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Dólares: questionado sobre o possível uso das reservas internacionais no
câmbio, Tombini afirmou que "certamente todos os instrumentos estão à
disposição do BC"
Da REUTERS
São Paulo - O dólar
tinha uma sessão de extrema volatilidade nesta quinta-feira, reduzindo
uma forte alta com investidores especulando sobre a possibilidade de o Banco Central realizar leilão de dólares no mercado à vista diante de declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini.
Às 12:08, o dólar avançava 1,44 por cento, a 4,2059 reais na venda, após
subir 2,48 por cento, a 4,2491 reais, na máxima da sessão.
Na mínima, a moeda norte-americana chegou a 4,1456 reais, oscilação
negativa de 0,01 por cento, reagindo a rumores de que o BC estaria
conduzindo pesquisa de demanda por dólares no mercado à vista. Mas
segundo operadores isso não se confirmou e o dólar voltou a subir.
"O mercado está muito difícil. A atuação do BC está confusa, o resultado
é que o mercado não sabe o que fazer e opera com essa volatilidade
assombrosa", disse o operador de uma gestora de recursos nacional.
Questionado sobre o possível uso das reservas internacionais no câmbio,
Tombini afirmou que "certamente todos os instrumentos estão à disposição
do BC".
A declaração trouxe algumas expectativas de que a autoridade monetária
poderia realizar leilão de dólares no mercado à vista, embora as
perspectivas continuassem muito incertas.
Uma fonte da equipe econômica afirmou à Reuters na véspera que fazer
leilões de dólares no mercado à vista é uma estratégia que não está na
mesa neste momento.
Na véspera, o BC realizou dois leilões de venda de dólares com
compromisso de recompra e um leilão de novos swaps cambiais,
equivalentes a venda futura de dólares.
Também durante a sessão passada, anunciou para esta quinta-feira outro
leilão de novos swaps, na qual vendeu a oferta total de até 20 mil
contratos.
Além disso, o BC vendeu a oferta total de até 9,45 mil swaps cambiais
para rolagem dos contratos que vencem em outubro. Ao todo, já rolou o
equivalente a 7,621 bilhões de dólares, ou cerca de 80 por cento do lote
total, que corresponde a 9,458 bilhões de dólares.
A moeda norte-americana tem sido pressionada pela deterioração das
contas públicas do Brasil e pelas turbulências políticas. Investidores
temem que o país perca seu selo de bom pagador por outras agências de
classificação de risco além da Standard & Poor's.
Operadores relutavam em estimar até que ponto o dólar deve subir, mas é
unânime a percepção de que a moeda deve continuar pressionada. O dólar
subiu nas cinco sessões anteriores, acumulando alta de 8,14 por cento.
"O mercado está apostando em uma saída de capitais e em mais
rebaixamento", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Nesta sessão, o avanço do dólar em relação às principais moedas
emergentes, como os pesos chileno e mexicano, também pesava sobre o
mercado local.
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