CEO da Roche confia nos países emergentes
Chris Ratcliffe/Bloomberg
Severin Schwan, CEO da Roche: “Não tenho nenhuma dúvida de que o nosso crescimento no futuro virá dos mercados emergentes"
Simeon Bennett e Johannes Koch, da Bloomberg
As margens de lucro da Roche Holding AG
estão sendo comprimidas pela recente queda do real, mas o CEO Severin
Schwan está adotando uma perspectiva de longo prazo: os mercados
emergentes continuarão sendo um motor de crescimento.
“Não tenho nenhuma dúvida de que o nosso crescimento no futuro virá dos
mercados emergentes”, disse Schwan em uma entrevista na sede da
fabricante de produtos farmacêuticos na Basileia, Suíça.
“Todos nós estamos extremamente preocupados com o crescimento do PIB na
China, de 7 por cento. Ficaríamos muito satisfeitos se esse problema
fosse na Europa. Tudo é relativo”.
O apetite do Brasil por remédios como o Zelboraf, fabricado pela Roche e
indicado para o tratamento do melanoma, está aumentando, embora a
desvalorização da moeda esteja eliminando os ganhos da maior fabricante
de medicamentos contra o câncer.
As vendas da Roche no Brasil caíram para 447 milhões de francos suíços
(US$ 457 milhões) no primeiro semestre, frente a 461 milhões de francos
suíços um ano antes, apesar de elas terem aumentado 17 por cento
excluindo o impacto das flutuações cambiais.
Brasil
“Nossos resultados consolidados em francos suíços sempre sofrem um
impacto se há alguma desvalorização em relação ao franco”, disse Schwan.
“Observamos isso nos mercados emergentes. O Brasil, por exemplo, é uma
questão importante para nós. O real passou de R$ 2 para R$ 3,50 em
relação ao dólar e é claro que isso tem um impacto imediato sobre as
nossas margens consolidadas”.
O Brasil terá o quarto maior gasto do mundo em assistência médica no
próximo ano, na comparação com o décimo em 2005, disse a Roche em seu
mais recente relatório anual, citando informações da IMS Health Holdings
Inc.
Schwan também disse que a Roche não irá participar de fusões gigantescas
nessa nova fase de consolidação do setor. Quanto a transações menores,
“tudo depende das oportunidades”, disse ele. “Em termos gerais, buscamos
produtos e tecnologias que fortaleçam as nossas franquias”.
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