terça-feira, 1 de setembro de 2015

Pesquisa da CNI mostra que indústrias querem acordo comercial com o Japão


Dos entrevistados, 84% defendem negociação para estreitar laços com o país asiático

MURILO RAMOS
O primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe fez pedido de desculpas em discurso que marca 70 anos após o final da Segunda Guerra (Foto: AP Photo/Eugene Hoshiko)


Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 51 empresas do setor e associações revela que 84% são favoráveis a um acordo comercial entre o Brasil e o Japão para incentivar exportação de produtos, bens, serviços e propriedade intelectual. O levantamento foi feito pouco mais de três meses antes de a presidente Dilma Rousseff visitar o país asiático. Ela irá no mês de dezembro. 

Ainda de acordo com a pesquisa, entre os benefícios de um possível acordo bilateral com os japoneses estariam: redução dos custos de importação de insumos usados no processo de produção e compartilhamento nas etapas de produção. Além disso, tratativas com o Japão poderiam resultar, mais adiante, no fim da exigência de vistos para ingresso nos dois países e extinção da bitributação.

As principais queixas dos empresários brasileiros atualmente estão ligadas a barreiras tarifárias e não-tarifárias, como as sanitárias e fitossanitárias, impostas pelos japoneses. 

Os empresários acreditam que negociações com o governo japonês também poderiam estimular o Brasil a buscar novos acordos bilaterais. Nos últimos anos, a diplomacia brasileira privilegiou as rodadas de negociação multilaterais, que pouco avançaram.

Presidente do Senado foi ouvido reservadamente na sede da PF em Brasília. Respondeu a todas as perguntas envolvendo a Lava Jato

Tempo

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi ouvido nesta segunda-feira (1º) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, no inquérito-mãe da Operação Lava Jato. O depoimento durou 1h30m e Renan respondeu a todas as perguntas. 

Inicialmente, Renan não queria depor na polícia. Ele chegou a protocolar nos autos pedido para ser ouvido no Senado, argumentando prerrogativa de foro, mas a PF foi contra. Para não alongar o debate, o presidente do Senado compareceu, então, reservadamente, à sede da PF. A polícia não se manifestou sobre o caso.

Renan Calheiros, presidente do Senado (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

 Renan Calheiros, presidente do Senado (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)


 
Renan foi citado no âmbito da Lava Jato pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que disse em depoimento que o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), ligado ao presidente do Senado, participou de reuniões com empreiteiros para tratar de valores de propinas obtidas em contratos com a Petrobras. Procurada, a assessoria de Renan ainda não se pronunciou.

BASF quer ajuda das pessoas para acelerar suas pesquisas

 
 
 
São Paulo – Para desenvolver ideias inovadoras e acelerar seus investimentos, a BASF está pedindo ajuda para pessoas comuns, pesquisadores e clientes. Em comemoração aos 150 anos da companhia, ela está realizando diversos eventos pelo mundo, com foco em energia limpa, vida urbana e alimentação.

Os eventos, chamados de Creator Space Tour, já passaram por Nova Iorque, Shanghai e Mumbai e ainda irão para Barcelona. Além da participação física, pessoas também podem sugerir ideias no site do evento

Recentemente, foi a vez de São Paulo receber a ação da empresa. Durante uma semana, a BASF reuniu dezenas de pessoas, de pesquisadores a donas de casa, para discutir como criar soluções para problemas específicos.
A tendência de cocriação já atingiu outras empresas, principalmente para o desenvolvimento de novos produtos, como o caso da Natura e Coca-Cola.

Elisabeth Schick, vice-presidente sênior global de Comunicação e Relações Governamentais da BASF, falou a EXAME.com sobre como os eventos mundiais podem acelerar a pesquisa da BASF.

Confira a entrevista a seguir.
 
EXAME.com - Qual é a ideia da BASF ao idealizar o Creator Space Tour, além dos outros eventos de comemoração dos 150 anos da BASF?
Elisabeth Schick - A ideia do Creator Space é alcançar nosso público alvo e outros atores do mercado, como ONGs e políticos. É um passo para nos aproximarmos da realidade, já que grandes corporações normalmente são mais focadas para dentro.
 
EXAME.com - O que esperam alcançar com esses eventos?
Elisabeth Schick - Primeiramente, precisamos pensar em termos de relações públicas. Uma coisa que precisamos fazer é enviar nossa mensagem e reforçar nossa marca, mostrar o que a BASF pode fazer. A outra parte é criação de conteúdo. Esses pequenos grãos de conhecimento que estamos coletando podem ser muito grandes no futuro.
 
EXAME.com - O que será feito com as ideias criadas nesse evento?
Elisabeth Schick - No próximo ano, iremos destilar as melhores ideias e apresentá-las à diretoria, que irá escolher as mais promissoras. Assim, saberemos onde investir mais dinheiro em pesquisas, para encontrar soluções mais rapidamente, feitas sob medida para a sociedade. Estamos falando de investimentos em milhões de euros para trazer essas soluções mais rapidamente para o mercado.
 
EXAME.com - Como as pessoas envolvidas nesses projetos serão recompensadas?
Elisabeth Schick - Iremos chegar a soluções mais rapidamente. Quando se coloca tanta experiência em um só lugar, então as soluções vêm mais fáceis e são melhores. Elas serão recompensadas se nós atingirmos nosso objetivo, de fornecer água mais limpa, por exemplo. Nós sozinhos somos muito pequenos para melhorar o mundo, precisamos de mais gente.
 
EXAME.com - Quais resultados já podem ser vistos dos eventos?
Elisabeth Schick - Já estão saindo os primeiros resultados do evento de Mumbai, na Índia, que aconteceu em janeiro. Lá, o evento se focou na questão da água. Na cidade, os canos são abertos e a água some no ar quando está quente, além da poluição crítica. Já podemos pensar em soluções e em como implementá-las, para que a água chegue à cidade.
Também temos um evento semelhante com nossos clientes, como a Unilever e Bungee. Um dos resultados, em torno do debate sobre mobilidade urbana, foi um projeto piloto criado com a Daimler. Estamos buscando o ônibus do futuro, com sistema inteligente e emissão menor e iremos apresenta-lo na Feira de Automóveis em Frankfurt.
 
EXAME.com - Por que a cocriação é necessária?
Elisabeth Schick - Os tempos de cientistas solitários, inovando sozinhos em laboratórios, acabaram. Temos um mundo tão complexo à nossa volta. Precisamos do conhecimento local, pois não adianta mais ter apenas uma solução para o mundo todo.
Você precisa dessas mentes. Há tantos especialistas sobre alimentos no Brasil, por exemplo. Você pode construir sobre esse conhecimento que já existe para criar coisas novas.
 
EXAME.com - Para esse tipo de inovação, o time de especialistas que já trabalha na BASF não é o suficiente?
Elisabeth Schick - Acredito que não seja mais possível. Podemos ver na história da BASF. Começamos com nossos próprios pesquisadores. Agora, já trabalhamos há décadas com universidades e institutos de pesquisa.
Ainda não é suficiente. Acho que é necessário abrir a mente e se aventurar em novas perspectivas, conhecendo os hábitos das pessoas para se chegar a soluções.
 
EXAME.com - A sociedade pode ajudar e cooperar com grandes companhias?
Elisabeth Schick - Penso que devemos mudar nossa atitude. Às vezes, grandes corporações são vistas como “os caras maus”. Não temos a confiança das pessoas e elas não querem cooperar conosco, já que somos muito poderosas.
Com o Creator Space Tour, pessoas podem perceber que podemos conversar. Gosto de grandes corporações porque acredito piamente que somos “os caras do bem”.
 
EXAME.com - Uma semana é o suficiente para criar uma ideia nova ou inovação realmente útil?
Elisabeth Schick - Sim. Uma semana é pouco tempo, mas já podemos ver alguns resultados menores. O simpósio de ciência (no Brasil, chamado de Top Ciência) atua do mesmo jeito. Grandes cientistas especialistas se preparam de antemão para essa semana e já podemos ver resultados mais substanciais.

Embraer anuncia novo representante de vendas na Europa




Divulgação
O jato executivo Legacy 450, da Embraer
O jato executivo Legacy 450, da Embraer: o acordo envolve atividades de promoção e vendas para todos os jatos executivos da empresa
 
Da REUTERS

São Paulo - A Embraer anunciou nesta terça-feira a alemã Atlas Air Service como sua nova representante de vendas autorizada de jatos executivos na Europa, região que conta com a terceira maior frota de aviões desse tipo da fabricante brasileira.

O acordo envolve atividades de promoção e vendas para todos os jatos executivos da Embraer na Alemanha, Áustria e Suíça.

"A expectativa é ampliar nossa participação de mercado nessa região com a nova parceria", disse a Embraer, em comunicado.
Apesar de contar com frota inferior às da América do Norte e da América Latina em jatos executivos, o continente europeu é mais importante para a Embraer em termos de aeronaves de grande porte, como os Legacy 600, Legacy 650 e Lineage 1000E.

Cento e cinquenta jatos executivos da empresa, ou 17 por cento da frota mundial dessa categoria de aeronaves, estão registrados na Europa.

Fornecedora do setor petroleiro compra rival por R$ 58 bi


REUTERS/Richard Carson/Files
Fachada da sede da Schlumberger, em Houston, no estado do Texas, nos EUA
Schlumberger: transação já foi aprovada pelos conselhos de administração das duas companhias


São Paulo - A líder mundial em soluções para empresas de petróleo e gás Schlumberger anunciou nesta quarta-feira (26) que comprará a concorrente Cameron por nada menos que 14,8 bilhões de dólares (algo em torno de 53,8 bilhões de reais).

A transação já foi aprovada pelos conselhos de administração das duas companhias e o pagamento será feito em dinheiro e ações. Juntas, elas alcançaram receitas de 59 bilhões de dólares no ano passado.

Pelo acordo, os investidores da Cameron receberão 14,44 dólares por cada papel que possuem na empresa e mais 0,716 ações da Schlumberger. Após a conclusão do tratado, eles terão uma participação de 10% na compradora.
A aquisição deverá trazer sinergias de cerca de 300 milhões dólares no primeiro ano e de 600 milhões de dólares no segundo ano, antes de impostos. Elas serão obtidas por meio da redução de custos operacionais, otimização da cadeia de suprimentos e melhoria de processos manufaturados.

"Com os preços do óleo em níveis baixos, empresas de serviços petrolíferos que entregam tecnologias inovadoras e uma maior integração enquanto melhoram a eficiência, o que os nossos clientes cada vez mais demandam, vão se sobressair no mercado", disse Paal Kibsgaard, presidente da Schlumberger, em nota.

Ambas as empresas ficam sediadas no estado do Texas, nos Estados Unidos. Elas possuem ativos que se complementam. 

"Nós acreditamos que a próxima transformação na indústria técnica será alcançada através da integração das tecnologias de reservatórios e poços da Schlumberger com a liderança da Cameron em tecnologias de superfície, perfuração, processamento e controle de fluxo", completou.

"Juntos, nós vamos criar uma empresa líder em equipamentos e serviços com uma plataforma expandida para impulsionar o crescimento acelerado", afirmou o presidente da Cameron, Jack Moore.

A Schlumberger foi assessorada financeiramente pelo Goldman Sachs na operação, enquanto a Cameron foi aconselhada pelo Credit Suisse.

Ajinomoto pode gastar até US$ 1,7 bi em fusões até 2016




REUTERS/Thomas Peter
O presidente da companhia, Takaaki Nishii
O presidente da companhia, Takaaki Nishii: a Ajinomoto comprou no ano passado a fabricante de comidas congeladas Windsor Quality Holding

Da REUTERS

Tóquio - A japonesa Ajinomoto tem entre 150 e 200 bilhões de ienes (1,3 a 1,7 bilhão de dólares) que pode gastar em aquisições e alianças até seu ano fiscal de 2016, disse o presidente da companhia, Takaaki Nishii, conforme a empresa busca se tornar uma das 10 maiores companhias globais de alimentos nos próximos anos.

Nishii, que assumiu o comando em junho, disse também à Reuters em entrevista que sua empresa irá buscar mais oportunidades de negócios para vender a consumidores europeus.

A Ajinomoto comprou no ano passado a fabricante de comidas congeladas Windsor Quality Holding por cerca de 800 milhões de dólares, e também está se concentrando em ampliar as vendas em mercados que crescem rapidamente no Sudeste Asiático e no Brasil.
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Mulheres debatem feminismo e igualdade no trabalho


Eduardo Lopes/Divulgação
Da esquerda para a direita: Paula Lindenbergh, Paula Leal da Costa, Cris Duclos, Flávia Altheman e Martha Krawczyk
Da esquerda para a direita: Paula Lindenbergh, Paula Leal da Costa, Cris Duclos, Flávia Altheman e Martha Krawczyk. Todas homenageadas na edição 2015 do Women To Watch in Brazil
São Paulo – No palco, a apresentadora Astrid Fontenelle, famosa por liderar o programa Saia Justa, do Canal GNT, onde quatro mulheres debatem os mais variados assuntos sempre do ponto de vista feminino.

Ao lado dela, cinco mulheres de destaque do mundo da comunicação e do marketing. Todas premiadas na edição de 2015 do Women To Watch in Brazil.

Cris Duclos (Vivo), Flávia Altheman (Via Varejo), Martha Krawczyk (Visa), Paula Leal da Costa (L’oréal) e Paula Lindenbergh (Ambev) foram as homenageadas do ano por apresentarem carreiras inovadoras e bem-sucedidas, se destacando em seus campos de atuação.
O evento, criado pela Advertising Age nos EUA e organizado pelo grupo Meio & Mensagem no Brasil, contou com apoio das revistas CLAUDIA e EXAME, da Editora Abril, e patrocínio das marcas Itaú, GNT e McDonald’s.

Após um almoço no Hotel Hilton, em São Paulo, as cinco homenageadas debateram questões como feminismo, machismo e papel da mulher no mercado de trabalho com a apresentadora Astrid.

 

Mulheres


Flávia Altheman, diretora executiva de Marketing e Inteligência de Mercado da Via Varejo, destacou a sensibilidade como uma característica feminina que é uma vantagem essencial no trabalho. "Conseguimos facilmente analisar cenários, situações e as necessidades das pessoas".

Paula Lindenbergh, vice-presidente de Marketing da Ambev, observou que os jovens que entram no mercado de trabalho estão ajudando a combater o machismo, pois já chegam com uma nova mentalidade, típica da geração deles.

Já Cris Duclos, Diretora de Imagem e Comunicação da Vivo, lembrou que, nos últimos anos, a lista dos mais ricos da Forbes passou a trazer muito mais mulheres, indicando uma mudança no mercado de trabalho. O número saltou de apenas uma mulher para 24.

Feminismo



Astrid definiu uma nova fase do feminismo no mundo. "Estamos vivendo uma arrancada, não uma virada. A virada foi lá atrás, nos anos 60, quando queimaram o sutiã. Agora é nossa hora de arrancada, de um empoderamento claro", disse.

Mas lembrou que a nova fase é de união e necessita dos homens. "Agora é a hora de o movimento feminista chamar os homens para promover, juntos, essa transformação".

Ela ainda destacou que é preciso mais pressão na política para trazer mudanças e avanços contra a desigualdade de gênero.

Martha Krawczky, vice-presidente de Marketing da Visa, acredita que é preciso impulsionar a nova geração de meninas no trabalho. "Eu sempre dou confiança a elas, dou espaço para que elas tomem decisões na equipe. Não posso centralizar tudo em mim".

Paula Leal da Costa, Chief Marketing Officer (CMO) da L’oréal Brasil, lembrou que as mulheres não pedem mais permissão. "É um caminho sem volta". Também destacou que o nível de exigência, para qualquer profissional, deve ser sempre alto. "Mulheres não podem e não querem ter desconto por serem mulheres".

Família


Quando questionadas por Astrid sobre suas grandes inspirações pessoais, todas destacaram mães e avós como figuras essenciais na vida.

Martha, que nasceu no Panamá e viveu muitos anos nos EUA, destacou a mãe como grande inspiração.

Flávia lembrou a avó paterna, que, sozinha, sempre trabalhou muito para sustentar a casa.

Cris lembrou do pai, que sempre exigiu que ela trabalhasse e fosse independente. "Ele não me cobrava casamento e marido, mas queria que eu tivesse minha independência".