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Barbara Bruns, economista-chefe do Banco Mundial na área de Educação para América Latina e o Caribe
São Paulo – Em palestra no EXAME Fórum Educação, na manhã de hoje (15), a economista-chefe do Banco Mundial na área de educação para América Latina e o Caribe, Barbara Bruns, apresentou pesquisa do instituto que destaca o papel dos professores na necessária melhoria da educação no país.
A pesquisa feita em 18 mil salas de aula e publicada no livro
"Professores Excelentes: Como Melhorar a Aprendizagem dos Estudantes da
América Latina e do Caribe" permite fazer comparações entre as políticas
dos países e verificar carências. Para o Brasil, ela indicou as
principais diretrizes que demandam mudanças, em especial a capacitação
dos docentes.
Para Barbara, o ponto mais crítico é que os professores brasileiros são,
em geral, ineficientes e não há políticas para valorizar aqueles que se
destacam.
Segundo a economista, o corpo docente é mal treinado para gerenciar a
sala de aula, o que resulta em cerca de 20% menos produtividade em
relação ao que é considerado por boa prática pelo Banco Mundial — algo
como um dia por semana desperdiçado. O foco dos alunos na aula também é
baixo, cerca de 24% do tempo de aula, prejudicando o aprendizado.
“Dentro de cada escola, há uma variação enorme entre as práticas do
melhor para o pior professor”, disse. “O positivo disso é que já existe
uma maior possibilidade de difusão de boas práticas dentro das escolas. O
problema é que todos são tratados da mesma forma, mesmo aqueles com
desempenho muito diferenciado. Os bons não recebem incentivo, os ruins
não sofrem consequências.”
Como solução, Barbara indica políticas públicas mais exigentes, que
eliminem os professores com baixo desempenho e dê bônus aos excelentes
através de testes periódicos auditados por instituições externas ao
governo.
“É algo que já acontece em países como Chile, México e Colômbia,
para citar apenas a América Latina”, afirma. “A transição leva tempo,
mas, sem mudar os padrões, os jovens não receberão a educação que merecem e de que o país precisa.”
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