terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Na França, Ikea é investigada por espionar funcionários


Empresa teria contratado detetives para montar casos contra funcionários. Polêmica já provocou a demissão de vários executivos, incluindo o presidente

Reprodução/Youtube
Loja da Ikea

Ikea: unidade francesa da empresa é acusada de fornecer dados privados de funcionários a detetives

São Paulo - Um tribunal regional em Versalhes, próximo a Paris, na França, está averiguando se executivos da Ikea infringiram as leis do país ao conduzirem centenas de investigações particulares sobre seus funcionários entre o período de 2002 a 2012. A informação é do The New York Times

A suposta irregularidade veio à tona depois que diversos e-mails da empresa com detalhes de espionagens a funcionários vazaram para a imprensa local no início de 2012.

Entre os casos, está o de Virgine Paulin. Em 2009, após um ano de ausência médica por um diagnóstico de hepatite C, ela recebeu uma carta de demissão da empresa. 

Virgine, hoje com 53 anos, trabalhava há mais de doze na companhia. Ela havia acabado de ser promovida a vice-diretora de comunicação e marketing para cerca de 20 lojas da Ikea. 

O motivo da dispensa, revelado posteriormente, havia sido uma investigação por parte da empresa, que desconfiava que ela não estivesse tão doente como havia declarado. 

A Ikea teria fornecido a um detetive particular o número de Social Security (espécie de CPF) de Virgine, seu contato de celular, detalhes de sua conta no banco e outros dados privados. 

Segundo uma análise de registros do tribunal feita pelo próprio  The New York Times, as investigações contra a Ikea estariam sendo conduzidas por várias razões, incluindo a examinação de candidatos a emprego, esforços para elaborar casos contra funcionários acusados de irregularidades e tentativas de destruir argumentos de consumidores que tinham queixas contra a empresa. 

De acordo com o jornal, os documentos judicais mostram que os investigadores cobravam de 80 a 180 euros por inquérito (algo em torno de 250 a 580 reais). Entre 2002 e 2012, o departamento de finanças da Ikea teria aprovado mais de 475 mil euros em notas fiscais de detetives.

No mês passado, a empresa teve de pagar uma caução de 500 euros ao tribunal, depois do vazamento dos e-mails. A Ikea conduziu uma investigação interna sobre o assunto, a qual resultou na demissão de vários executivos, incluindo o ex-presidente da companhia para a França, Jean-Louis Baillot.

Até agora, não há indícios de que o problema ocorreu nos outros 42 países em que a empresa atua. 

A Ikea, conforme relata o The New York Times, se manifestou publicamente lamentando que alguns executivos tomaram medidas "contrárias aos nossos valores e padrões de ética". A empresa também diz que está incluindo o respeito à privacidade em um novo código de conduta.
O caso Virgine


Segundo o The New York Times, Virgine havia passado por uma série de avaliações médicas do departamento de recursos humanos da Ikea. Ela também se apresentava regularmente ao escritório da Social Security, que havia aprovado as extensão da sua licença e dado a ela permissão para viajar ao Marrocos - onde ela tem propriedades - por mais de uma vez.

Virgine teria também entrado em contato com vários colegas do trabalho, manifestando a sua intenção de voltar às suas atividades assim que o médico permitisse.

De acordo com o jornal, em abril de 2009, ela foi convocada para uma reunião com o diretor de recursos humanos da Ikea, Claire Héry, mas acabou encontrando também o ex-presidente da empresa, Jean-Louis Baillot.

Os dois executivos, conforme a francesa contou ao jornal, a acusaram de exagerar sobre a sua doença, sem apresentar provas disso. À época, ela chegou a tentar suicídio. 

Mesmo depois da reunião, Virgine abriu um processo contra a empresa e, em 2010, um juiz determinou que a sua demissão foi "desprovida de justificativas reais e sérias". 

Ela não pediu para ser reintegrada à empresa, mas recebeu uma indenização de 60 mil euros. 
Entre os e-mails vazados, segundo o The New York Times, havia um sobre o caso de Virgine. A correspondência era de Jean-François Paris, diretor de gestão de risco da Ikea na França, no qual ele solicitava a um detetive particular que confirmasse se Virgine havia viajado para o Marrocos e se ela realmente tinha propriedades por lá.  

O detetive respondeu que tudo era verdade, anexando uma cópia do passaporte de Virgine, mostrando os selos de sua entrada e saída do Marrocos.

SPG - União Europeia.







A Notícia Siscomex - Exportação 0030, de 13/12/2013, alerta sobre o prazo final para que produtos brasileiros exportados para a UE se beneficiem de redução no imposto de importação. Conforme divulgado desde o início de 2013 pela Secretaria de Comércio Exterior e comunicado oficialmente pela União Europeia (UE) em 31 de outubro de 2013, um novo Sistema Geral de Preferências (SGP) europeu entrará em vigor, a partir de janeiro de 2014, do qual o Brasil não será mais um país beneficiado.

Com isso, os exportadores brasileiros têm prazo final para que produtos brasileiros exportados para a UE se beneficiem de redução no imposto de importação até o dia 31/12/2013, quando os produtos deverão estar desembaraçados para livre circulação na UE até a referida data. (Fonte: Siscomex - Exportação, 16/12/13)

A MARCHA CONTÍNUA PELA DIGNIDADE

 

 

 

 

Imigrantes têm direitos no Brasil, sobre os quais devem ser informados.

Em francês, o jovem que pede para não ser identificado conta que ingressou sozinho no Brasil faz pouco tempo, mas que já fez amizade com outros migrantes. Vindo de Togo, país do tamanho da Paraíba localizado no Golfo da Guiné, na África, ele pede para que seu nome não seja publicado por temer problemas com as autoridades.

Enquanto caminha junto a centenas de pessoas na 7ª Marcha dos Imigrantes, em São Paulo, ele defende que, em geral, os imigrantes são bem acolhidos no Brasil, mas diz que as dificuldades em relação à documentação têm sido problema para muitos.

Há dois meses, ele espera a análise de seu pedido de regularização migratória. Quer ficar no país, obter residência e permissão de trabalho, mas os processos são demorados e sente-se vulnerável sem os documentos. Antoni é uma das milhares de pessoas, entre brasileiros e estrangeiros, que defendem que migração é um direito humano, e deveria ser tratada como tal.

Hoje, os direitos e deveres dos imigrantes no Brasil são regulamentados pela lei nº 6.815 de 1980, o assim chamado Estatuto de Estrangeiro, documento redigido durante a ditadura militar sob uma ótica de segurança nacional. Tal legislação tem sido criticada por diferentes movimentos e organizações por restringir os direitos de imigrantes principalmente em termos de participação política e sindical. A mobilização por mudanças tem ganhado força, e culminou na realização, na capital paulista, de dois grandes eventos neste mês.

Além da tradicional Marcha dos Imigrantes, que na sua sétima edição teve como tema a luta por uma “nova lei de migração justa e humana para o fim da discriminação” e reuniu cerca de mil pessoas de diferentes nacionalidades de acordo com as instituições organizadoras, este ano também foi realizada a 1ª Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes, evento de caráter consultivo convocado pela Coordenação de Políticas para Migrantes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania que reuniu em torno de 300 participantes de 35 nacionalidades. Em ambos os encontros foram discutidos problemas da comunidade e propostas para criação de políticas públicas específicas.

Os resultados da conferência serão apresentados por delegados eleitos pelos participantes na Conferência Nacional de Migrações e Refúgio em Brasília em 2014, conforme previsto na Portaria Nº 1.947 da Defensoria Pública da União. Entre as deliberações, a principal é de que as migrações não devem ser criminalizadas. Diferentes organizações defendem que a questão não fique mais a cargo da Polícia Federal, mas sim de um novo órgão diferente criado para em um contexto de respeito a direitos e políticas públicas, conforme manifesto conjunto divulgado pelos grupos que compõem o Fórum Social pelos Direitos Humanos e Integração dos Migrantes.

Neste sentido, as organizações manifestam repúdio a nova Lei do Estrangeiro, prevista no Projeto de Lei 5655 apresentado em 2009 pelo então ministro da Justiça Tarso Genro. No manifesto divulgado como resultado da 7ª Marcha, a proposta que hoje tramita no Câmara dos Deputados é criticada por ser “ainda mais dura e xenofóbica e discriminante, expondo os imigrantes a tratamentos mais desumanos e degradantes e a um risco maior de exclusão social, preconceito e violência.” Nelson Bison, coordenador do Centro de Apoio ao Migrante (CAMI) diz que os movimentos esperam que a nova legislação considere que “a pessoa humana em qualquer lugar que esteja no mundo tenha os mesmos direitos”.


Grupos de imigrantes


De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas, no mundo inteiro cerca de 232 milhões de pessoas que deixaram seus países de origem e partiram para novos destinos por razões muito diversas. O Brasil, construído pelos mais diversos fluxos migratórios, tanto involuntários como voluntários, tornou-se um pais com emigração relevante nos anos oitenta, para ser marcado pelas migrações de retorno a partir de 2000. Hoje o país têm recebido imigrantes de diferentes partes.

Levantamento feito com base em dados da Polícia Federal por pesquisadores ligados à Universidade Federal do Rio de Janeiro indica que atualmente vivem no Brasil cerca de 940 mil imigrantes permanentes. Os dados são referentes a 2012 e foram apresentados no contexto do projeto O Estrangeiro. Trata-se de uma estimativa que não inclui os imigrantes sem documentação no país. Confira no infográfico abaixo os países de origem de tais migrantes (recarregue a página se não conseguir visualizar os dados).


Discriminação e exploração


A iniciativa de se abrir espaço para participação e diálogo entre o governo e imigrantes foi elogiada pelas organizações presentes e considerada um primeiro passo para mudanças. Para Oriana Jara Maculet, presidente da ONG Presença da América Latina, isso permite que estes saiam da invisibilidade e sejam ouvidos. Mesmo assim, ela adverte que é impossível representar todos como um só grupo e ressalta que existem diferentes condições e histórias de migração. Nas manifestações em si, tal pluralidade esteve presente. Mulheres migrantes, por exemplo, apresentaram durante a 7ª Marcha um manifesto falando de seus problemas específicos.

Na conferência deste ano, aliás, um dos desafios foi organizar a comunicação e a tradução para diferentes linguagens devido à participação de imigrantes africanos de diferentes países. Os interesses e preocupações comuns, porém, favoreceram articulações conjuntas. A busca por oportunidades e regularização no país é um dos temas que aproximam diferentes grupos.

“Migração é isso, as pessoas vão procurando uma vida melhor e isso é mediante o trabalho, por isso temos que garantir o trabalho decente”, resume Marina Novaes, coordenadora do Núcleo de Trabalho Decente na Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo, órgão que também participou da conferência.

O combate ao preconceito é outra questão que mobiliza representantes de variadas comunidades. Não são poucos os que reclamam de perseguições no país. Criss Romero, uma das delegadas eleitas para a Conferência Nacional de Imigração, aponta que os paraguaios ainda sofrem muito preconceito no Brasil.

Fundadora do grupo de dança “Aquarela Paraguaia” e integrante da organização Japayke, ela defende que a comunidade paraguaia deve lutar pelo direito ao trabalho decente, ao voto e a viver uma vida sem discriminação. “O paraguaio sempre é apresentado de maneira ruim, como alguém que não presta, que é corrupto, não trabalha. Queremos mostrar que a nossa cultura é mais do que isso”. Ela defende que a dança é uma forma de se expressar que ajuda migrantes a ganharem confiança, mas deixa claro que a mobilização também deve ser política. “Não estamos aqui só para dançar, o imigrante é quem deixou a sua terra, sua família, seus vizinhos e amigos. Estamos trabalhando duro aqui em busca de uma vida melhor”, ressalta.

Outros também manifestam a preocupação de que as culturas latino-americanas sejam vistas como meramente folclóricas, o que pode atrapalhar no processo de luta por direitos. ”As festas não são todo dia. No meio, é o trabalho que sustenta e move as pessoas”, diz Johnny Oriehuela, do grupo Socializando Resultados. A mesma opinião é compartilhada por Juan Casicanki, ator que participou da peça Caminos Invisibles, sobre trajetórias de trabalhadores migrantes bolivianos. Ambos apontam a formação de cooperativas de costura como um dos possíveis caminhos para melhorar as condições de trabalho e vida dos trabalhadores neste setor, e destacam que muitos dos que começam na costura têm interesse em aprender outras profissões. Eles lembram que falta informações para os recém-chegados ao país, justamente os que mais precisam de orientações sobre direitos laborais e oportunidades de trabalho.


Fronteiras nas leis e nas cabeças


A migração no mundo atual não é livre, mas bem regulamentada e governada por fronteiras tanto físicas como legais e sociais. Começando pelo marco legal no Brasil vê-se que as formas de estadia e obtenções de vistos são diferenciadas por países de origem e forma de regularização e, em geral, são marcadas por processos complicados e burocráticos. Multas altas por descumprimento e taxas para o registro dificultam ainda mais processos regulatórios. Tais empecilhos colocam imigrantes irregulares em situação de vulnerabilidade, o que em muitos casos favorece sua exploração. A falta de informações e o receio de ser notificado a deixar o país, faz com que muitos evitem procurar as autoridades mesmo em caso de violência, o que beneficia os agressores.

Imigrantes têm direitos no Brasil, sobre os quais devem ser informados. Em São Paulo diferentes organizações como Casa do Migrante, CAMI e Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC) oferecem orientações e procuram ajudar neste sentido. Recentemente, esta última junto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Geral Italiana do Trabalho (INCA/CGIL, da sigla em italiano), e a Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), lançaram uma cartilha com orientações sobre o tema.

Os vistos e formas para se obter direito de permanência no Brasil variam conforme país de origem. Todo imigrante proveniente de países do Mercosul, pode solicitar permanência no Brasil com garantia de todos os direitos civis, incluindo o direito de trabalhar, independente da condição migratória em que entrou no país. É o que prevê o decreto nº 6964, de 29 de setembro de 2009. Em outras palavras, mesmo se estiver trabalhando sem autorização, o imigrante pode solicitar a sua regularização com isenção de multas e de sanções administrativas.


Anistia, refugiados e vistos humanitários


Nas últimas décadas, imigrantes conseguiram regularizar a situação no país por meio de diferentes formas. A abertura de processos de anistia para estrangeiros em situação irregular é uma delas. Ela foi concedida pelo Governo Federal em quatro ocasiões diferentes (1980, 1988, 1998 e de 2009 a 2011), sendo a última marcada por reclamações de imigrantes de entraves criados pela Polícia Federal. Outra modalidade é a concessão de refúgio, regulada pela lei número 9.474, de 1997. De acordo com dados do Ministério de Justiça, até março de 2013 eram 4.262 os refugiados reconhecidos como tal.

Também existem no Brasil vistos humanitários e de programas específicos. Entre os primeiros estão pessoas afetadas por crises humanitárias de países como Congo, Costa do Marfim, Haiti, Mali e Síria. Só de haitianos, até tal data foram beneficiados cerca de 9.000 pessoas, segundo as estimativas oficiais – inicialmente, a previsão era da concessão de 1.200 vistos por ano, mas o Conselho Nacional de Migração reagiu a criticas a este modelo e ampliou a quantidade de emissões. Entre os beneficiados de programas específicos estão os profissionais contratados pelo “Mais Médicos”, programa federal planejado para estimular a imigração de 13 mil profissionais ao Brasil até 2014. Até 28 de novembro, este número era de 5.857, segundo dados do Ministério da Saúde.


Pela reinvenção de políticas públicas


Além da crítica à repressão, a mobilização também é por direitos ligados à cidadania no Brasil. Diferentes ações têm sido tomadas neste sentido. É o caso da campanha “Aqui vivo aqui voto”, que tem como base a ideia de que, como os imigrantes contribuem de forma fundamental para o desenvolvimento do país, seja participando da economia, da vida social e cultural, seja pagando impostos, deveriam ter direito a participação na escolha de seus representantes políticos. Nelson Bison, do CAMI, ressalta que o acesso às políticas públicas é mais difícil para migrantes. Alugar um apartamento sem documento, procurar serviços de saúde sem falar a língua, ver que os filhos sofrem discriminação na escola são só exemplos de problemas no dia a dia. Nelson diz que existem até casos de famílias que pagam taxas ou pedágios para que as crianças sejam bem aceitas nas escolas.

De acordo com as organizações, a demanda por políticas públicas envolve duas etapas: primeiro, que todas as pessoas sejam reconhecidas como iguais perante a lei; depois, que as necessidades e prioridades de imigrantes sejam identificadas, assim como mecanismos que impedem que eles exerçam seus direitos. Tal abordagem não é uma via única, mas, por compreender a universalidade de direitos, beneficia também os brasileiros. Diferentes aspectos foram considerados durante os debates.

Em palestra de abertura da conferência, Zilda Márcia Grícoli Iokoi do Diversitas, coordenadora do Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Universidade de São Paulo (USP), defendeu que, na educação, é preciso pensar a partir da interculturalidade que enriquece, em vez da discriminação que tem raízes no desconhecimento e na xenofobia.

Na área de saúde, Jiobana Moya, integrante da organização Warmis Mulheres, lembra que é importante ter atenção com a maneira como os imigrantes são recebidos e atendidos nos Centros de Saúde, em especial para mulheres. Ela destaca que para muitas, como as que trabalham em oficinas de costura, é difícil conseguir licença de sair do trabalho para atendimento médico. “Se a enfermeira trata mal já de saída, ela se sente humilhada e nunca mais vai procurar um serviço de saúde”, afirma.

Ela defende o reconhecimento das necessidades específicas de mulheres migrantes no sistema de saúde, e luta pela criação de uma casa de parto humanizado para mulheres imigrantes que não concordam com o parto via cesariana comum no Brasil. A Warmis defende que a gravidez e o parto são momentos delicados na vida das mulheres e requerem atendimento especial, que observe e seja sensível a aspectos culturais.

Em São Paulo, imigrantes dos países membros e associados do Mercosul podem abrir conta bancária, graças a acordo celebrado em outubro de 2013 entre a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura. A medida, iniciativa do recém-criado grupo de Políticas para Migrantes, na Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo, tem como objetivo garantir maior segurança aos bolivianos em São Paulo. Até então sem alternativas, muitos dos que estão em situação irregular no Brasil guardavam dinheiro em casa, o que fez da comunidade alvo de criminosos.

O caso mais famoso foi o assassinato do garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, morto em um assalto em 28 de junho. Não foi, porém, o único. Durante a 7ª Marcha, seu nome foi lembrado junto com o de outros cinco imigrantes mortos violentamente em 2013, todos reunidos em um cartaz com o título “Basta de violência contra os imigrantes”. O nome de cada um foi lido durante a marcha, e, para cada lembrança, os manifestantes gritavam “presente”.

Outra novidade na capital paulista, é que a partir deste ano migrantes tem direito a voto e a ser votado nos conselhos consultivos da cidade. A coordenadoria para tratar de migrações está cargo de Paulo Illes, que foi diretor do CDHIC.
Lisa Carstensen
(Vermelho – 16/12/2013)

Como vencer a decepção


Pesquisa mostra as principais frustrações dos executivos brasileiros. Especialistas de carreira propõem soluções para superar as barreiras no ambiente de trabalho

Omar Paixão / VOCÊ S/A
Rodrigo dos Santos Baptista, sócio da Hamburgueria Nacional
Rodrigo dos Santos Baptista: após mudança de carreira, virou sócio da Hamburgueria Nacional
São Paulo - O aspirante a escritor Rory Jansen, personagem do ator Bradley Cooper no filme As Palavras, de 2012, de Brian Klugman e Lee Sternthal, é um sujeito cheio de frustrações.

Rory sonha em publicar um livro, mas a cada nova tentativa se convence de que não é capaz de escrever algo realmente bom. Ao se recusar a admitir suas limitações, o personagem não consegue superar os obstáculos que a vida impõe e passa o filme expressando seu descontentamento.

No mundo corporativo, a sensação de frustração acomete muita gente. Mais de 60% dos profissionais que chegam aos escritórios da Produtive, consultoria de transição e planejamento de carreira, relatam algum tipo de decepção corporativa. A falta de identifcação com a companhia, a insatisfação com o salário e a ausência de autonomia no trabalho são as principais queixas dos funcionários.

"As pessoas estão mais exigentes e querem que as empresas atendam às suas expectativas", afirma Rafael Souto, presidente da Produtive, que tem unidades em São Paulo e Porto Alegre. Segundo Rafael, o importante é saber como lidar com o incômodo que as frustrações do trabalho causam.

Há muitas formas de reverter uma situação desapontadora. Uma pesquisa com 150 profissionais brasileiros feita pela Produtive com exclusividade para VOCÊ S/A identificou os pontos de frustração mais comuns no ambiente de trabalho, em seus diversos aspectos.  Depois, especialistas  de carreira analisaram as  questões identificadas na pesquisa  e propuseram soluções para superar  a sensação de fracasso.


Frustração com o  trabalho 

71% dos profissionais declaram não ter  clareza sobre suas  responsabilidades 

Chame o chefe para conversar  e negociar seus objetivos de  trabalho. O profissional não  pode esperar apenas que os  outros definam suas responsabilidades  e metas. "Ele deve  saber aonde quer chegar, o  que seu cargo exige e o que  deve fazer para atingir esses  objetivos", diz Flora Victoria,  vice-presidente da Sociedade  Brasileira de Coaching (SBC),  de São Paulo.
61% dizem que estão em projetos que não evoluem 

Procure saber se o projeto continua sendo prioridade. Se a resposta for afirmativa, verifique como está o fluxo de processos e as atividades de cada um no projeto e revise seu desempenho. Segundo Rafael, da Produtive, muitos executivos reclamam que os projetos não evoluem, mas a verdade é que eles não estão conseguindo organizar bem suas atividades.

Reveja sua agenda e converse com as pessoas envolvidas na tarefa. isso ajudará a ter ideias.


Opção por sair


O administrador de empresas Rodrigo dos Santos Baptista, de 38 anos, sempre quis ser dono de um negócio. No início da carreira, trocou o sonho de empreender por bons cargos em empresas como Nestlé, Bic e Quaker. Apesar da carreira sólida, nunca se contentou com a dinâmica corporativa.

"Nas empresas, um projeto passa por muitas áreas até ser aprovado, o que produz frustração", diz Rodrigo, que tentou resolver a questão mudando de emprego algumas vezes, até concluir que precisava empreender. "Até recebi uma proposta para ficar em outra área da companhia, mas decidi sair."  Em julho de 2013, virou  sócio da Hamburgueria Nacional, lanchonete top de São Paulo. 


Frustração com a remuneração 


61% dizem que a empresa prometeu rever o salário e não cumpriu o combinado

Normalmente o problema está na comunicação. "Cuidado com promessas sem data", afirma Rafael, da Produtive. Segundo ele, muitas vezes, para atrair o profissional, as empresas usam promessas vazias, como dizer que depois de alguns meses o salário vai ser revisado. 
38% reclamam de não ter recebido o bônus 


Se a empresa não lucrou o suficiente ou os profissionais não atingiram as metas, não há bônus. "O bônus depende de resultados pré- acordados", diz José Augusto Figueiredo, presidente no Brasil da LHH|DBM, consultoria de transição de carreira de São Paulo.

É importante conhecer as regras da empresa para evitar surpresas. Mas, se isso for recorrente, faça um comparativo dos ganhos e das perdas de continuar na empresa.


Frustração com a realização


73% dizem não ter cumprido seus objetivos de vida, financeiros ou pessoais 

Segundo Fernanda Schröder, coordenadora do Ibmec Carreira, de Minas Gerais, quando isso acontece, a primeira coisa a fazer é ter clareza do que o deixaria feliz. "O executivo deve mapear o que ele quer e montar um planejamento para conseguir", afirma.

Pode ser uma mudança apenas de área ou de empresa, ou algo mais radical, como mudar de carreira ou abrir um negócio. 

57%  não se sentem engajados no trabalho

"Sair de um trabalho sem saber para onde ir ou o que fazer pode gerar ainda mais frustração e arranhar sua imagem profissional", diz José Augusto, da LHH|DBM. Pontos importantes a ser investigados: seus valores são parecidos com a cultura da empresa? Suas competências fazem alguma diferença? O que você entrega é percebido? Como você quer ser reconhecido? Qual seu sonho?

Uma vez que consiga identificar seu modelo ideal,  aí, sim, vale realizar algum movimento. 
Conversa franca 


Depois de dez anos atuando num mesmo cargo de diretoria, o engenheiro químico Rodrigo Barbosa, de 49 anos, hoje gerente de empreendimentos e projetos da White Martins, empresa de gás hospitalar e industrial, no Rio de Janeiro, já não se sentia desafiado no cargo. 

"Estava insatisfeito e precisava de novos problemas", diz. Começou a pesquisar outras vagas e se interessou por uma na própria empresa, na filial do Nordeste. Resolveu abrir o jogo com seu gestor e demonstrou interesse em mudar. "Conversar é sempre a melhor solução", afirma Rodrigo, que passou na seleção interna e se mudou para Salvador. 

Depois de três anos, foi convidado pelo mesmo gestor a voltar ao Rio de Janeiro em um cargo mais alto e com mais autonomia. "Se eu não tivesse a primeira conversa, talvez nada disso acontecesse." 


Frustração com a autonomia 


64%  reclamam de não ser  ouvidos nas decisões  de sua área

A tendência natural é ficar  desmotivado quando se é ignorado.  Uma saída é avaliar  os motivos pelos quais você  pode não ter sido chamado.  Por exemplo: faz parte de sua  função participar dessa decisão?  Comece a se mostrar  mais disponível e aponte em  números e fatos quanto sua ideia pode ajudar a empresa. 

"Se você tem uma opinião de  valor, mesmo sem ser chamado,  elabore de forma adequada  e apresente ao responsável",  diz Flora, da SBC.

 57%  dos profissionais  se queixam da falta  de oportunidade  de dar sugestões


Observe o ambiente e se isso é um traço da empresa ou se o mesmo ocorre com outros colegas. Se for uma questão de gestão, proponha a criação de comitês para sugerir e debater ideias. Se a questão for apenas com você, faça uma análise de sua postura.
Frustração com a qualidade de vida


58% dizem que a jornada de trabalho prejudica outros aspectos da vida pessoal


A jornada excessiva pode ser resultado da falta de efetividade na execução das tarefas, na delegação ou na eliminação de atividades. a primeira providência é organizar a agenda e gerenciar melhor as atividades. Se o problema estiver na empresa ou for uma característica do mercado, o profissional precisará analisar o valor que dá ao trabalho e ao tempo livre.

"Algumas vezes, temos de abrir mão de algo", diz Fernanda, do Ibmec. É preciso fazer escolhas, pois não é possível ter tudo. "Tem gente que quer remuneração alta, status, um bom cargo, alta visibilidade, mas quer trabalhar só de segunda a quinta-feira", afirma Rafael.

55% têm dificuldade para gerenciar o nível de estresse pessoal

A pressão por resultados sempre existirá. Se você considera as metas impostas pela empresa impossíveis de ser alcançadas, deve conversar com seu gestor e mostrar por que esses resultados são inviáveis. Mas é preciso avaliar quanto você contribui para a existência de metas agressivas.

"É comum ver executivos que prometem metas que não podem cumprir apenas para mostrar proatividade ou eficiência", afirma Rafael.


Ponto-final no expediente


Até o fim de 2011, a rotina de trabalho da engenheira Priscila Zidan, de 34 anos, superintendente de operação da Ciclus, empresa de gestão de resíduos do Rio de Janeiro, era intensa. Começava às 6 horas e seguia até as 21 horas. "Não tinha tempo para nada pessoal", diz.

Ela coordenava a implementação de uma central de tratamento de resíduos e era responsável por cerca de 300 profissionais. "O excesso de dedicação começou a prejudicar meu desempenho e percebi que deveria procurar auxílio."

A executiva resolveu buscar o apoio de um coach e, depois de um ano de aconselhamento, conseguiu mudar seu ritmo. Hoje, ela faz atividades físicas regularmente e estabeleceu limites na duração do expediente. "Comecei a delegar mais", afirma Priscila.

Três municípios geraram 20% do PIB no País em 2011, diz IBGE


São Paulo liderou o ranking, seguido por Rio de Janeiro e Brasília

Daniela Amorim, do
Jurema Oliveira/Wikimedia Commons
Região da Avenida Paulista, em São Paulo

Avenida Paulista, em São Paulo: em 2011, apenas São Paulo gerou 11,5% de toda a renda do país

Rio - A geração de renda permanece extremamente concentrada no País, segundo os dados do Produto Interno Bruto dos Municípios 2011 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas três municípios foram responsáveis por um quinto do PIB brasileiro em 2011, o equivalente a 20,6% de toda a geração de renda no País.

São Paulo liderou o ranking, seguido por Rio de Janeiro e Brasília. Quando considerados os seis primeiros municípios da lista, figuram ainda Curitiba, Belo Horizonte e Manaus, mesmo resultado verificado em 2010. A ordem de importância na geração de riqueza permanece a mesma desde 2008.

Juntos, os seis municípios foram responsáveis por 25% do PIB e 13,7% da população brasileira. Segundo o IBGE, todos são concentradores da atividade de Serviços - Intermediação financeira comércio e administração pública, com exceção de Manaus, onde há equilíbrio entre a participação da Indústria de transformação e dos Serviços.

Em 2011, apenas São Paulo gerou 11,5% de toda a renda do País. Rio de Janeiro foi responsável por uma fatia de 5,1% do PIB, enquanto Brasília ficou com 4,0%; Curitiba, com 1,4%; Belo Horizonte, 1,3%; e Manaus, 1,0%. Em 2011, o País era dividido em 5.565 municípios. No ano, o PIB brasileiro cresceu 2,7%, totalizando R$ 4,143 trilhões em valores correntes.


SP na frente


O Estado de São Paulo emplacou nove municípios na lista dos 25 maiores geradores de renda do País, segundo dados do Produto Interno Bruto dos Municípios 2011 do IBGE. Em 2011, apenas a capital São Paulo gerou 11,51% de toda a renda do Brasil. 

Os outros grandes geradores de renda no Estado foram: Guarulhos (1,05% do PIB), Campinas (0,98%), Osasco (0,95%), São Bernardo do Campo (0,88%), Barueri (0,77%), Santos (0,76%), São José dos Campos (0,61%) e Jundiaí (0,53%). Juntos, os nove municípios foram responsáveis por 18,04% do PIB brasileiro.

No ranking dos 50 maiores geradores de renda, há 15 municípios paulistas, que produziram o equivalente a uma fatia de 20,19% do PIB. Além dos citados acima estão ainda Ribeirão Preto (0,45%), Sorocaba (0,43%), Santo André (0,43%), Diadema (0,28%), São Caetano do Sul (0,28%) e Piracicaba (0,28%).

Já na lista dos cem principais responsáveis pelo PIB de 2011, a participação do Estado de São Paulo sobe para 31 municípios, com a participação também de Louveira (0,26%), Taubaté (0,24%), São José do Rio Preto (0,23%), Mogi das Cruzes (0,23%), Paulínia (0,20%), Bauru (0,19%), Sumaré (0,19%), Mauá (0,18%), Limeira (0,18%), Vinhedo (0,18%), Cotia (0,17%), Americana (0,17%), Hortolândia (0,16%), Itapevi (0,15%), Indaiatuba (0,14%) e Cajamar (0,14%). Juntos, os 31 municípios paulistas responderam por quase um quarto do PIB, o equivalente a 23,2%.


Perdas de SP


A indústria continua bastante concentrada no País, segundo dados do PIB dos Municípios. Em 2011, apenas 12 municípios concentravam cerca de 25% do valor adicionado bruto da indústria brasileira. Naquele mesmo ano, metade da renda do setor industrial foi gerada por somente 68 dos 5.565 municípios existentes no País.

Em 2011, a indústria perdeu participação no PIB brasileiro, puxada pelos maus resultados da indústria de transformação. No entanto, a indústria extrativa teve crescimento. Como resultado, os municípios que tinham suas economias vinculadas às commodities minerais tiveram um ganho de participação maior que o de regiões com indústria diversificada.

São Paulo manteve-se como principal polo industrial do País, com participação de 7,9% no valor adicionado bruto da indústria. Entretanto, o município vinha de uma fatia de 8,2% em 2010, o equivalente a uma perda de 0,3 ponto porcentual. Também perderam participação os municípios de Manaus, de 2,2% em 2010 para 2,0%; Betim, de 1,4% para 1,2%, e Duque de Caxias, de 0,9% para 0,8%, entre outros.

Na direção oposta, o expressivo aumento do preço do petróleo em 2011 motivou o ganho de participação dos municípios produtores. Campos dos Goytacazes (RJ) cresceu de 2,0% em 2010 para 2,9% em 2011, à frente até do Rio de Janeiro (com uma fatia de 2,4% em 2011).

Outros estados produtores que tiveram aumento na fatia no PIB industrial em decorrência do encarecimento do petróleo foram: Rio das Ostras (de 0,5% para 0,7%), Cabo Frio (de 0,4% para 0,6%), São João da Barra (de 0,3% para 0,5%) e Macaé (de 0,5% para 0,5%). A expansão na participação de Parauapebas (PA), de 1,5% para 1,8%, foi provocada pelo aumento no preço do minério de ferro.

HAITIANOS PARA SALVAR A COPA

Empresa responsável pela construção de um dos estádios para a próxima Copa do Mundo recorre a trabalhadores haitianos para recuperar meses de atraso.

A construtora Mendes Júnior trouxe mais de 100 operários do país caribenho para ajudar a terminar a Arena Pantanal em Cuiabá, segundo Maurício Guimarães, secretário extraordinário do Mato Grosso para a Copa do Mundo.

Os planos para o estádio de R$ 570,1 milhões (US$ 244 milhões) foram alterados como resultado da falta de trabalhadores, com os projetistas optando por peças pré-fabricadas.

James Berson, 21, foi avisado sobre o trabalho no Brasil por um amigo e está no comando do grupo haitiano, composto por homens e mulheres. Ele disse que a maioria dos trabalhadores haitianos foi recrutada por meio de uma entidade católica em Cuiabá.

“É muito fácil para eles encontrar trabalho por aqui”, disse Berson, em entrevista no estádio. “A empresa de engenharia os chamou e disse apenas que viessem para trabalhar”.

A Mendes Júnior oferece alojamento para a maioria dos trabalhadores, que dormem em quartos para oito pessoas. Os haitianos também estão ajudando a construir estádios em Curitiba e em Manaus.

O salário médio é de US$ 400 ao mês, segundo Berson, que se mudou para a República Dominicana com sua família após um violento golpe de Estado no Haiti, em 2004. O salário mínimo no Brasil é de R$ 689 ao mês.

O Brasil forneceu vistos humanitários a milhares de haitianos que cruzaram a fronteira, segundo o governo. Em alguns lugares, a entrada de haitianos está superando a infraestrutura local.


Recém-chegados


No começo deste mês, o Acre declarou estado de emergência após um aumento no número de imigrantes ilegais, a maioria haitianos, vindos da Bolívia. Um abrigo construído para 200 pessoas hospeda 1.000, segundo autoridades locais. Os haitianos, como outros trabalhadores que imigram para o Brasil, podem pedir residência permanente só depois de quatro anos no país.

Berson viajou para o Brasil de avião. Muitos de seus companheiros enfrentaram jornadas mais árduas por terra, disse ele, explicando que o custo médio para mudar do Haiti para o Brasil é de US$ 3 mil. A rota usual compreende passagens por República Dominicana, Panamá, Peru e Colômbia antes do desembarque em Tabatinga, no Amazonas, segundo a Fifa, o órgão mundial que controla o futebol.

A previsão é que a Arena Pantanal, que ainda é um canteiro de obras, estará pronta em fevereiro, disse João Paulo Curvo Borges, engenheiro responsável pelo estádio.

“Nós nos concentraremos nas coisas grandes primeiro”, disse Curvo Borges a repórteres. “Terminaremos o telhado no final de dezembro e depois focaremos no campo, colocaremos os assentos em janeiro e então completaremos os acessórios internos, como cabeamento e ar-condicionado”.

Tariq Panja
(Editado)
(Exame – 16/12/2013)

Húngara Richter compra fatia de 51% na Next Pharma


Após a transação, a Next Pharma passará a se chamar Gedeon Richter do Brasil

Álvaro Campos, do
Getty Images
Remédios

Remédios: o objetivo principal da unidade no Brasil será o registro de produtos de saúde feminina

São Paulo - A companhia farmacêutica húngara Gedeon Richter informou, nesta segunda-feira, 16, ter adquirido a fatia de 51% na brasileira Next Pharma Representação. Os termos do acordo incluem uma opção para adquirir os 49% restantes no futuro.

Após a conclusão da transação, a Next Pharma passará a se chamar Gedeon Richter do Brasil. Os detalhes financeiros da compra não foram revelados.

Segundo comunicado divulgado pela Gedeon Richter, o objetivo principal da unidade no Brasil será o registro de produtos de saúde feminina, incluindo o remédio Esmya, usado no tratamento de miomas uterinos. Além disso, a Next Pharma será responsável por estabelecer uma equipe de vendas no País.

"Essa importante transação é considerada um novo passo estratégico para diversificar a presença geográfica da Richter, ao estabelecer uma posição direta no Brasil, um dos mercados farmacêuticos que mais crescem no mundo", diz a companhia húngara. A Richter teve receita consolidada de 1,1 bilhão de euros em 2012.

A Next Pharma foi fundada em 2010, com sede em São Paulo, e atende hospitais públicos e privados, redes de farmácias e órgãos governamentais. A empresa é importadora, exportadora, distribuidora e representante das indústrias farmacêutica e cosmética e de produtos nutricionais.