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Presidente Dilma Rousseff: Dilma iniciará sua fala com um tema recorrente na diplomacia brasileira, a reforma da ONU
Lisandra Paraguassu, da REUTERS
Brasília - A presidente Dilma Rousseff irá cobrar, em seu discurso na abertura da 70ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU),
uma reforma ampla da instituição que dê mais poder à própria Assembleia
Geral, mas também aproveitará a plateia internacional para mencionar os
esforços que estão sendo feitos pelo Brasil para sair rapidamente da
crise econômica.
Dilma deve chegar na madrugada desta sexta-feira a Nova York --o horário
de saída do Brasil ainda não está definido por conta das negociações
sobre a reforma administrativa-- e já na manhã do mesmo dia assiste ao
discurso do Papa Francisco na ONU. O discurso da presidente brasileira,
que abre a Assembleia Geral, será na manhã da próxima segunda-feira.
De acordo com fontes do Palácio do Planalto, a economia não deverá ser a
parte central da fala da presidente, que se centrará na reforma da ONU,
no orgulho de o Brasil ter atingido antecipadamente as chamadas Metas
do Milênio --com a redução da desnutrição, da mortalidade infantil e
materna e dos avanços em educação-- e no engajamento nas Metas de
Desenvolvimento Sustentável. Ainda assim,
Dilma irá aproveitar o fórum internacional para defender as medidas de
ajuste que o Brasil está tomando e garantir que fará todo o possível
para que o país saia rapidamente da crise.
A avaliação do governo é que tentar convencer o mercado externo da
solidez da economia brasileira é tão ou mais importante do que acalmar o
mercado interno, já que as impressões externas se refletem no país.
Nos últimos meses, a presidente deu entrevistas a órgãos financeiros
internacionais e em Nova York há também previsão, ainda não confirmada,
de que tenha conversas com a mídia.
Dilma iniciará sua fala com um tema recorrente na diplomacia brasileira, a reforma da ONU.
No entanto, ao elogiar os 70 anos da instituição, o tom do discurso será
uma cobrança mais ampla por reformas do que apenas a do Conselho de
Segurança, com a qual o Brasil tem se debatido nas últimas duas décadas.
A presidente cobrará mais poder para a Assembleia Geral, afirmando que
só uma Assembleia atuante será capaz de dar conta de temas da atualidade
que estão sendo debatidos à margem da ONU, como a questão dos
refugiados.
A reforma, dirá Dilma, precisa ser ampla e envolver todas as
instituições do sistema ONU para fazer jus ao mundo atual, 70 anos
depois da criação das Nações Unidas.
Ao tocar na questão dos refugiados, a presidente irá reforçar o orgulho
do Brasil ser um país mestiço, formado por imigrantes de todas as partes
do mundo, e dirá que o país está de braços abertos para receber
refugiados. Dilma reforçará a ideia de que essa mistura faz do Brasil um
país melhor.
Ela ainda participará, na manhã de domingo, da sessão plenária da
Conferência das Nações Unidas para a Agenda do Desenvolvimento Pós 2015,
onde vai apresentar as metas de redução de emissão de gases do efeito
estufa que o Brasil irá levar para a Conferência das Partes 21, em
Paris, em dezembro deste ano.
A previsão é que a presidente volte ao Brasil ainda na segunda-feira.
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