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Kit Kat: o setor de chocolate foi criticado durante anos porque os
produtores compram cacau de fazendas que utilizam trabalho infantil
Corinne Gretler, da Bloomberg
A Nestlé SA disse que o KitKat
será a primeira marca internacional de chocolate a fabricar todos os
seus produtos com cacau de origem sustentável, em um momento em que o
setor enfrenta acusações de trabalho infantil na oferta de
matérias-primas.
Todas as barras de KitKat serão fabricadas com cacau autorizado por
terceiros independentes até o primeiro trimestre de 2016, disse a
companhia com sede em Vevey, na Suíça, em um comunicado nesta
segunda-feira.
Isso inclui os chocolates fabricados nos EUA, que são produzidos pela Hershey Co., titular da licença.
O setor de chocolate foi criticado durante anos porque os produtores compram cacau de fazendas que utilizam trabalho infantil.
Visitas aleatórias a 200 fazendas na Costa do Marfim que fornecem para a
Nestlé encontraram quatro crianças com menos de 15 anos trabalhando nas
plantações de cacau, de acordo com um relatório da Fair Labor
Association publicado no ano passado.
Desde 2012, a maior empresa de alimentos do mundo aceitou ser monitorada
pela organização sem fins lucrativos para erradicar a prática.
Plano para erradicar o trabalho infantil
Em 2001, a Nestlé e outras grandes fabricantes de chocolate aderiram a
um plano para acabar com o trabalho infantil nas fazendas da África
Ocidental depois que Tom Harkin e Eliot Engel, parlamentares dos EUA,
deram destaque à questão.
A medida para o Kitkat é parte da meta da Nestlé de suprir anualmente
150.000 toneladas de cacau produzido de forma sustentável até 2017.
A Nestlé começou a adotar o cacau da Fairtrade para produzir o KitKat no
Reino Unido em 2010 e vem ampliando o uso de grãos certificados para o
Canadá, a Austrália, a África do Sul e a Europa.
A Nestlé foi processada na semana passada por quatro consumidores devido
a alegações de que seu alimento para gatos Fancy Feast contém peixe de
um fornecedor tailandês que utiliza trabalho escravo.
A Nestlé disse que o trabalho forçado “não tem lugar na nossa cadeia de abastecimento”.
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