quinta-feira, 31 de julho de 2014

Pesquisa da FGV DIREITO SP aponta nível de satisfação dos policiais brasileiros

A pesquisa ouviu 21 mil agentes de segurança pública de todo o país entre 30 de junho e 18 de julho de 2014.
As forças de segurança pública no Brasil precisam passar por um processo de reorganização para se tornarem mais eficientes. É o que afirmam os próprios agentes, de acordo com a pesquisa “Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública” – realizada pela Escola de Direito de São Paulo (FGV DIREITO SP), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Entre os mais de 21 mil entrevistados, 73,7% apoiam a desvinculação ao Exército, 93,7% querem a modernização dos regimentos e códigos disciplinares de acordo com a Constituição Federal de 1988 e 63,6% defendem o fim da justiça militar. “Se considerarmos apenas os policiais militares, 76,1% defendem o fim do vínculo com o Exército – o que é um sinal claro de que o Brasil precisa avançar na agenda da desmilitarização e reforma das forças de segurança”, afirma o pesquisador do Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada da DIREITO SP e vice-presidente do Conselho de Administração do FBSP, Renato Sérgio de Lima.

O levantamento aponta, entretanto, que não é apenas a organização das polícias que precisa ser reestruturada. Baixos salários (99,1%), formação e treinamento deficientes (98,2%), contingente policial insuficiente (97,3%), falta de verba para equipamentos e armas (97,3%), leis penais inadequadas (94,9%) e mesmo corrupção (93,6%) são alguns dos principais obstáculos para a realização de um trabalho mais eficiente. Segundo 86% dos respondentes, falta foco em resultado e sobra burocracia. 

Os dados refletem ainda uma ligeira insatisfação com a carreira. 34,4% dos policiais afirmam que pretendem sair da corporação assim que houver uma oportunidade profissional e 38,7% afirmam que se pudessem voltar no tempo teriam escolhido outra carreira. Nesse resultado pesa, também, o fato de 65,9% dos respondentes já terem sido discriminados por ser policial ou agente do sistema de segurança e 59,6% já terem sido humilhados ou desrespeitados por superiores hierárquicos.

Ainda na questão comportamental, apesar de 83,7% dos entrevistados acreditarem que um policial que mata um suspeito deve ser investigado e julgado pela justiça, 43,3% afirmam que este mesmo policial deve ser inocentado. Já para 43,2% dos respondentes, um policial que mata um criminoso deve ser premiado pela corporação. Nos dois casos, 77% creem que policiais envolvidos em ocorrência com resultado de morte devem ser afastados da escala normal de trabalho para sua preservação.

A pesquisa ouviu agentes de segurança pública de todo o país entre 30 de junho e 18 de julho de 2014. Entre eles, 52,9% integram a Polícia Militar, 22% a Polícia Civil, 10,4% a Polícia Federal, 8,4% o Corpo de Bombeiros, 4,1% a Polícia Rodoviária Federal e 2,3% a Polícia Cientifica/Perícia.

Clique aqui e confira o levantamento completo.
Foto: Fabio Fersa / Shutterstock.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário