sábado, 19 de outubro de 2013

Sustentabilidade


Google dá a luz

Uma das mais charmosas empresas da internet, o site de buscas Google, está mostrando que também é craque no quesito energia alternativa

por Rosenildo Gomes Ferreira

Design
Árvore para levar 
 
Um grupo de designers e ambientalistas da Califórnia bolou um jeito criativo de aumentar a taxa de áreas verdes nas grandes cidades. Trata-se do Parkcycle (foto), um “parque móvel” montado sobre um triciclo. Alguns exemplares possuem, além de grama natural, até mesmo uma árvore. 
 
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Pesquisa 
 
Pantanal sob ameaça
 
Pesquisa conduzida em parceria pelo Ibope, pela ONG WWF-Brasil e pela subsidiária do banco HSBC revela um quadro preocupante sobre o Pantanal (foto). As 2002 pessoas ouvidas citaram como possíveis ameaças ao bioma os seguintes itens: desmatamento, poluição das águas, caça predatória e construção de hidrelétricas. O trabalho faz parte do Programa HSBC pela Água, que se destina a promover ações para recuperar a região.
 
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Empire State 
 
Jardim suspenso 
 
Referência na arquitetura, o edifício Empire State também se tornou sinônimo de prédio sustentável. Uma das medidas que contribuíram para isso foi a construção de quatro jardins (foto) no terraço do prédio. Com 845 m² de área, os espaços se tornaram ponto de encontro de quem trabalha no prédio.
 
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Transporte 
 
Libra reduz emissões
 
Um dos maiores operadores de transporte marítimo do Brasil, o Grupo Libra já coleciona números positivos em sua política ambiental. Desde 2010, a empresa reduziu em 10% as emissões de dióxido de carbono (CO2). Conseguiu isso graças, por exemplo, à compra de equipamentos mais inteligentes, como o ECO-RTG, que usa o peso do próprio contêiner para gerar energia. Desse modo, o gasto de óleo diesel cai de 14 para nove litros por hora.
 
 
Empire State 
 
Jardim suspenso 
 
Referência na arquitetura, o edifício Empire State também se tornou sinônimo de prédio sustentável. Uma das medidas que contribuíram para isso foi a construção de quatro jardins (foto) no terraço do prédio. Com 845 m² de área, os espaços se tornaram ponto de encontro de quem trabalha no prédio.
 
 
Empresas do Bem
 
Educação
 
Bibliotecas do ITAÚ UNIBANCO
 
Funcionários do Itaú Unibanco são voluntários em um projeto que pretende melhorar o nível de leitura dos estudantes da rede pública. Eles vão participar das atividades do programa encabeçado pela Fundação Itaú Social, comandada por Antonio Jacinto Matias, que tem por objetivo doar seis mil Bibliotecas Itaú Criança, contendo 100 obras literárias cada uma.
 
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Social
 
SESI em defesa da infância
 
Projeto social tocado pelo Conselho Nacional do Sesi, presidido por Jair Menegelli, está mudando, para melhor, a vida de milhares de adolescentes que eram vítimas da exploração sexual. Por meio do ViraVida, esses adolescentes vêm recebendo atendimento psicossocial, além de participarem de cursos nas áreas de moda, gastronomia e comunicação, por exemplo. Desde 2009 já foram beneficiados cerca de quatro mil jovens. O investimento na qualificação de cada um deles é de R$ 1.533 por mês.
 
 
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Na tomada

Nº edição: 835 | 11.OUT.13 - 20:30 | Atualizado em 17.Out.13 - 01:07

No País do carro flex, movido a etanol e gasolina, a Usina Binacional de Itaipu está disposta a dar um empurrãozinho para que os veículos elétricos se tornem populares

por Rosenildo Gomes Ferreira
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Alimentação
Carne feita de plantas
 
Os defensores intransigentes dos animais criaram a cultura vegana, cuja alimentação exclui até mesmo o ovo. De olho nesse contingente, o americano Ethan Brown lançou a Beyond Meat’s, cujos pratos à base de vegetais (foto) têm o gosto e a textura de frango e carne bovina. A indústria alimentícia de pratos prontos tem entre seus apoiadores Bill Gates e os criadores do Twitter, Biz Stone e Evan Williams.
 
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Decoração
 
Sofá para ver e sentar
 
Alguns produtos fabricados a partir de material reciclado enfrentam resistência, muitas vezes devido ao seu visual. Pensando nisso, o estúdio Sekita Design, de Tóquio, criou a poltrona Watching You (foto), que encanta pelo jeitão estiloso. A peça é produzida em papelão e pode ser montada em diversas configurações.
 
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Resíduos
 
Gestão e riscos
 
Muitas vezes, uma legislação avançada não é garantia de que os problemas serão resolvidos. Um exemplo disso acontece com a Política Nacional de Resíduos Sólidos que prevê para agosto de 2014 o fim da destinação inadequada do lixo doméstico e industrial. Cálculos da Abrelpe, entidade que reúne as empresas do setor, indicam que será possível atingir o patamar de apenas 60% de coleta e destinação adequada. Para resolver a questão, os municípios e os Estados teriam de investir R$ 6,7 bilhões.
 
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Vida moderna
 
Caçambas de lazer
 
Aquelas caçambas de entulho que enfeiam a paisagem das ruas de grandes cidades serviram de inspiração para o designer inglês Oliver Bishop-Young. Ele propôs usos  mais nobres para esses espaços, por meio de sua conversão em horta, sala de estar e até piscina. O projeto é conceitual e as versões de caçamba não estão à venda.
 
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Empresas do Bem
 
Cultura 
 
Arte diversa
 
Bradesco e Coca-Cola estão entre os patrocinadores da Flink Sampa, a primeira feira literária afroétnica do País, que acontece em novembro, em São Paulo. O evento tem como foco o trabalho de escritores e cineastas afrodescendentes e é organizado pela ONG Afrobras e a Faculdade Zumbi dos Palmares.   
 
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Comunidade
 
Brincadeira social
 
Embalagens usadas para transportar equipamentos comprados pela subsidiária da Ericsson estão ganhando um destino lúdico. O material é base para a construção de rampas (foto) de skate para os jovens moradores de Monteiro Lobato (SP). O trabalho social da empresa também inclui a distribuição de brinquedos para creches do município. A produção fica a cargo do Instituto Pandavas. 
 
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Drone da paz

Os aviões-robôs, conhecidos como drones, tornaram-se sinônimo da guerra travada pelos Estados Unidos no Afeganistão e no Iraque, onde vêm sendo usados para lançar mísseis contra alvos inimigos

por Rosenildo Gomes Ferreira
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Construção 
 
Hotel sobre as águas 
 
Depois de Dubai, outro emirado do Golfo Pérsico pretende se destacar no mundo por suas construções s­untuosas com uma pegada de sustentabilidade. Trata-se do Catar, que espera surpreender os turistas durante a Copa do Mundo de 2020 com iniciativas como o hotel (foto) flutuante. Cercado de muito verde, o empreendimento será autossuficiente em energia e poderá abrigar até 25 mil hóspedes. O projeto é assinado pelo escritório finlandês de arquite­tura Sigge Archtects e será parte integrante da Oryx Island, ilha artificial que está sendo construída na região costeira de Doha.
 
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Duas rodas 
 
Rápida e ecológica 
 
Quem gosta de unir sustentabilidade a velocidade pode ir preparando o bolso. Em 2014, chega às revendas dos Estados Unidos a motocicleta Mission R (foto), fabricada pela californiana Mission Motors. O veículo possui um potente motor elétrico de 600 cc, capaz de acelerar de zero a 100 quilômetros em apenas três segundos, um recorde para a categoria. Cada carga permite percorrer 224 quilô­me­tros, e para levar a motoca para casa será preciso desembolsar US$ 32,5 mil. 
 
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Alimentação 
 
Varejo contra o desperdício 
 
Cansado de ver alimentos em bom estado ir para o lixo, o americano Doug Rauch criou uma rede de varejo que terá em suas gôndolas apenas alimentos com validade vencida. A primeira loja Daily Table será inaugurada em 2014, na cidade de Dorchester, Massachusetts. Rauch se apoia em estudos que indicam que a validade da maioria dos produtos não condiz com o que é expresso no rótulo. 
 
 
 
Moda 
 
Pegada verde 
 
Enquanto boa parte dos calçadistas brasileiros reclama do chamado Custo Brasil, a francesa Vert escolheu exatamente o País para produzir tênis para exportação. O diferencial do negócio é que a empresa usa apenas insumos orgânicos, como algodão cultivado sem agrotóxico e borracha natural. A matéria-prima é adquirida de 300 agricultores e extrativistas do Ceará e da Amazônia. No ano passado, a Vert obteve receita global de € 5,7 milhões.
 
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Empresas do Bem
 
Comunidade 
 
Parceria pela saúde
 
A dobradinha entre o laboratório Pfizer e a Casa do Zezinho (foto) promete levar saúde e bem-estar aos moradores do entorno da ONG situada no Capão Redondo, bairro carente da zona sul de São Paulo. Eles terão acesso a atendimento psicológico e terapias alternativas bancados pelo laboratório. O objetivo é ajudar no combate ao estresse. Batizada de Se Cuida Zezinho, a iniciativa vai beneficiar 15 mil pes­soas por ano, incluindo crianças, jovens e adultos moradores da região.
 
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Social 
 
Caminhão Sorriso
 
Seis cidades dos Estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo foram incluídas no roteiro do Caminhão Odonto da Sascar (foto). O veículo está levando atendimento odontológico gratuito aos profissionais do volante. A meta é atender dez mil caminhoneiros até o final do ano.
 
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Em marcha lenta

A Semana da Mobilidade, comemorada na semana passada, teve como pano de fundo a reflexão sobre a qualidade dos deslocamentos em grandes cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador

por Rosenildo Gomes Ferreira
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Construção
 
Telhado verde
 
O telhado verde, como o instalado no Rio de Janeiro (foto), é apontado por ambientalistas como uma opção para ajudar a melhorar a qualidade de vida nas metrópoles. No entanto, integrantes da Associação Tecnologia Verde Brasil , instituição ativista que defende e promove os telhados verdes e outras tecnologias de infraestrutura verde no País, alertam que alguns Projetos de Lei municipais, como um de Curitiba, que busca obrigar à instalação das coberturas vegetadas na capital paranaense, contêm muitas falhas. Uma delas é limitar o uso de plantas que exigem pouca água. Eles alegam que isso, além de comprometer a biodiversidade urbana, reduz a efetividade da proposta, pois é o processo de evapotranspiração das plantas (evaporação do "suor"das plantas), possível graças à devida reserva d'água presente nos sistemas de telhado verde, que permite que as ilhas de calor urbano sejam reduzidas e que a edificação tenha mais conforto térmico e economia de energia elétrica.
 
 
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Coleta seletiva
 
Na onda elétrica 
 
Se depender do gaúcho Jason Duani Vargas, os carrinhos utilizados por catadores de material reciclável devem, em breve, sumir da paisagem das grandes cidades. Eles seriam substituídos pelo Cavalo de Lata (foto), criado pelo engenheiro para facilitar a vida dos profissionais da reciclagem, além de adicionar uma pitada de sustentabilidade à atividade.
 
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Design
 
Bicicleta de dobrar
 
As designers italianas Valentina Vecchia e Marilene Alberga se inspiraram no famoso canivete suíço Victorinox para criar a Compact Bike. A magrela reúne design arrojado e praticidade, pois pode ser dobrada, facilitando seu transporte no trem, ônibus ou metrô. O objetivo é permitir que as pessoas usem a magrela em trechos curtos, completando a viagem com o transporte público. 
 
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Tecnologia
 
Combustível limpo
 
O uso da cana-de-açúcar para a produção de etanol como uma opção à gasolina já está consagrado. Agora, pesquisadores da indústria automotiva querem difundir as vantagens de seu emprego na produção de diesel. Um trabalho nessa linha é assinado por técnicos da MAN Latin America, fabricante de caminhões e ônibus. Eles mostraram que caminhões abastecidos com 100% de biodiesel são até 70% menos poluentes que os similares movidos a diesel mineral.
 
 
 
 
Empresas do Bem
 
Reciclagem
 
O voo social da Azul
 
Os uniformes (foto) utilizados pela equipe de voo da Azul Linhas Aéreas começam a ganhar um papel nobre, depois de seu tempo de uso. As peças em bom estado estão sendo doadas para o Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo, enquanto as defeituosas serão transformadas em flocos para serem usados em enchimento de travesseiros e almofadas. O trabalho será feito por uma ONG. 
 
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Borracha
 
Pneus da Amazônia
 
A borracha da Amazônia já foi considerada uma espécie de ouro branco pela indústria mundial, especialmente no caso dos fabricantes de pneus. Hoje, uma das poucas empresas do setor que usam esse ativo é a paulista Hércules Levorin, que firmou parceria com seringueiros para a coleta do látex.
 
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É um pássaro? É um avião?

As viagens de dirigível foram interrompidas no dia 6 de maio de 1937, após uma série de tragédias, como a explosão do Hindenburg, o orgulho nacional da Alemanha nazista, em Lakehurst, nas cercanias de Nova Jersey

por Rosenildo Gomes Ferreira
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Vestuário

Desfile orgânico
 
A indústria da moda tornou-se uma das grandes aliadas na luta pela preservação dos recursos naturais. Um dos estilistas que mais se destacam nessa seara é o americano John Patrick. Durante a semana de moda de Nova York, realizada no início de setembro, Patrick levou para a passarela a coleção Orgânica Primavera (foto), composta de vestidos, blusas e saias produzidos com material ecologicamente correto, como algodão orgânico, seda e nylon fabricado a partir de material reciclado.
 
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Microcrédito

A vez das mulheres
 
O mundo dos negócios ainda é um território eminentemente masculino, mas isso começou a mudar. Ao menos nas operações conduzidas pelo Banco do Povo Crédito Solidário, que atua nos municípios da Grande São Paulo. As mulheres representam 67% da carteira de clientes. A expectativa é liberar R$ 8 milhões em empréstimos neste ano. Para fortalecer esse contingente, a ABCRED, entidade que reúne os operadores de microfinanças, está lançando um selo que distingue aquelas que privilegiam as empreendedoras.
 
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Tecnologia

Água pura
 
O pesquisador americano Douglas Schauer pretende mostrar que o coentro (foto), pode ser o substituto ideal do carvão no processo de purificação da água. Estudos conduzidos por Schauer mostram que a erva se constituiu em uma alternativa natural – e viável – para comunidades que não possuem sistema de água encanada, por exemplo.
 
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Emissões

Empresas na berlinda
 
Estudo da consultoria Carbon Disclosure Project (CDP) indica que, apesar dos esforços anunciados, o setor privado não vem conseguindo reduzir suas emissões de dióxido de carbono (CO2). No período 2009-2013 as 50 maiores companhias cotadas em bolsas de valores aumentaram em 1,7% suas emissões. Entenda o que esse número representa:
 
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Empresas do Bem

Trabalho

Aprendizes da Bombardier
 
A parceria entre a divisão de trens da Bombardier e a ONG United Way Brasil vai ajudar na formação profissional de jovens paulistas. Eles serão treinados por funcionários da fábrica (foto) da empresa em Hortolândia (SP), com o objetivo de despertar o espírito empreendedor dessa moçada. 
 
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Social 

Parceria saborosa 
 
A Diletto (foto), rede de sorveterias que conta com 29 pontos de venda nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, vai destinar metade do dinheiro arrecadado com a venda de seus produtos para o Instituto Ayrton Senna. A parceria vale para a segunda-feira 23, quando é comemorado o Dia Nacional do Sorvete.
 
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Beleza orgânica

O brasileiro é um dos maiores consumidores mundiais de produtos de higiene e beleza.

por Rosenildo Gomes Ferreira
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Construção

Prédio verde e caro
 
Os prédios sustentáveis vêm ganhando espaço no Brasil. Mas esse tipo de empreendimento ainda encontra resistências por parte dos incorporadores. É o que mostra uma pesquisa do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi) com 800 executivos do setor. O principal entrave, para 82%, é o custo adicional de uma obra sustentável, que oscila entre 1,6% e 17,6% em relação à convencional. Outros números:
 
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Design 

Arco-íris na ponta dos dedos 
 
O designer britânico Duncan Shotton bolou um jeito criativo e também bonito de substituir a madeira usada na produção de lápis. Trata-se do Raimbow Pencil (foto), produzido com grafite e papel reciclado. O mais bacana nesse projeto é que cada vez que o lápis é apontado surge um arco-íris em sua borda. Para colocar o produto no mercado, Shotton aderiu à vaquinha digital no site Kickstarter e já arrecadou € 12 mil. 
 
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Tecnologia

Cidadania digital
 
Os aplicativos para celulares e smartphones estão assumindo uma função cada vez mais nobre. Mais que informar, divertir e facilitar a vida, os apps se tornaram uma ferramenta para o exercício da cidadania. Um deles é o Cidade Legal (foto), criado por um grupo de brasileiros, que pode ser usado para apontar problemas como semáforos com defeito ou depósitos irregulares de lixo. O app possibilita ao usuário compartilhar, nas redes sociais, uma “foto denúncia” e um breve relato sobre a ocorrência. 
 
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Energia 

Emissão zero 
 
A Limpgas Tecnologia, de Campinas (SP), criou um sistema de purificação de gases emitidos por usinas termelétricas (foto). O equipamento “quebra” as moléculas de CO2 antes que o gás seja lançado na atmosfera. Por se tratar de uma tecnologia exclusiva no Brasil, a empresa espera abocanhar R$ 1,45 bilhão em contratos, até 2018.
 
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Empresas do Bem

Educação

A visão da OI
 
Parceria entre a ONG Oi Futuro e a Fundação Dorina Nowill para Cegos vai permitir a ampliação do acesso de crianças cegas à educação. A ONG, controlada pela empresa de telefonia, financiou a produção do Brailinho Tagarela (foto), série de dez livros impressos em tinta e em braille. 
 
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Moda 

Música com reciclagem 
 
A passagem de Madonna pelo Brasil, em 2012, rendeu frutos sustentáveis. É que o tecido de lona em que foram reproduzidas 3.425 mensagens escritas pelos fãs da veterana cantora foi convertido em ecobags fashion pela Renner. A ação socioambiental da rede varejista gaúcha não para por aí. Através do Instituto Lojas Renner, foram investidos, desde 2008, R$ 15 milhões em 341 projetos. Um deles é o Escola de Varejo, que treina mão de obra para o setor.
 
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Ameaça nuclear

Dois anos após o incêndio na usina nuclear de Fukushima, no Japão, a unidade continua repre­sentando perigo à população

por Rosenildo Gomes Ferreira
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Artesanato

Rumo a Nova York
 
A arte de brasileiros de diversos cantos do País está prestes a ganhar o mundo. Peças como os utensílios de cozinha produzidos pela Associação das Paneleiras de Goiabeiras, em Vitória, serão expostas no salão principal do prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, entre os dias 9 e 16 de setembro. No total, serão mostrados os trabalhos de 15 artesãs de 12 Estados.
 
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Mobilidade

Vestido para pedalar
 
O número de ciclistas nas grandes metrópoles não para de crescer. A adesão às magrelas, no entanto, provocou também o aumento nos acidentes. Para ajudar a melhorar a segurança, a americana Fos criou um painel de LED (foto) que se comunica com motoristas de carros, ônibus e caminhões. Antes de fazer uma curva, por exemplo, o sistema de luzes indica, em forma de seta, qual direção o ciclista vai seguir. O adesivo pode ser colado nas roupas e em mochilas, é movido à bateria e custa US$ 149, na versão com 287,3x7,6 cm.
 
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Embalagens 

Papel de semente 
 
Em um mundo onde 1,6 bilhão de pessoas não têm acesso a equipamentos de refrigeração, formas inventivas de conservar alimentos são sempre bem-vindas. Foi isso que motivou a criação do FreshPaper (foto) pela designer indiana Kavita Shukla, sócia e CEO da FenuGreen, baseada nos Estados Unidos. Trata-se de uma folha de papel incrustada de especiarias que, quando colocada em contato com os alimentos in natura, impede a ação de fungos e bactérias. A embalagem permite quadruplicar o prazo de validade de frutas, legumes e vegetais.
 
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Mobilidade 2

Scooter coletiva 
 
Depois da bicicleta, agora chegou a vez das scooters caírem no gosto dos ecologistas europeus. Em Barcelona, essas motocicletas de baixa cilindrada são a base do novo programa de mobilidade urbana, que prevê o uso compartilhado de scooters elétricas (foto). O Programa Motit já conta com 50 veículos na cor roxa e a meta é multiplicar por dez essa frota, até o final de 2014. Os veículos atingem a velocidade de 40 quilômetros por hora e para guiá-los é preciso possuir habilitação.
 
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Empresas do Bem

Amazônia 

Inovação na floresta 
 
Para celebrar o primeiro aniversário do centro de inovação instalado em Manaus, a Natura, comandada por Alessandro Carlucci, vai premiar cientistas que desenvolverem ingredientes baseados em espécies vegetais típicas da Amazônia. A iniciativa também contempla um acordo com a Univer­sidade Federal do Amazonas (Ufam) para elaborar projetos cientí­ficos na região.
 
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Reciclagem 

Parceria social da Novelis
 
Uma lata, um sorriso. Esse é o mote do projeto que a subsidiária da Novelis, presidida por Tadeu Nardocci, está tocando em parceria com o WTC São Paulo. As latas depositadas nos pontos de coleta do complexo (composto de torre de escritórios, hotel e centro de compras) serão comercializadas, sendo a renda obtida direcionada aos projetos sociais.
 
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Está crescendo o número de cientistas preocupados com os efeitos da exploração do gás de xisto no meio ambiente

por Rodrigo Caetano
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Meio ambiente

Orçamento estourado
 
No dia 20 de agosto, a humanidade esgotou todos os recursos naturais disponíveis para o ano. A data marca o dia em que o planeta Terra estourou seu orçamento, segundo a ONG Global Footprint Network, que realiza esse tipo de estudo desde 1993. Isso significa que até dezembro os seres humanos estarão gastando recursos que não serão repostos, acumulando dióxido de carbono na atmosfera. Segundo a ONG, os chineses consomem 2,5 vezes mais recursos do que o disponível, por exemplo. Brasil, Austrália e Canadá são alguns dos poucos países que ainda não entraram no vermelho.
 
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Energia

Avião movido a luz
 
A empresa americana Titan Aerospace desenvolveu um avião capaz de voar por cinco anos seguidos sem abastecer. A aeronave é movida a energia solar, gerada por seus cerca de três mil painéis solares. Ela é capaz de realizar praticamente as mesmas funções de um satélite, como transmitir imagens para vigilância e prover internet para regiões remotas, com a vantagem de voltar para casa após encerrar sua missão. 
 
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Cidades

Estacionamento verde
 
A incorporadora paulista Vitacon está instalando na cidade de São Paulo alguns espaços que transformam vagas para carros em locais temporários de recreação. A iniciativa foi inspirada em ação semelhante realizada na cidade de São Francisco, na Califórnia. Já foram instalados dois desses espaços, na rua Amauri, no bairro do Itaim, e na rua Maria Antônia, em Higienópolis. A empresa planeja novas intervenções durante a Bienal de Arquitetura, que começa no dia 28 de setembro. 
 
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Poluição

Sem fumaça
 
Entra em vigor no dia 1º de setembro uma medida que obriga os caminhoneiros que rodam pelas estradas brasileiras a dar um fim na incômoda fumaça preta, exalada dos escapamentos de muitos veículos. Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito estabelece multa grave e até a apreensão do caminhão que estiver expelindo muita fumaça. Segundo o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, a entrada em vigor da resolução foi adiada por três meses por falta de condições de fiscalização.
 
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Empresas do Bem

Saúde

Circuito da vida longa
 
As sete etapas do Circuito da Longevidade Bradesco Seguros, evento que mistura corrida e caminhada, arrecadaram R$ 190 mil este ano. O valor é repassado para entidades indicadas pelas prefeituras das cidades que recebem o evento esportivo. O objetivo da empresa, presidida por Marco Antonio Rossi, é incentivar a prática de atividade física. No ano passado, foi arrecadado R$ 1,3 milhão.
 
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Filtro

Água renovada
 
Os laboratórios da Dasa estão utilizando um sistema de purificação que permite o desperdício de 0% dos 3.200 litros filtrados por hora. Desse total, 800 litros ficam purificados o suficiente para os exames, e os 2.400 litros excedentes retornam para o processo de filtragem.
 
O procedimento, que faz parte da política de Sustentabilidade da companhia, tem garantido a economia de 14 mil litros de água diários extremamente potáveis que seriam descartados na rede de esgoto.
 
 
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Enxurrada de prejuízos

Rio de Janeiro, Nova York, Alexandria e Amsterdã são alguns exemplos de como a vida perto do mar pode ser agradável

por Rodrigo Caetano
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Green bonds

Investimento verde
 
O Banco Mundial lançou, no começo de agosto, US$ 550 milhões em títulos verdes (green bonds). Com taxa de retorno de 0,39% e vencimento em agosto de 2015, esses títulos atraíram 17 investidores. Entre eles, o Estado americano da Califórnia e o fundo de investimentos BlackRock. Os recursos dos títulos verdes são utilizados, exclusivamente, em projetos de energias renováveis. Desde 2008, quando foram criados, mais de US$ 4 bilhões em green bonds foram vendidos.
 
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Energia

Luz para todos
 
Uma pesquisa realizada pela Johnson Controls, empresa americana especializada em gerenciamento de energia, feita com mais de 3.500 companhias, mostra que 40% das empresas brasileiras investiram em fontes renováveis de energia no ano passado. Os americanos, por sua vez, se preocupam mais com eficiência energética.
 
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Pesquisa

Sustentável, mas confuso
 
A consultoria Accenture realizou um estudo mostrando que, apesar de não ser um conceito novo, a sustentabilidade é pouco entendida pela maioria das pessoas. Apenas 28% dos entrevistados souberam dizer o que termos como sustentável, responsável e ecológico realmente significam. E só 44% disseram que acreditam nas iniciativas “verdes” das grandes companhias. A causa disso, segundo a consultoria, é que as empresas não utilizam uma linguagem simples para que os consumidores entendam suas mensagens.
 
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Inovação

O fim das cobaias
 
A empresa americana de biotecnologia Organovo está desenvolvendo uma técnica para criar representações perfeitas de tecidos cancerígenos humanos, usando impressoras 3D. A pesquisa promete revolucionar a produção de remédios. Normalmente, drogas contra a doença são testadas em cobaias como camundongos. O processo começa com o cultivo de células de tumores em laboratório. Em seguida, elas são copiadas digitalmente e usadas como “tinta” para a impressora, que as deposita em camadas, formando um tecido vivo, que pode ser estudado pelos cientistas.
 
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Empresas do Bem

Meio ambiente

As mudas da Odebrecht
 
A construtora Odebrecht, comandada por Marcelo Odebrecht, e a Organização de Conservação da Terra (OCT) estão colocando em prática um projeto que permite a qualquer pessoa medir os impactos de suas ações no meio ambiente e compensá-los. Através de um questionário no site da OCT, o interessado pode calcular o número de árvores que precisa plantar e o custo, além de fazer uma doação.
 
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Água

Deca fecha a torneira
 
A fabricante de louças sanitárias Deca, comandada pelo diretor-geral Raul Penteado, lançou um programa para combater o desperdício de água em edifícios. O objetivo é mudar alguns hábitos das pessoas por meio de ações como a instalação de medidores de consumo e pesquisas sobre como as pessoas utilizam a água.
 
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A China se tornou superlativa em praticamente todas as áreas. Inclusive na imobiliária

por Rosenildo Gomes Ferreira
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Resíduos

Craque na bola e na ecologia 
 
O controvertido estádio Mané Garrincha (foto), de Brasília, cuja construção consumiu cerca de R$ 1 bilhão, deve se tornar o primeiro do País a zerar a produção de resíduos, um passo para conseguir o selo de edificação sustentável. Para isso, o governo do Distrito Federal pretende, por exemplo, substituir copos, talheres e sacolas usados pelo público por utensílios feitos de bioplástico. O material é extraído da resina da mandioca e se degrada em contato com o solo em até 120 dias.
 
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Resíduos 2 

Outro papel do seguro 
 
A subsidiária da Zurich Seguros, baseada na Suíça, escolheu o Brasil para fazer uma experiência ecológica. A empresa evitará que 7,5 mil folhas de papel cheguem às mãos de seus clientes. Por conta disso, os 12 mil planos de previdência privada, previstos para serem vendidos em 2013, serão assinados por certificação digital. A ideia é que os contratos fiquem armazenados em uma nuvem digital. A iniciativa não só evitará o corte de árvores, no primeiro momento, como também reduzirá os custos da seguradora de R$ 80 para R$ 6, por contrato emitido.
 
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Indústria 

Mais com muito menos 
 
Uma das maiores tecelagens da Europa, a italiana Miroglio Textile, com receita anual de € 900 milhões, resolveu apostar no conceito segundo o qual, na moda, menos é sempre mais. Para isso, trouxe ao Brasil seu Projeto Evolution, que consiste na uso de máquinas de tingimento que consomem apenas um litro de água por metro de tecido. No sistema convencional são gastos 50 litros. A coleção chega às lojas em 2014. 
 
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Calçados 

Sandálias da humildade 
 
Mahatma Gandhi, herói da independência da Índia, serviu de inspiração aos designers indianos Prem Thomas e Joe Choorapuzha no desenvolvimento das sandálias Gurus. O calçado está sendo lançado em Nova York e o objetivo de seus criadores é aliar moda e sustentabilidade. É que a madeira, insumo típico na época de Gandhi, foi substituída pela borracha fornecida por cooperativas de seringueiros. A cada venda eles prometem plantar uma árvore. 
 
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Empresas do Bem

Educação 

Suzano aposta no Maranhão
 
A Metso em parceria com a Suzano, fabricante de papel e celulose comandada por Walter Schalka, a Ecofuturo e o Instituto Ayrton Senna estão levando seus programas sociais para o Maranhão. Em três anos, serão investidos US$ 10 milhões em bibliotecas e projetos de melhoria da qualidade do ensino, beneficiando 75 mil crianças. 
 
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Trabalho 

Aprendizes da BKO
 
A incorporadora BKO, de São Paulo e presidida por Joe Yaqub Khzouz, está convocando os internautas a se tornarem parceiros de seu projeto social de requalificação dos chamados homens-placa. Cada assinatura digital da campanha “Pelo Bem do Homem-Seta”, nas redes sociais, renderá recursos ao projeto Ampliar, de educação profissional.
 
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A nova ameaça do Tio Sam


O mundo, que já olhava com desconfiança para os EUA desde os episódios recentes de espionagem contra nações aliadas, passou a ter verdadeiro te­­mor diante da possibilidade real de calote da dívida americana em escala global

por Carlos José Marques

O mundo, que já olhava com desconfiança para os EUA desde os episódios recentes de espionagem contra na­­ções aliadas, passou a ter verdadeiro te­­mor diante da possibilidade real de calote da dívida americana em escala global. Foi somente no último minuto, por um triz mesmo, que republicanos e democratas chegaram a um acordo para pôr fim ao impasse. Ainda assim, temporariamente.

 A perplexidade internacional com o embate político que ameaça a incipiente retomada da economia dos EUA – e, por tabela, do restante dos mercados – cresce à medida que aumenta o poder de influência da ala conservadora e radical dos republicanos, o “Tea Party”. Esses pregam o colapso da administração pública federal enquanto suas reivindicações não forem atendidas. 

Na mesa de discussões, a maior bandeira social (e de dividendos políticos) de Obama: seu generoso plano de assistência à saúde. O presidente americano não vai recuar nesse sentido, sob pena de afundar todo o seu capital eleitoral. O “Tea Party”, de seu lado, não vai amargar a derrota indefinidamente. 
 
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Novo confronto está marcado para o início de 2014 e lá a disputa pega fogo. Agências de rating já ameaçam rebaixar a nota da dívida americana. Potências como a China pedem a “desamericanização do mundo”. Em outras palavras, ganha força a campanha para retirar do dólar o papel de moeda de referência das finanças internacionais. 
 
Há outras implicações no contexto dessa briga. E algumas delas afetam diretamente o Brasil. Depois da própria China e do Japão, cada um com mais de US$ 1 trilhão ancorado em títulos dos EUA, o Brasil é, por assim dizer, o terceiro maior país credor dos americanos, com mais de US$ 250 bilhões em créditos investidos ali. Na prática, quase toda a reserva nacional está depositada naquele pote e imaginar qualquer calote nessa área será demasiadamente catastrófico.
 
A eventual irresponsabilidade parlamentar no Capitólio, pode se prever, travaria a liquidez global de maneira insuportável. Eis o que está em jogo: um planeta refém economicamente diante da potência cuja liderança foi posta contra a parede. Talvez nem nos tempos da Guerra Fria ou da crise dos mísseis de Cuba se imaginou cenário tão tenebroso como esse. E o pesadelo ainda não acabou.

Próxima parada: Nova York


Quer acordar na cidade que nunca dorme? Ainda é uma boa hora para comprar imóveis de luxo em manhattan

Por Fabiano MAZZEI

O desejo de viver ou investir no topo do mundo atiça sua imaginação? Está em dúvida entre aquele apartamento de fim de semana no Leblon ou um estúdio no Upper East Side? Então prepare as malas e o passaporte. Seu dinheiro renderá mais entre os rios Hudson e East, que banham Manhattan, do que pegando um bronze na orla carioca. Quem garante isso é o economista niteroiense Robson Lemos, expert em vender imóveis em Manhattan – são mais de 300 apartamentos, além de 200 prédios comercializados inteiros, nos últimos 20 anos. “Você vai pagar mais caro, mas terá uma taxa de retorno de 3,5% a 5% ao mês”, afirma. “Você consegue isso nos Jardins ou em Ipanema?”, desafia. 

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Mordida na maçã: investimentos imobiliários em Nova York rendem
mais do que no Brasil, diz o corretor Robson Lemos
 
 
Contratado da Corcoran Real State desde 1995, Lemos vem ao Brasil a cada 30 dias para mostrar oportunidades na ilha a investidores brasileiros. Gente que quer diversificar seus investimentos e que, há três anos, percebeu que atuar no mercado imobiliário americano, a despeito da crise dos subprime do fim da década passada, é menos arriscado do que se imaginava. Lemos usa como exemplo a aquisição de uma casa de US$ 3 milhões em um bairro nobre paulistano. Para ter um retorno satisfatório, seria necessário alugá-la por, no mínimo, R$ 15 mil.
 
O problema é achar quem pague essa conta. “As coisas aqui ficaram caras e as pessoas já notaram que é mais fácil usar esse valor para pagar um financiamento do que um aluguel”, diz ele, responsabilizando o boom do mercado nacional pela baixa rentabilidade dos imóveis de alto padrão.Com esse perfil mais sofisticado, ainda é possível encontrar bons negócios em Manhattan. A cidade, contudo, tem vivido certa escassez em imóveis abaixo de US$ 3 milhões. Segundo Lemos, existem no momento apenas quatro unidades dessa categoria à venda, de metragens reduzidas e fora dos melhores pontos da ilha.
 
Entretanto, as oportunidades existem e a reduzida burocracia dos bancos americanos auxilia na hora da compra. “Vendi um estúdio de US$ 550 mil no Chelsea a um brasileiro que tirou apenas US$ 110 mil de seu plano de aposentadoria”, afirma Lemos. “O restante foi pago pelo aluguel que o inquilino, que já morava ali, lhe pagava mensalmente.” Em pouco mais de dez anos, o comprador terá um apartamento de US$ 700 mil. Lemos diz que não há plano de previdência no País que ofereça o mesmo retorno. Na falta de bons apartamentos médios, Lemos tem focado na venda de unidades de altíssimo padrão. 
 
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Endereços de luxo, como o 525 park avenue, em midtown: atração irresistível para o investidor brasileiro
 
O mais elegante de seu currículo foi um no sexto andar do 525 Park Avenue, de 350m², quatro quartos, duas salas e arquitetura italiana do século 19. “Fica perto do parque, colado no The Plaza. É o melhor dos mundos”, lembra ele, O negócio foi fechado em US$ 10 milhões. Entre os edifícios, ele negocia com um grupo de brasileiros a aquisição de um endereço na rua 67, entre a Madison e a Park Avenue, por R$ 11 milhões. Os apartamentos estão alugados e já renderam cerca de 4% ao mês aos investidores. Mas a ideia é promover uma reforma e vender unidade por unidade, algo que deverá atingir a cifra dos US$ 22 milhões. 
 
 “O dobro do que pagarão caso façamos a venda”, diz. Morador da cidade desde 1985, quando produzia shows e turnês internacionais para músicos brasileiros consagrados, como Caetano Veloso, Djavan e Nana Caymmi, Lemos identificou três zonas de expansão imobiliária da cidade. A primeira é o entorno do High Line Park, um jardim elevado sobre uma linha férrea de 1,6 km, que foi inaugurado em 2009. “O lugar virou um show­room de arquitetos internacionais famosos, com novos hotéis, restaurantes e terrenos ainda grandes para construir”, diz. 
 
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A vizinhança da Universidade Columbia, entre a 96 e 116 West, também se valorizou, graças ao nível econômico dos universitários. “E eles se mudam rapidamente, o que permite atualizar o aluguel a cada novo contrato”, afirma. Por fim, os apartamentos na região das Torres Gêmeas. A área virou um grande canteiro de obras desde a tragédia do 11 de setembro e viu o valor do metro quadrado despencar. Contudo, 12 anos depois, o local está quase todo recuperado, com novos prédios comerciais, estações de metrô e boulevards. Quando tudo for entregue, o preço dos pequenos apartamentos da região irá às alturas. 
 
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Não só porque ficam em Wall Street e a turma das finanças adora ir a pé ao trabalho com seus copos de café duplos, mas pelo desejo mórbido de se ver de perto o lugar atingido pelos aviões sequestrados pela Al Qaeda. “Para se ter uma ideia, o metro quadrado do Hotel W, que fica em frente, custa hoje US$ 30 mil, o mesmo valor de Park Avenue”, diz Lemos. Se os atentados valorizaram as cercanias do finado World Trade Center, eles criaram também uma certa rejeição a prédios muito altos, embora imensos arranha-céus continuem a ser erguidos, como o ultra high tech 432 Park Avenue, o maior edifício das Américas, com 425 metros de altura, criado pelo arquiteto uruguaio Rafael Viñoly. No entanto, clientes da Corcoran têm pedido cada vez mais por apartamentos abaixo do décimo andar. “Eles ficaram com pavor de andares altos depois daquele ano.”
 
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A febre da Abercrombie


A grife casual americana é um fenômeno. Sem fazer propaganda impressa ou na tevê, tornou-se objeto de desejo de 9 entre 10 adolescentes brasileiros bem-nascidos

Por Márcia Pereira

Numa tarde ensolarada de um domingo de verão, no bairro de classe média alta de Higienópolis, na capital paulista, uma sorveteria recebe uma turma de, pelo menos, 15 adolescentes ruidosos. 

Além da agitação hormonal típica da idade, dos cabelos bem cuidados e dos sorrisos Kolynos, eles apresentam uma outra característica em comum: todos, sem exceção, usam camisetas em que se lê, bem grande no peito, Abercrombie & Fitch (A&F). 
 
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As irmãs Luisa, 17 anos, e Lorena, 15, com suas peças preferidas da marca americana:
"90% das minhas amigas têm uma roupa da Abercrombie. É um lance fashion", diz a mais nova
 
Para quem não está familiarizado, esse é o nome da grife de roupa casual fundada em 1892, em Nova York, como roupa esportiva, e que, há cerca de três anos, virou coqueluche entre os adolescentes endinheirados do Brasil. Em suas araras e prateleiras estão expostos camisetas, camisas, shorts, casacos de moletom e vestidos, entre outros produtos. 
 
“Nosso target é composto de jovens descontraídos, bonitos, de físico atlético e que estejam cursando o colegial ou a faculdade”, diz a porta-voz da empresa, Iska Hain, ela própria uma bela e jovem mulher. 
 
Além da A&F, destinada aos tais universitários, a empresa mantém ainda a linha Hollister Co., para os colegiais, Abercrombie & Fitch Kids, para crianças, e Gilly Hicks, linha mais sexy da empresa. 
 
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Sem medo de ser feliz: consumidores não se amedrontam com o frio do inverno americano e fazem fila
em frente da flagship da grife, na 5a. Avenida, em Nova York. Vale tudo por uma peça com o alce bordado
 
Um portfólio que rendeu, em 2010, US$ 3,47 bilhões e deixou seus executivos um pouco mais aliviados, já que apontou uma recuperação das vendas, que cresceram 18% em relação ao ano anterior. 
 
O perfil tão específico descrito por Iska é escancarado em todo o material promocional da grife, que se limita aos outdoors nas cidades nas quais tem lojas, às sacolas de compras e aos painéis que decoram seus endereços comerciais. 
 
Curiosamente, a Abercrombie & Fitch não faz propaganda em veículos de mídia impressa nem em emissoras de tevê. “Nossa estratégia de marketing é fundamentada no boca a boca que o cliente faz após a experiência de visitar nossas lojas”, diz a porta-voz da A&F. “Nelas, ele vai ver, sentir, ouvir e saborear a energia da marca.”  
 
Apesar de parecer sensitivo demais e comercial de menos, funciona. A música eletrônica alto e bom som e os modelos sarados e sem camisa que atendem as clientes nas lojas atraem as jovens e ajudam a propagar fama da marca. 
 
Que o digam as irmãs Luisa, 17 anos, e Lorena Vasconcelos, 15, estudantes do terceiro e do primeiro colegial, respectivamente, em escolas de classe média alta da cidade de São Paulo. Elas são consumidoras assíduas dos produtos da A&F e da Hollister Co. 
 
“Cerca de 90% das minhas amigas têm alguma peça da marca. É um lance fashion”, diz Lorena, fã das camisetas e casacos de moletom. Ela e a irmã têm em seus closets cerca de 30 peças da grife. 
 
Luisa, que estuda numa escola diferente da de Lorena e onde a maioria dos colegas abomina roupas de grife, diz sofrer uma espécie de “bullying fashion” por conta de sua preferência pela marca. 
 
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"Corpus saradus": Acima, outdoor da grife com garotos belos, sorridentes e malhados, perfil do consumidor da marca.
Ao lado, decoração interna da flagship de NY, com versões de corpos torneados 
 
“Nem sou tão fissurada. Mas as pessoas da escola me olham torto porque eu ‘me rendi ao imperialismo americano, caí no sistema’. Mas não estou nem aí. Quero é me vestir bem.” Mas as meninas passaram por uma  frustração com a A&F.  
 
“Nas lojas que frequentamos, nenhum vendedor sem camisa nos atendeu”, diz Lorena. Iska tem uma explicação para essa, digamos, falta de padrão no atendimento: “Só nas lojas próprias os vendedores atendem sem camisa. Nas franqueadas não.” A porta-voz admite que a grife procura contratar somente modelos para atender os clientes.
 
Assim como as estudantes brasileiras, muitas garotas do Japão, do Canadá e de mais outros três países onde a grife está presente engrossam as filas sob sol, chuva ou neve à frente das lojas. E não são apenas os adolescentes que se encantam com os produtos. 
 
O engenheiro civil Marcelo Wagner, paulistano, 31 anos, sempre que vai aos EUA traz, pelo menos, uma peça da grife na bagagem. Ele teve seu primeiro contato com a marca entre 2005 e 2006. 
 
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“Na época ninguém conhecia a marca aqui. Agora virou moda”, diz Wagner, que usa as camisas para trabalhar e para sair. “Minha peça preferida, uma camisa listrada, foi comprada na minha lua de mel, em dezembro passado.”
 
Os brasileiros que já conhecem a grife, mas não podem ir a todo momento aos EUA abastecer-se com as peças com o alce bordado no peito, o animal-símbolo da grife, não precisam ficar frustrados. 
 
A rede multimarcas Mandi & Co., com 35 lojas espalhadas pelo País — e que vai abrir mais dez este ano —, é licenciada da Abercrombie & Fitch no Brasil. “ Mas o preço é mais alto”, diz Lorena, que já deu uma passada na “filial” brasileira da grife. Ela tem razão. 
 
Nos EUA uma camiseta custa cerca de US$ 20 (R$ 34), enquanto na Mandi não sai por menos de R$ 89. A peça mais cara à venda no Brasil custa R$ 900, uma jaqueta de sarja. Nos EUA, a mais cara é uma jaqueta de couro que vale US$ 600 (R$ 1.007). 
 
Colaborou Suzana Borin