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Dólares: o BC vendeu no início da tarde 4,4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, da oferta de até 20 mil
Bruno Federowski, da REUTERS
São Paulo - Após o dólar encostar em 4,15 reais, por conta de preocupações com a situação econômica e política no país e temores externos, o Banco Central intensificou a intervenção no câmbio nesta quarta-feira com leilões de linha e de swaps.
As ações reduziram momentaneamente a escalada da moeda norte-americana,
que retomou o movimento e avançava cerca de 2 por cento sobre o real, Às
13:31, o dólar avançava 1,78 por cento, a 4,1261 reais na venda. Na
máxima da sessão, subiu 2,27 por cento, a 4,1457 reais, imediatamente
antes do anúncio do BC.
Pouco depois da divulgação do comunicado, a moeda norte-americana chegou
a diminuir o avanço a 0,89 por cento, mas o alívio perdeu força em
seguida.
"Uma atuação como essa deveria segurar um pouco, mas a volatilidade está
muito grande", resumiu o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez,
Francisco Carvalho. "O mercado está perdido e corre para o dólar".
O BC vendeu no início da tarde 4,4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, da oferta de até 20 mil.
E realizará durante a tarde leilão de venda de até 2 bilhões de dólares
com compromisso de recompra e, na quinta-feira, outra oferta de até 20
mil swaps cambiais. Todos esses leilões, segundo assessoria de imprensa
do BC, não são para rolar contratos já existentes.
Desde abril, o BC não fazia leilão de swap sem ser para rolagem. O BC
também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em
outubro nesta manhã, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos.
Ao todo, já rolou o equivalente a 7,179 bilhões de dólares, ou cerca de
76 por cento do lote total, que corresponde a 9,458 bilhões de dólares.
O quadro político e econômico preocupante no Brasil tem levado a fortes turbulências nos mercados financeiros e não dão trégua.
Logo cedo, o dólar chegou a recuar quase 1 por cento após a decisão do
Congresso Nacional nesta madrugada de manter os vetos da presidente
Dilma Rousseff e evitar maior pressão nas contas públicas. Mesmo assim, o
mercado seguia temeroso.
"O veto mais importante é o do aumento (de salários dos servidores do)
Judiciário e não sabemos quando ele vai ser analisado", disse o operador
de uma corretora nacional, referindo-se ao veto que, se derrubado, vai
gerar gastos de 36 bilhões de reais até 2019, segundo cálculos do
governo.
Citando riscos aos planos fiscais do governo no curto prazo e a grande
probabilidade de novos rebaixamentos da nota de crédito do Brasil, o
Credit Suisse passou a projetar que o dólar deve atingir 4,25 reais em
três meses e 4,50 reais em doze meses, contra 3,65 e 4,10 reais,
respectivamente.
Também pela manhã, o mercado azedou após o presidente do Banco Central
Europeu (BCE), Mario Draghi afirmar que os riscos ao cenário de inflação
e economia na Europa aumentaram devido à desaceleração dos mercados
emergentes.
"(Draghi demonstrou) preocupação com a perspectiva de crescimento global
e a apreensão com o Brasil continua", resumiu o economista da 4Cast
Pedro Tuesta.
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