europeia, para acelerar as conversas que vêm acontecendo
desde 1995.
No início de julho, em um encontro de líderes do Mercosul no Uruguai, a
presidente Dilma Rousseff, pediu que o bloco acelere as negociações
comerciais, incluindo o plano envolvendo a União Europeia, pedindo uma
"nova agenda de inserção" global que reflita o potencial da união
aduaneira sul-americana.
O Mercosul, que é formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela e
Uruguai, está tentando retomar as negociações com a UE, visando um
acordo comercial que envolve 750 milhões de pessoas e 130 bilhões de
dólares em comércio anual.