quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Merkel faz lobby e pressiona Brasil a abrir mercados




REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Dilma Rousseff recebe a presidente alemã Angela Merkel no Palácio do Planalto

Presidente Dilma Rousseff recebe a presidente alemã Angela Merkel no Palácio do Planalto
Andreas Rinke, da REUTERS

Brasília - A chanceler alemã, Angela Merkel, pressionou o governo brasileiro nesta quinta-feira para abrir seus mercados para companhias estrangeiras, e disse que vê uma oportunidade para alcançar um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Merkel está em uma visita de dois dias ao Brasil com uma grande delegação de autoridades e representantes de empresas alemãs, que injetaram mais de 19 bilhões de euros na economia brasileira.

"Podemos ampliar nosso comércio. Precisamos de condições confiáveis de investimento", disse ela em Brasília, fazendo pressão para conseguir acesso melhor para produtos farmacêuticos e tecnologias médicas da Alemanha, por exemplo, ao mercado brasileiro.
Autoridades do governo alemão querem usar a viagem para fazer o lobby para que empresas da Alemanha estejam envolvidas no programa de investimentos de 57 bilhões de dólares em ferrovias, portos e aeroportos anunciado pela presidente Dilma Rousseff.

As companhias interessadas no programa incluem a Siemens , a Fraport e a Deutsche Bahn. Elas enfrentam concorrência de empresas chinesas.

O Brasil atravessa um período de impasse no Legislativo, uma falta de alternativas viáveis aos partidos políticos estabelecidos e uma guinada econômica que levou o real ao patamar mais baixo em 12 anos.

A economia está sentindo os efeitos da desaceleração mais forte em três décadas.
O vasto escândalo de corrupção revelado pela operação Lava Jato envolveu chefes políticos e corporativos, e o Tribunal de Contas da União (TCU) deve analisar as contas do governo Dilma de 2014 e, em caso de parecer pela rejeição, pode dar força aos partidários de um impeachment.

No entanto, Merkel frisou a "relação muito especial" da Alemanha com o Brasil, onde mais de 1.300 companhias alemãs atuam. Ela também vê uma nova oportunidade de fechar um acordo de comércio com o Mercosul. As conversas sobre um acordo se arrastam desde 1999.

As negociações já fracassaram no passado devido a subsídios a agricultura da União Europeia e à abertura das indústrias do Mercosul à concorrência europeia.

"Saí com a impressão que a presidente está muito interessada", disse Merkel sobre a negociação sobre comércio após reunir-se com Dilma.

O Paraguai e o Uruguai também estão interessados em um acordo rápido com a UE, mas a Venezuela se mostra relutante.

Netflix, WhatsApp e YouTube prejudicam emprego, diz ministro




Scott Eells/Bloomberg
Netflix no smartphone
Netflix no smartphone: argumentação do ministro vai na linha dos que defendem as operadoras
Thiago de Araújo, do Brasil Post


São Paulo - Defendidas no passado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), as teles ganharam um forte aliado na luta contra os chamados serviços ‘Over the Top’, como Skype, Netflix, YouTube e WhatsApp: o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini. Em audiência na Casa, nesta quarta-feira (19), ele defendeu uma nova regulamentação no setor.

“Esse tipo de serviço subtrai empregos do povo brasileiro”, disse Berzoini, que acredita ser preciso dar “tratamento equânime a serviços de telecomunicações e novos serviços de internet”, sobretudo no que diz respeito a “assimetrias regulatórias e tributárias”.

Berzoini afirmou ainda que tais serviços – os quais já são alvos de discussão em outros países e na União Europeia – contam com grande adesão de usuários, utilizando assim ‘pesadamente’ a rede brasileira, esta “mantida por empresas que geram emprego e investimentos” no país. “É uma questão difícil, em que existem interesses conflitantes”, afirmou.
Conforme o ministro analisou, o Marco Civil da Internet, aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado e que foi amplamente combatido por Cunha, é um avanço, mas não é suficiente para regular os novos serviços.

A posição firme do ministro das Comunicações veio no mesmo dia em que a Reuters noticiou a movimentação das operadoras de telecomunicações no Brasil contra o WhatsApp, aplicativo controlado pelo Facebook.

Segundo a agência de notícias, em dois meses as empresas entregarão às autoridades brasileiras um documento com provas econômicas e jurídicas contra o serviço de mensagens que, entre outras coisas, “oferta o seu serviço por um número de telefone móvel”.

Como na discussão em torno do aplicativo de caronas Uber, as teles questionam o fato de terem de ser outorgadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o que envolve o recolhimento de impostos e obrigações com qualidade e fiscalização.

Assim como na disputa entre taxistas e motoristas da Uber, há quem discorde de qualquer restrição no que envolve aplicativos e pacotes de dados contratados, cabendo ao usuário a palavra final.
 

‘Lei desatualizada’


Ricardo Berzoini explicou que a Lei Geral de Telecomunicações, datada de 1997, está desatualizada. A argumentação do ministro vai na linha dos que defendem as operadoras: “A base do sistema é o serviço de voz fixo - modelo que está se esgotando”.

O ministro acredita que o foco central agora deve ser na área de banda larga para o setor no país - o que demanda investimentos, majoritariamente do poder privado.

Berzoini afirmou também que o governo federal está finalizando a nova fase do Programa Banda Larga para Todos e que deve lançá-lo “em breve”. Berzoini não quis, porém, se comprometer com datas. 

O ministro garantiu que a meta do programa é expandir a banda larga para 300 milhões de acessos e aumentar a velocidade média da banda larga para 25 Mb/s (megabits por segundo) até 2019. 

Atualmente, a velocidade média de acesso à internet no Brasil é 6,8 Mb/s.

Outro argumento favorável às teles é que, de acordo com Berzoini, o setor vem ajudando a puxar a inflação - uma séria preocupação do governo da presidente Dilma Rousseff - “para baixo”, sobretudo por conta da disputa do mercado.

“Como há competitividade no setor, as operadoras têm buscado oferecer pacotes atrativos”, comentou, dizendo ainda que a receita bruta do setor cresce ano a ano, sendo de R$ 204 bilhões em 2014. Entre dezembro de 2010 e 2014, a receita com os serviços cresceu 18,5%.

Parte da estratégia das telecomunicações no país passa por vencer o que o ministro chamou de ‘estagnação’ do setor. Em 2015, a telefonia móvel atinge 283 milhões de acesso.

Já a banda larga tem 144 milhões de acessos em 3G e 6,8 milhões em 4G, conforme os dados apresentados por Berzoini. Ele observou, porém, que muitos municípios brasileiros não têm sinal celular ainda. Ele defendeu metas de expansão do serviço mais ambiciosas nos próximos leilões de telefonia móvel.

Também presente à audiência, o presidente da Anatel, João Rezende, comentou que a agência hoje não tem competência para regular os aplicativos de internet. Ele ponderou que a carga tributária – de 43%, segundo ele – ainda representa um entrave para as operadoras crescerem, o que aumenta a responsabilidade do Legislativo debater a questão.
 

E como fica o consumidor?


O site Tecmundo publicou reportagem no último dia 17 de agosto, na qual debate o que aconteceria se Uber, Netflix e WhatsApp fossem regulados no Brasil.

Embora a matéria enfatize que o conteúdo trata-se de “um grande exercício de imaginação”, muito do que os brasileiros gostam em relação a esses serviços mudaria de maneira considerável.

No caso do Netflix, por exemplo, estamos falando de um universo de 2,5 milhões de usuários e uma receita estimada em R$ 500 milhões, superior a muitos canais de televisão no país.

Uma regulamentação do serviço poderia trazer uma alta carga de impostos – vide o ICMS e o Condecine. A assinatura teria o preço reajustado e pacotes obrigatórios de conteúdo nacional teriam de ser adquiridos.

Para quem não vive mais sem o WhatsApp, uma regulamentação poderia fazer o aplicativo se tornar pago (e caro), com taxação por mensagens (ainda que apenas as de voz).

Harman amplifica atuação no Brasil


Em cinco anos no país, a fabricante de equipamentos de áudio do Sul quadruplicou de tamanho

Por Laura D'Angelo

laura.cauduro@amanha.com.br
Harman amplifica atuação no Brasil
São cinco anos, mas poderiam ser cinco décadas. A Harman ainda é uma criança no mercado brasileiro, mas suas conquistas são de gente grande. Desde 2010, quando entrou no Brasil através da aquisição da gaúcha Sellenium, a fabricante de equipamentos e soluções de áudio quadruplicou de tamanho e faturamento, abriu duas novas fábricas e foi a fornecedora principal de sistemas de som para os estádios da Copa do Mundo e do Fifa FunFest. Os R$ 400 milhões de receita ainda representam pouco dentro do universo de US$ 5,9 bilhões da Harman global (presente nas Américas, Europa e Ásia), mas a unidade brasileira quer mostrar que pode ser uma das protagonistas do futuro da companhia.

Quando chegou ao Brasil, a Harman estava de olho numa economia emergente e que abrigaria grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016. O ritmo brasileiro impulsionou os investimentos da Harman no país, que construiu duas fábricas em Manaus para a produção de centrais multimídias para automóveis, amplificadores e home theaters, e ampliou a unidade de autofalantes de Nova Santa Rita (RS), herdada da Sellenium. A companhia abriu ainda um escritório técnico e comercial em São Paulo, onde está localizado o centro de competência para a tecnologia de áudio automotivo pós-venda. Animada com os bons ventos da economia em seus primeiros anos de Brasil, a Harman chegou a trabalhar com a meta de chegar a R$ 1 bilhão de faturamento em 2017.

À medida que o cenário macroeconômico foi nublando, a meta, obviamente, acabou abandonada. Ainda assim, a Harman do Brasil prevê um crescimento de 15% no faturamento neste ano (no ano fiscal que vai de julho a junho) – bem acima do que estipula a administração central para todas as suas unidades, que é crescer quatros vezes o PIB do país no qual está localizada. Para garantir este incremento, a Harman está de olho na Olimpíada que será realizada no Brasil ano que vem. A companhia quer fazer valer a experiência da marca em jogos olímpicos anteriores para garantir sua vaga na edição brasileira. Por enquanto, ela já está presente como fornecedora de soluções de áudio e de comunicação interna do centro de treinamento oficial de Fortaleza. O impacto de um grande evento não é pequeno no balanço: a Copa do Mundo de 2014, por exemplo, alavancou em 20% o faturamento da empresa no país. 

Outro arma da Harman para se manter em alta frequência no mercado brasileiro é a diversificação do portfólio de produtos e soluções, o que possibilita pulverizar seus públicos-alvo. Novidade, garante Rodrigo Kniest, diretor presidente da Harman no Brasil, é o que não falta. Afinal, praticamente todas as operações que são agregadas pela unidade internacional ganham uma representação em terras tupiniquins. No ano passado, a multinacional comprou a AMX, empresa de automação e vídeo, e, neste ano, a Symphony Teleca, desenvolvedora de softwares. “Já lançamos a AMX aqui. Agora estou montando o plano para trazer os serviços Symphony para cá. E isso acontece todo ano, sempre tem uma tecnologia ou empresa nova”, comemora Kniest. Graças a essas aquisições, a Harman passou, a partir deste ano, a atuar no Brasil também como provedora de tecnologia e conectividade, oferecendo serviços de análise de dados e mobilidade.

A nova divisão de trabalho se une às duas linhas já existentes no país: a lifestyle e a profissional que, até o momento, respondiam praticamente pelo mesmo percentual do faturamento. A primeira é dedicada ao consumidor final e contém no portfólio rádios para carros, fones de ouvido e caixas de som domésticas. A segunda é direcionada a shows e eventos e conta com amplificadores, caixas de som e mesas de mixagem. Mesmo que o consumidor brasileiro demonstre estar menos confiante e mais comedido nos gastos, Kniest não está preocupado com uma possível queda nas vendas. “Nós estamos com uma rentabilidade mais saudável na lifestyle, por incrível que pareça. 

O brasileiro é muito hedonista, gosta de se dar presente”, analisa. Por isso também, a crise de produção no setor automotivo brasileiro não é tão temida pela Harman. A maior parte dos produtos para automóveis é comercializada após a aquisição do veículo. A empresa começou recentemente, com a construção de uma das fábricas em Manaus, a produção de equipamentos a serem vendidos diretamente para a montadora. “O mercado OEM [direcionada às montadoras] ainda não é tão grande para nós, então não nos afeta tanto”, admite Kniest. A apreensão de Kniest está no arrefecimento dos investimentos em eventos e instalações de som profissionais. 

“É um mercado que continua bom, mas não está crescendo como antes. E, no momento em que uma empresa, uma prefeitura ou uma universidade posterga um investimento, aí saio perdendo”, comenta. Um sinal de que os próximos cinco anos vão exigir ainda mais fôlego e energia da companhia, pois a vida da Harman no Brasil está só começando.

Executivas do Merrill Lynch dão dicas sobre carreiras femininas em evento na FGV

 


O evento fez parte do segundo encontro de um ciclo de palestras sobre carreiras de mulheres, organizado pelo Grupo de Estudos em Direito e Gênero da FGV Direito SP, em parceria com o BofAML.
Três grandes executivas que ocupam cargos de liderança no Bank Of America Merrill Lynch (BofAML) estiveram na Escola de Direito de São Paulo (FGV Direito SP), no último dia 10, para debater sobre os desafios que as mulheres enfrentam para alcançar altas posições na cadeia de comando de grandes empresas.

O evento fez parte do segundo encontro de um ciclo de palestras sobre carreiras de mulheres, organizado pelo Grupo de Estudos em Direito e Gênero da FGV Direito SP, em parceria com o BofAML.

Entre os temas abordados na palestra, estiveram: a necessidade de equilíbrio da vida pessoal e profissional, a importância de se ter um mentor, além do incentivo ao diálogo com superiores para solução de problemas.

Apesar da proporção de mulheres em cargos de liderança ainda ser muito pequena e estar distante da equidade de gênero, segundo as executivas, o cenário está mudando. De acordo com Silvia Wulkan Halperin, líder de Recursos Humanos para a America Latina do BofAML, a proporção de mulheres em posições de alta chefia chega a aproximadamente 27% no BofAML.

Para ilustrar o valor da comunicação com superiores, Andrea Chamma, vice-chairwoman do BofAML, relatou o momento em que descobriu a inexistência de salas de amamentação em sua empresa. A executiva contou que, como a empresa havia sido pensada por homens, nunca se havia contemplado essa necessidade. Após ter ciência disso, a instituição buscou uma solução para esta questão.

Flavia Niccoli, gerente de produtos corporate do BofAML, enfatizou a necessidade de deslocar-se para outras áreas da empresa, progredindo horizontalmente antes de buscar uma promoção a fim de encontrar um setor em que a profissional se identifique totalmente. Ela disse, ainda, que a busca por um horário mais flexível tem aumentado tanto por homens quanto por mulheres, uma vez que a mentalidade vigente está mudando e cada vez mais os homens procuram maneiras de estar presente na vida dos filhos.

Gerente de Análise de Investimentos do banco, Isabella Simonato falou sobre como equilibrar a vida pessoal e profissional. Segundo ela, a flexibilidade no horário é uma conquista ao longo do tempo. Ela ressaltou também a importância do feedback a fim de estar com os interesses alinhados com a empresa.

Para Lígia Paula Pires Pinto Sica, coordenadora do Grupo de Estudos em Direito e Gênero da FGV Direito SP, ainda estamos longe de uma cultura corporativa que considere a experiência de ser mulher. A coordenadora também ressaltou a importância de ouvir os relatos de mulheres que conseguiram atingir espaços de liderança para aprender com seus erros e acertos "Precisamos conhecer a realidade para poder propor mudanças adequadas", concluiu. 

Tempos de turbulência




Retração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro estimada em quase 2% (o pior resultado em 25 anos, quando foi registrado recuo de 4,35%), inflação bem distante do centro da meta, com a previsão de 9,25% em 2015, inadimplência em alta (40% dos brasileiros não conseguem pagar suas dívidas), e o desaparecimento de milhares de postos de trabalho. 
Os pequenos negócios já sentem no caixa os reflexos desse cenário. No primeiro semestre de 2015, a queda do faturamento real foi de 11,9%, com desempenho negativo nos três setores: serviços (13%), comércio (12%) e indústria (8,6%), segundo dados da pesquisa Indicadores do Sebrae-SP (link). Foi o pior primeiro semestre desde 2009, ápice da crise financeira internacional. 
E, segundo especialistas, a tendência é que continuem sentindo por mais algum tempo as consequências desta combinação adversa de fatores, uma vez que as micro e pequenas empresas (MPEs) realizam prioritariamente suas transações comerciais no mercado interno.

Tenho afirmado aqui que tal situação é inaceitável e requer ação urgente do governo federal, com real ajuste das contas públicas e incentivo a quem produz e emprega. É hora de liberar os pequenos empreendimentos das amarras burocráticas, tributárias e do financiamento. É hora de aprovar os novos limites do Simples Nacional, regulamentar a terceirização e facilitar o acesso ao crédito produtivo.

O empresário também vai fazer sua parte, ou melhor, já está fazendo, pois, como explicar seis meses de queda consecutiva da receita real e o nível de emprego continua no mesmo patamar (ligeira variação positiva de 1,6%, em comparação a janeiro a junho de 2014). E vejam que as MPEs são responsáveis por 70% dos novos postos de trabalho.

Para garantir que atravessem esses tempos de demanda fraca e desaquecimento da economia com mais chances de continuar firmes na ativa, o Sebrae-SP reuniu um time de especialistas e produziu a cartilha Alavanque sua empresa em tempos de turbulência (link). Disponível nos formatos eletrônico e impresso, é distribuída gratuitamente para todos empresários e focam em orientações práticas de como organizar melhor o caixa, aumentar as vendas, fazer divulgação investindo pouco, treinar e motivar a equipe, entre outras. Também estamos multiplicando ações de orientação e capacitação nos quatro cantos do Estado de São Paulo, presencial e remotamente.

Selar o compromisso com os que geram emprego e renda e garantem a sustentabilidade da economia é acreditar que o Brasil é maior que toda e qualquer crise. Eu acredito.

Paulo Skaf
Presidente
Sebrae-SP

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Hipótese de impeachment assusta imprensa estrangeira

 
São Paulo – Do The New York Times ao Financial Times : nos últimos dias, uma série de publicações estrangeiras se colocaram contra a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta uma severa crise de reputação e governabilidade no país.Para as publicações, tirar a petista do poder - sem argumentos contundentes- poderia colocar em risco a democracia nacional. Veja como gringos encaram a crise política do país.© Ueslei Marcelino/Reuters São Paulo – Do The New York Times ao Financial Times : nos últimos dias, uma série de publicações estrangeiras se colocaram contra a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta…

São Paulo – Do The New York Times ao Financial Times : nos últimos dias, uma série de publicações estrangeiras se colocaram contra a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta uma severa crise de reputação e governabilidade no país.

Para as publicações, tirar a petista do poder - sem argumentos contundentes- poderia colocar em risco a democracia nacional. Veja como gringos encaram a crise política do país.

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The New York Times - 17 de agosto de 2015

The New York Times - 17 de agosto de 2015© Foto: Reprodução The New York Times - 17 de agosto de 2015

Em seu editorial, o jornal americano destaca a onda de corrupção que envolve executivos e políticos brasileiros e o pífio índice de popularidade da presidente Dilma Rousseff, dez meses após sua reeleição.

Apesar da turbulência política, a publicação pondera que as instituições democráticas do país não perderam a sua força – afinal, foram executadas as prisões dos empreiteiros, ex-executivos da Petrobras e do presidente da Eletronuclear.

O The New York Times afirma que, mesmo antes de se tornar presidente, Dilma não fez nenhum tipo de esforço para restringir as investigações contra a estatal. “Pelo contrário, ela tem enfatizado repetidamente que ninguém está acima de lei”.

O artigo encerra dizendo que a solução não está em apostar em um plano que debilite a democracia do país - princípio essencial para um novo governo honesto.Por isso, para a publicação, sem provas concretas da participação de Dilma Rousseff em ações ilegais, a ideia de impeachment pode conspirar contra o sistema democrático nacional.


Financial Times - 16 de agosto de 2015

Financial Times - 16 de agosto de 2015© Foto: Reprodução Financial Times - 16 de agosto de 2015 O jornal britânico abre o editorial com uma breve descrição sobre os escândalos de corrupção da Petrobras e de como a presidente poderia ser ao menos culpada de grande incompetência, já que muito do que foi descoberto aconteceu enquanto presidia o Conselho de Administração da estatal.

O artigo recorda que as investigações, no entanto, ainda não encontraram fatos que pesem contra a presidente. Porém, mesmo diante da hipótese de que o avanço da Operação Lava Jato atinja Dilma Rousseff e haja argumentos sólidos para um pedido de impeachment, seria necessário o apoio de mais da metade do Congresso.

“Esse suporte não existe, pois os políticos, que também são corruptos, estão relutantes para puxar o gatilho. Enquanto isso, o partido de centro-direita de oposição, PSDB, parece feliz em ver em agonia, a senhora Rousseff”. diz o texto.


Rede CNN - 18 de agosto de 2015

CNN© Foto: Reprodução CNN A CNN analisa que os protestos deste domingo evidenciam uma certa ‘confusão’, pois os manifestantes pareciam em desacordo sobre o que protestar exatamente – alguns pediam a renúncia de Dilma, alguns o seu impeachment e outros, novas eleições.

“A renúncia ou o impeachment de Dilma são cenários improváveis, e os protestos contra a presidente e o seu partido não oferecem soluções para o atual cenário de crise de corrupção ou para a continuidade dos problemas sociais e desigualdade econômica. O que os protestos destacam, porém, é a permanência de uma democracia vibrante no país”, encerra o artigo de opinião do veículo.

Revista CS Monitor - 17 de agosto de 2015

Revista CS Monitor - 17 de agosto de 2015© Foto: Reprodução Revista CS Monitor - 17 de agosto de 2015 A revista Christian Science Monitor diz que grandes protestos populares são, em sua maioria, elogiados e vistos como um sinal positivo no Brasil – que sofreu durante 21 anos com o um regime ditatorial.

Porém, o artigo destaca que um novo impeachment pode enfraquecer a democracia do país.
“A crescente pressão sobre Rousseff e sua aclamada destituição estão levantando preocupações sobre o potencial de agitação política e da força democrática do Brasil que vigora há 30 anos”, diz o texto.
A revista também exalta o trabalho das principais instituições do Brasil - Polícia Federal e Ministério Público – que tem melhorado, segundo o texto. “Mas uma tentativa de impeachment que não está fundamentada em irregularidades legais pode trazer consequências de longo prazo”, conclui.


Bloomberg - 14 de agosto de 2015

Bloomberg© Foto: Reprodução Bloomberg A agência de notícias americana abre seu texto citando as ocorrências de corrupção e incompetência do governo brasileiro que, mais uma vez, coloca a população nas ruas e praças centrais de todo o país para protestar contra a presidente Dilma Rousseff.
O texto não aponta ser favorável, ou não, ao impeachment. Porém, resgata questões sobre sua baixa popularidade, reeleição apertada e resultado negativo da economia.

“Em 2015, a economia brasileira está prevista para deixar o seu pior desempenho em 25 anos em meio as ondas de corrupção envolvendo políticos e altos executivos”, afirma.


Perspectiva ruim para fertilizantes dispara onda de fusões




Divulgação
Fertilizantes
Fertilizantes: mais consolidação pode estar a caminho no mercado
 
Da REUTERS


A queda dos preços e o crescimento frenético da produção de fertilizantes nitrogenados motivaram quase 10 bilhões de dólares em fusões e aquisições no setor, bastante fragmentado, e indicam que mais consolidação pode estar a caminho no mercado do mais importante dos três nutrientes básicos da agricultura.

A CF Industries Holdings, sediada em Illinois, terceira maior produtora de fertilizantes nitrogenados, está envolvida em três dos quatro acordos do mês passado, derrubando dois potenciais competidores de seu território e garantindo volume de vendas nos Estados Unidos, o maior produtor mundial de milho.

"O que a CF está fazendo é a clássica autopreservação corporativa, em um mundo em que há pessoas bem capitalizadas tentando entrar no seu núcleo de mercado nitrogenados no Meio-Oeste e na costa do Golfo dos Estados Unidos," disse Chris Damas, editor de mercados da BCMI Report.
Ao contrário da indústria potássio e fosfato, dominadas por alguns poucos participantes, as 20 maiores empresas de nitrogênio respondem por somente pouco mais que um terço da oferta global, de acordo com a consultoria CRU Group.

Os acordos aumentaram a influência da CF no mercado ao remover duas potenciais fábricas norte-americanas rivais, em um momento em que Agrium, Yara, Koch Industries e outras aumentam a capacidade da América do Norte.

A CVR Partners disse na segunda-feira que iria comprar a Rentech Nitrogen Partners por 533 milhões de dólares, criando a quinta-maior produtora de nitrogênio da América do Norte.