Receita de 12,9 bilhões de dólares e lucro líquido de 3 bilhões estão entre números esperados
Vale: aumento das exportações e a alta do preço do ferro indicam bom desempenho
São Paulo – Com a proximidade da temporada de balanços, as corretoras começam a revelar suas expectativas.. Mesmo com os 20% de desvalorização de seus papéis desde janeiro, a Vale deve anunciar bons números no terceiro trimestre. Pelo menos, essa é a aposta da Citi.
Em relatório assinado por Alexander Hacking e Thiago Ojea, a corretora
afirma que espera que a companhia apresente "resultados fortes" para o
período.
"Esperamos um trimestre forte, o melhor desde 2011", afirmam os
analistas no informe. De acordo com as previsões da Citi, a receita da
Vale de julho a setembro deve ser de 12,9 bilhões de dólares e o lucro
líquido da companhia deve ficar na casa dos 3 bilhões de dólares. Entre
as razões para isso, estariam o aumento nas exportações do minério de
ferro e a alta do preço da commodity.
Hoje, a tonelada do ferro está sendo negociada por aproximadamente 103
dólares – quatro a mais do que no mesmo período do ano passado. Para
completar a boa fase, a Citi ainda aposta que as vendas da Vale vão
crescer 11% em relação ao segundo trimestre e 2% em comparação com a
mesma época do ano passado.
Riscos
O relatório divulgado pela Citi enumera também alguns riscos que podem
prejudicar o desempenho da Vale no futuro. Um deles é o próprio preço do
minério de ferro – que poderia cair em função do aumento da oferta da
commodity na Austrália. Outros perigos são a flutuação do câmbio e
possíveis mudanças nas políticas regulatória e tributária.
Mas a grande pedra no sapato da companhia é um acordo fiscal que está
sendo costurado entre a Vale e o governo. As negociações dizem respeito
aos impostos sobre os lucros obtidos pela empresa no exterior.
Com
vencimento previsto para novembro, a dívida poderá ser paga de duas
formas: à vista, por 22 bilhões de reais, ou a prazo, com uma entrada de
7 bilhões e outros 27 bilhões pagos nos próximos 10 anos.
"A 2ª opção é mais atrativa para a Vale devido ao impacto menor sobre o
fluxo de caixa no curto prazo", afirma o relatório. Segundo um
executivo da companhia, a empresa não espera volatilidade nos preços do minério de ferro e vislumbra uma fase de equilíbrio entre oferta e procura do produto em 2014.