segunda-feira, 21 de julho de 2014

Esteves quer colocar BTG entre os maiores bancos do mundo


BTG Pactual anuncia compra do banco suíço BSI para fortalecer presença na Europa e na Ásia e quer se tornar um dos grandes players globais em investimentos

ALESSANDRO SHINODA
André Esteves, fundador do banco de investimentos BTG Pactual
André Esteves: "vamos impor uma estratégia de crescimento ambiciosa ao BSI"

São Paulo - Nesta segunda-feira, o banco de investimentos BTG Pactual anunciou a aquisição do banco suíço BSI por 1,5 bilhão de francos suíços.

Com a compra, o BTG passa a gerir 200 bilhões de dólares em ativos, o que significa que o banco acaba de dobrar de tamanho em termos de clientes.

Para André Esteves, presidente executivo do banco, este é mais um passo para elevar o BTG ao patamar das maiores instituições financeiras de investimentos do mundo.

"Hoje somos muito mais uma instituição latinoamericana com base no Brasil do que um banco brasileiro com negócios fora do país. Pretendemos, com essa aquisição, nos tornar um player global com capacidade para, no futuro, competir com os maiores", disse o presidente, em conferência para jornalistas.

O BTG, que já é bastante forte na América Latina, deve se beneficiar da presença do BSI na Europa, principalmente na Suíça, e na Ásia. "O BSI tem ainda muito espaço para crescer, mas estava estagnado. Nós vamos impor uma estratégia de crescimento mais ambiciosa, aproveitando a tradição do banco".

O banco brasileiro pretende manter a marca e o estilo de administração da nova aquisição. "A compra aumenta muito a diversificação do negócio, tanto do ponto de vista de receita, de clientes ou mesmo geográfico. Nosso foco será prover os serviços e o atendimento ao cliente pelo qual somos reconhecidos ao mercado do BSI", explicou Esteves. 

Com essa aquisição, o banco acredita que terá bastante material para crescer orgnicamente: "não descartamos futuras aquisições, mas com o que temos em nossas mãos já será possível ver uma expansão bastante grande".

Sobre o BSI

O BSI pertencia à seguradora italiana Generali, que há um ano e meio vem realizando um forte programa de desinvestimentos.

Com sede em Lugano, na Suíça, o BSI SA fornece gerenciamento de ativos e serviços relacionados para clientes privados e institucionais na Suíça e internacionalmente, incluindo fundos de investimento, a colocação de depósitos fiduciários e negociação de valores mobiliários, metais e moedas. 

A companhia italiana comprou o banco em 1998 por 1,9 bilhão de francos suíços, mas aceitou vendê-lo por 1,5 bilhão de francos suíços porque a instituição chegou a dar prejuízos para a seguradora.

Para André Esteves, a recente pressão para a mudança nas políticas de sigilo dos bancos suíços pode ter contribuído para a negociação favorável ao BTG. "Pode ser que, sem isso, tivéssemos enfrentado mais concorrência. Mas a mudança na política será positiva, porque os bancos suíços terão de se voltar a produtos e serviços, que é o que sabemos fazer melhor", disse.

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