terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Brasil se defende de críticas de protecionismo

Governo brasileiro diz ter sido o que mais adotou medidas para facilitar o comércio em 2013

18 de fevereiro de 2014 | 2h 07

Jamil Chade, correspondente de Genebra - O Estado de S.Paulo

Rebatendo as acusações de que foi o país que mais medidas antidumping adotou no mundo em 2013, o Brasil insiste que a Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa passar a avaliar não apenas barreiras implementadas nas fronteiras, mas também as ajudas financeiras que países ricos dão a determinados setores de suas economias e que acabam distorcendo o mercado internacional.

Ontem, a OMC se reuniu para tratar do protecionismo no mundo em 2013. Aos delegados dos mais de 150 países, a entidade apresentou um informe em que mostrava que o Brasil foi o país que mais iniciou investigações antidumping, com 39 casos e seguido por Índia e EUA. 

Marcos Galvão, embaixador brasileiro na OMC, usou o encontro de ontem para dizer que o Brasil havia sido também o país que mais medidas adotou em 2013 para facilitar o comércio no mundo. Segundo ele, isso incluiu a redução de tarifas para 3,1 mil produtos. No total, foram 25 medidas que representam facilidades às importações e fluxos de produtos estrangeiros. 

Mudança.  

O governo também insistiu que a forma pela qual a OMC avalia o protecionismo no mundo precisava passar por uma mudança, um ponto também defendido pela Argentina. Para o Itamaraty, o informe precisa incluir informações sobre os pacotes de resgate que as economias ricas lançaram nos últimos anos. Isso, na avaliação de Brasília, daria uma imagem mais realista do que foi a ação de governos em termos de protecionismo. 

O diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, já deu início a uma reavaliação da forma pela qual o protecionismo é medido pela entidade. 

Brasília também quer que os subsídios dados por países ricos a seus agricultores sejam de forma mais transparente colocados em evidência nos informes realizados pela OMC. Essa seria outra forma de reequilibrar as eventuais críticas que o informe possa fazer aos países emergentes. 

Azevêdo, em sua intervenção, admitiu que o mundo havia adquirido "maus hábitos" em 2013 diante de um aumento no número de medidas restritivas. No ano, foram 407 medidas, ante 308 em 2012. O brasileiro também deixou claro que está preocupado com o número cada vez maior de acordos regionais sendo negociados no mundo.


WEG anuncia compra de fabricante alemã de motores elétricos


Companhia anunciou ter fechado acordo para a aquisição da fabricante Württembergishe

Germano Lüders/EXAME.com
WEG, em Jaraguá do Sul (SC)

WEG, em Jaraguá do Sul (SC): companhia esclarece que a aquisição da Württembergishe não ensejará o direito de recesso aos acionistas

Rio de Janeiro - A WEG anunciou nesta terça-feira ter fechado acordo para a aquisição da fabricante de motores elétricos e motoredutores alemã Württembergishe, segundo comunicado.

A Württembergishe é uma empresa de controle familiar, fundada em 1939, e com instalações fabris na cidade de Balingen, centro-sul da Alemanha.

Com faturamento de 7 milhões de euros em 2013, a empresa possui linhas de motoredutores, motores elétricos trifásicos, monofásicos e corrente contínua até 1 mil watts e servomotores fracionários.

A WEG esclarece que a aquisição da Württembergishe não ensejará o direito de recesso aos acionistas.

A aquisição está sujeita a aprovações de órgãos reguladores.

Mercosul, cúmplice de Maduro







O Estado de S.Paulo
 
Após guardar silêncio obsequioso por vários dias, o Mercosul resolveu pronunciar-se a respeito das manifestações na Venezuela, cuja repressão gerou confrontos e resultou na morte de ao menos três pessoas. Em lugar de condenar a violência e de conclamar o governo de Nicolás Maduro a respeitar o direito democrático de protestar, o bloco sul-americano, do qual o Brasil faz parte, preferiu alinhar-se aos chavistas. Ao escolher um lado, o Mercosul mostra definitivamente que sua diplomacia é refém da ideologia bolivariana, apoiando um governo que violenta a democracia à luz do dia.

Em nota oficial, tão chavista que parece ter sido da lavra do próprio Maduro, os integrantes do Mercosul criticam as "tentativas de desestabilizar a ordem democrática" - uma clara alusão aos manifestantes. A referência é ainda mais explícita quando o bloco diz rejeitar "as ações criminosas de grupos violentos que querem espalhar a intolerância e o ódio na República Bolivariana da Venezuela como uma ferramenta política".

Por fim, os parceiros de Maduro "expressam seu mais forte rechaço às ameaças de ruptura da ordem democrática legitimamente constituída pelo voto popular" - uma acusação explícita de golpismo. A solução, segundo a nota, seria "aprofundar o diálogo sobre as questões nacionais, dentro do quadro das instituições democráticas e do Estado de Direito, como tem sido promovido pelo presidente Nicolás Maduro nas últimas semanas". O Mercosul pretende fazer crer, portanto, que Maduro - aquele que chama os manifestantes de "fascistas" e "golpistas" - quer mesmo dialogar.

Para completar a pantomima, a nota expressa a "posição firme na defesa e preservação das instituições democráticas" e invoca o "compromisso democrático do Mercosul", sem que haja uma única referência às violações cometidas pelo governo.

Compare-se esse comunicado com o emitido pela União Europeia (UE) sobre o mesmo assunto. Além de ter sido divulgada dois dias antes, a nota da UE pede calma a representantes de toda a sociedade, "tanto em seus atos quanto em suas declarações", e reafirma o princípio de que "a liberdade de expressão e o direito de participar de manifestações pacíficas são essenciais" - ponderação ausente na nota do Mercosul, que praticamente criminaliza os manifestantes. Por fim, a UE "faz um apelo às autoridades da Venezuela para que estendam a mão a todos os setores da sociedade" - isto é, considera que a iniciativa do diálogo deve partir de quem detém o poder.

Esperar que o governo venezuelano resolva dialogar com a oposição, no entanto, é ingênuo. Há 15 anos no poder, os chavistas não apenas construíram uma ampla estrutura de controle do Estado, como também montaram um sistema de defesa paraestatal, armando milícias nas regiões mais populosas da Venezuela. Movidos pela retórica patriótica e socialista, os chavistas não estão interessados no diálogo - ao contrário, é o confronto que eles desejam, para legitimar o regime de exceção que se está consolidando no país.

Não surpreende, assim, que se multipliquem as denúncias de arbitrariedades cometidas por agentes do governo contra os manifestantes - a maioria dos quais estudantes que protestavam contra a insuportável situação do país, com inflação galopante, escassez de produtos básicos e criminalidade fora de controle. Há relatos de prisões arbitrárias, de ataques das milícias chavistas e de tortura de presos.

Diante disso, as redes sociais, um dos poucos espaços ainda livres no país, vinham ecoando críticas ao silêncio do Mercosul, incitando o Brasil a fazer uso de sua importância regional para pressionar Maduro a interromper a violência. É possível imaginar agora a decepção desses oposicionistas.

O Mercosul considera a Venezuela uma democracia plena - como se a mera realização de eleições fosse suficiente para comprovar a saúde institucional do país. No entanto, se ainda resta algo do espírito democrático na Venezuela, ele não está nas envenenadas instituições, e sim nas ruas, com os estudantes que, corajosamente, desafiam a máquina repressiva chavista para expressar seu descontentamento.



Quanto ganham os engenheiros onde eles são mais demandados


Confira as três cidades brasileiras com maior crescimento na demanda por engenheiros e quanto as indústrias estão pagando para eles em 5 diferentes áreas

Stock.xchange
Capacete e bota de segurança
Engenheiros: demanda em Porto Alegre (RS) cresceu 250% em janeiro, na comparação com mesmo período do ano passado

São Paulo – Em três cidades brasileiras a demanda por engenheiros explodiu em janeiro, segundo estudo realizado pela Michael Page.

Em Porto Alegre (RS) o número de contratações foi 250% superior ao mesmo período de 2013, enquanto em Curitiba (PR) o número de engenheiros contratados dobrou nesta mesma comparação. Campinas (SP), no interior de São Paulo, vem logo atrás, com volume 75% maior de contratos.

A busca por engenheiros mais qualificados e, consequentemente, mais eficientes é o principal fator que tem turbinado o volume de contratações.

De acordo com estudo, 70% dos contratos de trabalho firmados são fruto de substituição de profissionais e 30%, são novas oportunidades criadas nessas regiões.

Custos operacionais mais baixos e incentivos fiscais também têm atraído empresas para estas três cidades, diz Ricardo Basaglia, diretor executivo da consultoria.

“Existem itens que fogem do controle das empresas como questões tributárias, de energia e infraestrutura no Brasil. O que sobra para as empresas é fazer a lição de casa e produzir mais com menos”, diz Basaglia.

E, se o salto de produtividade só é possível por meio da contratação de engenheiros mais eficientes, as empresas têm apostado na oferta de salários mais vantajosos.

“Existe o fator de atratividade. A empresa paga um prêmio para que o profissional qualificado que está empregado possa trocar de emprego”, diz Basaglia. Segundo ele, há casos de empresas dispostas a aumentar os vencimentos em até 30%.

Entre os setores mais aquecidos para os profissionais estão as indústrias automotivas, de bens de consumo, químicas e o agronegócio.

Confira nas tabelas quanto ganham os engenheiros para gerenciar diferentes áreas de uma indústria nas três cidades em que são mais demandados:
 

Curitiba (PR): 

Área Salário médio mensal Variação em relação a janeiro de 2013
Lean 12 mil a 18 mil reais 15¨%
Segurança 8 mil a 15 mil reais 15%
Qualidade 12 mil a 18 mil reais 10%
Manutenção 12 mil a 18 mil reais 10%
Produção 10 mil a 18 mil 15%  
 

Porto Alegre (RS):

Área Salário médio mensal Variação em relação a janeiro de 2013
Lean 12 mi a 18 mil reais 15%
Segurança 8 mil a 12 mil reais 15%
Qualidade 8 mil a 12 mil reais 10%
Manutenção 12 mil a 15 mil reais 10%
Produção 8 mil a 15 mil reais 15%
 

Campinas (SP):

Área Salário médio mensal Variação em relação a janeiro de 2013
Lean 12 mil a 18 mil reais 15%
Segurança 8 mil a 15 mil reais 15%
Qualidade 12 mil a 18 mil reais 15%
Manutenção 12 mil a 18 mil reais 10%
Produção 12 mil a 18 mil reais 15%

WTorre vende participação no JK Iguatemi por R$ 640 mi


Valor pode chegar a R$ 800 milhões até 2017, se metas forem atingidas, diz jornal. Iguatemi passará a ser o controlador do empreendimento




Daniela Toviansky/VEJA SP
Shopping JK Iguatemi, em São Paulo
Shopping JK Iguatemi: construtora WTorre vai vender sua participação

São Paulo - A WTorre anunciará nesta terça-feira a venda de sua parte no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A construtora receberá pelo menos 640 milhões de reais pelos 50% do empreendimento, diz o jornal Valor Econômico.

Esse valor, porém, pode chegar a 800 milhões de reais, caso certas metas sejam cumpridas até 2017.
Dos 50% que pertenciam à WTorre, 14% serão comprados pelo Iguatemi, que já tem 50% da empresa e passará a ser o controlador. O restante ficará com o fundo de pensão americano TIAA-Cref.

Segundo o jornal, a construtora começou a estudar a venda no início de 2013. Em novembro, se decidiu pelo negócio, mas o Iguatemi considerou o valor alto demais. Por isso a busca de um novo sócio.

Para dar início ao Shopping JK foram necessário 320 mihões de reais em investimentos, sendo que cada uma das empresas entrou com metade dos aportes.

No início da tarde desta terça-feira, a assessoria de imprensa da WTorre enviou um comunicado confirmando a conclusão do negócio.
 

75% dos brasileiros não concordam com os gastos da Copa


Levantamento da CNT/MDA revela a insatisfação de parte da população com os investimentos para a realização do evento no Brasil


Friedemann Vogel/Getty Images
Obras da Copa no Itaquerão, em São Paulo, em dezembro de 2013

Obras no Itaquerão, em São Paulo: 80% dos entrevistados disseram que dinheiro com reforma de estádios deveria ser aplicado em outras áreas

São Paulo – A menos de quatro meses do início da Copa do Mundo 2014, os brasileiros mostram que o descontentamento com os gastos públicos no Mundial não está restrito aos grupos que vão às ruas protestar. 

Pesquisa divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) revela que 75,8% da população acredita que os investimentos feitos no país para a realização do evento foram desnecessários.
Apenas 13,3% dos entrevistados disseram que os valores foram adequados; e 7,3% consideraram que os investimentos foram insuficientes.

Quando o questionamento se refere especificamente aos gastos com os estádios, o número de descontentes aumenta: 80,2% afirmaram que o dinheiro poderia ter sido utilizado para melhorar outras áreas mais importantes.

Por outro lado, 17,6% das pessoas acreditam que os investimentos serão importantes para desenvolver o esporte no país.

O levantamento mostra ainda que os setores apontados como os que mais precisam de melhorias no Brasil são: Saúde (84,4%), Educação (47,6%) e Segurança (35,1%). Nessa pergunta, era possível escolher mais que uma opção.

Seguindo a linha de contestação pela realização da Copa, 85,4% dos entrevistados acreditam que haverá manifestações populares durante o evento. Entretanto, apenas 15,2% disseram que participariam dos protestos, caso ocorram, contra 82,9% que não participariam.


Outras questões


A 117ª Pesquisa CNT/MDA avaliou ainda os índices de popularidade do governo da presidente Dilma Rousseff, além de propor cenários para as eleições 2014.

Cerca de 2 mil pessoas foram entrevistadas entre os dias 9 a 14 de fevereiro de 2014, em 137 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

Classe média deve consumir R$ 1,27 trilhão neste ano, diz Serasa


Por Beth Koike | Valor
 
SÃO PAULO  -  A classe média deve consumir R$ 1,27 trilhão neste ano, o que representaria um crescimento de 8,5% em relação a 2013. Os dados são de um estudo elaborado pela Serasa Experian e pela consultoria Data Popular sobre o perfil da classe C no país, divulgado nesta terça-feira em São Paulo.

EBC

O levantamento demorou um ano para ser concluído. Segundo a pesquisa, a classe C pretende consumir neste ano 8,5 milhões de viagens nacionais, 7,8 milhões de notebooks, 4,5 milhões de tablets, 3,9 milhões de smartphones e 3,2 milhões de viagens internacionais. 

Em relação os bens domiciliares, a previsão é que sejam comprados 7,8 milhões de móveis, 6,7 milhões de aparelhos de TV, 4,8 milhões de geladeiras, 3,9 milhões de máquinas de lavar, 3 milhões de carros e 2,5 milhões de casas ou apartamentos. 

“Os perfis revelados pela solução 'Faces da Classe Média' permitem que as instituições tenham uma visão segmentada desses consumidores e possam entender de que forma devem endereçar suas ações, produtos e serviços, criando soluções para os quatro diferentes nichos, que antes eram observados como um único alvo”, afirma Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian.

“Isso possibilita empreender novas frentes de consumo e abordar com precisão esses mercados, gerando melhores condições de crédito para o consumidor e movimentando a economia do Brasil”.


Contingente


A classe média brasileira é formada por 108 milhões de pessoas, que gastaram R$ 1,17 trilhão no ano passado, de acordo com a pesquisa. Esse volume representa 58% do crédito no Brasil.

Ainda de acordo com o estudo, a classe média está mais concentrada no Sudeste (43%), seguida do Nordeste (26%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e Norte (8%).

Segundo Renato Meirelles, presidente do Data Popular, a classe C deixou de ser um segmento de mercado e, para a maioria das categorias, se tornou o principal público consumidor.

A população alvo da pesquisa foi avaliada sob 400 variáveis, levando em conta informações geográficas, demográficas, creditícias e comportamentais. A classe média representa 54% da população do país e a previsão é que chegue a 58% em 2023, ou seja, 125 milhões de pessoas. Em 2003, o segmento representava 38% ou 176 milhões de pessoas.


(Beth Koike | Valor)