terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ministro reformista perde poder na Venezuela


Por Fabio Murakawa | Valor


SÃO PAULO  -  O ministro das Finanças da Venezuela, Nelson Merentes, foi destituído, nesta terça-feira, 8, do cargo de vice-presidente da Área Econômica do chamado Conselho de Ministros Revolucionários — um órgão consultivo e não deliberativo —, informou a mídia local.

O presidente Nicolás Maduro oficializou a destituição na edição de hoje da Gazeta Oficial da Venezuela, segundo o jornal El Universal. Em seu lugar, foi nomeado o atual ministro do Petróleo e presidente da estatal PDVSA, Rafael Ramírez. Apesar disso, Merentes continuará na função de ministro das Finanças. Maduro não explicou a razão da mudança.

O ministro foi presidente do Banco Central venezuelano entre 2009 e 2013. Em abril deste ano, deixou o posto para assumir o Ministério das Finanças. À frente da pasta, Merentes vem buscando uma aproximação do governo venezuelano com o empresariado, de acordo com analistas. Ainda, segundo analistas, essa aproximação não era bem vista por setores mais radicais dentro da coalizão chavista, hoje no poder.

Governo e empresários têm relações estremecidas desde a gestão de Hugo Chávez, antecessor e padrinho político de Maduro, que presidiu o país entre 1999 e este ano, quando morreu vítima de um câncer.
Merentes deixa a coordenação da área econômica do governo em meio a crescentes preocupações com a inflação alta e o desabastecimento de produtos básicos no país.

Iedi reduz a 2% projeção de alta da produção industrial

Por Antonio Pita

Após mais um resultado fraco na produção industrial regional em agosto, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta terça-feira, 08, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) reduziu a expectativa de crescimento do setor neste ano. A avaliação é do economista e presidente do instituto, Rogério Souza, que estima em 2% a expansão industrial no País no ano, abaixo dos 2,5% das projeções iniciais. 
 
"O crescimento não deve passar disso. O que vemos nos dados regionais é uma confirmação das previsões de comprometimento das expectativas de desempenho para o setor", declara Souza.

Segundo o economista, a oscilação deve se manter nos próximos meses, indicando um ciclo mais curto de ajustes dos empresários na produção. "As incertezas estão prejudicando essas avaliações sobre o ritmo de produção. Os empresários não têm boas expectativas em relação aos seus negócios e mercados, e isso justifica o movimento de gangorra na produção ao longo do ano, que deve se manter até dezembro."

A forte retração na produção industrial da Bahia, em função do apagão em agosto na Região Nordeste, também foi lembrada. "É uma queda bastante ruim, que se repercute em todo o Nordeste, mas é algo pontual. É simbólico por interromper uma sequência de altas na indústria baiana", resumiu Souza.

No Rio, a "queda bastante expressiva" da produção, de 4,2% em agosto, também preocupa o economista. Segundo ele, o Rio é representativo do parque industrial nacional, sobretudo no segmento automotivo, que representa maior queda.

Somados, Rio, São Paulo e Minas Gerais correspondem a 60% da produção nacional. "A alta de 0,6% em São Paulo e de 0,3% em Minas Gerais demonstram uma primeira reação após resultados muito ruins nos últimos meses. Ainda assim, são crescimentos que partem de uma base ruim em 2012 e não se sustentam nesta trajetória de gangorra deste ano."

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Cerveja está na cesta de consumo das classes D/E para os próximos anos

Por Leticia Casado | Valor
 
SÃO PAULO  -  Cinco produtos estão no alvo das classes C/D para os próximos anos: requeijão, catchup, cerveja (para consumir em casa), sobremesa em pó e suco pronto, mostram dados divulgados pela consultoria Kantar Worldpanel há pouco em São Paulo.

“Conquistar” a categoria significa, na metodologia da pesquisa, que 70% dos lares daquela faixa social passaram a comprar o produto ao menos uma vez ao ano. Ou seja: quando 70% das famílias das classes D/E comprarem requeijão ou cerveja ao menos uma vez ao ano, elas terão conquistado o hábito de consumo desses produtos.

Entre 2008 e 2013, as classes D/E consolidaram o consumo de nove categorias: creme de leite, extrato de tomate, molho de tomate, cereal tradicional, tempero, absorvente higiênico, leite em pó, cremes e loções e maionese.

“Se o PIB se mantiver na casa de 2%, a conquista se dará em quatro anos”, disse Marcos Calliari, diretor geral da Kantar Worldpanel no Brasil, em evento com jornalistas.

A frequência de compras é uma das variáveis para medir o consumo. Outra poderia ser o preço, por exemplo. No caso dos cinco produtos citados, a Kantar considera apenas a experimentação do item, independentemente do desembolso por produto.

Christine Pereira, diretora comercial da Kantar, disse que o aumento de preços em 2013 pode impactar o desenvolvimento do consumo dessa cesta de produtos.

“Se as famílias comprarem uma vez ao ano e depois passarem a uma vez por semestre, as empresas precisam conquistar a experiência daquele cliente naquela única vez”, destacou Margareth Utimura, diretora de contas da Kantar.

A Kantar acompanha os hábitos de consumo de 8,2 mil lares no Brasil.

(Leticia Casado | Valor)

Balança comercial brasileira da 1ª semana de outubro tem superávit de US$ 1,8 bilhão



 
 
Até plataforma de exploração de petróleo (foto) o Brasil exportou no quatro dias úteis (1º a 6), quando a balança comercial da primeira semana de outubro fechou com saldo comercial positivo de US$ 1,854 bilhão (média diária de US$ 463 milhões). O valor é resultado da diferença entre exportações de US$ 6,069 bilhões (média diária de US$ 1,517 bilhão) e importações de US$ 4,215 bilhões (média diária de US$ 1,053 bilhão). No período, a corrente de comércio foi de US$ 10,284 bilhões (média diária de US$ 2,571 bilhões).  Na comparação pela média diária, as exportações da primeira semana deste mês aumentaram 53,4% em relação à média de outubro de 2012 (US$ 989,2 milhões).  
 
Houve crescimento por causa aumento das exportações de produtos manufaturados (119,5%) - plataforma para extração de petróleo e gás, motores e geradores, veículos de carga e automóveis de passageiros; e básicos (24,2%) - principalmente, de petróleo em bruto, soja em grão, minério de ferro, carne bovina e fumo em folhas. Já as vendas de semimanufaturados diminuíram 25%, pela retração nas vendas de ferro fundido, óleo de soja em bruto, açúcar em bruto e ouro em forma semimanufaturada. Em relação a setembro último (média diária de US$ 999,8 milhões), as exportações cresceram 51,8%, devido ao crescimento nas exportações de produtos manufaturados (145,4%) e básicos (4,4%). 
 
Por outro lado, diminuíram as exportações de semimanufaturados (-7,2%). Nas importações, a média diária da primeira semana de outubro de 2013 ficou 15,3% acima da média de outubro do ano passado (US$ 914,2 milhões) e 17,4% superior à de setembro deste ano (US$ 897,6 milhões). No comparativo com outubro de 2012, aumentaram as compras, principalmente, de combustíveis e lubrificantes (139,4%), aparelhos eletroeletrônicos (22,6%), siderúrgicos (14,7%), químicos orgânicos/inorgânicos (9,8%) e borracha e obras (7,0%). Em relação a setembro último, houve alta nas importações, principalmente, nos produtos combustíveis e lubrificantes (104,2%), aparelhos eletroeletrônicos (17,6%), farmacêuticos (12,2%), plásticos e obras (8,6%) e siderúrgicos (5,6%).

No acumulado do ano, as exportações brasileiras somam US$ 183,719 bilhões (média diária de US$ 951,9 milhões) e as importações, US$ 183,473 bilhões (média diária de US$ 950,6 milhões), com saldo positivo de US$ 246 milhões (média/dia: US$ 1,3bilhão). A corrente de comércio está em US$ 367,192 bilhões (média diária de US$ 1,902 bilhão). Na comparação pela média diária, as exportações realizadas de janeiro a outubro deste ano diminuíram 0,7%  e as importações aumentaram 8,8%.    Acesse as informações da balança comercial no período.
      

Rentabilidade do exportador sobe em julho e em agosto, anulando perdas do ano







 








Com a desvalorização do real frente ao dólar de junho a agosto a rentabilidade das exportações mostrou melhora, praticamente anulando as perdas acumuladas no restante do ano. Em julho, a margem das exportações aumentou 1,3%, já em agosto foi de 3,2%. No acumulado dos primeiros meses do ano a rentabilidade recuou 0,2%.

Após ultrapassar R$ 2,35 em agosto, a taxa de câmbio voltou a cair e parte dos ganhos dos últimos dois meses pode desaparecer até o fim do ano.
A estimativa dos analistas é que a taxa média de câmbio em 2013 seja mais alta que a média de R$ 1,96 do ano passado.

Segundo dados da Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior), de janeiro a agosto, o recuo de 0,2% na margem de lucro do exportador ocorreu mesmo com uma desvalorização acumulada da taxa de câmbio nominal de 10,1%.

Rodrigo Branco, pesquisador associado ao Cedes (Centro de Estudo de Estratégias de Desenvolvimento) lembra que em agosto os preços médios de exportação levantados pela Funcex mantiveram tendência de recuo, com queda de 6,1% contra o mesmo mês de 2012.

Os dados do acumulado do ano mostram que a redução de preços está difundida entre os diversos setores. Dos 29 segmentos de atividade que a Funcex acompanha, em 19 houve queda de preços.

A exportação de semimanufaturados teve recuo de 10,8% no acumulado de 12 meses encerrados em agosto, na comparação com 12 meses anteriores. Essa retração foi puxada principalmente pelos preços dos alimentos e da metalurgia.

O preços dos alimentos caíram sob influência de cotações menores de algumas commodities, como o açúcar.

Mesmo com a intensificação da redução de preços de exportação, afirma Branco, há tendência de ganho médio, embora pequeno, de rentabilidade das vendas ao exterior no ano.

Fonte: Funcex

Brasil com obras da Copa e de infraestrututura é oportunidade para a Ciber



 
 
A Ciber Equipamentos Rodoviários, produtora de máquinas e tecnologias para construção de rodovias e mineração, sabe que está no lugar exato e no momento certo. Preparando-se para receber grandes eventos esportivos e vivendo o período pré-eleitoral, quando governantes querem mostrar serviço e obras pipocam por todos os lados das cidades, o Brasil concentra seus esforços no investimento em infraestrutura. 

O desenvolvimento de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos se tornou a única saída para o país voltar a crescer - como indicou Tatiana Pinheiro, economista sênior do Santander. O cenário, portanto, não poderia ser mais promissor para a empresa gaúcha que, entre outros equipamentos, fabrica usinas de asfalto. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), pouco mais de 13% das rodovias brasileiras são pavimentadas “O percentual é muito baixo comparado ao resto do mundo. Existe uma lacuna grande para ser preenchida”, avalia Jandrei Goldschmidt, gerente de marketing da Ciber. 

A previsão da Ciber, subsidiária do grupo alemão Wirtgen, é fechar o ano com o faturamento de R$ 400 milhões. Para isso, a empresa reforçou sua presença na região nordeste com a abertura, recentemente, de uma revendedora em Pernambuco. A intenção é atender um mercado promissor: “O nordeste vem muito forte em termos de infraestrutura. No primeiro semestre, despontou bastante a demanda por equipamentos na Bahia e Pernambuco”, conta Goldschmidt. Entre 70 e 80% dos clientes da Ciber são empreiteiras e grandes construtoras, mas setores do governo e o exército também utilizam as máquinas produzidas na fábrica de Porto Alegre. É o caso da prefeitura do Rio de Janeiro, outro mercado para o qual a Ciber tem dedicado especial atenção diante dos investimentos que estão sendo realizados no município à espera da Copa do Mundo e Olimpíada.  

Além de o momento ser propício para o aumento da demanda pelos equipamentos para obras rodoviárias, a Ciber conta com outro ponto a favor: a valorização do dólar. A empresa comercializa usinas de asfalto, de produção 100% brasileira, para toda América Latina, África, Oceania e sul da Ásia. A única preocupação reside na cotação do euro, pois parte das máquinas é importada da Alemanha. Mas como 70% dos produtos são nacionais, produzidos em Porto Alegre, a balança comercial da Ciber tende a ficar positiva.

O setor de máquinas e equipamentos no Brasil não teve um bom desempenho no primeiro semestre de 2013. No acumulado do ano (janeiro a julho), teve queda de 7,7% no faturamento em comparação ao mesmo período de 2012. Porém, Goldschmidt destaca que a proximidade das eleições 2014 pode dar um ânimo ao segmento: “A tendência é que até o ano que vem, o mercado se aqueça”. No entanto, as obras brasileiras estão sempre às voltas com incertezas e burocracias que podem representar uma ducha de água fria no crescimento do setor. Segundo Goldschmidt, empresas deste setor trabalham com a probabilidade de greves, falta de mão de obra qualificada e embargos das construções. “A instabilidade é uma constante, o que dificulta andamento da cadeia produtiva e as projeções para o futuro”.  Fonte: amanha.com.br

O design mora ao lado

O design mora ao lado

Com projetos arrojados e parcerias internacionais, edifícios da incorporadora Idea!Zarvos mudam a paisagem de São Paulo

Por Fabiano MAZZEI


 Em meados de agosto, durante a assembleia de moradores do Edifício 360° – prédio de luxo na zona oeste de São Paulo –, uma acirrada votação decidiu proibir o uso de janelas de vidro para fechar as varandas dos apartamentos. Vencedores por 21 a 17 votos, os condôminos contrários à reforma detinham um argumento sólido. O que eles defendiam? O design. O projeto assinado pelo festejado arquiteto Isay Weinfeld ganhou importantes prêmios internacionais exatamente pelo desenho diferenciado de sua estrutura, com 22 andares de “caixas” sobrepostas e varandas que conferem profundidade e circulação de ar ao prédio. Fechá-las, portanto, seria uma atitude não só antiestética, como antifuncional.


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Escritório cool: empreendimento na João Moura 1.144, na zona oeste de São Paulo,
tem salas comerciais com terraços para reuniões de negócios ao ar livre
 
 
O caso do 360° reflete a importância que o design tem adquirido no perfil de consumo de imóveis de alta renda em São Paulo. Mais do que o número de suítes ou da metragem, clientes de alto poder aquisitivo buscam projetos assinados por arquitetos de renome, como Weinfeld, na hora da compra. Esses novos empreendimentos têm mudado o skyline da cidade, sobretudo na Vila Madalena, bairro de artistas e da boemia paulistana. Detalhe: por trás desses projetos tão transformadores, surge invariavelmente um mesmo responsável: o da incorporadora Idea!Zarvos. Criada em 2004, a empresa tem sido uma das principais responsáveis por sofisticar o bairro, onde seis prédios já foram entregues e outros nove estão em fase final de construção. 
 
 
 
Em comum, eles foram concebidos por estrelas do design e causam uma sensível alteração no visual urbanístico, atraindo um novo perfil de morador. “São pessoas que estão no topo da pirâmide cultural”, diz Otávio Zarvos, 46 anos, fundador da Idea!Zarvos. “Não se trata apenas de ter dinheiro.” Segundo ele, seu cliente é alguém com referências de arquitetura que naufragou no mar de edifícios neoclássicos que inundou a cidade de São Paulo. “Fazia mais de 60 anos que não surgia nada de qualidade”, lamenta o empresário, que cita Artacho Jurado, icônico arquiteto dos anos 1950, como o último suspiro do design residencial na metrópole. Neste cenário, a Idea!Zarvos nada de braçada. Em 2012, o valor geral de vendas (VGV) foi de R$ 635 milhões. 
 
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Otávio Zarvos, fundador da incorporadora Idea!Zarvos, responsável
por dar um toque de design ao skyline da cidade
 
Neste ano, devido a atrasos nas tramitações burocráticas junto à prefeitura paulistana, o faturamento ficará na casa dos R$ 330 milhões, com oito prédios inaugurados até dezembro. A queda, garante Zarvos, não o preocupa. “Nosso negócio é fazer empreendimentos bons para quem compra e para a cidade”, afirma. “E se precisarmos diminuir de tamanho para isso, o faremos.” Caça às trufas O segredo do sucesso da companhia é uma combinação de análise técnica, olhar urbanístico e um certo feeling. Mas a tarefa não é fácil. Detectar bairros com potencial de negócio não depende apenas da oferta de terrenos. Zarvos afirma que São Paulo é grande em extensão, mas reduzida a “ilhas” com fronteiras sociológicas. “Quem mora no Tatuapé, por exemplo, não se mudaria para viver em Pinheiros, e vice-versa”, diz. 
 
 
 
Para ele, as tribos paulistanas demarcaram seus territórios e não estão dispostas a repensar os limites criados. Com isso, pesquisas de mercado servem como bússola para sair a campo. O próprio CEO e seu staff participam da avaliação do lugar pretendido. “Ando a pé mesmo, em diferentes horários e dias da semana”, diz. O empresário compara o exercício à caça às trufas italianas. “É preciso bom faro para encontrá-las, e uma técnica apurada para tirá-las debaixo da terra.” Só depois de efetuado o cruzamento das informações com essas sensações obtidas in loco é que se dá início a uma espécie de blitz, a partir da qual a incorporadora adquire vários terrenos de uma vez. É o que está acontecendo neste momento com a Vila Ipojuca, nas cercanias da Vila Madalena. 
 
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Defesa da identidade: Isay Weinfeld, o arquiteto que assina o Edifício 360º, protestou
contra a polêmica proposta de fechamento das varandas do prédio
 
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O CEP possui características ideais para que seja considerado um bom negócio: fica perto dos serviços do vizinho famoso e conta com boa oferta de terrenos ainda não hiperinflacionados pela especulação imobiliária. Por lá, a empresa está construindo, neste ano, a primeira de quatro torres do empreendimento Sage. Quem assina a estreia no bairro, já em outubro, é o escritório de arquitetura b720, do espanhol Fermín Vásquez (leia quadro na página 78). Celebrado no mundo todo, ele assina obras como a Torre Agbar, em Barcelona. Bem menos pretensioso, o Sage terá como novidade sua relação com a vizinhança, dominada por casas antigas. “Serão prédios mais baixos e com vãos, para o ar circular melhor pelo quarteirão”, diz Zarvos. 
 
 
Além disso, uma espécie de centro comunitário da Idea! será erguido no bairro para que os moradores, sejam dos prédios ou não, se relacionem durante as aulas de culinária na cozinha experimental ou em palestras. As unidades do Sage, com 150 m² de área, custarão R$ 1,5 milhão. Outro empreendimento da companhia que pensou no impacto ao seu entorno é o Edifício Azul, de Weinfeld. Ele será erguido bem no meio de um terreno entre duas ruas da Vila Madalena. Nos fundos, uma área para três lojas. Na entrada, ao invés de uma portaria comum, uma passarela na cor azul, pavimentada por entre as residências existentes, dará uma identidade especial ao endereço. “Os visitantes encontrarão uma passarela e saberão que ali mora uma pessoa diferente.”
 
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Satisfação e urbanismo: Arruda Botelho gosta de receber elogios pelo aparta­mento no 4x4.
Abaixo, a passarela do Edifício Azul vai interagir com o bairro e seus pedestres
 
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O escrevente José Carlos de Arruda Botelho Filho, 47 anos, conhece bem essa sensação. Ele mora no Edifício 4x4, um dos primeiros feitos pela Idea!Zarvos, e diz que gosta de ser reconhecido pelo lugar que escolheu para viver. “Além de ter sido um bom negócio, há uma satisfação pessoal grande”, diz Arruda Botelho, que comprou o imóvel de 124 m², há quatro anos, por R$ 480 mil. Hoje vale R$ 1,5 milhão. “Essa é outra vantagem”, diz Zarvos. Como são prédios únicos, a valorização é maior. O 360° é um exemplo. Lançado em 2009 com o metro quadrado a R$ 5 mil, agora, já com o prédio entregue, a mesma medida vale R$ 11 mil. Ou seja, cerca de 120% a mais do que o que foi pago por unidades que variavam entre 130 m² e 250 m².
 
 
Foi por preservar esta identidade que a disputa entre os moradores do 360° foi simbólica. Mais do que uma rusga entre ricos em uma Torre de Babel estilosa, ela confirmou a visão de que o design entrega valor agregado a uma obra arquitetônica. E vilipendiar isso é perder dinheiro. “Eu mesmo mandei uma carta pessoal ao condomínio pedindo pela proibição do fechamento das varandas”, diz Zarvos. Não que ele seja contra o uso mais social do espaço. Um dos projetos da incorporadora para 2014, em Perdizes, contemplará aqueles que gostam de fazer churrasco no terraço de seu apartamento. “Se tiver a ver com a arquitetura do prédio, por que não, já que esse é um hábito bem paulistano?”, indaga ele. “Ficaria muito feliz em ver um prédio meu onde os moradores estivessem curtindo o dia na piscina no meio da varanda”, afirma.
 
 
“O centro de são Paulo é uma lástima”
 
Autor da Torre de Agbar, em Barcelona, e com dez projetos no País – entre eles a revitalização do porto do rio Guaíba, em Porto Alegre –, o arquiteto espanhol Fermín Vásquez, 52 anos, lamenta a má conservação do centro de São Paulo
 
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Conhece a arquitetura nacional?
Quando eu era estudante, passava horas admirando as obras dos arquitetos modernos brasileiros, em especial as de Oscar Niemeyer. A arquitetura brasileira moderna me encanta e influencia não só a mim, mas a muitos arquitetos pelo mundo.
 
Por que a preocupação com o bairro no entorno do projeto Sage?
Quisemos falar a mesma língua do bairro, a Vila Ipojuca. Ele foi loteado em terrenos estreitos, mas compridos, e usamos essa mesma trama. Nos inspiramos nas pessoas que vivem ali, não se trata de um projeto feito por computador onde só a praticidade é o que conta.
 
O sr. gosta da arquitetura dos prédios paulistanos?
São Paulo, na minha opinião, é a capital da América Latina. A arquitetura paulistana tem semelhanças com a das metrópoles americanas, na verticalização e extensão. O centro da cidade de São Paulo tem uma beleza muito particular e é uma lástima que se encontre da maneira que está. Deveria ocorrer uma recuperação do centro histórico da cidade.