Daniela de Lamare
Carteira de Trabalho: no trimestre encerrado em maio, a taxa havia ficado em 8,1 por cento
Rodrigo Viga Gaier, da REUTERS
Rio de Janeiro - A taxa de desemprego no Brasil atingiu 8,3 por cento no segundo trimestre deste ano, maior patamar da série histórica iniciada em 2012, com forte crescimento da população em busca de uma colocação diante do cenário de economia em contração e inflação elevada.
No trimestre encerrado em junho, a população desocupada (8,4 milhões de
pessoas) cresceu 5,3 por cento frente ao trimestre imediatamente
anterior. Na comparação com igual período de 2014, o salto foi de 23,5
por cento, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) Contínua divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Nos três meses até maio, a taxa de desemprego tinha ficado em 8,1 por
cento. No primeiro trimestre do ano, ela foi de 7,9 por cento.
"Teve aumento da desocupação provocado por maior procura e a geração de
postos de trabalho não alcança toda essa população procurando trabalho",
afirmou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azevedo.
"Há pressão forte sobre o mercado de trabalho, que é reflexo do cenário
econômico. O cenário econômico não atende a demanda", acrescentou.
A renda média real habitual recuou 0,5 por cento no segundo trimestre na comparação com um ano antes, a 1.882 reais.
Os resultados reforçam a deterioração do mercado de trabalho observada
desde o início do ano, num ambiente de profunda fraqueza econômica e
baixa confiança. Aos fatores econômicos, soma-se a grave crise política,
que vem gerado insegurança entre consumidores e empresas.
Dados divulgados na semana passada já vinham apontando que a trajetória do mercado de trabalho não deve melhorar tão cedo.
A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, que leva em conta dados
apurados apenas em seis regiões metropolitanas do país, mostrou que a
taxa de desempregou saltou para 7,5 por cento em julho, maior nível em
mais de 5 anos, em consequência do aumento de quase 10 por cento da
população desocupada.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, o Brasil fechou 157.905 vagas
formais de trabalho no mês passado, pior resultado para julho da série
histórica iniciada em 1992.
A despeito da performance econômica fraca, a resiliência do mercado de
trabalho vinha sendo um dos trunfos do governo da presidente Dilma
Rousseff, especialmente durante sua campanha à reeleição, no ano
passado.
A Pnad Contínua tem abrangência nacional e vai substituir a PME.
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