quinta-feira, 21 de maio de 2015

Bozano tenta vender participação de R$ 400 mi na Hortifruti



Vjeran Lisjak / Stock Xchng
Banca com frutas, verduras e legumes
Banco com frutas: a fatia da Bozano Investimentos é avaliada em cerca de R$ 400 milhões, de acordo com fontes
 
Mônica Scaramuzzo, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A rede Hortifruti, que tem o conceito de um "sacolão de luxo", está em busca de um novo sócio. A Bozano Investimentos, que possui um braço de private equity e detém aproximadamente 35% do negócio, está de saída da empresa, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. 

Fundos de investimentos nacionais e estrangeiros estão avaliando a compra de participação na companhia.

Fundada em 1989 pelos empreendedores Gilberto Lopes e Tadeu Fachetti, no Espírito Santo, a rede Hortifruti, com 31 lojas - a maior parte delas no Rio de Janeiro -, registrou receita de R$ 922,4 milhões em 2014, um crescimento de 18% sobre o ano anterior.

A fatia da Bozano Investimentos, do empresário gaúcho Julio Bozano - ex-dono do banco Bozano, Simonsen (vendido ao Santander em 2000) - é avaliada em cerca de R$ 400 milhões, de acordo com fontes.

Além do Hortifruti, a família Bozano tem sociedade minoritária em outras empresas, como a rede Amor aos Pedaços, Forno de Minas e Anima Educação.

Procurada pela reportagem, a companhia informou, por meio de um comunicado, que "o ciclo de investimento do fundo está chegando ao fim e é natural que o fundo fique atento a alternativas estratégicas para sua participação minoritária na companhia".

Já o grupo Bozano não quis comentar o assunto.

Fontes afirmaram que a butique de fusões e aquisições Greenhill, capitaneada por Daniel Wainstein, ex-presidente do Goldman Sachs, que assessora os acionistas, estaria coordenando a busca por novos investidores. Procurada, a Greenhill também não comentou o assunto.

"O conceito da rede Hortifruti, de vender frutas e legumes frescos, é bem difundido no Rio de Janeiro e tem muito potencial para crescer em São Paulo e outros Estados", disse uma fonte de mercado.

"Hoje, esse espaço é ocupado no varejo por grandes redes, mas a qualidade dos produtos não é a mesma de uma rede especializada, como o Hortifruti, por exemplo, ou mesmo de feiras livres", disse.
 

Lucro


No ano passado, a rede Hortifruti registrou lucro líquido de R$ 25,4 milhões, aumento de 28,7% sobre o ano anterior. O Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) encerrou em R$ 39,7 milhões, 34% acima do registrado em 2013.

A empresa tem crescido a taxa de dois dígitos nos últimos anos, e deve acelerar seu processo de expansão para outros Estados. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Memorando sobre higiene pessoal complica venda do HSBC



Thinkstock
Mulher toma banho
Banho: em memorando interno, o HSBC lembrou sua equipe que "os funcionários precisam tomar banho e escovar os dentes”
 
Cristiane Lucchesi e Francisco Marcelino, da Bloomberg


São Paulo - Os potenciais compradores da unidade deficitária do HSBC Holdings Plc no Brasil estão pedindo um desconto de preço para comprar o banco por causa do alto custo com demissões de funcionários que possivelmente serão necessárias.

Um memorando interno do banco a respeito da higiene pessoal de seus empregados também não está ajudando.

Com 20.488 funcionários no Brasil no fim de dezembro, o HSBC, com sede em Londres, tem o maior número de trabalhadores por ativo do que qualquer outro banco privado no País.

Esse total terá que cair após a possível venda, deixando para o comprador a tarefa de lidar com os altos custos trabalhistas brasileiros, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as negociações são privadas.

“Demitir pessoal no Brasil é muito caro por causa das indenizações obrigatórias que aumentam a cada ano que o funcionário fica na empresa”, disse Vilma Kutomi, advogada para assuntos trabalhistas e de emprego da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. Quiroga Advogados, em entrevista por telefone, de São Paulo. Kutomi não está envolvida em ações contra o HSBC.

Somam-se a essas despesas ações trabalhistas que dizem que o HSBC se envolveu demais na vida pessoal dos trabalhadores. Entre essas está uma ação dos sindicatos e uma outra do Ministério Público do Trabalho do Paraná.

“Os funcionários precisam tomar banho e escovar os dentes”, lembrou o banco à sua equipe, em um memorando interno, o que acabou sendo usado em pelo menos um processo, segundo Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, que está envolvido em ações contra o HSBC.
 

Provisão para processos


O HSBC tem provisões de quase R$ 600 milhões para cobrir despesas com ações trabalhistas no Brasil, uma quantia que os possíveis compradores acham que pode ser insuficiente, segundo as fontes.

Heidi Ashley, porta-voz do banco em Londres, preferiu não comentar sobre o processo de venda ou o relacionamento do banco com seus funcionários no Brasil.
O HSBC é o sétimo maior banco do País em ativos.

“Os trabalhadores usaram essas diretrizes de cuidar melhor da higiene e escovar os dentes em ações individuais e o departamento jurídico do nosso sindicato lembra aos funcionários que deixam o banco que eles podem entrar com processo por danos morais contra a empresa'' usando esse episódio, disse Jordão, em entrevista por telefone, de Maringá.
 

Ofertante preferencial


O HSBC vai selecionar provavelmente ainda em junho uma oferta pela unidade, que pode sair por cerca de US$ 4 bilhões, duas fontes com conhecimento do plano disseram no início deste mês.

Entre os interessados na operação estão o Banco Bradesco SA e o canadense Bank of Nova Scotia, segundo as fontes.

O Banco Santander Brasil SA está estudando o ativo, Jesus Zabalza, presidente da unidade brasileira do maior banco espanhol, disse a jornalistas em São Paulo terça-feira.

Representantes do Bradesco e do Scotiabank não quiseram comentar sobre as negociações com o HSBC.

Depois de tentar demitir cerca de 800 trabalhadores no Brasil no ano passado, o HSBC fechou um acordo para estender os convênios médicos dos trabalhadores demitidos e aumentar as indenizações, disse Nasser Ahmad Allan, advogado da Declatra em Curitiba, que representa alguns funcionários do HSBC em ações trabalhistas.

O acordo foi fechado depois que o Ministério Público do Trabalho do Paraná recomendou a suspensão das demissões, disse ele, em entrevista por telefone, na semana passada.

A Justiça do trabalho do Paraná disse em setembro que o HSBC precisará pagar R$ 2 milhões por espionar funcionários.

De acordo com a ação movida pelo Ministério Público do Trabalho do Paraná, o banco contratou uma empresa privada de espionagem para investigar 152 funcionários em licença médica entre 1999 e 2003.

Os investigadores chegaram a entrar sem permissão nas casas de alguns funcionários para filmar e tirar fotos, segundo a sentença.


Em abril, 79 fusões e aquisições foram fechadas no país


Facebook/99Taxis
Smartphone com tela do app 99Taxis
99 taxis: uma das transações anunciadas em abrir foi o investimento da Monashees e Qualcomm na empresa
 
 
São Paulo - Em abril deste ano, 79 fusões e aquisições foram fechadas no Brasil, segundo a PwC. O número é 13% maior do que o observado no mesmo mês do ano passado, de 70 transações.

No acumulado do ano, 268 negócios desse tipo foram feitos no país. O levantamento considera anúncios feitos à imprensa e não inclui acordos.

De todos os negócios fechados em 2015, 52% tiveram a presença de investidores estrangeiros.
Historicamente, é no Sudeste do país que se concentra o maior número de empresas que compram ou se fundem a outras. No mês passado, 69,6% das transações foram feitas na região, sendo 58,2% delas no estado de São Paulo.

Em seguida vem a região Sul, com 16,5% e a Centro-Oeste, com 3,8%. Não houve fusões ou aquisições na região Norte.

Há 16 meses na liderança por segmento, o setor de TI teve participação em 20% das operações anunciadas em abril (53), seguido pelo setor de Serviços Auxiliares, com 11% (29).

Naquele mês, o Morgan Stanley comprou 6,6% das ações da CESP e a Monashees e a Qualcom fizeram aportes na 99taxis, por exemplo. Os valores não foram divulgados.


Rede de farmácias CVS compra Omnicare por US$ 12,7 bilhões



GettyImages
Rede de farmácias americanas CVS é a 14ª maior do mundo
CVS: a aquisição aumenta a participação da CVS em serviços voltados à terceira idade


São Paulo - A rede de farmácias CVS anunciou hoje, 21, a aquisição da Omnicare Inc. por 12,7 bilhões de dólares.

A CVS, maior grupo de varejo farmacêutico e serviços voltados à saúde dos Estados Unido, irá pagar 98 dólares por ação da companhia, de acordo com comunicado. A transação também envolve cerca de 2,3 bilhões de dólares em dívidas.

A Omnicare, que tem valor de mercado de 9,2 bilhões de dólares, entrega medicamentos e ajuda funcionários de casas de idosos a administrar os remédios em seus pacientes. Ela tem aproximadamente 13.000 funcionários em 160 cidades.

A aquisição aumenta a participação da CVS em comodidades voltados à terceira idade. Com o envelhecimento da população norte-americana, o setor de cuidados de longo prazo a essa parcela tem crescido, afirmou a CVS, em comunicado.

Para a companhia, cada vez mais pessoas buscarão lares e comunidades especializados no cuidado de idosos nas próximas décadas.

Segundo o presidente da CVS, Larry Merlo, a compra “cria novas oportunidades para estendermos nossos programas inovadores a uma parcela maior da população sênior e pacientes com doenças crônicas”.

No Brasil

 

 

Por aqui, a CVS está de olho na Drogaria Pacheco São Paulo (DPSP), empresa resultante da fusão entre a Drogaria São Paulo e a Pacheco, em 2011.

A americana, que já é dona da rede de farmácias Onofre, tem interesse de expandir seus negócios no Brasil, conforme noticiado por EXAME em junho do ano passado.

Indústria naval demitiu 11 mil empregados desde dezembro



Andrew Harrer/Bloomberg News
Navios descarregam no Porto de Santos
Navios descarregam no Porto de Santos
 
Pedro Peduzzi, da AGÊNCIA BRASIL


Brasília - A indústria naval contabiliza uma redução de 11 mil empregos desde dezembro de 2014. As causas são as dificuldades resultantes dos escândalos envolvendo a Petrobras [na Operação Lava Jato] e a crise político-econômica do país. 

A informação é do Sindicato da Indústria Naval Brasileira (Sinaval) e foram apresentadas hoje (20), durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

De acordo com o presidente do Sinaval, Ariovaldo Santana de Rocha, não procedem as informações de que as demissões já seriam 20 mil. 

“Até o momento, foram cerca de 11 mil demissões no setor. Em dezembro do ano passado, a indústria naval tinha 82 mil empregos diretos. Hoje, são 71 mil. Não fossem os problemas atuais, poderíamos ter mais de 100 mil pessoas empregadas”, explicou Ariovaldo.

Ao mesmo tempo em que elogiou as iniciativas do governo para estimular o setor, Rocha fez críticas a instituições financeiras que têm criado dificuldades para o crédito necessário à execução dos investimentos previstos em contratos.

“Estamos tralhando diretamente com o governo federal. No entanto, infelizmente não temos conseguido solução para o problema de financiamentos com o setor financeiro. A exceção é o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]”, disse Rocha.

Representando o BNDES, a chefe do Departamento de Gás, Petróleo e Cadeia Produtiva do banco, Priscila Branquinho das Dores, informou que que a instituição já desembolsou R$ 16,7 bilhões para a indústria naval. 

Desse total, 54% foram destinados a embarcações de apoio, 23% para navios petroleiros e 23% estaleiros e plataformas. “Só em 2015, já foi desembolsado R$ 1,5 bilhão para a indústria naval”, afirmou Priscila.

Segundo Ariovaldo Rocha, os bancos demoram mais de 90 dias apenas para dar posicionamento sobre pedidos de financiamento. 

"E boa parte das respostas é negativa. Em 40 dias, o BNDES consegue informar se tocará ou não o projeto. É melhor fazer isso que ficar sentado em cima do projeto, enrolando”, acrescentou.

Assessor do presidente e coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural da Petrobras, Paulo Sérgio Rodrigues Alonso esclareceu que alguns projetos não conseguiram financiamentos em bancos públicos.

“No caso da Sete Brasil [consórcio que tem a Petrobras como sócia para fabricação de 28 sondas], isso não foi possível, porque não conseguimos cumprir a exigência do BNDES para mitigação de risco”. 

Ele destacou que, para esse empreendimento, as dificuldades são maiores porque a Sete Brasil tem um "modelo financeiro muito complexo". Segundo Alonso, a Sete Brasil não está quebrada, mas “carente de solução” para a questão financeira.

“Cada sonda é uma sociedade de propósitos específicos. Nunca havíamos construído uma sonda no Brasil. Por isso, tínhamos de dotar o estaleiro de estrutura. Só com a Petrobras como sócia é que os estaleiros teriam condições de dar conta desse modelo complexo e com necessidade de financiamento”, disse o representante da Petrobras.

“Temos de vencer a situação financeira pela qual passamos. Não é possível um país que criou, com competência e iniciativa, esse mundo que é a indústria naval, não conseguir equacionar questões financeiras e técnicas para manter essa indústria, que é altamente estratégica para o país. Em termos de soberania nacional e de reparos navais, a indústria pode construir muito para a Petrobras e Marinha”, concluiu Paulo Sérgio Alonso.

Portugal negocia com Efromovich e Neeleman para venda da TAP



Rafael Marchante/Getty Images
Funcionária da companhia aérea portuguesa TAP sorri em balcão de check in vazio durante uma greve geral de 24 horas no Aeroporto Internacional de Lisboa em 14 de novembro
Funcionária da companhia aérea portuguesa TAP: governo tem dito que a privatização poderia ser finalizada até ao fim de junho
 
Sergio Gonçalves, da REUTERS


Lisboa - O governo português decidiu avançar para uma fase de negociações diretas com dois dos três candidatos iniciais à compra de 61 por cento da endividada companhia aérea TAP, disse o ministro da Presidência do Conselho de Ministros (CM) português, Luís Marques Guedes.

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, afirmou que foi decidido que as negociações começarão com a holding DGN, do americano-brasileiro David Neeleman, fundador da brasileira Azul e da norte-americana JetBlue , e com o grupo de Germán Efromovich, dono da latino-americana Avianca .

Monteiro explicou que o governo português excluiu a proposta da Quifel, a holding pessoal do empresário português Pais do Amaral, dado que esta não cumpriu os requisitos legais para ser considerada vinculativa.

"A negociação decorrerá no prazo que for necessário, não há nenhum prazo estabelecido previamente", disse o secretário de Estado a jornalistas.

"Temos finalmente um processo competitivo na privatização da TAP. Apesar da empresa enfrentar muitas dificuldades, estamos muito seguros do caminho que estamos seguindo", afirmou.
O governo tem dito que a privatização poderia ser finalizada até ao fim de junho, mas não há um prazo fixo.

A privatização, conduzida pelo governo de centro-direita em um momento em que Portugal está a cinco meses das eleições legislativas, está sendo fortemente criticada pelo maior partido da oposição, o Partido Socialista.

O governo tem realçado que a TAP, com uma dívida de 1 bilhão de euros e patrimônio negativo superior a 500 milhões de euros, tem urgentemente que se recapitalizar, mas o Estado não está em condições de fazer isso, estando impedido pela legislação da União Europeia.

A reta final de privatização da TAP ficou marcada por uma recente greve de pilotos que durou 10 dias e provocou um rombo adicional de 35 milhões de euros nas contas da empresa.

Esta é a segunda tentativa de privatização da TAP. Em 2012, o poder Executivo português recusou a única proposta de compra, feita pela Synergy, de Efromovich.

Em novembro de 2014, o governo português decidiu relançar o processo de privatização, para vender 66 por cento da TAP, ao passo que o Estado permaneceria com os 34 por cento remanescentes, que é uma minoria de bloqueio.

Portugal reservou uma parcela de 61 por cento para um ou mais investidores privados e um lote de 5 por cento ficou reservado aos trabalhadores da empresa. Os pilotos, porém, cobram fatia de até 20 por cento.

Lisboa tem ainda uma opção de venda dos 34 por cento restantes, que poderão ser vendidos dois anos após a privatização.

O que fazer nos momentos de crise?


Em momentos de crise, não basta apenas entrar na esfera da retração dos investimentos, ou na contenção radical de custos, é preciso transformar reatividade em pro atividade

Anderson Coutinho, Administradores.com,
 
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Em tempos de crise, a tendência natural de muitos empresários é retrair investimentos. Esses consideram que poupar, energia e recursos, seja a fórmula mais segura para enfrentar as intempéries do mercado, sofrendo assim o mínimo de impacto. Embora essa medida de defesa possa parecer a mais adequada não devemos avaliar como absoluta, mas, sim, de forma extremamente relativa.

Claro que não faço aqui apologia a gastos desenfreados ou despreocupações incautas com os recursos financeiros que, afinal, são limitados. Mas, diante de uma crise, devemos olhar para o mercado e enxergar nele dois caminhos: o do perigo, que é o mais evidente, e o da oportunidade. Sendo este mais perceptível por quem adota uma postura coerente e consistente entre os alvos de seu ambiente de negócios e sua maturidade no mercado que atua. Essa maturação não tem nenhum vínculo com o tempo de existência de uma organização, mas, sim, com seus conceitos e práticas. São arrojados e modernos a ponto de proporcionarem aumento de produtividade e direcionamento dos recursos para onde eles verdadeiramente frutificarão resultados? Em resumo, toda crise é uma excepcional oportunidade de mudança!

A questão é que muitas empresas, calejadas por inúmeros momentos de instabilidade na história da economia brasileira, depois de saírem fortalecidas dos tempos difíceis, consideram que, se passaram por crises anteriores e fizeram seus negócios resistirem até ali, essa será apenas mais uma crise sem impactos mais profundos. Mas é neste ponto que está o perigo. A verdade é que sua empresa pode ter demonstrado uma capacidade de resistência poderosa em momentos de turbulência do passado. Por que então simplesmente não repetir a dose? Porque existe um elemento na atmosfera do mercado que está em constante mutação, e que pode hoje não ser mais o mesmo que ontem: seu concorrente.

Se você não muda, o concorrente muda. E por mais que as fórmulas de sucesso do passado tenham sido motivo de louváveis vitórias, convém não subestimar a capacidade da concorrência em se adaptar de forma intrépida ao novo cenário que se descortina. Não são poucas as organizações que se alicerçaram na repetição de métodos e táticas do passado imaginando que assim conseguirão obter resultados diferentes. Então, o que fazer? Mudar, mas com técnica, metodologia, organização e, principalmente, disciplina.

O primeiro passo é se localizar na turbulência. O que você de fato oferece ao mercado? Qual é seu público potencial? O que esse alvo valoriza efetivamente? Diante desses elementos valorizados pelo público de interesse, como você está posicionado se comparado aos seus principais concorrentes? Aliás, você sabe quem são e quais as iniciativas em que estão investindo? A resposta a essas perguntas poderá se tornar a base para a deflagração de um planejamento estratégico capaz de transformar limitadas atitudes defensivas em poderosas iniciativas que não apenas minimizam os impactos da crise, como também e, principalmente, te posicionam com mais robustez no mercado em que atua.

Em momentos de crise, não basta apenas entrar na esfera da retração dos investimentos, ou na contenção radical de custos. É preciso transformar reatividade em pro atividade, valorizando a capacidade de sua organização em ampliar a produtividade, maximizar o uso dos recursos atuais, investir onde há maior capacidade de retorno de curto prazo e promover mudanças alicerçadas não em entusiasmos, mas em métodos e práticas inovadoras.

Anderson Coutinho - Consultor de planejamento estratégico da CH&TCR