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Presidente Dilma Rousseff recebe a presidente alemã Angela Merkel no Palácio do Planalto
Andreas Rinke, da REUTERS
Brasília - A chanceler alemã, Angela Merkel, pressionou o governo brasileiro
nesta quinta-feira para abrir seus mercados para companhias
estrangeiras, e disse que vê uma oportunidade para alcançar um acordo de
livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Merkel está em uma visita de dois dias ao Brasil com uma grande
delegação de autoridades e representantes de empresas alemãs, que
injetaram mais de 19 bilhões de euros na economia brasileira.
"Podemos ampliar nosso comércio. Precisamos de condições confiáveis de
investimento", disse ela em Brasília, fazendo pressão para conseguir
acesso melhor para produtos farmacêuticos e tecnologias médicas da
Alemanha, por exemplo, ao mercado brasileiro.
Autoridades do governo alemão querem usar a viagem para fazer o lobby
para que empresas da Alemanha estejam envolvidas no programa de
investimentos de 57 bilhões de dólares em ferrovias, portos e aeroportos
anunciado pela presidente Dilma Rousseff.
As companhias interessadas no programa incluem a Siemens , a Fraport e a Deutsche Bahn. Elas enfrentam concorrência de empresas chinesas.
O Brasil atravessa um período de impasse no Legislativo, uma falta de
alternativas viáveis aos partidos políticos estabelecidos e uma guinada
econômica que levou o real ao patamar mais baixo em 12 anos.
A economia está sentindo os efeitos da desaceleração mais forte em três décadas.
O vasto escândalo de corrupção revelado pela operação Lava Jato envolveu
chefes políticos e corporativos, e o Tribunal de Contas da União (TCU)
deve analisar as contas do governo Dilma de 2014 e, em caso de parecer
pela rejeição, pode dar força aos partidários de um impeachment.
No entanto, Merkel frisou a "relação muito especial" da Alemanha com o
Brasil, onde mais de 1.300 companhias alemãs atuam. Ela também vê uma
nova oportunidade de fechar um acordo de comércio com o Mercosul. As
conversas sobre um acordo se arrastam desde 1999.
As negociações já fracassaram no passado devido a subsídios a
agricultura da União Europeia e à abertura das indústrias do Mercosul à
concorrência europeia.
"Saí com a impressão que a presidente está muito interessada", disse
Merkel sobre a negociação sobre comércio após reunir-se com Dilma.
O Paraguai e o Uruguai também estão interessados em um acordo rápido com a UE, mas a Venezuela se mostra relutante.