Agência Senado
Para o senador Ricardo Ferraço, a presunção de que todos os países que
adotam essa tributação sejam “paraísos fiscais” tem acarretado
distorções
Karine Melo, da AGÊNCIA BRASIL
Brasília - Novos critérios para classificação de paraísos fiscais foram
aprovados nesta terça-feira (18) pela Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE) do Senado.
Pela proposta, deixará de ser considerado "paraíso fiscal"
o país que não for assim identificado, ainda que com uma denominação
distinta, por órgão, entidade ou organização independente e
internacionalmente reconhecida. Caberá ao Executivo indicar um ou mais
órgãos para essa certificação.
"Quando uma empresa brasileira procura países do Oriente Médio para
ampliar suas exportações e com isso gerar mais oportunidades aqui, ela
procura esses países porque eles têm bons mercados. Quando essa região é
considerada "paraíso fiscal", essa empresa será tributada além de seus
concorrentes e, consequentemente, será excluída", explicou o autor da
propostas senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Ferraço avaliou que a legislação brasileira dá um tratamento tributário
mais rigoroso para as operações realizadas com países de tributação
favorecida, como também são conhecidos os paraísos fiscais, que são
aqueles que adotam tributação máxima da renda inferior a 20%.
Para o senador, a presunção de que todos os países que adotam essa
tributação sejam “paraísos fiscais” tem acarretado distorções.
Entre os exemplos dados por Ferraço está Cingapura, classificada como
paraíso fiscal pelas regras brasileiras, mas não pelos Estados Unidos e
pela União Europeia.
O mesmo acontece com Irlanda e Luxemburgo. O senador acrescentou ainda
que entidades mundiais como a Organização para o Desenvolvimento e
Cooperação Econômica (OCDE) não adotam alíquota mínima de tributação
como critério para identificar "paraíso fiscal”.
Como foi aprovado em caráter terminativo, se não houver recurso para
votação no plenário, o PLS 275/14 seguirá direto para a Câmara dos
Deputados.
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