quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Crescimento fraco da indústria derruba previsões sobre PIB



A produção da indústria voltou a decepcionar no fim do ano passado e levou economistas a rebaixar suas estimativas para o crescimento da economia brasileira não apenas em 2013 mas também neste ano. 

Com uma forte queda em dezembro (3,5% ante novembro), a indústria fechou o ano com um aumento de 1,2% da produção em relação a 2012. 

O número positivo não revela, porém, um retrato mais positivo do setor, de acordo com analistas. 

O nível de produção da indústria chegou a dezembro 7% abaixo do pico de maio de 2011, quando o setor se recuperava da crise de 2008/2009. Sob efeito de férias coletivas e paralisações nas linhas de produção, o setor teve a maior queda mensal desde dezembro de 2008 (-12,2%). 

"Desde 2011, o retrato é praticamente de uma estagnação", disse o economista Flávio Serrano, do banco de investimento Espírito Santo. 

A produção, naquele ano, aumentou 0,4%, caiu 2,5% em 2012 e, no ano passado, voltou a crescer, mas em menor intensidade (1,2%). 

"Não foi negativo, mas foi decepcionante. Não deu para recuperar o terreno perdido", disse Luis Otávio Leal, do banco ABC Brasil. 

O analista observa que, no início do ano, a previsão de economistas era de uma alta de 3% na produção. "Havia a expectativa de uma recuperação natural, com a ajuda dos caminhões. Mas nem assim foi suficiente." 

O governo tentou impulsionar o setor, prorrogou a redução do IPI de veículos e eletrodomésticos, ofereceu juros muito baixos para a compra de máquinas e equipamentos e zerou o imposto sobre a folha de pagamentos de mais de 50 atividades. 

Isso afetou a arrecadação do governo, mas teve pouco impacto no desempenho geral da indústria.
"Os incentivos mostraram pouca eficácia ante os problemas estruturais do setor", disse Silvia Matos, da FGV. 

A indústria tem sofrido com a competição de importados, tanto no mercado interno quanto no exterior. Custos mais altos para a produção local, como energia e mão de obra mais caras, são queixas recorrentes de empresários. 

Para André Perfeito, da Gradual Investimentos, a recente desvalorização do real ante o dólar produziu efeitos. 

"Por mais que não se acredite que o câmbio por si só pode colocar no lugar deficiências domésticas, é bom observar que o salário em dólares do brasileiro caiu entre 2010 e 2013 algo como 19%", escreveu em relatório. "Algum alívio poderá ser sentido nos próximos meses." 

Outro alento pode ser a recuperação dos EUA, com seu potencial consumo de produtos manufaturados do Brasil. A dificuldade, entretanto, é saber como a Argentina reagirá à crise. O vizinho é o terceiro maior importador brasileiro e compra mais de 90% de produtos industriais. 

Prevendo dificuldades e um ritmo lento da atividade na virada de 2013 para 2014, Silvia Matos diz que deve rever a projeção de crescimento do PIB neste ano de cerca de 1,8% para 1,5%.
"O crescimento do ano passado também foi mais fraco e está mais perto de 2%." 

Outras consultorias e bancos também informaram que estão refazendo contas e devem rebaixar suas estimativas. Isso porque o resultado de dezembro veio bem abaixo do esperado. 

A Rosemberg & Associados reviu a projeção de crescimento neste ano de 2,5% para 2,1% e afirma que a estimativa de 2013 também foi cortada. O Itaú informou que "o risco de baixa para o crescimento do primeiro trimestre [de 2014] se elevou".

Editoria de arte/Folhapress

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Chanel será indenizada por importadora brasileira que vendeu falsificações Fonte: Migalhas

 
 



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Uma importadora brasileira indenizará a grife Chanel em R$ 10 mil, por danos morais, por falsificar e vender óculos de sol que portavam indevidamente o símbolo da marca francesa. A decisão é da 5ª câmara Cível do TJ/RJ, que atribuiu à importadora a responsabilidade de contêiner apreendido no RJ com os produtos ilegítimos.

A marca francesa ajuizou ação de busca e apreensão de todos os produtos que indevidamente apresentassem a sua marca. Afirmou ser empresa tradicional no mercado mundial, atuante na fabricação e comercialização de artigos de luxo, detentora da marca registrada Chanel, sendo apenas a empresa Daslu autorizada a comercializar seus produtos ópticos.

Em 1º grau, o pedido foi julgado procedente na parte em que determinou à ré se abster de importar e vender artigos que ostentem indevidamente a marca da autora. O juízo da 1ª vara Cível de Taguaí, no entanto, deixou de condenar a importadora por danos morais por entender não ter havido agressão à honra objetiva, uma vez que não ocorreu a circulação das mercadorias.

A Chanel apelou para requerer a condenação da importadora por danos morais. Na 5ª câmara Cível do TJ/ fluminense, a desembargadora Flávia Romano de Rezende pontuou que, no caso, deve-se analisar a possibilidade de a pessoa jurídica sofrer dano moral. Para ela, ainda que a pessoa jurídica não possua capacidade sentimental, "é inegável que possa sofrer dano moral ao ter afetada sua reputação frente ao universo civil ou comercial em que atua".

A magistrada lembrou que a Chanel firmou-se como "sinônimo de moda conceituada, vanguarda e glamour", com registro comprovado de suas marcas. Segundo a desembargadora, não há dúvida que o investimento da empresa se vê ameaçado pela indústria da falsificação, cujos produtos "de péssima qualidade" inundam o mercado "em flagrante desrespeito ao consumidor e à marca alheia, que por muitas vezes acaba se vulgarizando e perdendo valor de mercado".

Flávia pontuou que a experiência empírica e o bom senso revelam, por si só, que a tentativa de exposição à venda de óculos com a marca Chanel por preço menor do que o comercializado na loja que o revende legalmente traz prejuízo. "Não é o fato de que aquela venda corresponderá a uma compra a menos do produto, mas que o produto se vulgariza, a ponto de as pessoas que podem adquiri-lo, deixarem de fazê-lo, porque confunde-se com o produto pirateado", afirmou.

Processo: 0002797-62.2006.8.19.0024

Brasil é referência mundial no combate à miséria, diz FAO


Diretor-geral da FAO, que é brasileiro, deu declarações em vídeo enviado para seminário organizado para marcar os dez anos do Programa de Aquisição de Alimentos

Mariana Branco, da
Antônio Cruz/ABr
Criança comendo merenda escolar

Criança comendo merenda escolar: no programa de Aquisição de Alimentos, criado em 2003, produção de pequenos agricultores é adquirida para merenda escolar

O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, disse hoje (4) que os avanços brasileiros em políticas sociais e de combate à fome “não passaram desapercebidos para o resto do mundo”.

“Esse conjunto de políticas mudou o rosto do Brasil. Hoje, [o país] é referência mundial no combate à fome e à miséria. E o Brasil não tem se negado à responsabilidade de compartilhar seu conhecimento”, disse. 

Graziano, que é brasileiro, deu as declarações em vídeo enviado para um seminário organizado para marcar os dez anos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado em 2003, por meio do qual a produção de pequenos agricultores é adquirida para a merenda escolar.

Representantes de países que usaram a experiência brasileira comentaram a implementação de suas próprias versões do programa. 

Entre outras iniciativas, o PAA inspirou o Purchase from Africans for Africa (PAA Africa), que reúne a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional e especialistas brasileiros. 

O PAA Africa atende a cinco países em caráter experimental: Moçambique, Senegal, Nigéria, Malauí e Etiópia. Além de compras locais para merenda escolar, os agricultores podem vender o excedente ao Programa Mundial de Alimentos (PMA) da FAO.

Segundo o ministro Milton Rondó, coordenador de Ações de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, 5.187 agricultores, 125 mil estudantes e 434 escolas são beneficiadas pelo programa na África. 

“Tem se desenvolvido de forma diferente em cada país, de acordo com suas especificidades. Mas, nos cinco, a FAO organiza os produtores. É bom lembrar que parte da alimentação escolar [no Brasil] era feita pelo PMA até o início dos anos 1990. É um salto que os países também podem dar”, disse Rondó.

Alexandrer Wykeham Ellis, embaixador e representante do Ministério do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional, afirma que o país europeu investe no PAA Africa porque o programa funciona. “Meu país é capaz de aprender e não só ensinar. Posso ver uma coisa muito bem feita no Brasil e aprender como podemos fazer isso nos outros países”, disse.

Segundo Guidione Ezequiel Elias, da Associação Agropecuária Tilimbique, de Moçambique, o programa é útil em questões como a regularização e organização dos produtores, além de estrutura física e qualidade da produção.

“Estamos na fase inicial, mas está nos ajudando muito. As associações [de produtores] não estavam bem legalizadas. Para vendermos nossos produtos, também era preciso ter bons armazéns. Construímos celeiros e, no fim de tudo, conseguimos vender o nosso produto de boa qualidade”, declarou, em participação no seminário.

Vivo e Samsung homenageiam Raul Seixas em novo filme


O evento, organizado pela agência Innova – All Around The Brand, aconteceu em uma festa exclusiva

Reprodução/YouTube/Vivo
Vivo e Samsung homenageiam Raul Seixas em novo filme

Vivo e Samsung homenageiam Raul Seixas: filme mostra contexto que parece remeter a “Dez Mil anos atrás”, onde homens das cavernas se depararam com tecnologia e internet

São Paulo - Na noite de ontem (3), em parceria, Vivo e Samsung apresentaram o filme inédito “Metamorfose Ambulante”, uma homenagem especial aos 25 anos sem Raul Seixas, com criação da agência Africa.

O evento, organizado pela agência Innova – All Around The Brand, aconteceu em uma festa exclusiva para convidados, jornalistas, formadores de opinião e integrantes do fã-clube do roqueiro no Cine Joia, em São Paulo.

O filme mostra um contexto que parece remeter a “Dez Mil anos atrás”, onde os homens das cavernas se depararam com a tecnologia e a internet, duas palavras mágicas que mudaram a maneira de enxergar as coisas. A trilha é claro, é a clássica “Metamorfose Ambulante”.

Confira o filme:

 http://www.youtube.com/watch?v=SH7YS24rto8

Copa terá cartilha de direito do consumidor para turistas


A publicação terá informações em português, inglês e espanhol e ajudará o turista a se proteger, por exemplo, de preços abusivos cobrados durante o evento

Marcelo Brandão, da
Gregg Newton/Bloomberg
Placa em língua inglesa da Copa do Mundo em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília

Placa em inglês da Copa do Mundo: para presidente da Embratur, cartilha servirá para que, ao chegar ao

Brasil, o turista estrangeiro saiba quais são os seus direitos
Os turistas que desembarcarem nos aeroportos brasileiros para a Copa do Mundo terão acesso a uma cartilha sobre os direitos do consumidor no país.

A publicação terá informações em português, inglês e espanhol e ajudará o turista a se proteger, por exemplo, de preços abusivos cobrados durante o evento.

A cartilha é fruto de um acordo de cooperação técnica firmado hoje (4), em Brasília, entre o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça.

Segundo o presidente da Embratur, Flávio Dino, a cartilha servirá para que, ao chegar ao Brasil, o turista estrangeiro saiba quais são os seus direitos. 

“A cartilha é um instrumento de informação, porque ninguém pode exercer seus direitos sem antes conhecê-los. Vamos receber pessoas que estarão em um país totalmente estranho a elas, que não têm nenhuma referência do Brasil.”

Além da cartilha, que também será distribuída em outros países, a cooperação entre as duas entidades compreenderá o acompanhamento dos preços cobrados nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo. Em todas elas, a Embratur terá representantes que trabalharão em parceria com os órgãos locais de defesa do consumidor.

Para a titular da Senacon, Juliana Pereira, o tema deve ser acompanhado de perto pelas duas entidades. “Se determinado setor sobe os preços, isso afeta a imagem do Brasil lá fora. Por isso, a Embratur tem todo interesse de acompanhar esse efeito. E, para nós, é uma questão interna, porque, se o preço aumenta absurdamente, o consumidor brasileiro também é penalizado”, disse a secretária.

O acordo assinado hoje também prevê a realização de um seminário internacional sobre proteção do consumidor turista, em março. O objetivo é debater a proposta brasileira de tratamento único para turistas consumidores no mundo. Posteriormente, a proposta deverá ser levada à Conferência Internacional de Direito Privado da Haia.

Grupo Pão de Açúcar é a varejista com mais reclamações em 2013

Por Adriana Mattos | Valor
 
 
SÃO PAULO  -  O Grupo Pão de Açúcar foi a rede varejista com maior número de reclamações do ano passado, segundo o Procon-SP. De acordo com o ranking geral de atendimento relacionados às empresas, a rede manteve a mesma posição de 2012.


Divulgação/GPA


Formada pelos supermercados, hipermercados e lojas de eletroeletrônicos, a varejista aparece em quinto lingar na lista, atrás de Vivo, Itaú, Claro e Bradesco, com 4.914 atendimentos, e 86,7% das questões esclarecidas.

Em 2012, o Pão de Açúcar ocupava a mesma quinta posição no ranking (ao incluir a operação de Casas Bahia). Em 2011, a rede ocupava a terceira posição para a mesma base de comparação - ao se somar os dados das queixas nas áreas de supermercado, hipermercado e varejo eletrônico. 

O volume de queixas aumentou consideravelmente. Em 2011, foram 1.251 reclamações, no ano seguinte, 812, e em 2013, atingiu 4.914 reclamações. Nesse caso, são considerados todos os negócios do grupo.

Em nota, o Pão de Açúcar informou que “pauta suas ações na excelência do atendimento e na transparência no relacionamento com seus clientes”. Ressalta ainda que suas empresas investem “continuamente em treinamentos e ações de pós-venda com o objetivo de superar as expectativas dos clientes, melhorar a qualidade dos serviços e aumentar índices de satisfação”.

A segunda colocada em reclamações no varejo é o Carrefour, em 22ª colocação. O GPA tem faturamento anual superior a R$ 50 bilhões e o Carrefour, com operação restrita ao varejo alimentar, fatura cerca de R$ 30 bilhões. 

(Adriana Mattos | Valor)

Desembolsos do BNDES aumentam 22% em 2013, para R$ 190 bilhões

 Assinatura de contrato com o BID em 19 de março de 2009
 
 
Por Elisa Soares | Valor
 
 
RIO  -  (Atualizada às 13h09) Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) somaram R$ 190,4 bilhões  no ano passado. O valor é 22% maior na comparação com as liberações de 2012.

Todos os setores apoiados tiveram crescimento nas liberações. A maior parcela - 33% - foi liberada para infraestrutura, com R$ 62,2 bilhões, o que representa um avanço de 18% sobre 2012. Na sequência, apareceu a indústria, que respondeu por 30% do total liberado (R$ 58 bilhões), alta de 22% em relação ao desempenho de um ano antes. 

A maior expansão relativa ocorreu no setor agropecuário, com alta de 64% em 2013, na comparação com o exercício anterior, e com total de R$ 18,6 bilhões liberados, ou quase 10% do total desembolsado pelo banco de fomento. Esse desempenho reflete o forte volume de investimentos no campo, em função da safra recorde em 2013. 

O setor de comércio e serviços, por sua vez, teve liberações de  R$ 51,5 bilhões (27% do total), incremento de 17% em relação a 2012. 

O BNDES mostrou ainda que as consultas caíram 11%  no ano passado. Diminuíram também as aprovações de empréstimos do BNDES, em 8% na comparação com o exercício anterior, e os enquadramentos, com baixa de 7% em igual base de comparação.

Em 2013, as aprovações somaram R$ 239,6 bilhões, as consultas, R$ 277,4 bilhões e os enquadramentos, R$ 275,1 bilhões. O banco atribuiu esses recuos à alta base de comparação com 2012.