Mandato buscará protagonismo dos empresários na
vida pública brasileira
Por Laura D'Angelo
laura.cauduro@amanha.com.br
A
Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) reconduziu à presidência o empresário
Edson Campagnolo nesta quarta-feira (5). A chapa, composta por representantes
de 52 instituições sindicais, recebeu os votos de 86 dos 93 sindicatos filiados
que compareceram à eleição. Foram registrados ainda quatro votos em branco e
três nulos. Para Campagnolo, o consenso em torno da chapa é reflexo do trabalho
realizado nos últimos quatro anos, somada à necessidade de união de todo o
setor produtivo para superar a crise atravessada pelo país atualmente. “O fato
de este grupo estar sendo reconduzido à direção da Fiep mostra que a avaliação
do trabalho é altamente positiva”, declarou, logo após o anúncio do resultado.
Segundo
ele, em seu segundo mandato o Sistema Fiep continuará atuando em duas linhas
principais. “Internamente, vamos trabalhar para que as ações das casas que
compõem o Sistema Fiep, cada uma com seu foco específico, continuem com a mesma
intensidade. O Senai com qualificação e capacitação profissional, somada ao
apoio na área de tecnologia e inovação; o Sesi com a segurança e a saúde do
trabalhador; o IEL com a educação executiva na Faculdade da Indústria”,
declarou. A segunda frente está diretamente relacionada à atuação institucional
da Fiep propriamente dita. “Vamos buscar institucionalizar e fortalecer a
participação do industrial na vida política do Estado e do país. O momento é de
muita reflexão e a Fiep vai continuar no seu papel de fazer a mediação com
todas as esferas do poder público”, disse Campagnolo.
Ao portal
AMANHÃ, Campagnolo fez um breve balanço dos últimos quatro anos e apontou os
desafios que a indústria paranaense – e nacional – deverá enfrentar até 2020.
Confira a seguir.
Quando
assumiu em 2011, o senhor tinha o desejo de resgatar o Fórum Industrial-Parlamentar
Sul [espécie de coalizão política que reúne as federações de indústrias e as
bancadas de deputados dos três estados da região] e conseguiu. Como o
senhor avalia a atuação do fórum?
A gente
avançou em alguns temas de infraestrutura e logística, ajudamos a trazer alguns
investimentos do Programa de Investimento em Logística {do governo federal}.
Mas confesso que nosso objetivo era alcançar mais. Devido à situação econômica
brasileira e a postura centralizadora do governo federal, com dificuldade de
diálogo até com o próprio Congresso Nacional, não fomos tão felizes. A gente
vai ter de mudar a estratégia pra conseguir melhorar. Mas a tentativa aconteceu
por parte dos três presidentes das federações.
Um dos
objetivos que o senhor queria alcançar neste mandato era descentralizar os
investimentos no Paraná levando investimentos para o interior do estado. Obteve
sucesso nessa empreitada?
Sim. O
sistema Fiep tem uma participação efetiva em todas as regiões do estado. É
verdade que Curitiba continua concentrando 60% dos investimentos da economia
industrial, e isso não é tão fácil de reverter. Mas conseguimos ter avanços. O
governo fez algumas medidas, como o Paraná Competitivo, que ajudaram a atrair
investimentos para o interior. O que impede que isso aconteça com maior
velocidade ainda é a questão da infraestrutura rodoviária e da logística.
Estamos dependentes de um sistema de concessão de pedágios que não investe em
melhorias para que se faça o Anel de Integração [malha de rodovias que
interliga as cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Foz do
Iguaçu, Campo Mourão, Maringá, Paranavaí, Londrina e Paranaguá] e desse
oportunidades para todas as regiões.
As
melhorias da infraestrutura e da logística e, consequentemente, a
descentralização dos investimentos continuarão sendo, então, uma luta da Fiep
nos próximos anos?
O empenho
vai ser redobrado. Os contratos de concessão de pedágio vencem daqui a seis
anos. Existe o interesse de renovar, mas nós somos contrários {o governo
paranaense estuda ampliar concessão das rodovias às empresas privadas em troca
de preços menores nos pedágios e realizações de obras. Os contrários à
renovação alegam que as empresas não cumprem com as obrigações do contrato
atual e cobram preços elevados no pedágio}. Temos de rever esse valor dos
pedágios que inviabiliza os investimentos no nosso estado.
Quais são
as principais metas para os próximos anos?
No Senai,
temos que continuar viabilizando e fortalecendo os institutos de tecnologia e
inovação. É nesta área que depositamos as esperanças de reverter este processo
de declínio do nosso PIB industrial. Através deste programa nos temos condições
de melhorar o ambiente das indústrias paranaenses. E como é um programa
nacional, em rede, beneficia toda a indústria nacional. Mas, no sistema Fiep
como um todo, o objetivo é não deixar a peteca cair e manter uma atuação firme.
O grande desafio é, neste momento de crise fiscal, econômica, moral e de
confiança que o país atravessa, unir as pessoas do setor produtivo para que elas
passem a ser protagonistas da vida pública do país. A sociedade vai ter de
participar mais efetivamente. Espero que lideranças de todos os níveis passem a
participar mais da vida pública, a cobrar mais os governantes e a ter posições
firmes.
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http://www.amanha.com.br/posts/view/880#sthash.425Omme5.dpuf
Campagnolo é reconduzido à presidência da Fiep
Mandato buscará protagonismo dos empresários na vida pública brasileira
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) reconduziu à
presidência o empresário Edson Campagnolo nesta quarta-feira (5). A
chapa, composta por representantes de 52 instituições sindicais, recebeu
os votos de 86 dos 93 sindicatos filiados que compareceram à eleição.
Foram registrados ainda quatro votos em branco e três nulos. Para
Campagnolo, o consenso em torno da chapa é reflexo do trabalho realizado
nos últimos quatro anos, somada à necessidade de união de todo o setor
produtivo para superar a crise atravessada pelo país atualmente. “O fato
de este grupo estar sendo reconduzido à direção da Fiep mostra que a
avaliação do trabalho é altamente positiva”, declarou, logo após o
anúncio do resultado.
Segundo ele, em seu segundo mandato o Sistema Fiep continuará atuando em duas linhas principais. “Internamente, vamos trabalhar para que as ações das casas que compõem o Sistema Fiep, cada uma com seu foco específico, continuem com a mesma intensidade. O Senai com qualificação e capacitação profissional, somada ao apoio na área de tecnologia e inovação; o Sesi com a segurança e a saúde do trabalhador; o IEL com a educação executiva na Faculdade da Indústria”, declarou. A segunda frente está diretamente relacionada à atuação institucional da Fiep propriamente dita. “Vamos buscar institucionalizar e fortalecer a participação do industrial na vida política do Estado e do país. O momento é de muita reflexão e a Fiep vai continuar no seu papel de fazer a mediação com todas as esferas do poder público”, disse Campagnolo.
Ao portal AMANHÃ, Campagnolo fez um breve balanço dos últimos quatro anos e apontou os desafios que a indústria paranaense – e nacional – deverá enfrentar até 2020. Confira a seguir.
Quando assumiu em 2011, o senhor tinha o desejo de resgatar o Fórum Industrial-Parlamentar Sul [espécie de coalizão política que reúne as federações de indústrias e as bancadas de deputados dos três estados da região] e conseguiu. Como o senhor avalia a atuação do fórum?
A gente avançou em alguns temas de infraestrutura e logística, ajudamos a trazer alguns investimentos do Programa de Investimento em Logística {do governo federal}. Mas confesso que nosso objetivo era alcançar mais. Devido à situação econômica brasileira e a postura centralizadora do governo federal, com dificuldade de diálogo até com o próprio Congresso Nacional, não fomos tão felizes. A gente vai ter de mudar a estratégia pra conseguir melhorar. Mas a tentativa aconteceu por parte dos três presidentes das federações.
Um dos objetivos que o senhor queria alcançar neste mandato era descentralizar os investimentos no Paraná levando investimentos para o interior do estado. Obteve sucesso nessa empreitada?
Sim. O sistema Fiep tem uma participação efetiva em todas as regiões do estado. É verdade que Curitiba continua concentrando 60% dos investimentos da economia industrial, e isso não é tão fácil de reverter. Mas conseguimos ter avanços. O governo fez algumas medidas, como o Paraná Competitivo, que ajudaram a atrair investimentos para o interior. O que impede que isso aconteça com maior velocidade ainda é a questão da infraestrutura rodoviária e da logística. Estamos dependentes de um sistema de concessão de pedágios que não investe em melhorias para que se faça o Anel de Integração [malha de rodovias que interliga as cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Maringá, Paranavaí, Londrina e Paranaguá] e desse oportunidades para todas as regiões.
As melhorias da infraestrutura e da logística e, consequentemente, a descentralização dos investimentos continuarão sendo, então, uma luta da Fiep nos próximos anos?
O empenho vai ser redobrado. Os contratos de concessão de pedágio vencem daqui a seis anos. Existe o interesse de renovar, mas nós somos contrários {o governo paranaense estuda ampliar concessão das rodovias às empresas privadas em troca de preços menores nos pedágios e realizações de obras. Os contrários à renovação alegam que as empresas não cumprem com as obrigações do contrato atual e cobram preços elevados no pedágio}. Temos de rever esse valor dos pedágios que inviabiliza os investimentos no nosso estado.
Quais são as principais metas para os próximos anos?
No Senai, temos que continuar viabilizando e fortalecendo os institutos de tecnologia e inovação. É nesta área que depositamos as esperanças de reverter este processo de declínio do nosso PIB industrial. Através deste programa nos temos condições de melhorar o ambiente das indústrias paranaenses. E como é um programa nacional, em rede, beneficia toda a indústria nacional. Mas, no sistema Fiep como um todo, o objetivo é não deixar a peteca cair e manter uma atuação firme. O grande desafio é, neste momento de crise fiscal, econômica, moral e de confiança que o país atravessa, unir as pessoas do setor produtivo para que elas passem a ser protagonistas da vida pública do país. A sociedade vai ter de participar mais efetivamente. Espero que lideranças de todos os níveis passem a participar mais da vida pública, a cobrar mais os governantes e a ter posições firmes.
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Ao portal AMANHÃ, Campagnolo fez um breve balanço dos últimos quatro anos e apontou os desafios que a indústria paranaense – e nacional – deverá enfrentar até 2020. Confira a seguir.
Quando assumiu em 2011, o senhor tinha o desejo de resgatar o Fórum Industrial-Parlamentar Sul [espécie de coalizão política que reúne as federações de indústrias e as bancadas de deputados dos três estados da região] e conseguiu. Como o senhor avalia a atuação do fórum?
A gente avançou em alguns temas de infraestrutura e logística, ajudamos a trazer alguns investimentos do Programa de Investimento em Logística {do governo federal}. Mas confesso que nosso objetivo era alcançar mais. Devido à situação econômica brasileira e a postura centralizadora do governo federal, com dificuldade de diálogo até com o próprio Congresso Nacional, não fomos tão felizes. A gente vai ter de mudar a estratégia pra conseguir melhorar. Mas a tentativa aconteceu por parte dos três presidentes das federações.
Um dos objetivos que o senhor queria alcançar neste mandato era descentralizar os investimentos no Paraná levando investimentos para o interior do estado. Obteve sucesso nessa empreitada?
Sim. O sistema Fiep tem uma participação efetiva em todas as regiões do estado. É verdade que Curitiba continua concentrando 60% dos investimentos da economia industrial, e isso não é tão fácil de reverter. Mas conseguimos ter avanços. O governo fez algumas medidas, como o Paraná Competitivo, que ajudaram a atrair investimentos para o interior. O que impede que isso aconteça com maior velocidade ainda é a questão da infraestrutura rodoviária e da logística. Estamos dependentes de um sistema de concessão de pedágios que não investe em melhorias para que se faça o Anel de Integração [malha de rodovias que interliga as cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Maringá, Paranavaí, Londrina e Paranaguá] e desse oportunidades para todas as regiões.
As melhorias da infraestrutura e da logística e, consequentemente, a descentralização dos investimentos continuarão sendo, então, uma luta da Fiep nos próximos anos?
O empenho vai ser redobrado. Os contratos de concessão de pedágio vencem daqui a seis anos. Existe o interesse de renovar, mas nós somos contrários {o governo paranaense estuda ampliar concessão das rodovias às empresas privadas em troca de preços menores nos pedágios e realizações de obras. Os contrários à renovação alegam que as empresas não cumprem com as obrigações do contrato atual e cobram preços elevados no pedágio}. Temos de rever esse valor dos pedágios que inviabiliza os investimentos no nosso estado.
Quais são as principais metas para os próximos anos?
No Senai, temos que continuar viabilizando e fortalecendo os institutos de tecnologia e inovação. É nesta área que depositamos as esperanças de reverter este processo de declínio do nosso PIB industrial. Através deste programa nos temos condições de melhorar o ambiente das indústrias paranaenses. E como é um programa nacional, em rede, beneficia toda a indústria nacional. Mas, no sistema Fiep como um todo, o objetivo é não deixar a peteca cair e manter uma atuação firme. O grande desafio é, neste momento de crise fiscal, econômica, moral e de confiança que o país atravessa, unir as pessoas do setor produtivo para que elas passem a ser protagonistas da vida pública do país. A sociedade vai ter de participar mais efetivamente. Espero que lideranças de todos os níveis passem a participar mais da vida pública, a cobrar mais os governantes e a ter posições firmes.
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