thinkstock
Dólares: às 9h41, o dólar avançava 1,02 por cento, a 4,0214 reais na venda, após atingir 4,0322 reais na máxima da sessão
Da REUTERS
São Paulo - O dólar
saltava mais de 1 por cento nesta terça-feira e superava 4 reais, nível
intradia mais alto na história, com investidores apreensivos com a
votação no Congresso dos vetos feitos pela presidente Dilma Rousseff e com a possibilidade de os juros subirem nos Estados Unidos ainda neste ano.
Às 11:22, o dólar avançava 1,55 por cento, a 4,0426 reais na venda, após
atingir 4,0530 reais na máxima da sessão, maior nível durante os
negócios, superando a marca anterior de 4 reais vista em outubro de
2002. A moeda norte-americana também fortalecia intensamente contra as
principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
"Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o país
quase ingovernável do ponto de vista fiscal", disse o operador da
corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
Investidores temem sobretudo que o Congresso derrube o veto ao reajuste
dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o ajuste das
contas públicas e alimentando apostas de que o país pode perder o selo
de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da
Standard & Poor's. As preocupações seguiam fortes mesmo após o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, defender que esse veto deveria ser
mantido.
O panorama externo tampouco ajudava o ânimo dos investidores. O dólar
subia globalmente após uma série de integrantes do Federal Reserve,
banco central norte-americano, ressaltarem que podem dar início ao
aperto monetário ainda neste ano, depois de postergar na semana passada
esse movimento em meio a preocupações com a economia global.
Segundo operadores, a alta do dólar nesta sessão era acentuada também
por operações de compras automáticas para limitar perdas, conhecidas
como "stop-loss", ativadas pela disparada da moeda norte-americana. "É
um movimento violento. Ninguém quer ser o último a comprar", resumiu o
operador de uma corretora nacional.
O salto da moeda dos EUA alimentava também nas mesas de câmbio que o
Banco Central pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez que
cotações mais altas tendem a pressionar a inflação já elevada. Na
véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de
recompra, mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra o
real na história. E não anunciou leilão de linha para esta sessão até o
momento.
"(Resta) ao BC achar alguma saída para conter a desvalorização do real,
pois leilão de linha não faz mais preço", escreveu o operador da
corretora Correparti, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek.
O BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em
outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda
futura de dólares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário