Retração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro
estimada em quase 2% (o pior resultado em 25 anos, quando foi registrado
recuo de 4,35%), inflação bem distante do centro da meta, com a
previsão de 9,25% em 2015, inadimplência em alta (40% dos brasileiros
não conseguem pagar suas dívidas), e o desaparecimento de milhares de
postos de trabalho.
Os pequenos negócios já sentem no caixa os reflexos desse
cenário. No primeiro semestre de 2015, a queda do faturamento real foi
de 11,9%, com desempenho negativo nos três setores: serviços (13%),
comércio (12%) e indústria (8,6%), segundo dados da pesquisa Indicadores
do Sebrae-SP (link). Foi o pior primeiro semestre desde 2009, ápice da
crise financeira internacional.
E, segundo especialistas, a tendência é que continuem
sentindo por mais algum tempo as consequências desta combinação adversa
de fatores, uma vez que as micro e pequenas empresas (MPEs) realizam
prioritariamente suas transações comerciais no mercado interno.
Tenho afirmado aqui que tal situação é inaceitável e
requer ação urgente do governo federal, com real ajuste das contas
públicas e incentivo a quem produz e emprega. É hora de liberar os
pequenos empreendimentos das amarras burocráticas, tributárias e do
financiamento. É hora de aprovar os novos limites do Simples Nacional, regulamentar a terceirização e facilitar o acesso ao crédito produtivo.
O empresário também vai fazer sua parte, ou melhor, já
está fazendo, pois, como explicar seis meses de queda consecutiva da
receita real e o nível de emprego continua no mesmo patamar (ligeira
variação positiva de 1,6%, em comparação a janeiro a junho de 2014). E
vejam que as MPEs são responsáveis por 70% dos novos postos de trabalho.
Para garantir que atravessem esses tempos de demanda fraca
e desaquecimento da economia com mais chances de continuar firmes na
ativa, o Sebrae-SP reuniu um time de especialistas e produziu a cartilha
Alavanque sua empresa em tempos de turbulência (link).
Disponível nos formatos eletrônico e impresso, é distribuída
gratuitamente para todos empresários e focam em orientações práticas de
como organizar melhor o caixa, aumentar as vendas, fazer divulgação
investindo pouco, treinar e motivar a equipe, entre outras. Também
estamos multiplicando ações de orientação e capacitação nos quatro
cantos do Estado de São Paulo, presencial e remotamente.
Selar o compromisso com os que geram emprego e renda e
garantem a sustentabilidade da economia é acreditar que o Brasil é maior
que toda e qualquer crise. Eu acredito.
Paulo Skaf
Presidente
Sebrae-SP
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