quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Mulheres são 50% no mercado de trabalho na América Latina


Os países da América Latina e do Caribe registraram em 2013, pela primeira vez, taxa média de 50% de participação feminina no mercado de trabalho

Carolina Sarres, da
Ted Aljibe/AFP
Mulheres

Mulheres: mulheres continuam sendo o grupo mais afetado pelo desemprego e pela informalidade

Brasília – Os países da América Latina e do Caribe registraram em 2013, pela primeira vez, taxa média de 50% de participação feminina no mercado de trabalho. Ainda assim, as mulheres continuam sendo o grupo mais afetado pelo desemprego e pela informalidade. Os dados são do Panorama Laboral da América Latina e do Caribe 2013, relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado hoje (17).

“Uma análise sobre a evolução da taxa de participação por sexo no mercado de trabalho demonstra que se mantém a tendência positiva sobre a redução da brecha de gênero”, aponta trecho do documento.

De acordo com o relatório, a taxa média de participação das mulheres no mercado está relacionada ao comportamento da demanda por mão de obra.

Essa taxa é um indicador que expressa a proporção de pessoas de cada gênero incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas. No caso dos homens, a participação total na região chegou a 71,1% em 2013.

No Brasil, foi registrada uma taxa de participação de mulheres um pouco inferior à média regional – 49,3%, apesar de ter sido superior ao resultado alcançado em 2012, de 49%.

Entre os países, os que tiveram participação feminina mais baixa no mercado de trabalho em 2013 foram a República Dominicana (37,9%), o Equador (44,2%) e Honduras (44,7%). As mais altas, por outro lado, foram no Peru (64,7%), no Panamá (61,1%) e na Colômbia (60%).

Apesar da melhora em termos de participação, o estudo indica que o desemprego de mulheres é 35% maior do que o dos homens. Dos cerca de 14,8 milhões de pessoas sem trabalho na região, 7,7 milhões são do sexo feminino (52%). As taxas de desemprego feminino chegaram a 20,2% na Jamaica e 13% na Colômbia.

Quando se cruzam dados sobre mulheres e jovens, contata-se que jovens do sexo feminino são 70% dos desempregados na faixa etária dos 15 aos 24 anos de idade. As estimativas da OIT são a de que haja cerca de 6,6 milhões de jovens sem emprego em áreas urbanas da região – dos quais aproximadamente 4,6 milhões seriam do sexo feminino.

Entre 2012 e 2013, o desemprego de trabalhadores do sexo feminino na América Latina e no Caribe teve redução de três pontos percentuais – de 7,9% para 7,6%. A taxa de desemprego entre os homens, em contraponto, teve redução menor, passando de 5,7% para 5,6%. Para a OIT, isso demonstra que houve a intensificação da demanda pelo trabalho feminino no período.

59% dos engenheiros não trabalham na área, diz estudo


Paulo Meyer e Aguinaldo Maciente, autores do estudo, afirmaram em nota que os números exibem uma realidade natural

Vanessa Daraya, de
VOCÊ S.A.
Engenheiros

Engenheiros: formação em carreiras como engenharia, matemática e física permite desempenhar várias atividades fora das áreas comuns, dizem autores do estudo

Um estudo do Ipea revelou números assustadores sobre o mercado de trabalho brasileiro. Os pesquisadores descobriram que 59% dos engenheiros não trabalham na área. Ocupam, na verdade, cargos relacionados ao mercado financeiro e ao ensino.

O estudo feito a partir de dados fornecidos pelo Censo de 2010 mostrou que sete em cada dez profissionais de ciência, tecnologia e engenharia não ocupam cargos típicos de suas áreas de formação. 

Entre os graduados em ciências, matemáticas e computação, o resultado é ainda mais surpreendente: apenas 21% dos profissionais estão em funções comuns à profissão.

Paulo Meyer e Aguinaldo Maciente, autores do estudo, afirmaram em nota que os números exibem uma realidade natural. Isso porque a formação em carreiras como engenharia, matemática e física permite desempenhar várias atividades fora das áreas comuns.

O estudo também concluiu que os profissionais de ciência, tecnologia e engenharia apresentam, em geral, a maior taxa de ocupação entre indivíduos de nível superior. 

Também tendem a ocupar com maior frequência cargos com carteira assinada e aparecem em proporção maior como empreendedores.

Dilma diz que São Paulo terá terceiro aeroporto privado


O projeto inicial prevê que ele seja instalado no município de Caieiras, a cerca de 25 quilômetros da capital paulista

Vera Rosa e Tânia Monteiro e Rafael Moraes Moura, do
Alexandre Battibugli/EXAME.com
Aeroporto de Viracopos, em Campinas
Aeroporto de Viracopos: atualmente, São Paulo tem os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, além de Viracopos, na região de Campinas

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira, 18, que São Paulo terá, em breve, um terceiro aeroporto privado na região metropolitana. O projeto inicial prevê que ele seja instalado no município de Caieiras, a cerca de 25 quilômetros da capital paulista.

Há mais de um ano, no entanto, empresários reclamam que a proposta - defendida pelo Palácio dos Bandeirantes - não é autorizada pelo governo federal.

"Nós vamos liberar essa questão dos três aeroportos em São Paulo, mas não está claro ainda quando. Vai ser rápido, mas não sei a data", afirmou Dilma, em café da manhã com jornalistas. "Tudo isso aponta no sentido de uma modernização muito grande da infraestrutura do País." 

Atualmente, São Paulo tem os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, além de Viracopos, na região de Campinas.

Dilma informou que o governo também está interessado em construir uma "Infraero de serviços, para fazer investimentos em aeroportos". "Queremos fazer uma associação, não no sentido do patrimônio, porque não é esse o interesse das empresas, mas no sentido de contratar um grande administrador de aeroportos para nos auxiliar e dar um salto na gestão", afirmou a presidente.

A Secretaria da Aviação Civil (SAC) já contratou o Banco do Brasil, que está preparando um estudo sobre todos os aeroportos no País. "Nós vamos licitar pátio, pista e terminal de vários pequenos aeroportos. 

Como são muitos, nós dividimos em algumas etapas. Mas isso vai mudar também a estrutura regional dos aeroportos. Eles não têm rentabilidade para serem privatizados. São, necessariamente, investimento público."

Carnaval e Copa podem afetar crescimento do Brasil em 2014

Calendário poderá ser mais um empecilho para uma economia que já está patinando, dizem alguns líderes empresariais e economistas

Brian Winter e Walter Brandimarte, da
Tânia Rêgo/ABr
Torcedores no estádio do Maracanã, na Copa das Confederações

Torcedores no estádio do Maracanã, na Copa das Confederações: previsão de crescimetno do país para 2014 é de meros 2%

São Paulo/Rio de Janeiro - Um bem-humorado "Calendário Brasileiro de 2014" que está circulando no Facebook faz piada ao dizer que, com a Copa do Mundo de futebol, o Carnaval caindo num dia do ano bem mais tarde do que o normal, outros feriados e uma eleição presidencial, trabalhar de fato no país só será possível durante três meses do ano.

Mas algumas pessoas não estão achando graça.
O calendário incomum poderá de fato causar dados expressivos à produtividade e ser mais um empecilho para uma economia que já está patinando, dizem alguns líderes empresariais e economistas.

"Ouço muita gente dizer que 2014 será um ano perdido. Isso é absurdo, mas se as pessoas acreditarem, imagino que se tornará verdade", disse Paulo Motta, presidente de um sindicato de lojistas no Estado da Bahia.

No pior cenário previsto, o "efeito calendário" poderia tirar até 0,3 ponto percentual do Produto Interno Bruto do Brasil no ano que vem, afirmou o economista André Perfeito, da Gradual Investimento, em São Paulo.

Outros economistas consultados pela Reuters disseram pensar que quaisquer danos serão bem menores, enquanto alguns afirmam que é simplesmente muito difícil avaliar os efeitos.

O que está claro é que, diante da previsão de crescimento do Brasil de apenas 2,3 por cento este ano e meros 2 por cento em 2014, mesmo um pequeno abalo à produção é má notícia.

Os problemas começam cedo.
Tradicionalmente, a temporada brasileira das férias de verão se estende do Natal até janeiro e mais além. Embora algum trabalho continue sendo feito, é difícil agendar reuniões e muitos brasileiros dizem, em parte como piada, que o ano só começa de fato depois que o Carnaval termina.

Este ano o Carnaval acabou em 12 de fevereiro. Mas em 2014, pelo fato de o calendário lunar determinar o período que precede a quaresma, o último dia da festa será em 4 de março. Isso significa que muitos brasileiros vão esticar suas férias, ou pelo menos manter o "ritmo de verão" por algumas semanas a mais.

Embraer será principal parceira da Saab para caças ao Brasil


Governo da presidente Dilma Rousseff anunciou nesta tarde a escolha da Saab e de seu caça Gripen NG para equipar a FAB

Mike Hewitt/Getty Images
Caça Gripen, fabricado pela Saab, da Força Aérea Sueca voando em Are, Suécia

Caça Gripen, fabricado pela Saab, da Força Aérea Sueca voando em Are, Suécia

Brasília - A Embraer será a principal parceira da sueca Saab no fornecimento de 36 caças ao governo brasileiro, disse nesta quarta-feira o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Juniti Saito, em entrevista coletiva.

O governo da presidente Dilma Rousseff anunciou nesta tarde a escolha da Saab e de seu caça Gripen NG para equipar a FAB, depois de anos de adiamento de uma decisão sobre o processo de concorrência que tinha como finalistas, além da sueca, a norte-americana Boeing e a francesa Dassault.

O Brasil prevê investimento da ordem de 4,5 bilhões de dólares para a compra dos caças, com cronograma de desembolso até 2023. O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que não haverá desembolso em 2014.
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Quem é a Saab, a fornecedora dos novos caças da FAB


Companhia sueca é uma das principais do mundo do setor de defesa e segurança, com portfólio de mais de 10 modelos de aeronaves de guerra

Getty Images
Saab

São Paulo – Após anos de discussões, o governo brasileiro decidiu o nome da companhia que vai fornecer à Força Aérea Brasileira (FAB) os novos aviões de guerra do país. A sueca Saab foi a escolhida para produzir 36 caças, modelo Gripen NG.

Com 76 anos de atuação, a Saab nasceu como uma empresa do setor aeroespacial e, embora tenha diversificado os negócios ao longo de sua trajetória, nunca perdeu a verdadeira essência. A companhia está entre as mais importantes do mercado de defesa e segurança no mundo.

Com faturamento que superou a cifra de 24 bilhões de dólares em 2012 e lucro de mais de 1,5 bilhão de dólares, a Saab é controlada pelo fundo de investimentos Investor AB, que pertence à tradicional família Wallenberg – conhecida na Suécia por atuar nos setores financeiro e industrial.

A Saab tem patrimônio líquido avaliado em 14,1 bilhões de dólares e ativos que somam quase 30 bilhões de dólares.

Além de aviões de combate, a companhia produz também armas de guerra terrestre, sistemas de mísseis, submarinos não tripulados e veículos que podem ser operados remotamente pelas forças armadas.


Outros negócios


Qualquer semelhança com da Saab com a Saab Automobile não é mera coincidência. Em 1940, para diversificar as operações, a Saab criou um braço de negócios para produzir automóveis. A operação, no entanto, foi vendida para a General Motors no início da década de 90, que mais tarde repassou o negócio para a holandesa Spyker Cars.

Além de aviões de combate e carros de passeio, a Saab também já se aventurou no mercado de informática. Durante mais de duas décadas, a companhia produziu computadores para aeronaves e para bancos no mercado europeu. Em 1975, a Saab vendeu a operação para Sperry.   


A escolhida


Para Celso Amorim, ministro da Defesa, a escolha da empresa que vai fornecer os novos aviões de guerra ao país levou em conta três fatores: performance, transferência de tecnologia e custo. 

Além da Saab, a americana Boeing e a francesa Dassault estavam na disputa, mas, ao que tudo indica, a sueca  foi que melhor atendeu os pré-requisitos

Eólicas preveem 'uma Belo Monte' até 2017



RENATA MOURACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATAL

Apesar de atraso em operações, setor projeta investimento de R$ 27 bilhões, valor próximo ao da usina no Pará 
Depois de mudança de regra em leilões do governo, volume negociado de energia neste ano bate recorde 
 
Os investidores do setor de energia eólica encerram o ano com contratação recorde em leilões do governo e projeção de aplicar R$ 27 bilhões no Brasil até 2017. 

O valor se aproxima do orçamento da usina de Belo Monte, que deverá ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, erguida ao custo de R$ 30 bilhões no Pará. 

No caso das eólicas, a maior parte dos investimentos está no Nordeste, com quase 80% das usinas e da potência total da "energia dos ventos". 

É também nessa região que investidores ainda esperam por linhas de transmissão que a estatal Chesf (Companhia Hidroelétrica do São Francisco) deveria ter entregue há mais de um ano. 

O atraso mantém 48 parques eólicos parados no país, que representam 37% da potência instalada no Brasil. O número dobrou desde o início do ano. Em operação, esses parques poderiam iluminar 2 milhões de casas, diz a ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica). 

O problema, contudo, "está ficando no passado", diz Élbia Melo, presidente da associação. Ela estima que grande parte desses empreendimentos entre em operação até março de 2014. 

A confiança é movida pela mudança nas regras dos leilões que passou a exigir garantia de conexão dos parques às redes de transmissão.

Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a exigência se deu "em grande medida" em razão dos atrasos da Chesf. Procurada, a Chesf não respondeu até a conclusão desta edição. 

"O governo percebeu que o modelo de planejamento de transmissão estava equivocado e o refez. Antes, se fazia o leilão de geração e depois o da linha de transmissão. Isso começou a atrasar os parques", diz Melo.
Pela nova regra, o parque eólico deve ter uma linha de transmissão prevista já no leilão, e o prazo de implantação deve coincidir com a entrada do parque em operação. 

No Rio Grande do Norte, por exemplo, o governo pediu ao Ministério de Minas e Energia que realize no primeiro trimestre de 2014 um leilão de novas linhas para atender aos parques do Estado. 

O Estado é o maior polo de atração de investimentos em energia eólica no país, seguido pela Bahia.
No último leilão, na semana passada, foram contratados 2,3 GW de energia eólica, elevando para 4,7 GW o volume negociado em 2013 --um recorde do setor. Até então, o maior patamar alcançado havia sido 2,9 GW, em 2011. 

"Isso confirma a força da fonte eólica e do Nordeste como novo powerhouse' [casa de energia] para o país", diz o presidente do sindicato potiguar das empresas de energia, Jean-Paul Prates. 

O Ministério de Minas e Energia confirmou dois novos leilões para o primeiro semestre de 2014. Segundo Élbia Melo, da ABEEólica, energia para vender e interesse dos investidores não deverão faltar. "O setor está crescendo e tem o sinal de investimento adequado", diz.