terça-feira, 22 de setembro de 2015

Governo publica parte das medidas fiscais de 2016, com CPMF





Ueslei Marcelino/Reuters
Congresso Nacional
Congresso: também foram publicadas quatro mensagens da presidente Dilma Rousseff ao Congresso
 
 
 
 





Brasília- O governo federal publicou, em edição extra do Diário Oficial da União nesta terça-feira, parte das medidas de ajuste fiscal de 2016, entre elas a medida provisória que eleva o Imposto de Renda sobre ganho de capital.

Na edição, também foram publicadas quatro mensagens da presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional, mas sem muitos detalhes. Segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, uma delas é a 
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria a CPMF.

Odebrecht tenta anular provas da Lava Jato, diz MPF




REUTERS/Rodolfo Buhrer
Marcelo Odebrecht
Marcelo Odebrecht, presidente da construtora: maior construtora do país estaria se articulando para anular provas da Lava Jato
 
 
Julia Affonso, do Estadão Conteúdo
Ricardo Brandt e Fausto Macedo, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves se declarou impedido para julgar mandado de segurança impetrado pela Construtora Norberto Odebrecht, em que a defesa pede a suspensão do uso de documentos pela Operação Lava Jato enviados pela Suíça sobre contas secretas no exterior.

O nome do ministro teria surgido em material apreendido pela força-tarefa nas buscas relacionadas a um dos executivos da OAS, uma das empreiteiras do cartel alvo da Lava Jato. Ele não é investigado no caso.

Por meio do mandado de segurança, a maior empreiteira do País quer que o STJ determine ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que forneça detalhes sobre a cooperação entre autoridades brasileiras e suíças.
A tentativa faz parte de mais uma ofensiva jurídica da empreiteira que busca anular os processos da Operação Lava Jato, maior escândalo de corrupção descoberto pelo Ministério Público Federal envolvendo contratos da Petrobrás e um cartel formado pelas maiores empresas do País.

Na avaliação do procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato, a Odebrecht busca anular as provas sobre pelo menos cinco contas secretas abertas em nome de empresas offshores e que teriam sido usadas pela empreiteira.

Deltan classificou a ação como um ato de ‘desespero’ da empresa. Ele destacou que a Odebrecht, publicamente, tem se manifestado sobre sua disposição em colaborar com as investigações, mas, paralelamente, age para anular provas, o que atingiria toda a Lava Jato, pelo menos em relação ao processo em que são acusados seus principais executivos.
 
Defesa. O advogado Pedro Serrano, que representa a Odebrecht, declarou que o grupo não pretende anular as provas documentais enviadas pela Suíça ao Brasil.

Serrano disse que o objeto do mandado de segurança ajuizado no STJ busca simplesmente obter uma certidão com informações sobre a tramitação dos documentos de Genebra.

"Não se pede anulação de nada, apenas queremos saber se houve cooperação e como ela foi realizada", afirmou Serrano.

"O objeto do mandado de segurança não é anular prova nenhuma", reafirmou Pedro Serrano. "Dentro do exercício do direito garantido pela Constituição queremos obter pura e simplesmente uma certidão sobre como transcorreu a cooperação, se houve cooperação com a Suíça, como foi a tramitação desses documentos para verificarmos se foi dentro da legalidade ou não."

O advogado assinalou que, inicialmente, a Odebrecht solicitou a certidão no âmbito administrativo diretamente ao ministro Cardozo. "Ele (o ministro) negou e agora fomos à Justiça contra esse ato. Não se pede anulação das provas, apenas uma certidão sobre como os documentos foram enviados. É uma verificação de informação oficial, nada mais que isso. O mandado de segurança não pede anulação de documento nenhum."

Impeachment não está sendo avaliado pela agência Moody's


Scott Eells/Bloomberg
Homem de terno falando ao celular passa em frenta à sede da agência de classificação de risco Moody's
Moody's: "Se houver um processo formal de impeachment, pode mudar a dinâmica (de avaliação da economia brasileira)", disse o analista sênior da agência
 
Altamiro Silva Junior, do Estadão Conteúdo

Nova York - O analista sênior de rating soberano da agência de classificação de risco Moody's, Mauro Leos, disse nesta terça-feira,22, que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não está no cenário-base da agência.

"Se houver um processo formal de impeachment, pode mudar a dinâmica (de avaliação da economia brasileira)", disse durante apresentação em seminário sobre o Brasil, destacando que não seria um evento positivo para o país, porque introduz um elemento de incerteza no que aconteceria no pós-impedimento de Dilma.

Leos contou que esteve em São Paulo recentemente e várias pessoas o abordaram para destacar que o impedimento de Dilma seria positivo para o Brasil, ponto que o analista discordou. Após o impeachment, se criaria um cenário de incertezas, disse ele.

O analista da Moody's afirmou que um dos principais pontos hoje para se avaliar o Brasil é a habilidade do governo de alcançar um consenso mínimo no Congresso. E isso parece não estar acontecendo este ano, completou.

No caso do orçamento para 2016, Leos frisou que até agora não se viu a capacidade de se chegar a um acordo, o que tem pesado negativamente na confiança dos agentes, com índices em níveis historicamente baixos.
 

CPMF


Leos considera ainda que será difícil a presidente Dilma conseguir avançar no ajuste fiscal sem a aprovação da CPMF no Congresso. A avaliação dele é que há muita incerteza sobre se a medida será ou não aprovada e as chances são de 50% de passar e 50% de não passar.

"É difícil ver o orçamento sem a CPMF, porque é muito difícil no curto prazo ajustar o gasto (do governo). Não é a solução mais eficiente, mas é a possível e a única, dada a situação como está", disse.

"Não há evidências de que o governo está conseguindo chegar perto de um acordo para o pacote fiscal. Outras alternativas (ao pacote) seriam assustadoras." Leos frisou que a oposição está jogando forte, o que ajuda a elevar a incerteza.

Para se avançar em uma agenda positiva de longo prazo, Leos frisou que é preciso que o Brasil avance no curto prazo no ajuste fiscal. Sem isso, não se criam as bases para um crescimento mais sustentável à frente e o desenvolvimento de projetos de infraestrutura.

O governo, por exemplo, precisa evitar um déficit primário em 2016, pois seria o terceiro ano seguido de indicador negativo.

Questionado sobre a Petrobras, o analistas da Moody's frisou que há alguns bancos médios em risco, mas ele não vê chances de os problemas na empresa originarem problemas para o setor financeiro a ponto de se criar um "risco sistêmico".

Para ele, a Petrobras tem tido mais impacto na atividade econômica e prejudicando também seus fornecedores.

Saiba como o botão "não curtir" afeta sua empresa na web


Jonathan Leibson/Getty Images
Facebook não curtir
Não curti: Facebook está trabalhando em novo botão para a rede social
 
Marcos Hiller, da Endeavor


Em uma recente sessão de perguntas e respostas realizada na sede do Facebook em Menlo Park, Califórnia, Mark Zuckerberg finalmente assumiu que o botão “não curtir” (ou “dislike”) pode brotar a qualquer momento em nossas timelines. Muito mais que um mero novo botão que aparecerá no Facebook de mais de 1,4 bilhão de terráqueos, essa novidade carrega um aspecto bastante simbólico e que exige de nós algumas reflexões bastante pertinentes.

Hoje em dia, quando alguém ou alguma marca publica algo no Facebook – um texto, uma foto, uma música, um vídeo, um selfie – temos hoje a opção de clicar o botão “curtir” ou simplesmente não fazer nada. E o fato de não fazer nada diante de uma publicação não significa que não curtimos. Mas também pode significar sim uma forte reprovação.

O “não curtir” ainda é uma grande incógnita, mas reuni aqui algumas suposições. Não sabemos como o botão vai ser integrado ao algoritmo e aplicado à plataforma, mas sabemos que ele muda alguma coisa. Por isso, os questionamentos são inevitáveis: Que benefício (ou estrago) esse novo recurso pode trazer? As marcas tenderão a ficaram mais criteriosas em suas postagens? O que muda no marketing da minha empresa?


1. Mais opinião com menos esforço


Uma característica da dinâmica atual do Facebook é que nós não precisamos dizer o porquê de estarmos dando um like em uma determinada publicação. Apenas damos um like ou não damos. E é por meio de nossos nossos likes, por conta de nossas expressões de gosto, que falamos para os demais usuários que nós somos, que nós não somos, quem gostaríamos de ser. Eu sou aquele cara que curte aquela fanpage, ou sou aquele indivíduo que curte aquele artista, ou então, eu sou aquele usuário que não dá “like” naquele seriado, naquela marca, etc.

Vivemos em um mundo onde os nossos likes são usados como estratégias que nos singularizam diante dos demais. E os likes dos demais em nossas postagens também nos agrada, certo? Ele preenche algum tipo de vazio ou espécie de incompletude. Na pessoa jurídica, a lógica é a mesma. Como empreendedores à frente de uma marca, então, o like é praticamente uma validação: “minha empresa é interessante”, “estou causando identificação”, “estou impactando pessoas (e potenciais clientes) de alguma forma”.

Mas se chega mesmo o botão “dislike” ou “não curtir”, pode vir junto também um medo de reprovação: “minha empresa não é relevante”, “não estou atingindo as pessoas certas”, “estão descontando nas minhas postagens uma infelicidade quanto a meu produto/serviço”.
 
Isso porque é mais fácil clicar em um botão que escrever um comentário negativo.

Quer dizer: hoje, alguém precisa se incomodar bastante para dedicar seu tempo escrevendo um parágrafo descontente embaixo de um post. Num futuro próximo, com menos esforço, mais pessoas podem dizer “não gostei” em um clique. E um número de dislikes (em comparação ao número de likes) pode chamar mais atenção e ficar mais em evidência do que comentários negativos.
 

2. Mais agilidade com métricas e hipóteses


A grande sacada é que o tópico 1 tem também suas vantagens! Números são sempre mais fáceis de mensurar e feedbacks de clientes são um verdadeiro presente para a empresa. Se mais gente pode opinar negativamente em um clique, o “não curtir” pode ser uma excelente ferramenta para reforçar uma cultura de testes. “Como assim?” Vamos lá:

O facebook já dá alguns números às marcas com páginas recorrentemente alimentadas: alcance orgânico, alcance pago, likes, comentários, compartilhamentos. Ou seja, você pode extrair dados sobre quem viu e quem se engajou, mas os indiferentes e os insatisfeitos acabam se misturando em um grupo só. O “dislike” separa bem esses dois perfis para cada postagem feita.

Se você tem uma audiência de 1000 pessoas e 200 dão “like”, hoje essa conversão significa sucesso. 

Mas se você descobre que das 1000 pessoas, 200 dão “like” e outros 200 dão “dislike”, a referência de sucesso muda.
 
Essa possibilidade pode servir até para receber logo um “não” para uma pergunta que, em outros tempos, precisaria de um investimento de pesquisa para ser respondida.

Pode parecer desencorajador, mas nos permite entender, muito mais rapidamente, o que funciona ou não. E nos obriga a conhecer melhor nosso público, esmiuçar o que ele espera de nossas marcas e entregar maior valor. Ainda assim, todo cuidado é pouco. Não queremos “dislikes’ demais – o que nos leva ao tópico 3:
 

3. Mais relevância e assertividade


É especialmente aqui que o empreendedor redobra a atenção. O algoritmo do Facebook, que é muito bem construído, modula e modela a forma como nossa timeline nos é apresentada. Ou seja, toda vez que pegamos nosso celular e apertamos o ícone do Facebook (fazemos esse ato centenas de vezes ao dia, certo?), o algoritmo seleciona cerca de 1500 publicações que ele entende que serão interessantes para nós naquele momento e, logicamente, tudo isso baseado no nosso comportamento passado e também fundamentalmente por conta de nossos likes. Isso significa que vemos no nosso Facebook não necessariamente o que queremos ver, mas sim o que o Facebook entende que será interessante para nós naquele momento.

Toda e qualquer interação nossa com o Facebook se transforma em um log de programação lá dentro e isso é armazenado e entendido pelo algoritmo. Se curtimos algo, o Facebook guarda esse dado. Se damos check-in em determinado local, ele armazena onde estivemos – além do que escrevemos, o que conversamos no chat, se paramos um post com o dedo na tela de nosso smartphone… Sim, o Facebook está olhando, monitorando e arquivando tudo isso.

Um “não curtir” certamente também entraria na memória do algoritmo, apesar de não sabermos como. Dependendo das decisões do Facebook para o novo recurso, é algo que possa manchar toda a estratégia digital de uma marca.
 
Sem dúvidas, precisaremos pensar duas vezes antes de postar algo.

A chegada desse botão pode trazer uma boa prática ainda não executada por muitas empresas, que é ser extremamente criterioso e sempre buscar relevância antes de qualquer publicação. E para saber o que é relevante, tem que saber também para quem se escreve. Antes de postar, o empreendedor deve se perguntar mil vezes: isto é relevante para os fãs da minha página? O conteúdo é realmente muito bom ou é mais do mesmo?

O fato é que o botão “não curtir” está vindo e cada um de nós desenvolve (consciente ou inconscientemente) uma estratégia de uso e de apropriação de redes sociais online como o Facebook. 

Vejo a vinda do botão “não curtir” como algo bastante saudável para o Facebook. Todos precisaremos ser mais criteriosos antes de cada postagem. Isso tende a dar uma oxigenada em nossas timelines de coisas pouco relevantes aos nossos olhos. Afinal receber um “não curtir” em algo que publicamos fará aflorar em nós um novo sentimento que nosso sensório ainda não conhece no mundo digital. E todo o marketing digital muda junto. Já imaginou?

Após onda de arrastão, moradores prometem vingança nas redes




Tânia Rêgo/ABr
Cariocas aproveitam praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro: no último domingo, grupo parou ônibus para agredir jovens
 
 
 
São Paulo – Depois de uma onda de arrastões nas praias da zona sul do Rio de Janeiro, no último final de semana, algumas pessoas se organizaram nas redes sociais para promover a “justiça com as próprias mãos”.

Num dos eventos, os organizadores pedem que os participantes levem tacos de beisebol, soco inglês e spray de pimenta para “limpar a zona sul”. 

Em outra página, a linha 474, que liga a zona norte à orla, é chamada de “inferno do Rio”. 
“Linha 474 aterroriza a Zona Sul da Cidade Maravilhosa, com pessoas que vão à praia com o intuito de apenas criar baderna e desordem”, aparece na descrição da página. 

Enquanto alguns internautas chamam a página de “fascista”, outros apoiam o teor das postagens. “A guerra está declarada Z.S [Zona sul] X Z.N [Zona norte]”, diz um dos seguidores. 

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o conteúdo das mensagens, segundo apurou o jornal Extra
 

Linchamento


No último domingo (20), um grupo deteve um ônibus e quebrou janelas até alcançar os passageiros. Um jovem sem camisa foi pego e espancado enquanto policiais tentavam impedir que outros três jovens fossem linchados.


Petrobras negocia com Mitsui venda de fatia em gás natural




Dado Galdieri/Bloomberg
Tanques de armazenagem de gás natural da Petrobras, na Baia do Guanabara
Tanques de armazenagem de gás natural da Petrobras: a operação integra o programa de desinvestimentos previsto no plano de negócios da companhia
 
Da REUTERS


São Paulo - A Petrobras informou que está em negociação final com a Mitsui Gás e Energia do Brasil para a venda de 49 por cento da holding que consolidará as participações da estatal nas distribuidoras estaduais de gás natural.

A operação integra o programa de desinvestimentos previsto no plano de negócios da companhia, disse a Petrobras em fato relevante divulgado ao mercado nesta terça-feira, acrescentando que a conclusão do negócio ainda precisa ser aprovada por sua diretoria e Conselho de Administração, além de órgãos reguladores.

Segundo o analista Caio Carvalhal, da corretora Brasil Plural, o negócio é positivo, ainda mais após a postergação de venda de participação na BR Distribuidora, à medida que a companhia busca entregar algum desinvestimento significativo até o final do ano.
A companhia divulgou anteriormente plano de realizar desinvestimentos de 15,1 bilhões de dólares para o biênio 2015-2016, ainda que o atual cenário econômico desfavorável possa levar ao adiamento de alguns negócios, como é o caso do IPO da BR Distribuidora.

Os valores negociados não foram divulgados, mas Carvalhal lembrou que a Brasil Plural recentemente publicou uma estimativa de que 100 por cento da participação da Petrobras nas companhias de gás vale de 2,5 bilhões a 3 bilhões de dólares.

"No entanto, a venda de fatia minoritária poderia implicar em algum nível de desconto", disse o analista.

A Mitsui Gás e Energia do Brasil é uma holding controlada pela japonesa Mitsui, que já possui participação societária em oito companhias locais de distribuição de gás natural no Brasil, segundo o site da empresa.

As distribuidoras da Mitsui Gás e Energia, somadas, representam 8,5 por cento do volume de gás distribuído no Brasil, de acordo com a companhia.

Na semana passada, a estatal tinha enviado ofício à Comissão de Valores Mobiliários em que não confirmou informações da imprensa de que teria colocado à venda a Gaspetro, subsidiária que detém participação em distribuidoras de gás canalizado do país.

Ainda em março, logo após o anúncio do plano de desinvestimentos, uma fonte próxima das negociações disse à Reuters que o pacote poderia envolver a venda de parcelas de ativos de distribuição de gás no Brasil.

A Petrobras não deu outros detalhes sobre a negociação com a Mitsui.

Apesar do anúncio, a ação da Petrobras operava em queda de 5,7 por cento, enquanto Ibovespa recuava 2,5 por cento, por volta das 12h45.

Dólar salta acima de R$ 4 por preocupações locais e externas





thinkstock
Dólar
Dólares: às 9h41, o dólar avançava 1,02 por cento, a 4,0214 reais na venda, após atingir 4,0322 reais na máxima da sessão
 
Da REUTERS


São Paulo - O dólar saltava mais de 1 por cento nesta terça-feira e superava 4 reais, nível intradia mais alto na história, com investidores apreensivos com a votação no Congresso dos vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff e com a possibilidade de os juros subirem nos Estados Unidos ainda neste ano.

Às 11:22, o dólar avançava 1,55 por cento, a 4,0426 reais na venda, após atingir 4,0530 reais na máxima da sessão, maior nível durante os negócios, superando a marca anterior de 4 reais vista em outubro de 2002. A moeda norte-americana também fortalecia intensamente contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

"Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o país quase ingovernável do ponto de vista fiscal", disse o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
Investidores temem sobretudo que o Congresso derrube o veto ao reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o ajuste das contas públicas e alimentando apostas de que o país pode perder o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's. As preocupações seguiam fortes mesmo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, defender que esse veto deveria ser mantido.

O panorama externo tampouco ajudava o ânimo dos investidores. O dólar subia globalmente após uma série de integrantes do Federal Reserve, banco central norte-americano, ressaltarem que podem dar início ao aperto monetário ainda neste ano, depois de postergar na semana passada esse movimento em meio a preocupações com a economia global.

Segundo operadores, a alta do dólar nesta sessão era acentuada também por operações de compras automáticas para limitar perdas, conhecidas como "stop-loss", ativadas pela disparada da moeda norte-americana. "É um movimento violento. Ninguém quer ser o último a comprar", resumiu o operador de uma corretora nacional.

O salto da moeda dos EUA alimentava também nas mesas de câmbio que o Banco Central pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez que cotações mais altas tendem a pressionar a inflação já elevada. Na véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra o real na história. E não anunciou leilão de linha para esta sessão até o momento.

"(Resta) ao BC achar alguma saída para conter a desvalorização do real, pois leilão de linha não faz mais preço", escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek.

O BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.