BTG Pactual anuncia compra do banco suíço BSI para fortalecer presença na Europa e na Ásia e quer se tornar um dos grandes players globais em investimentos
São Paulo - Nesta segunda-feira, o banco de investimentos BTG Pactual anunciou a aquisição do banco suíço BSI por 1,5 bilhão de francos suíços.
Com a compra, o BTG passa a gerir 200 bilhões de dólares em ativos, o
que significa que o banco acaba de dobrar de tamanho em termos de
clientes.
Para André Esteves, presidente executivo do banco, este é mais um passo
para elevar o BTG ao patamar das maiores instituições financeiras de
investimentos do mundo.
"Hoje somos muito mais uma instituição latinoamericana com base no
Brasil do que um banco brasileiro com negócios fora do país.
Pretendemos, com essa aquisição, nos tornar um player global com
capacidade para, no futuro, competir com os maiores", disse o
presidente, em conferência para jornalistas.
O BTG, que já é bastante forte na América Latina, deve se beneficiar da
presença do BSI na Europa, principalmente na Suíça, e na Ásia. "O BSI
tem ainda muito espaço para crescer, mas estava estagnado. Nós vamos
impor uma estratégia de crescimento mais ambiciosa, aproveitando a
tradição do banco".
O banco brasileiro pretende manter a marca e o estilo de administração
da nova aquisição. "A compra aumenta muito a diversificação do negócio,
tanto do ponto de vista de receita, de clientes ou mesmo geográfico.
Nosso foco será prover os serviços e o atendimento ao cliente pelo qual
somos reconhecidos ao mercado do BSI", explicou Esteves.
Com essa aquisição, o banco acredita que terá bastante material para
crescer orgnicamente: "não descartamos futuras aquisições, mas com o que
temos em nossas mãos já será possível ver uma expansão bastante
grande".
Sobre o BSI
O BSI pertencia à seguradora italiana Generali, que há um ano e meio vem realizando um forte programa de desinvestimentos.
Com sede em Lugano, na Suíça, o BSI SA fornece gerenciamento de ativos e
serviços relacionados para clientes privados e institucionais na Suíça e
internacionalmente, incluindo fundos de investimento, a colocação de
depósitos fiduciários e negociação de valores mobiliários, metais e
moedas.
A companhia italiana comprou o banco em 1998 por 1,9 bilhão de francos
suíços, mas aceitou vendê-lo por 1,5 bilhão de francos suíços porque a
instituição chegou a dar prejuízos para a seguradora.
Para André Esteves, a recente pressão para a mudança nas políticas de
sigilo dos bancos suíços pode ter contribuído para a negociação
favorável ao BTG. "Pode ser que, sem isso, tivéssemos enfrentado mais
concorrência. Mas a mudança na política será positiva, porque os bancos
suíços terão de se voltar a produtos e serviços, que é o que sabemos
fazer melhor", disse.