Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Shopping JK Iguatemi: construtora WTorre vai vender sua participação
São Paulo - A WTorre anunciará nesta terça-feira a venda de sua parte no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A construtora receberá pelo menos 640 milhões de reais pelos 50% do empreendimento, diz o jornal Valor Econômico.
Esse valor, porém, pode chegar a 800 milhões de reais, caso certas metas sejam cumpridas até 2017.
Dos 50% que pertenciam à WTorre, 14% serão comprados pelo Iguatemi, que já tem 50% da empresa e passará a ser o controlador. O restante ficará com o fundo de pensão americano TIAA-Cref.
Obras no Itaquerão, em São Paulo: 80% dos entrevistados disseram que
dinheiro com reforma de estádios deveria ser aplicado em outras áreas
São Paulo – A menos de quatro meses do início da Copa do Mundo 2014,
os brasileiros mostram que o descontentamento com os gastos públicos no
Mundial não está restrito aos grupos que vão às ruas protestar.
Apenas 13,3% dos entrevistados disseram que os valores foram adequados;
e 7,3% consideraram que os investimentos foram insuficientes.
Quando o questionamento se refere especificamente aos gastos com os estádios,
o número de descontentes aumenta: 80,2% afirmaram que o dinheiro
poderia ter sido utilizado para melhorar outras áreas mais importantes.
Por outro lado, 17,6% das pessoas acreditam que os investimentos serão importantes para desenvolver o esporte no país.
O levantamento mostra ainda que os setores apontados como os que mais
precisam de melhorias no Brasil são: Saúde (84,4%), Educação (47,6%) e
Segurança (35,1%). Nessa pergunta, era possível escolher mais que uma
opção.
Seguindo a linha de contestação pela realização da Copa, 85,4% dos
entrevistados acreditam que haverá manifestações populares durante o
evento. Entretanto, apenas 15,2% disseram que participariam dos protestos, caso ocorram, contra 82,9% que não participariam.
Cerca de 2 mil pessoas foram entrevistadas entre os dias 9 a 14 de
fevereiro de 2014, em 137 municípios brasileiros. A margem de erro da
pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
SÃO PAULO - A
classe média deve consumir R$ 1,27 trilhão neste ano, o que
representaria um crescimento de 8,5% em relação a 2013. Os dados são de
um estudo elaborado pela Serasa Experian e pela consultoria Data Popular
sobre o perfil da classe C no país, divulgado nesta terça-feira em São
Paulo.
O levantamento demorou um ano para ser concluído. Segundo a pesquisa,
a classe C pretende consumir neste ano 8,5 milhões de viagens
nacionais, 7,8 milhões de notebooks, 4,5 milhões de tablets, 3,9 milhões
de smartphones e 3,2 milhões de viagens internacionais.
Em relação os bens domiciliares, a previsão é que sejam comprados 7,8
milhões de móveis, 6,7 milhões de aparelhos de TV, 4,8 milhões de
geladeiras, 3,9 milhões de máquinas de lavar, 3 milhões de carros e 2,5
milhões de casas ou apartamentos.
“Os perfis revelados pela solução 'Faces da Classe Média' permitem
que as instituições tenham uma visão segmentada desses consumidores e
possam entender de que forma devem endereçar suas ações, produtos e
serviços, criando soluções para os quatro diferentes nichos, que antes
eram observados como um único alvo”, afirma Ricardo Loureiro, presidente
da Serasa Experian.
“Isso possibilita empreender novas frentes de consumo e abordar com
precisão esses mercados, gerando melhores condições de crédito para o
consumidor e movimentando a economia do Brasil”.
Contingente
A classe média brasileira é formada por 108 milhões de pessoas, que
gastaram R$ 1,17 trilhão no ano passado, de acordo com a pesquisa. Esse
volume representa 58% do crédito no Brasil.
Ainda de acordo com o estudo, a classe média está mais concentrada no
Sudeste (43%), seguida do Nordeste (26%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e
Norte (8%).
Segundo Renato Meirelles, presidente do Data Popular, a classe C
deixou de ser um segmento de mercado e, para a maioria das categorias,
se tornou o principal público consumidor.
A população alvo da pesquisa foi avaliada sob 400 variáveis, levando
em conta informações geográficas, demográficas, creditícias e
comportamentais. A classe média representa 54% da população do país e a
previsão é que chegue a 58% em 2023, ou seja, 125 milhões de pessoas. Em
2003, o segmento representava 38% ou 176 milhões de pessoas.
Rogério Penido mostra maquete do Aerovale para o ministro Moreira Franco_Foto: Flavio Pereira
Meta de grupo é concluir a construção da pista de 1.560
metros e viabilizar pouso de primeiro avião em Caçapava em maio
Xandu Alves São José dos Campos
O empresário Rogério Penido, presidente do Aerovale, em Caçapava, maior
empreendimento privado atualmente em construção na região, quer disputar
o mercado de jatos executivos que virão ao Brasil neste ano por causa
da Copa do Mundo.
Para tanto, ele projeta terminar a construção da pista de 1.550 metros
que está sendo feita no empreendimento. A meta é decolar o primeiro
avião em 30 de maio.
Segundo Penido, estimativas do mercado dão conta que o país sede da Copa
costuma receber entre 2.500 e 3.000 jatos executivos em razão dos
jogos.
"Queremos parte desses voos pousando e decolando no Aerovale. A
estrutura está sendo feita para isso", disse ele ontem, quando recebeu
do governo federal a autorização para explorar comercialmente a pista.
A portaria de outorga para exploração do Aerovale, como aeroporto
público, foi assinada ontem, em Caçapava, pelo ministro-chefe da SAC
(Secretaria de Aviação Civil), da Presidência da República, Wellington
Moreira Franco.
Com o documento, Penido pode explorar apenas a aviação executiva, com
aviões e helicópteros. A outorga não permite, porém, o recebimento de
voos comerciais regulares.
O empresário aposta que, no futuro, essa opção poderá ser autorizada
pelo governo. "É um segundo passo. E o governo federal caminha para
isso", afirmou.
Obras.
Com investimentos que chegam a R$ 250 milhões, o Aerovale está em fase
final de terraplanagem. Além da pistam, o empreendimento terá dois
condomínios para empresas, um na área aeroespacial, com 117 lotes, e
outro nos setores industrial e comercial, com 188 lotes.
A primeira operação, contudo, deve ser mesmo a do aeródromo. "A
expectativa é atender a operação de aviação executiva para a Copa do
Mundo, entre cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais", disse
Penido.
"O Aerovale será uma alternativa para os aeroportos da capital, que
estão todos estrangulados. Pousando aqui, o empresário, jornalista ou
executivo do time poderá pegar um helicóptero para a capital."
Para tanto, o empresário fundou a Helivale, que irá operar, a partir de
março, até 10 voos diários de helicóptero entre São José e São Paulo.
Penido comprou duas aeronaves para a operação.
Na avaliação do empresário, ao chegar ao pico de negócios, o Aerovale
irá gerar um volume de R$ 10 bilhões. "Vai dobrar Caçapava", disse
Penido, citando a estimativa de gerar 50 mil empregos.
Meta é gerar 50 mil empregos
A expectativa do empresário Rogério Penido é que o Aerovale,
megaprojeto que está sendo construído em Caçapava, gere até 50 mil
empregos, entre diretos e indiretos.
O volume de postos de trabalho será alcançado, segundo Penido, quando o
empreendimento estiver no auge das operações, com todos os 305 lotes
aeroespaciais, industriais e comerciais vendidos e toda a infraestrutura
pronta.
O empreendimento terá uma pista de 1.550 metros e hotéis, centro de convenção e lojas de conveniência.
As obras começaram em setembro de 2012 após 10 anos de projetos e
etapas do licenciamento ambiental. Para Penido, o empreendimento estará
completamente "maduro" nos primeiros 10 anos.
"A expectativa é que o Aerovale dobre a arrecadação de Caçapava em impostos."
SAIBA MAIS
Projeto Condomínio empresarial, comercial e de serviços que conta
com uma pista para aeronaves, de 1.550 metros, além de lotes para
empresas do setor aeronáutico
Localização Estrada da Germana, km 4, na Chácara da Germana, em Caçapava, numa gleba de 2,265 milhões de metros quadrados
Lotes Estão sendo vendidos 117 lotes aeronáuticos, entre 2.250 m² e
13.500 m², e 188 lotes industriais e comerciais, entre 722 m² e 15.000
m²
Bolinho típico das festas juninas do Vale do Paraíba, em São Paulo, é saboreado o ano inteiro na cidade de Jacareí
Por Janice Kiss
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É secular a tradição do bolinho caipira no Vale do Paraíba, região que
abrange cidades paulistas e fluminenses. Na maioria delas, esse é o
principal quitute oferecido nas festas juninas, deixando para trás o
bolo de fubá, o pé de moleque, a canjica e a batata-doce. Mas, em
Jacareí, a 70 quilômetros de São Paulo, o salgado recheado e frito,
feito com farinha de milho, é uma verdadeira instituição - e pode ser
encontrado o ano inteiro no mercado municipal. A consideração do povo de
Jacareí pelo bolinho é tal que, neste mês, ele será reconhecido
oficialmente como patrimônio cultural da cidade.
Os primeiros registros da comercialização do petisco datam de 1925,
quando era preparado por Nicota Gehrke, dona de uma banca no mercado e
que vendia o produto também nas festas religiosas da cidade. Há quase 50
anos, essa tradição vem sendo mantida por José Maria de Souza, o
Zequinha do Mercadão. Num box montado 80 anos atrás por sua família, ele
serve salgadinhos variados - mas o campeão de vendas é mesmo o bolinho
caipira. "Por baixo, saem umas 120 unidades por dia, pelo preço de 40
centavos cada. Mas, quando faz frio, a quantidade duplica", garante
Zequinha. Ao longo do tempo, a receita original de seu salgado mais
famoso sofreu uma adaptação, passando a usar um tempero pronto com
glutamato monossódico. "Os mais tradicionais condenam, mas o paladar das
pessoas muda, e a gente tem de agradar o freguês", defende-se.
Diferentes versões do bolinho também são motivo de discórdia no Vale do
Paraíba. Em Jacareí, ele é comprido, feito com farinha de milho branca e
recheio de linguiça de porco. Na vizinha São José dos Campos, o costume
é prepará-lo com farinha amarela e carne moída e moldá-lo no formato
arredondado. As duas cidades asseguram ter a receita mais genuína.
Porém, o jornalista João Rural, nascido João Evangelista de Faria, um
estudioso da gastronomia do vale, acha difícil provar quem tem razão.
"Como nada foi documentado, ficam as histórias contadas pelos antigos",
comenta João, que prepara um livro sobre a culinária local.
Baseado nesses relatos, o jornalista concluiu que o preparo apareceu na
época da escravatura, sendo consumido após o trabalho braçal nas
fazendas da região. Já o historiador Alberto Capucci, diretor do
Patrimônio Cultural de Jacareí, acredita que a primeira versão do
bolinho - feita de beiju e recheada com peixes como lambari e pequira -
apareceu com os índios puris, que viviam nas margens do Rio Paraíba do
Sul.
Uma terceira teoria é apresentada por Eduardo e Jussara Gehrke, netos
de dona Nicota, a pioneira do mercado municipal. Eles sustentam que o
bolinho teria surgido entre os séculos XVII e XVIII por obra dos
tropeiros que atravessavam a região em direção a Minas Gerais à procura
de ouro. Entre as tralhas carregadas no lombo das mulas, figurava a
farinha de milho. O recheio do bolinho variaria conforme as paradas:
feito de peixe, se apeavam próximo aos rios, ou de porco, quando
encontravam criações pelos caminhos.
Essas duas preparações ao "estilo tropeiro" - com massa envolvendo
peixe e linguiça suína - poderão ser apreciadas num evento especial em
Jacareí neste mês. Entre os dias 11 e 13, o bolinho caipira ganha uma
festa só sua na cidade, para marcar seu reconhecimento como patrimônio
cultural.
BOLINHO CAIPIRA
100 unidades | Tempo de preparo: Cerca de uma hora | Dificuldade: baixa
INGREDIENTES
Massa
>>> 1 kg de farinha de milho branca
>>> 1 copo (tipo americano) de óleo
>>> 4 dentes de alho
>>> 1 maço de cheiro-verde
>>> 2 sachês (10 gramas) de tempero pronto com glutamato monossódico
>>> 3 litros de água
>>> sal a gosto
Recheio
>>> 300 g de linguiça de porco (ou a mesma quantidade de carne moída)
>>> 1 cebola ralada
>>> 1 sachê (5 gramas) de tempero pronto com glutamato monossódico
>>> cheiro-verde a gosto
COMO FAZER
Refogue em óleo quente o alho e o cheiro-verde juntamente com o tempero
pronto. Coloque um litro de água e espere ferver. Em separado, esfarele
os flocos da farinha em uma bacia e adicione a água com os temperos.
Mexa com força, usando uma colher de pau. Acrescente aos poucos dois
litros de água fria, até a massa se desprender das mãos e ficar no ponto
de enrolar. Faça um furo no bolinho, recheie com a carne crua e
temperada de sua preferência e molde-o num formato alongado. Frite em
óleo bem quente. Nas festas juninas, o quitute é acompanhado de um copo
de quentão. Na banca do Zequinha do Mercadão, o costume é comê-lo com
café fresquinho.
Queijo fabricado no Brasil e outros alimentos pretensamente pirateados causariam perda de 60 bilhões de euros
Por Patrícia Araújo, de Roma
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Uma nova frente de combate à pirataria foi instalada na Itália. Em 25
de setembro, a Câmara dos Deputados do país aprovou, por esmagadora
maioria, a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito contra a
Falsificação. Mas, enquanto em outros lugares do mundo os alvos a ser
exterminados são falsos produtos tecnológicos, brinquedos e vestuário,
na Itália é o setor agroalimentar o principal foco da ação
antipirataria. Entre os grandes inimigos nacionais está um velho
conhecido brasileiro: o queijo parmesão.
“O setor agroalimentar é o mais fraco e exposto ao fenômeno do italian
sounding. Um dos principais objetivos da comissão será analisar o fluxo
comercial desses falsos produtos e articular normas e sanções
adequadas”, afirma a deputada Colomba Mongiello, ligada ao Partido
Democrático (PD) e autora do projeto de criação da nova comissão. Ela se
refere ao fenômeno em que produtos alimentícios possuem nome, indicação
e etiqueta que remetem à origem italiana, mas na verdade são 100%
estrangeiros.
Para a Coldiretti (Confederação Nacional dos Empreendedores Agrícolas,
em português), o italian sounding é responsável pelo fechamento ou não
abertura de 300 mil postos de trabalho e por um prejuízo anual de 60
bilhões de euros à Itália. O faturamento de todas as exportações
italianas do setor agroalimentar em 2012 foi de cerca de 31 bilhões de
euros. De acordo com a instituição, as vendas para o exterior poderiam
triplicar sem o falso “made in Italy”.
No ranking de produtos italianos mais copiados no mundo, os dois
primeiros postos são ocupados pelas denominações de queijo “parmigiano
reggiano” e “grana padano”, uma vez que o parmesão está difundido em
todos os continentes.
“Sabemos que hoje, na América, 98% do queijo em geral é um falso
italiano, com destaque para o parmesão. Pretendo, em breve, me ocupar da
situação do Brasil, porque é um mercado muito grande, em expansão, um
país emergente que é muito interessante para nós”, diz Rolando
Manfredini, responsável pelo setor de qualidade e segurança alimentar da
Coldiretti.
Certificação
Um dos símbolos da gastronomia nacional, o queijo considerado pelos
italianos como parmesão – e cujo nome original é parmigiano reggiano – é
um tipo duro e curado produzido exclusivamente no norte da Itália.
Atualmente, apenas 3.500 criadores de gado e 380 laticínios possuem
certificação para fornecer o leite e produzir o queijo, respectivamente.
Pouco mais de 30% das 125.000 toneladas produzidas ao ano são
exportadas.
Diretor do Consórcio do Queijo Parmigiano Reggiano, Riccardo Deserti
conta que, hoje, uma das principais lutas da instituição é contra o
italian sounding. “Já obtivemos uma sentença da Corte de Justiça
Europeia dizendo que as traduções, seja espanhola ou portuguesa, são
nomes protegidos e de exclusiva referência ao parmesão original. Por
isso, na União Europeia, quem quiser vender queijo que não é o
parmigiano reggiano, está proibido de chamá-lo de parmesan ou parmesão.
Fora da comunidade, porém, não temos essa tutela. Estamos checando a
possibilidade de inseri-la em nível internacional.”
O que é Italian sounding
>>>O fenômeno é responsável pelo fechamento
ou não abertura de 300 mil postos de trabalho e por prejuízo anual de 60
bilhões de euros à Itália
>>>Em 2012, o faturamento de todas as exportações italianas do setor agroalimentar foi de 31 bilhões de euros
>>>Cerca de 40% do consumo brasileiro de
macarrão, molhos, mortadela, parmesão, provolone e gorgonzola está
ligado ao italian sounding
>>>Cifra do fenômeno no Brasil foi de 1,46 bilhão de euros em 2009, sendo que 355 milhões de euros foram só de parmesão
Exportações para o Brasil
A Itália é hoje o quinto maior fornecedor de queijos para o Brasil,
atrás da Argentina (responsável por 77% das importações), Uruguai,
Países Baixos e França. Segundo levantamento feito pela ICE (Agência
para Promoção Internacional das Empresas Italianas, em português), de
janeiro a junho de 2013, a Itália exportou para o Brasil 2,27 milhões de
euros em queijos. Desse total, 65% foram de parmigiano reggiano e gran
padano. Mas, de acordo com a instituição, o percentual poderia ser muito
maior. Outra análise da ICE, esta referente ao ano de 2009, mostrou que
quase todo o volume de parmesão consumido no Brasil é resultado de
italian sounding, num montante de 355 milhões de euros gerados só
naquele ano.
Para Roberto Lovato, responsável pelo setor agroalimentar da agência,
por ser um negócio milionário, países como o Brasil tentam transformar o
conceito de parmesão de “denominação de origem” para “tipo”. “Existe
nos Estados Unidos um movimento estruturado que tenta tornar genéricas
todas as denominações de produtos típicos europeus. Evidentemente,
existe interesse de não haver essas tutelas, de que não venham definidas
a origem e a autenticidade de um produto. É uma motivação típica de
quem produz imitações.”
As críticas são rebatidas por Maria Cristina Mousquim, consultora da
Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq). Segundo ela, o
parmesão brasileiro é um produto consolidado, comercializado há 16 anos
com esse nome. “O Brasil, como também os países parceiros, faz parte do
Codex Alimentarius, que estabelece as leis dos alimentos visando
uniformizar os produtos. O órgão tem representantes dos governos de
quase todos os países, visando à segurança do consumidor, à qualidade e à
uniformização de produção.”
Maria Cristina afirma ainda que, de acordo com o Instituto Nacional de
Propriedade Industrial (Inpi), não existe hoje pedido oficial de patente
da Itália para nenhum queijo nacional. Diretor executivo da indústria
paranaense de laticínios Frimesa – eleita produtora do melhor parmesão
do Brasil em 2013 pela Epamig –, Elias José Zydek diz acreditar que a
polêmica seja descabida, pois o queijo é um produto “universal”. “O que
ocorre com o parmesão equivale ao trato que se deu ao mussarela. O
mussarela é um queijo conhecido mundialmente que também teve suas
origens na Itália, mas é hoje mussarela no mundo inteiro.”
Atualmente, o parmesão é o quinto queijo mais apreciado pelos
brasileiros, com 62% da população afirmando que o consome, segundo
pesquisa da Abiq.
O consumo interno de café no Brasil apresentou uma leve retração
de 1,23% em 2013, totalizando 20,08 milhões de sacas de 60 quilos, em
comparação com 20,33 milhões de sacas em 2012. Os dados fazem parte de
relatório dos Indicadores do Consumo de Café no Brasil - 2013, divulgado
nesta segunda-feira (17/2) pela Associação Brasileira da Indústria de
Café (Abic).
A Abic atribui esta ligeira retração ao fato de que a mesa do café da
manhã ganhou inúmeras novas opções de bebidas prontas para o consumo,
como sucos, achocolatados, bebidas à base de soja, etc. Embora ainda
sejam pouco consumidas, essas bebidas têm apresentado crescimento
bastante elevado e concorrem com o café, explica a Abic, em nota.
O consumo per capita foi estimado pela Abic em 4,87 quilos café torrado
por habitante/ano, em comparação com 4,98 quilos por habitante/ano em
2012.
O consumo doméstico de café atinge cerca de 95% dos lares, mas
mantém-se estável, enquanto outros produtos ou novas categorias crescem
acima de 20% ao ano, como é o caso do suco pronto (25%) e as bebidas à
base de soja (29%), segundo pesquisas complementares da Kantar
Worldpanel. "Essas categorias de maior valor agregado desafiam a
indústria de café para a inovação e para a retomada de índices de
crescimento maiores, o que pode ocorrer com a oferta de cafés de melhor
qualidade, diferenciados e certificados", sugere a Abic.
Os preços do café nas prateleiras do varejo diminuíram ao longo de
2013. O valor médio do quilo caiu de R$ 14,82 em janeiro 2013 para R$
12,55 em dezembro passado, com queda de 15%, para os cafés tipo
'tradicionais', segundo pesquisas feitas no varejo paulistano. O café em
pó representou 87,4% das vendas, em valor. Os novos produtos, como
cápsulas, café com leite e cappuccinos, representaram cerca de 3,5%, em
valor, mas cresceram até 33%, em virtude da forte demanda.
O café continua sendo um produto barato para os consumidores,
considerando principalmente o seu custo por xícara após a preparação,
diz a Abic. Nas prateleiras, o aumento do produto variou de R$ 10,15/kg,
nos cafés tipo 'tradicionais', em janeiro de 2008, para R$ 12,65/kg em
janeiro passado, um acréscimo de somente 24,6% em 6 anos. O aumento, de
acordo com a Abic, refletiu a alta do grão no início de 2013, mas depois
recuou.
O grande consumo ainda se concentra nas classes C e D que, segundo a AC
Nielsen, vem procurando produtos com melhor qualidade, mesmo com preço
superior, o que representa uma mudança de padrão de compra importante.
Cafés gourmet e certificados parecem ser a nova tendência dos
consumidores para os anos futuros, em um movimento natural de
valorização da qualidade e da certificação.
Cerca de 81% dos gastos na categoria café são feitos em supermercados,
para abastecer principalmente o lar. Fora do lar, o principal canal de
vendas são as padarias, que respondem por 64% dos gastos da categoria.
As cafeterias, apesar do seu crescimento vertiginoso, ainda respondem
por 50% dos gastos da categoria café. Isto significa que consumidores
degustam o produto em padarias e em cafeterias, no mesmo dia.
Indústria menor
A Abic considera que diminuiu o número de indústrias de café no País em
2013. Segundo a associação, contribuiu para esta redução a constatação
da queda do número de empresas de pequeno porte. No fim de 2012, a
entidade contabilizava 1.490 indústrias no País, de todos os portes, que
atuaram no mercado nos últimos quatro anos, e no fim de 2013 esse
número foi de 1.428 torrefadoras. A Abic estima que o volume de vendas
do setor de torrado e moído em 2013 tenha sido de R$ 7,3 bilhões.
A redução no volume do consumo interno tem levado a Abic a reforçar a
sua tese de que é preciso estimular o consumo de café, investindo muito
mais em marketing, publicidade, diferenciação e inovação de produtos. O
comportamento dos consumidores tem sido o de ampliar a experimentação e
valorizar os produtos com melhor qualidade, certificados e sustentáveis.
"Esta opção pelo café precisa ser estimulada utilizando-se recursos da
publicidade para orientar, educar e difundir conhecimentos sobre café e
suas qualidades", informa a associação.
"Opção pelo café precisa ser estimulada utilizando-se de recusos da publicidade", diz Abic
O consumo de café fora do lar, no entanto, continua crescendo,
representando 36% do consumo total, com um número cada vez maior de
cafeterias, restaurantes, padarias e pontos de dose, quase todos eles
oferecendo cafés de qualidade boa a ótima. Da mesma forma, o consumo dos
cafés porcionados, seja em sachês ou em cápsulas, bem como a forma
tradicional de café torrado em grão para uso em máquinas automáticas e
profissionais, alcança níveis de crescimento acima de 20% ao ano, embora
ainda seja a menor parte do mercado. As cápsulas estão presentes em
0,6% dos lares, segundo pesquisa da AC Nielsen, em 2012/13.
O número de máquinas de café 'espresso' domésticas ultrapassam 850 mil
unidades, conforme levantado pela Kantar Worldpanel, no fim de 2012. Os
novo tipos de equipamentos para preparação de cafés filtrados, em
sachês, por exemplo, ultrapassam 300 mil unidades.
No caso dos cafés em cápsulas, a evolução deste segmento foi muito
acentuada no ano 2013. Surgiram novas empresas importadoras de cápsulas e
de máquinas, bem como, outras que já montaram suas instalações
industriais e produzem localmente. "Cerca de 10 novas empresas já atuam
neste mercado, o que vai tornar a concorrência bastante intensa num
segmento de alta tecnologia e alto valor agregado", observa a Abic.
Enquanto as vendas dos cafés tradicionais em pó ampliaram 4,7% em 2013,
os cafés em cápsulas ganharam 36,5% em vendas.
Outra inovação importante são as lojas virtuais, servindo como canal de
distribuição para cafés de alta qualidade, de origens brasileiras e
estrangeiras bem como, máquinas e acessórios ou equipamentos para
preparo de cafés filtrados e 'espressos'. Por esta razão, diz a Abic, o
volume de importação de café industrializado em 2013 alcançou US$ 32,8
milhões em comparação com US$ 15,7 milhões em exportações de café
torrado/moído.
Abic: "A indústria precisa estar atenta aos efeitos da seca na qualidade da safra"
AutorConforme
a Abic, oferecer produtos de maior valor agregado é uma forma
importante de escapar de crises no setor. "A indústria precisa estar
atenta aos efeitos da seca na qualidade da safra que será colhida no
ano", ressalta a associação. Em 2014, a ABIC estima a retomada do
crescimento do consumo interno de café, ao nível de 3% a 4%, com maior
procura por cafés de melhor qualidade, desde os tradicionais até os
gourmet.A expectativa da indústria para 2014 é a de contornar eventuais
dificuldades com o suprimento de matéria-prima, em virtude das notícias
de possível redução da safra de café, prejudicada pela seca deste início
de ano. Os custos aumentarão e as empresas eventualmente deverão
reavaliar suas operações.
Conforme a Abic, oferecer produtos de maior valor agregado é uma forma
importante de escapar de crises no setor. "A indústria precisa estar
atenta aos efeitos da seca na qualidade da safra que será colhida no
ano", ressalta a associação. Em 2014, a ABIC estima a retomada do
crescimento do consumo interno de café, ao nível de 3% a 4%, com maior
procura por cafés de melhor qualidade, desde os tradicionais até os
gourmet.