segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A Odebrecht vai perder tudo o que investiu em etanol?


O grupo Odebrecht investiu 10 bilhões de reais em etanol. Hoje só tem dívidas e prejuízos. Discretamente, negocia agora uma solução radical para o problema

Eduardo Moody/Divulgação
Usina da Odebrecht Agroindustrial
Usina da Odebrecht Agroindustrial: 50% da capacidade

São Paulo - Ninguém está fazendo tantos negócios no Brasil de hoje quanto o conglomerado baiano Odebrecht. O fôlego do grupo tem sido impressionante. Somente nos últimos três meses, arrematou três concessões com investimentos previstos de quase 24 bilhões de reais em aeroporto, rodovia e sistema de transporte urbano.

Hoje, a Odebrecht tem 14 empresas e fatura cerca de 100 bilhões de reais por ano. Tudo parece muito bem, mas, por trás dessa voracidade toda, se esconde um problemão — a investida do grupo no setor de etanol. Criada em 2007 com o nome ETH Bioenergia, a Odebrecht Agroindustrial já consumiu cerca de 10 bilhões de reais na construção e na expansão de usinas de etanol pelo país.

O plano era assumir a liderança de um mercado promissor e abrir o capital em 2012. Para isso, comprou em 2010 a quebrada Brenco, usina modernosa criada por gente como o magnata das comunicações Steve Case, o investidor indiano Vinod Khosla e o empresário brasileiro Ricardo Semler. Passados sete anos, porém, a empresa se transformou numa gangrena que pode repercutir no conglomerado inteiro. 

Tudo deu errado com a Odebrecht Agroindustrial. A empresa sofre dos males que afligem todo o setor de etanol (o maior deles é a concorrência desleal com o preço da gasolina, mantido artificialmente baixo pelo governo). Mas sofre também por ter muita dívida. Na última safra, a empresa teve um prejuízo de 1,2 bilhão de reais, o maior de sua história.

Nas últimas três safras, a dívida da companhia dobrou de tamanho, para 10 bilhões de reais, o que representa 22 vezes sua geração de caixa. A média do setor é três vezes, segundo o banco Itaú BBA. Suas usinas operam atualmente com apenas 50% da capacidade.

O resultado de 2013 acendeu a luz vermelha na Odebrecht. As despesas com pagamento de juros cresceram. Mesmo respondendo por apenas 2,5% da receita do grupo, a empresa é responsável por 16% do endividamento total da Odebrecht. Embora ninguém fale abertamente sobre o assunto, uma crise de insolvência no braço de etanol poderia colocar em risco a reputação de todo o grupo.

“Essa área é minha maior preo­cupação”, diz Marcelo Odebrecht, presidente do conglomerado, cuja dívida total dobrou de 2011 a 2012, atingindo 62 bilhões de reais (o número de 2013 ainda não foi divulgado). 

Discretamente, a Odebrecht começou a colocar em operação um plano para resolver o problema de forma radical. Ameaça cortar, se o setor não melhorar, os 3 bilhões de reais em investimentos previstos para os próximos três anos.

No fim de 2013, o grupo transferiu algumas usinas e parte da dívida da ­Odebrecht Agroindustrial para outra empresa do conglomerado, a Odebrecht Energias Renováveis, que investe em geração de energia eólica e solar.

A operação ocorreu apenas no papel, já que a Odebrecht Agroindustrial continuará operando as usinas, e quase 4 bilhões de reais do endividamento total serão migrados ao longo dos próximos três anos. O objetivo é claro — diluir o risco de insolvência da empresa. Ao mesmo tempo, o grupo propôs um aumento de capital para a Odebrecht Agroindustrial que pode chegar a 2 bilhões de reais.

Com o aporte, conseguiria transformar a dívida em algo mais razoável e captar mais recursos. O problema é que a Odebrecht tem sócios minoritários no negócio — as gestoras de recursos Tarpon e Ashmore.

Eles não gostaram nada da ideia de acompanhar uma capitalização que, para eles, tem como objetivo final aliviar a situação do grupo Odebrecht. Segundo EXAME apurou, os dois acionistas não devem participar da operação e, portanto, terão sua participação diluída. Não que eles esperassem ter retornos fantásticos para seus investimentos.

Em dezembro, a Ashmore, dona de 13% das ações, fez uma provisão de perdas equivalente a 90% de seu aporte. Já a Tarpon, que tem 2,5% da Odebrecht Agroindustrial, dá de ombros para a operação. Há mais de um ano, reconheceu a perda quase total de seu investimento na companhia, que correspondia a 0,5% do total de recursos sob sua gestão.

Desde 2011, os sócios da Tarpon não se envolvem mais com a empresa. Procuradas, Tarpon e Ashmore não comentaram. Se ninguém embarcar na capitalização, a conta vai sobrar toda para a Odebrecht.

A esperança, claro, é que o velho e bom BNDES, sócio da empresa com 14% das ações, ajude. Procurado, o BNDES disse que ainda não tem um posicionamento sobre o tema. Com a capitalização e quase metade da dívida transferida para outra empresa do grupo, a Odebrecht teria um pouco mais de tempo para resolver o problema de sua aventura no etanol.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Clima econômico melhora na América Latina, mas piora no Brasil




G1


O indicador  que  mede  o  "clima  econômico" dos países da América Latina avançou em janeiro, após ficar estável nas duas últimas sondagens, segundo pesquisa elaborada em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV. O aumento do Índice de Clima Econômico foi de 8% (de 88 para 95 pontos) e é explicado tanto pela melhora na avaliação da situação atual (ISA), quanto das expectativas (IE).

Entre os 11 países analisados pela sondagem, 8 registraram ICE  em  "zona de avaliação favorável" (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru e Uruguai), com  destaque  para  a  Colômbia, cujo ICE aumentou em 22% entre as sondagens de outubro de 2013 e janeiro de 2014.     De acordo com a FGV, os indicadores  são  ponderados  pela participação da  corrente  de  comércio (exportações mais importações) de cada país na região.

O  Brasil,  que  havia  melhorado  o  clima  econômico  na  comparação  entre  julho  e  outubro, embora se mantendo na zona desfavorável, voltou a piorar e registrou queda de 6,3% no  indicador,  que passou de 95 pontos para 89 pontos.


G1

Guzzo: Avanço para o passado


Rodrigo Constantino

Análises de um liberal sem medo da polêmica
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Excelente o resumo que J.R. Guzzo faz na Veja desta semana sobre o PT e o que ele representa até aqui: um incrível “avanço” rumo ao passado. Gilberto Carvalho, por exemplo, resgata a imagem de um típico coronel nordestino ao falar “dessa gente ingrata”. O que o PT ainda não percebeu – ou finge não ter percebido – é que não há ingratidão alguma, e sim uma reação a um governo que, de popular, só tem o discurso e as aparências.

Guzzo diz sem titubear: “O governo do ex-presidente Lula, de Dilma Rousseff e do PT é uma das mais bem-sucedidas farsas jamais levadas ao público na história política brasileira”. O partido se aproveitou da bonança externa para distribuir benesses e garante que foi o responsável por uma “revolução social”. Um espetáculo para ludibriar incautos, cada vez em menor número.

O que o PT fez, na prática, foi se aliar ao que havia de mais retrógrado na política nacional, e não foi capaz de fazer uma só reforma estrutural decente. Guzzo acusa o “falso esquerdismo” do partido, por se vender como popular e agir como os barões de engenho. Só discordo que seja falso esquerdismo: isso, na prática, é a esquerda, o que a esquerda sempre faz!

Os representantes do povo vivem como nababos, gastam 8 mil em uma noite só para descansar em Portugal, e ainda acusam uma fantasmagórica “direita” de desejar o regresso aos tempos de pelourinho e chibata. Colocam-se como vítimas de uma elite reacionária, enquanto se juntaram justamente a essa elite reacionária e fisiológica.

Como alerta Guzzo, o Partido dos Trabalhadores foi incapaz de colocar um único trabalhador em cargo importante de ministério. Um país com 200 milhões de habitantes, mas o PT não teve condições de encontrar um só trabalhador? Como dizia Roberto Campos, o PT é o partido dos “trabalhadores” que não trabalham.

Faz pior: prejudica os verdadeiros trabalhadores, com carga tributária crescente, abuso no FGTS para fins políticos, destruição da Petrobras, uso de bilhões em recursos escassos para finalidades frívolas que enchem os bolsos de empreiteiras, etc.

Felizes ficaram Odebrecht, Friboi, construtores de sondas para a Petrobras, empreiteiros, Eike Batista (por algum tempo), líderes sindicais, políticos, etc. Conclui Guzzo:


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Rodrigo Constantino

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Funcionário cortou energia em dia da pane do Metrô


Documento interno do metrô diz que foram funcionários que apertaram os botões

Caio do Valle, do
REUTERS/Nacho Doce
Estação de metrô lotada em São Paulo
Funcionário do próprio metrô teriam apertado botões de emergência

São Paulo - Dois dos três botões de emergência acionados durante a paralisação da Linha 3-Vermelha do Metrô, na terça-feira da semana passada, foram apertados por funcionários da própria empresa. É o que revela um documento interno da companhia obtido pelo Estado. A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos sustenta que o acionamento dos dispositivos (que tiram a energia das estações e param os trens) por pessoas desautorizadas teria sido a causa do problema.

Na quarta-feira passada, o próprio secretário da pasta, Jurandir Fernandes, creditou a "safados" o uso indevido desses botões, que ficam em totens instalados nas plataformas das estações, à vista de todos."No dia do evento (paralisação), foram acionados três botões de plataforma num intervalo de 15 ou 16 minutos, nas Estações Marechal (Deodoro), Anhangabaú e Santa Cecília. Há indícios de que alguma coisa aconteceu ali", disse o secretário.

Uma falha nas portas de um dos trens causou a paralisação e fechou dez das 18 estações do ramal por cinco horas. Por causa do calor e da superlotação, usuários esperaram mais de 20 minutos para seguir viagem e acionaram os botões de emergência para abertura de portas, em sete composições diferentes. Muitas pessoas caminharam sobre os trilhos, agravando a situação, e estações foram depredadas pelos mais exaltados. O governo paulista apontou a ação de 'vândalos' e investiga se o caos foi uma ação premeditada por grupos que queriam parar a rede.

Um dia depois, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) falou sobre a possibilidade de sabotagem. A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira, 14, que investiga seis suspeitos de vandalismo.

A ata de uma reunião da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da Linha 3, ocorrida na terça-feira, revela que dois botões do Sistema de Prevenção de Acidentes em Plataformas (SPAP) foram apertados por funcionários. O primeiro, contudo, foi acionado por um passageiro na Estação Marechal Deodoro. O segundo e o terceiro foram apertados pelas equipes do Anhangabaú e da Sé, respectivamente.

Um segurança, em relato para a Cipa, declarou: "Ficava o sentimento de que a energia podia ser reestabelecida sem qualquer aviso. Por isso acionamos novamente o dispositivo de emergência, para garantir nossa segurança na via."

Em nota, o Metrô informou que a ata da Cipa "não equivale a um relatório conclusivo sobre a ocorrência" e que se trata da coleta de relatos que, em parte, "conflitam com as informações" do Centro de Controle Operacional.

Fernandes, questionado sobre a facilidade de se encontrar os botões, afirmou, na quarta-feira, que "não é pelo fato de ser difícil ou fácil que qualquer safado pode fazer o que quer".


Emergência.


Na mesma reunião da Cipa, funcionários disseram que o treinamento de reconhecimento de saída de emergência nos túneis deixou de ser praticado. Um deles afirmou que não tinha nem lanterna para entrar nos locais. Também por meio de nota, o Metrô afirmou que nenhum treinamento foi interrompido.

Uso da fusão nuclear para produzir energia está mais próximo


Cientistas americanos acabam de dar um importante passo rumo à produção de energia por fusão nuclear


Eduard Dewald / LLNL
Experimento de fusão nuclear no Lawrence Livermore National Laboratory

Fusão nuclear: a cápsula é bombardeada com raio laser para iniciar o processo


São Paulo -- Cientistas americanos acabam de atingir um ponto de virada nas pesquisas sobre fusão nuclear. Pela primeira vez, eles construíram um reator de fusão que consegue produzir mais energia do que consome.

O marco é importante, já que pesquisas vêm sendo feitas há décadas para atingi-lo. Desde que a primeira bomba termonuclear (também chamada bomba de hidrogênio ou bomba H) foi detonada, há mais de 60 anos, há gente tentando usar esse processo para produzir energia.

Na fusão nuclear, dois átomos leves se unem formando outro mais pesado e liberando enorme quantidade de energia. É oposto da fissão, o processo empregado nos reatores nucleares atuais, em que um átomo pesado se divide em dois, liberando energia.  

A fusão ocorre de forma continuada no Sol e em outras estrelas. Produzir energia com ela, porém, envolve imensos desafios. 

Os cientistas americanos fizeram seu experimento no National Ignition Facility, uma central de raios laser de alta intensidade que é parte do Lawrence Livermore, laboratório na Califórnia especializado em armas nucleares.

Os pesquisadores colocaram uma diminuta quantidade de trítio e deutério, dois isótopos de hidrogênio, numa cápsula do tamanho de uma tampinha de caneta. 192 potentes feixes de raio laser ultravioleta são usados para bombardear esse “combustível”. 

A energia fornecida pelos lasers é suficiente para fazer os átomos de hidrogênio se fundirem, produzindo átomos de hélio. A energia liberada é superior àquela que chega até a cápsula, algo inédito nesse tipo de experimento.

Omar Hurricane, que lidera a pesquisa, diz, num comunicado, que o mais animador é que o ganho de energia aumenta cada vez que eles elevam a intensidade do processo, o que tem sido feito gradualmente. 

Mas ainda se gasta mais energia para acionar os lasers do que se obtém do processo de fusão, já que uma parte da energia dos lasers é perdida. O desafio, agora, é atingir o que os físicos chamam de ponto de ignição, aquele em que o processo é capaz de se autossustentar.

“Há muito trabalho a fazer e diversos problemas que têm de ser resolvidos antes de concluirmos a pesquisa”, diz Hurricane. “Mas nossa equipe está abordando todos eles.”

10 coisas que as pessoas de sucesso fazem antes do café da manhã


Veja alguns dos hábitos de empresários e empreendedores bem-sucedidos pela manhã

Redação, Administradores.com,  
 
Shutterstock
 
"De 20 executivos citados pela autora, 20% afirmam acordar antes das 6h"
 
 
O que você faz assim que se levanta pela manhã? “Se algo tem que acontecer, então tem que acontecer logo”, são as palavras de Laura Vanderkam, autora do livro “O que as pessoas de maior sucesso fazem antes do café da manhã” (tradução livre). Em artigo do Business Insider, Jenna Goudreau apresenta o trabalho desta autora, apontando doze traços comuns entre as pessoas pesquisadas por Vanderkam e seus rituais matinais, que você pode ler abaixo.
 
Acordar cedo

De 20 executivos citados pela autora, 20% afirmam acordar antes das 6h. Isto porque eles são consumidos por uma série de compromissos, problemas, reuniões e telefonemas uma vez que chegam aos escritórios, considerando precioso todo o tempo que conseguem pela manhã, antes de ir para o trabalho. Resultado: manhãs produtivas, para pessoas como Bob Iger, CEO da Disney, ou Indra Nooyi, CEO da PepsiCo, começam pouco depois das 4h.

Fazer exercícios

Uma das atividades matinais mais comuns entre os poderosos entrevistados por Vanderkam são os exercícios, que variam de musculação a yoga. Pessoas com agendas extremamente apertadas preferem se exercitar neste horário, justamente para não perderem a chance de fazê-lo mais tarde. É uma questão de prioridade: se o exercício é importante, praticá-lo no início do dia impede que ele seja deixado de lado, com a desculpa da falta de tempo. Vanderkam explica que exercícios físicos antes do café da manhã ajudam na redução de estresse, combatem os efeitos de gordura e melhoram a qualidade do sono.

Trabalhar em um projeto prioritário

O início da manhã é o momento ideal para concentrar sua atenção em um projeto especial ou prioritário. Isto porque você provavelmente não será interrompido e poderá se dedicar 100% a ele. A empresária Debbie Moysychyn, citada por Laura Vanderkam em seu livro, decidiu fazer isto após ter problemas com reuniões de última hora e interrupções durante o dia, e passou a escolher aquilo que de mais importante ela tinha para resolver, de forma a fazê-lo logo após acordar. Assim, ela pôde se concentrar.
Um projeto pessoal também pode ser interessante. Se você gosta de escrever ou fazer artesanato, ou qualquer outra atividade pessoal, mas sente que não consegue encontrar tempo, pode tentar praticá-la pela no início da manhã, quando o seu dia ainda não começou oficialmente.

Passar tempo com o cônjuge e a família

Dedicar este horário para os filhos, quando você está descansado, além de ser benéfico para eles, faz com que o seu dia comece num clima mais descontraído. Ler histórias (dependendo da idade), conversar sobre o dia anterior e tomar café juntos são ideias para aproveitar o início do dia.
Conversar com o cônjuge neste horário é a escolha de muitos empresários e empreendedores pelo mesmo motivo: não há o cansaço acumulado do dia, e a cabeça está fresca e aberta para se conectar, de várias formas.

Praticar networking

Trocar festas e almoços com contatos importantes por encontros para o café da manhã é uma opção para vários entrevistados por Vanderkam. Isto porque o almoço pode ser uma interrupção e as festas regadas a bebidas álcoólicas geralmente são menos produtivas. Christopher Colvin, advogado de Nova York, vai todas as quartas à um encontro de networking matinal e diz sair de lá ainda mais renovado do que quando acordou e pronto para enfrentar o dia.

Meditar

Vanderkam conta que também conversou com pessoas que precisam parar e dedicar um tempo à sua mente. A meditação ajuda com a desconexão de listas mentais e problemas a serem resolvidos e por isso muitas das pessoas estudadas pela autora preferem ficar por um tempo em um local reservado e meditar. Manisha Thakor, da startup MoneyZen, por exemplo, faz uma sessão de meditação pela manhã, com exercícios de respiração e repetição de mantras.

Planejar e criar estratégias

De acordo com a especialista, um dos hábitos matinais dos executivos é pensar no futuro da empresa. A importância de traçar planos é grande para muitos dos entrevistados, que o fazem bem cedo porque, durante a manhã, eles estão menos estressados e com a mente mais fresca.

Escrever as coisas pelas quais são agradecidos

Expressar gratidão pode colocar as coisas em perspectiva e deixar a mente no lugar certo antes de começar o dia. A executiva farmacêutica Wendy Kay contou a Vanderkam que passa um bom tempo da manhã escrevendo sobre as pessoas, lugares e oprotunidades pelos quais agradece, e isto a faz chegar no trabalho com uma visão clara para si própria e sua equipe.

Checar o email

Apesar de vários gurus de gestão sugerirem deixar essa atividade pra depois, muitos executivos de sucesso começam o dia olhando os emails, geralmente procurando as mensagens que precisam de resposta mais urgente. A escritora Gretchen Rubin, por exemplo, que acorda às 6 horas, responde suas mensagens assim que sai da cama. De acordo com Rubin, esse hábito faz com que assuntos prioritários comecem a ser resolvidos logo cedo.

Informar-se das principais notícias internacionais

Twitter, blogs, sites e jornais impressos são as principais fontes de informação daqueles que gostam de se informar do que está acontecendo no mundo logo cedo. Este conhecimento do que se passa em escala internacional pode gerar oportunidades de negócio e por isso muitos executivos colocam o consumo de notícias como prioridade nas atividades do dia. Jeff Immelt, diretor-executivo da GE, tem o hábito de ler jornal e assistir à televisão. Já o líder da Virgin nos EUA, David Cush, ouve o rádio enquanto se exercita na bicicleta ergométrica.

Aerovale ‘exporta’ modelo que foi rejeitado por S. José dos Campos/SP


Rogério Penido, no Aerovale: “gosto de fazer um pouco de tudo no projeto”_Foto: Flavio Pereira Rogério Penido, no Aerovale_Foto: Flavio Pereira

Empreendimento inédito na América Latina instalado em Caçapava atrai investidores de quatro estados 

Sheila Faria
Editora Executiva de O VALE

Há 10 anos, o empresário Rogério Humberto Ribeiro Penido, dono da holding Penido, de São José, teve a ideia de um megaprojeto. Ele queria fazer um condomínio para a indústria aeronáutica, dotado de uma pista com excelência em qualidade. Na época, a proposta não interessou a São José e nem a Taubaté.

Hoje, 10 anos depois, ela virou realidade em Caçapava, cidade que sedia o Aerovale, muito além de um condomínio com pista, uma aposta que pode gerar negócios de R$ 10 bilhões e 50 mil empregos. A pista pode receber até Airbus.

O modelo de empreendimento que não atraiu São José e Taubaté foi “exportado” para Curitiba, que projeta o Aerovale Curitiba, exatamente nos moldes do daqui. Há investidores interessados no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e três cidades do Estado de São Paulo, diz Penido.

Advogado que nunca exerceu a profissão, aos 58 anos ele se orgulha do Aerovale, onde estão investidos R$ 250 milhões em 3,7 milhões de metros quadrados, menina dos olhos do empresário, que hoje possui cerca de 15,5 milhões de metros quadrados em áreas na região, incluindo São José e Taubaté.

“O melhor é fazer algo novo, diferente do que todo mundo está fazendo”. Para quem começou a trabalhar aos 12 anos, na construtora Serveng, de propriedade dos tios Pelerson e Vicente, Penido está à frente de empreendimentos importantes, junto com a mulher Eliuza e os filhos Humberto e Noeli. “Amo o que eu faço, não saberia fazer outra coisa”, diz o empresário, torcedor fanático do Cruzeiro de Belo Horizonte, sua terra natal. Apaixonado pelo Vale e pelas praias de Ubatuba, Penido é um homem simples e de devoções --ao trabalho e a Nossa Senhora Aparecida, afirma ele.
Leia a seguir trechos da entrevista a O VALE:

O senhor está construindo o maior empreendimento da RM Vale, o Aerovale. Como estão as obras? O senhor tinha projeção de decolar o primeiro avião no Aerovale em maio. Prazo mantido?
O nosso projeto é aeroespacial, industrial, comercial e de serviços. É um projeto grande, construído em uma área de, num primeiro momento, 2,4 milhões de metros quadrados e agora já está com 3,7 milhões de metros quadrados. Nosso objetivo é voar em maio e até São Pedro está colaborando com a gente, com poucas chuvas em dezembro e janeiro.
Estamos encerrando a terraplenagem em fevereiro e começamos a pavimentação da pista para que o primeiro avião suba até 30 de maio.

Como está a comercialização dos lotes?
Já vendemos muitos lotes e temos muitos outros para vender. O nosso empreendimento é diferente, foi muito planejado. A gente tem dois tipos de empresas que podem se instalar lá. A primeira é a aeronáutica, que vai ficar junto da pista de maneira que todos os lotes terão acesso à pista, ao avião. 

Nesse momento, a procura maior é pelos lotes fora da pista, porque são menores e mais baratos, a partir de 750 metros quadrados, para qualquer tipo de negócio. Uma empresa já comprou para instalar padaria, outra para locadora de carros, outra para montar uma farmácia, um salão de beleza, pizzaria, etc. Na parte aeronáutica, agora é a hora que as empresas começam a se interessar, ver que a obra, ver o asfalto da pista.

Quais empresas?
Esse mercado é muito complicado porque todas as empresas são de capital aberto. Mas quando eu falo em empresas grandes é tipo Embraer, TAM, Globo, Líder, a Azul. São empresas que virão com 500 ou 600 empregados de início.

O senhor concebeu um projeto arrojado, inédito na América Latina. Quais foram as dificuldades?
Imagina, isso começou há 10 anos e o governo só começou a privatizar os aeroportos no ano passado. As dificuldades foram enormes. Até 2012, tudo que se falava de aviação era ou federal ou estadual, nada privado, nada. Era a mesma coisa que querer mexer com petróleo no Brasil há 30 anos atrás. Não podia. E ainda hoje existe uma influencia muito grande do governo na aviação. Agora as coisas foram mudando, mas ainda hoje é um desafio, um desafio gostoso.

O nosso empreendimento é muito voltado para a aviação comercial, principalmente a aviação executiva, aviões pequenos. Esses aviões estão abandonados. Os grandes aeroportos não querem saber de aviões pequenos. O mesmo tempo para descer e estacionar que leva um avião pequeno leva um grande. Só que o grande carrega 300 passageiros e 200 toneladas de carga. Os aeroportos querem aviões grandes. Também pensamos nos helicópteros. São Paulo tem hoje a maior frota de helicópteros do mundo. A de jatos executivos é a terceira.

Qual o tempo para o retorno do investimento?
A gente fez cinco pesquisas de mercado para isso, pela Urban Systems. A pesquisa de viabilidade financeira foi da Deloitte do Brasil. Pelas pesquisas, nós teríamos um retorno do empreendimento entre 5 e 6 anos. Mas o legal desse empreendimento é que em seguida a gente começa a fazer prédios corporativos, comerciais e gera muita coisa para alugar.

Uma de suas ideias era exportar o Aerovale para outras cidades. Isso ocorreu?
Nós estamos numa fase feroz de obras e se eu começar a rodar o Brasil, não faço nem aqui e nem lá. Mas o interesse já apareceu. Em Curitiba, temos um investidor que fez a parceria com a gente, nós estamos dando toda a assessoria para ele, nossa equipe de projetos está acompanhando.

O mesmo modelo?
Exatamente o mesmo modelo. É o Aerovale Curitiba. Estamos com oportunidades em Brasília e no Rio, em dois locais, Rio e Macaé, Belo Horizonte, em São Paulo tem três cidades que estão interessadas que a gente vá conhecer a área. É que o empreendimento é diferente, chama a atenção. Uma das coisas legais desse empreendimento é que vai ter um sistema completo de comunicação por rádio e TV para colocar todo mundo on line, trocando ideias.

Não foi um projeto sem planejamento. Para chegar nesse modelo visitei uns 80 aeroportos, no Brasil e no exterior. Tiramos mais de 8 mil fotos, tudo catalogado. Tivemos que pensar em tudo, desde a quantidade de geradores para nunca faltar energia. Nossa pista terá tudo controlado por laser, será um dos primeiros aeroportos com esse tipo de recurso. Não teremos água na pista, não vai ter problema de caída, nem de ondulação. Vamos usar o máximo de energia solar.

Nós fomos com esse projeto nos Estados Unidos, Itália, Japão e Portugal, buscar tecnologias. Esse empreendimento não acaba nele, há o desenvolvimento em torno dele. E se vai crescer, por que não crescer organizado?

O que haverá no entorno?
Tudo o que você imaginar. Você vai mundo afora, em feiras aeronáuticas, são lindas, maravilhosas, alta produção, restaurantes bons, hoteis, tudo bacana. Aqui no Brasil, qualquer feira é gambiarra, restaurante com cadeira de plástico. Nossa ideia é, do lado do aeroporto fazer um acesso para um pátio, 200 mil metros quadrados, tipo Anhembi, mas não um galpão, um prédio para eventos, muito bem instalado, para eventos de primeiro mundo. Em volta, belos condomínios residenciais, escolas, centro de compras.

Por que Caçapava? O senhor não tentou executar esse projeto em São José?
A primeira coisa para viabilizar um projeto desse porte é o poder público querer. Tivemos grandes problemas em São José. A cidade travou, nada podia fazer em São José. A política de São José não era favorável, nem a de Taubaté.

Quando foi isso?
No governo Eduardo Cury (PSDB). Naquela época, a gente não conseguia conversar com ninguém, não conseguia nem expor a ideia. São José estava fechada para os empresários. Taubaté foi a mesma coisa.

Hoje em São José, as portas da prefeitura estão abertas. Nós hoje temos um projeto em São José, de 100 alqueires, muito bacana para a cidade, lindo.

Caçapava nos acolheu naquela hora e nunca precisamos dar dinheiro para ninguém. Na Prefeitura de Caçapava, documento nosso nunca ficou parado mais de um dia lá. Hoje o relacionamento com a prefeitura é melhor ainda. O grande motivo de fazer em Caçapava foi a recepção que tivemos. Mas a localização do Aerovale acabou ficando um negócio legal, de frente para a Carvalho Pinto, com acesso para a Carvalho Pinto e Dutra e centralizado na RMVale.