quinta-feira, 31 de julho de 2014

Adidas assusta investidores e ações desabam na bolsa


Companhia alemã de artigos esportivos anunciou cortes nas metas para receita e lucro em 2014

Reprodução/Facebook
Bola de golfe da TaylorMade, da Adidas
Adidas anunciou ainda que vai inspecionar a TaylorMade, maior fabricante de mochilas, roupas e sapatos de golfe do mundo

São Paulo – As ações da companhia alemã de artigos esportivos Adidas despencavam 16% nesta quinta-feira, após o anúncio de cortes nas metas para receita e lucro em 2014.

A empresa descartou projetar números para 2015, alegando a forte queda nas vendas de seu negócio de golfe e a exposição ao fraco mercado russo.

A Adidas anunciou ainda que vai inspecionar a TaylorMade, maior fabricante de mochilas, roupas e sapatos de golfe do mundo, e cortar seus investimentos na Rússia, onde fatura cerca de 7% de suas vendas.

Os papéis da Adidas têm sido afetados pela perda de participação de mercado da empresa para a rival Nike e sua exposição à fraqueza das moedas de mercados emergentes. A desvalorização das ações no acumulado de 2014 já chega a 36%.

As vendas da Adidas somaram 3,47 bilhões de euros no segundo trimestre, um aumento de 10% em uma base cambial neutra. Já o lucro líquido ficou em 144 milhões de euros, ligeiramente acima da estimativa média entre analistas.

"As condições desfavoráveis não são uma desculpa. A Nike está roubando participação da Adidas em mercados importantes", disse à Reuters Ingo Speich, gestor de fundos da Union Investment, que frequentemente criticou a liderança da Adidas nos últimos meses, principalmente uma decisão de estender o contrato do presidente-executivo Herbert Hainer até 2017.

Mais de 40% dos argentinos culpam Governo por moratória


País entrou em moratória após o fracasso das negociações com os fundos especulativos que litigaram em tribunais americanos

Enrique Marcarian/Reuters
Cristina Kirchner, presidente argentina
Cristina Kirchner: mais de 40% dos argentinos culpabilizam o governo da presidente de colocar país em moratória

Buenos Aires - Um total de 44,2% dos argentinos responsabiliza o governo da presidente Cristina Kirchner de levar o país à moratória, após o fracasso das negociações com os fundos especulativos que litigaram em tribunais americanos, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira.

De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria Management & Fit, 17,6% das pessoas culpam o juiz americano Thomas Griesa pela nova moratória da Argentina, e apenas 9% afirma que os responsáveis são os fundos especulativos, chamados pelo Governo argentino como "fundos abutre".

Segundo o estudo publicado pelo jornal econômico "El Cronista Comercial", 60% dos argentinos avaliaram negativamente as gestões feitas pelo Governo para pagar os detentores de bônus reestruturados e evitar que o país entrasse na quinta moratória de sua história.

Por outro lado, 34,2% dos entrevistados qualificou de maneira positiva o desempenho da equipe econômica liderada pelo ministro da Economia argentino, Axel Kicillof.

Segundo a pesquisa, 38% dos entrevistados opinam que a aceleração inflacionária será a principal consequência de um "default", 23% consideram que o maior problema será uma recessão mais profunda, enquanto 16% acreditam que uma moratória causará tensões cambiais.

A pesquisa, da qual não se especifica a margem de erro, foi feita com 1.054 pessoas, de entre 16 e 70 anos, entre os dias 23 e 29 de julho através de enquetes por telefone e presenciais.

Bolsa da Argentina despenca 7% após calote


Chefe de gabinete da Argentina afirmou que está agendado um pronunciamento da presidente Cristina Kirchner para hoje


Ueslei Marcelino/Reuters
Cristina Kirchner, presidente da Argentina

Governo do país deve abordar a disputa com fundos credores e a reestruturação da dívida do país
São Paulo - O principal índice da bolsa de valores da Argentina (Merval) despencava 7% nesta quinta-feira, aos 8.365 pontos.

A forte queda acontece após o país entrar em default (calote) pela segunda vez em 12 anos, depois que fracassaram as conversas de última hora com os credores chamados de "abutres" pelo país, e agora as atenções se voltam para se grandes bancos e fundos vão solicitar a declaração de "evento de crédito".

O chefe de gabinete da Argentina, Jorge Capitanich, afirmou, durante uma coletiva de imprensa, que está agendado um pronunciamento da presidente Cristina Kirchner para hoje, às 18h, horário de Brasília. 

O governo do país deve abordar a disputa com fundos credores e a reestruturação da dívida do país.

"Este é um calote muito particular, não existe um problema grave de solvência, e tudo depende da rapidez com que isso será resolvido", disse à Reuters o analista Mauro Roca, do Goldman Sachs.

Pesquisa da FGV DIREITO SP aponta nível de satisfação dos policiais brasileiros

A pesquisa ouviu 21 mil agentes de segurança pública de todo o país entre 30 de junho e 18 de julho de 2014.
As forças de segurança pública no Brasil precisam passar por um processo de reorganização para se tornarem mais eficientes. É o que afirmam os próprios agentes, de acordo com a pesquisa “Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública” – realizada pela Escola de Direito de São Paulo (FGV DIREITO SP), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Entre os mais de 21 mil entrevistados, 73,7% apoiam a desvinculação ao Exército, 93,7% querem a modernização dos regimentos e códigos disciplinares de acordo com a Constituição Federal de 1988 e 63,6% defendem o fim da justiça militar. “Se considerarmos apenas os policiais militares, 76,1% defendem o fim do vínculo com o Exército – o que é um sinal claro de que o Brasil precisa avançar na agenda da desmilitarização e reforma das forças de segurança”, afirma o pesquisador do Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada da DIREITO SP e vice-presidente do Conselho de Administração do FBSP, Renato Sérgio de Lima.

O levantamento aponta, entretanto, que não é apenas a organização das polícias que precisa ser reestruturada. Baixos salários (99,1%), formação e treinamento deficientes (98,2%), contingente policial insuficiente (97,3%), falta de verba para equipamentos e armas (97,3%), leis penais inadequadas (94,9%) e mesmo corrupção (93,6%) são alguns dos principais obstáculos para a realização de um trabalho mais eficiente. Segundo 86% dos respondentes, falta foco em resultado e sobra burocracia. 

Os dados refletem ainda uma ligeira insatisfação com a carreira. 34,4% dos policiais afirmam que pretendem sair da corporação assim que houver uma oportunidade profissional e 38,7% afirmam que se pudessem voltar no tempo teriam escolhido outra carreira. Nesse resultado pesa, também, o fato de 65,9% dos respondentes já terem sido discriminados por ser policial ou agente do sistema de segurança e 59,6% já terem sido humilhados ou desrespeitados por superiores hierárquicos.

Ainda na questão comportamental, apesar de 83,7% dos entrevistados acreditarem que um policial que mata um suspeito deve ser investigado e julgado pela justiça, 43,3% afirmam que este mesmo policial deve ser inocentado. Já para 43,2% dos respondentes, um policial que mata um criminoso deve ser premiado pela corporação. Nos dois casos, 77% creem que policiais envolvidos em ocorrência com resultado de morte devem ser afastados da escala normal de trabalho para sua preservação.

A pesquisa ouviu agentes de segurança pública de todo o país entre 30 de junho e 18 de julho de 2014. Entre eles, 52,9% integram a Polícia Militar, 22% a Polícia Civil, 10,4% a Polícia Federal, 8,4% o Corpo de Bombeiros, 4,1% a Polícia Rodoviária Federal e 2,3% a Polícia Cientifica/Perícia.

Clique aqui e confira o levantamento completo.
Foto: Fabio Fersa / Shutterstock.com

As diferenças entre voto em branco e voto nulo

Diante da proximidade das eleições 2014, uma das questões mais comuns do eleitor é: "qual é a diferença entre o voto em branco e o voto nulo?".



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As diferenas entre voto em branco e voto nulo


Nas eleições de outubro próximo serão escolhidos pelo voto popular o presidente que comandará o país de 2015 a 2018 e também os deputados estaduais, deputados federais, senadores e o governador de cada Estado. No Distrito Federal, as eleições contemplam a escolha dos deputados distritais e do governador.

Diante da proximidade das eleições, uma das dúvidas mais comuns do eleitor é sobre como vai votar.

Apesar de o voto no Brasil ser obrigatório, o eleitor, de acordo com a legislação vigente, é livre para escolher o seu candidato ou não escolher candidato algum. Ou seja: o cidadão é obrigado a comparecer ao local de votação, ou a justificar sua ausência, mas pode optar por votar em branco ou anular o seu voto.
Mas qual é a diferença entre o voto em branco e o voto nulo?

Voto em branco

 

De acordo com o Glossário Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o voto em branco é aquele em que o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos. Antes do aparecimento da urna eletrônica, para votar em branco bastava não assinalar a cédula de votação, deixando-a em branco. Hoje em dia, para votar em branco é necessário que o eleitor pressione a tecla “branco” na urna e, em seguida, a tecla “confirma”.

Voto nulo

 

O TSE considera como voto nulo aquele em que o eleitor manifesta sua vontade de anular o voto. Para votar nulo, o eleitor precisa digitar um número de candidato inexistente, como por exemplo, “00”, e depois a tecla “confirma”.

Antigamente como o voto branco era considerado válido (isto é, era contabilizado e dado para o candidato vencedor), ele era tido como um voto de conformismo, na qual o eleitor se mostrava satisfeito com o candidato que vencesse as eleições, enquanto que o voto nulo (considerado inválido pela Justiça Eleitoral) era tido como um voto de protesto contra os candidatos ou contra a classe política em geral.

Atualmente, vigora no pleito eleitoral o princípio da maioria absoluta de votos válidos, conforme a Constituição Federal e a Lei das Eleicoes. Este princípio considera apenas os votos válidos, que são os votos nominais e os de legenda, para os cálculos eleitorais, desconsiderando os votos em branco e os nulos.

Como é possível notar, os votos nulos e brancos acabam constituindo apenas um direito de manifestação de descontentamento do eleitor, não tendo qualquer outra serventia para o pleito eleitoral, do ponto de vista das eleições majoritárias (eleições para presidente, governador e senador), em que o eleito é o candidato que obtiver a maioria simples (o maior número dos votos apurados) ou absoluta dos votos (mais da metade dos votos apurados, excluídos os votos em branco e os nulos).

Aplicação nas eleições proporcionais

 

Já no que diz respeito às eleições proporcionais, utilizadas para os cargos de deputado federal, deputado estadual e vereador, a situação muda e os votos nulos e brancos passam a interferir no resultado das eleições. É que para ser eleito a um desses cargos, o candidato precisa alcançar o quociente eleitoral, que é o índice que determina o número de vagas que cada partido vai ocupar no legislativo, obtido pela divisão do número de votos válidos (votos atribuídos aos candidatos ou à legenda) pelo de vagas a serem preenchidas. Desse modo, quanto maior for a quantidade de votos nulos e brancos, menor será o quociente eleitoral e mais fácil será para o candidato conquistar a vaga.


É por esse motivo que muitas vezes um candidato obtém menos votos que outros e é eleito, puxado pela votação expressiva de outro candidato do partido ou pelos votos da legenda.

Assim, ao decidir votar nulo ou em branco, é importante que o eleitor esteja consciente dessas implicações.
– o 1º turno das Eleições 2014 ocorre no dia 5 de outubro e o 2º turno no dia 26 de outubro de 2014.
– de acordo com o Código Eleitoral, o voto é facultativo a maiores de 70 anos, aos maiores de 16 e menores de 18 anos e aos analfabetos.

– a exigência de maioria absoluta ocorre nas eleições para presidente, governador e prefeito de município com mais de 200 mil eleitores. Quando o candidato com maior número de votos não alcança a maioria absoluta é realizado o segundo turno das eleições entre os dois candidatos mais votados.
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No ar desde setembro de 2009, Pragmatismo Político se consolidou como um dos maiores sites de notícias e opinião do Brasil. Caracterizado pela independência editorial, o espaço se destaca por disseminar informações de qualidade e fomentar debates e reflexões que estimulam o senso crítico — tudo com ...

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Cultive o que você conquistou com networking

Quando vejo um vídeo ou ouço uma música que me lembra um conhecido, envio-lhe o link com uma mensagem dizendo que aquilo pode ser útil

Bel Pesce, da Divulgação
Empreendedora Isabel Pesce, da Lemon
São Paulo - Construir uma boa rede de relacionamentos nunca foi tão fácil como hoje. Há encontros específicos para empreendedores conhecerem outros empreendedores e investidores. Há ferramentas desenhadas para organizar contatos e fazer apresentações pela internet.
Num mundo com tanta praticidade para aumentar a lista de conhecidos, me chama a atenção que poucas pessoas façam o principal — cuidar bem daquilo que elas já têm. 
Uma vez me perguntei por que com algumas pessoas a conexão se tornou forte e com outras os laços enfraqueceram. Olho para trás e percebo que, nos casos em que a relação prosperou, foi porque tanto eu quanto a outra pessoa cuidamos com muito carinho do relacionamento.
Da mesma forma, quando eu não soube cultivar aquilo que já tinha, ela virou um contato a mais em minha agenda — e, provavelmente, eu na dela.
Como manter relações com tanta gente? Como se aproximar de alguém sem que exista uma necessidade explícita, como responder a um e-mail ou telefonar para pedir um favor? Veja o que funciona para mim.
Mensagem do dia — Toda segunda-feira, escolho três pessoas com quem não falo há algum tempo. Elas receberão, durante a semana, uma mensagem por dia. Pode ser um torpedo ou um e-mail perguntando como ela está, como vão seus projetos, o que está fazendo de novo.
A ideia é mostrar que, mesmo na correria, penso nela, que ficaria feliz em manter contato e que, se houver alguma maneira de ajudar, estarei aqui.
Fotos — Ao participar de uma experiência legal, como aula, viagem ou almoço, registro o momento numa foto. Eu a envio aos participantes no mesmo dia e também alguns meses mais tarde. Todos relembram com carinho aquele momento, e várias conversas interessantes recomeçam.
Artigos, músicas, vídeos — Sempre que vejo ou escuto algo que alguém querido também gostaria de ver ou escutar, mando uma mensagem rápida com o link e digo: “Pode ser útil para você”.
Contexto e expectativas — Antes de dormir, mando uma mensagem curta a cada um que encontrei no dia e dou um contexto de como a pessoa me ajudou. Às vezes alguém faz toda a diferença em seu dia, mas você não agradece. Eu me certifico de agradecer. Pode ser algo como “foi muito legal aquilo que você me contou, pelo motivo tal”.
Se houver passos seguintes, aproveito para tratar de prazos e expectativas. Não é difícil. Basta um mínimo de organização — e de vontade.
Bel responde
Quer fazer uma pergunta para a Bel Pesce? Escreva para cantinhodabel@abril.com.br. As perguntas são selecionadas por Exame PME.
Valores
Que virtudes são essenciais para ter sucesso nos negócios?
Fabiano Gallucci | Casa do Construtor — Araraquara, SP

Determinação e resiliência diante de erros são duas delas. Às vezes parece que o sucesso dos outros empreendedores veio em velocidade relâmpago, mas atrás de cada conquista há muitos tombos e aprendizados. Também é preciso se importar, verdadeiramente, com as pessoas a seu redor, o que inclui clientes e parceiros.
O relacionamento com os funcionários precisa ser justo — todos devem receber oportunidades de crescimento, e quem entrega resultados precisa ter sua recompensa. Lembre que ninguém constrói nada sozinho.
Agilidade
O que é preciso para uma empresa já estabelecida ser rápida como uma startup?
Raissa Viegas | Log Tecnologia e Sistemas — Natal, RN

Um dos aspectos de uma startup que considero mais inspiradores é a maneira como ela testa hipóteses e usa os resultados para melhorar seus projetos. É assim no Vale do Silício. Lá, os empreendedores fazem isso de forma muito rápida, sem medo de errar.
Por mais que acreditem no projeto, eles são capazes de olhar de fora e enxergar, muitas vezes com a ajuda dos consumidores, o que está errado ou precisa ser melhorado. O teste não precisa ser escalável ou perfeito, mas deve trazer respostas para que a próxima versão esteja mais perto de uma solução que satisfaça as necessidades do cliente.
Por exemplo, quero criar uma plataforma online que ajude os empreendedores a realizar sonhos. Comecei pequeno, com um curso aqui, outro ali. Hoje tenho a FazINOVA­, com sede, parceiros e tudo. Você deveria desenvolver essa mentalidade de ajustar o produto já em andamento. O comum é só colocar determinado produto ou serviço no mercado quando está 100% pronto.
Em muitos casos, isso não é necessário — nem desejável. Perde-se agilidade e deixa-se de incorporar a ajuda que o cliente teria a dar. É importante desenvolver uma cultura que tolere erros, já que nem todos os testes darão certo.
Mulheres
Como evitar conflitos numa empresa familiar em que sou a mais jovem da sociedade e não há outra mulher? 
Alexandra Cantante | Plastlac — São Paulo, SP

A beleza de uma sociedade é exatamente a diversidade. As melhores sociedades que conheci são feitas de pessoas com habilidades e interesses complementares. Um entende de tecnologia enquanto outro gosta de falar com consumidores. Um é mais atirado, outro é mais conservador.
Em muitas empresas familiares, quem cumpre o papel de trazer algo diferente e novo são os filhos — desde que queiram, de verdade, fazer parte da empresa. Já vi situações em que a participação dos filhos no negócio era desejo dos pais, mas não deles. Você parece ter vocação para trazer muito valor para a empresa de sua família.
A vida, porém, é feita para você trilhar seu caminho. Se aquilo que seu pai criou faz parte da vida que você quer, siga em frente e se dedique muito. Pouco a pouco, mostre suas ideias, execute um ou outro projeto em que acredita e mostre resultados. Não há quem vá contra resultados positivos.
Essa é a melhor maneira de ganhar influência. Agora, se essa empresa não for o que você quer na vida, tenha a coragem de perseguir seus próprios sonhos.

Crédito imobiliário cai 19% em junho; setor mantém previsão

Combinação de economia em desaceleração, menos vendas de construtoras e menos dias úteis devido derrubou os financiamentos imobiliários em junho







Germano Lüders/EXAME
Prédios em São Paulo
São Paulo: volume de empréstimos para compra de imóveis no país somou 9 bilhões de reais no mês passado
São Paulo - A combinação de economia em desaceleração, menos vendas de construtoras e menos dias úteis devido à Copa do Mundo derrubou os financiamentos imobiliários no Brasil em junho, mas o setor manteve a previsão de alta de 15 por cento para 2014.
O volume de empréstimos para compra de imóveis no país somou 9 bilhões de reais no mês passado, queda de 19 por cento ante igual etapa de 2013, informou nesta quinta-feira a entidade que representa as financiadoras do setor, Abecip. Na comparação com maio, a queda foi de 7 por cento.
No acumulado do semestre, os financiamentos para compra de moradia, que consideram os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) cresceram 7 por cento na comparação anual, para 53,1 bilhões de reais.
O fraco desempenho do mês passado contraria a tendência de um setor que nos últimos anos se acostumou a recordes de alta, em meio ao aumento da renda real das famílias e ao crescente interesse dos bancos por financiamentos de longo prazo e maiores garantias de retomada do bem em caso de inadimplência.
"Há condições para um crescimento de 15 a 20 por cento por algum tempo, o que é saudável e factível", disse a jornalistas o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior.
Em 2013, o volume de empréstimos para compra da casa própria pelo SBPE cresceu 32 por cento. Para este ano, a previsão de alta de 15 por cento foi mantida, o que implica que o setor terá que avançar quase seis vezes mais rápido na segunda metade do ano em relação à primeira para atingir o alvo de 125,6 bilhões de reais.
Para Lazari Junior, o segundo semestre historicamente mais ativo, a continuidade do crescimento da renda das famílias, a baixa inadimplência do setor --mantida ao redor de 1,8 por cento neste ano-- concorrem para aceleração dos financiamentos até dezembro, mesmo com a economia fraca.
Em junho, foram financiadas 42,4 mil moradias, queda de 20 por cento na comparação anual e de 8 por cento sobre maio. No semestre, o crédito do sistema financeiro participou na aquisição e construção de 256,1 mil imóveis, 5 por cento maior ante igual etapa de 2013.