Reprodução/Facebook/Lula
Reforma ministerial: Lula voltou a defender mudanças na política
econômica como forma de reconectar o governo com os setores ligados ao
PT e que hoje estão descontentes
Ricardo Galhardo e Elizabeth Lopes, do Estadão Conteúdo
São Paulo - Em reunião com a executiva nacional do PT na manhã desta quarta-feira, 30, na sede do partido, no centro de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
defendeu mudanças na política econômica do governo e pediu que o PT não
crie obstáculos à reforma ministerial desencadeada pela presidente
Dilma Rousseff.
Lula aproveitou o encontro para confirmar que vai a Brasília nesta
quinta para um almoço com Dilma no qual serão discutidos os detalhes
finais da reforma ministerial.
Segundo fontes que participaram da reunião, Lula voltou a defender
mudanças na política econômica como forma de reconectar o governo com os
setores historicamente ligados ao PT e que hoje estão descontentes com o
ajuste fiscal promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Conforme relatos, Lula disse que Dilma precisa fazer um gesto para "o
nosso povo".
Ainda conforme relatos de participantes da reunião, Lula disse que o PT
precisa aceitar a perda de cargos no primeiro escalão do governo.
A reforma, de acordo com o presidente, é a maneira encontrada por Dilma
de recompor uma base parlamentar que garanta maioria no Congresso e
governabilidade à presidente. "Tomara que ela (Dilma) consiga", teria
dito Lula, segundo um dos presentes no encontro.
Pedido
O ex-presidente falou durante quase duas horas à executiva petista. Além
de comentar as ações do governo, Lula pediu empenho aos dirigentes do
partido na defesa do PT e do governo.
Ele estimulou os participantes do encontro a "se assumirem enquanto
dirigentes" e viajarem pelo país "mesmo que seja de ônibus", a exemplo
do que ocorria nos primórdios do partido.
A reunião atende a um pedido do presidente do PT, Rui Falcão, que vinha
recebendo pedidos da executiva petista para uma conversa com o
ex-presidente.
Lula tem feito reiteradas críticas à direção petista que, segundo ele,
tem perfil excessivamente burocrata, estaria mais empenhada nas disputas
internas por espaço do que no futuro da legenda e não estaria à altura
dos desafios do PT.
O ex-presidente não se reunia com a direção petista desde o 5º Congresso Nacional do PT, realizado em junho, em Salvador.
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