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Martin Sorrell, da WPP: a aquisição vai criar o Grupo Ideal, que reunirá
duas agências: a nova Ideal H+K Strategies e a Ogilvy PR, que vai
incorporar a ConceptPR, que pertencia à Ideal
Fernando Scheller, do Estadão Conteúdo
São Paulo - O grupo WPP
comprou uma fatia majoritária da agência de relações públicas Ideal.
Mais conhecido por marcas na área de publicidade, como a Ogilvy, o grupo
tenta reforçar sua marca de RP, a Hill+Knowton Strategies, que tinha
presença discreta no Brasil.
A aquisição vai criar o Grupo Ideal, que reunirá duas agências: a nova
Ideal H+K Strategies e a Ogilvy PR, que vai incorporar a ConceptPR, que
pertencia à Ideal. O valor do negócio não foi revelado.
Com o acordo e a união das marcas, o Grupo Ideal deverá subir posições
no ranking do mercado de relações públicas no Brasil - os dados são
estimados, pois as empresas têm capital fechado.
Segundo fontes, a Ideal ficará atrás de FSB, CDN (que pertence ao grupo
de comunicação brasileiro ABC, de Nizan Guanaes) e InPress (que tem
outro grande grupo global de comunicação, a Omnicom, somo sócio).
Segundo apurou a reportagem, o WPP buscava uma aquisição no setor de RP no Brasil havia cerca de dois anos.
Não é de hoje que o setor de relações públicas atrai investimentos no
Brasil. A pioneira em atrair um sócio estrangeiro foi a S2Publicom, que
tem o Interpublic no quadro societário.
O MSL Group, que pertence à gigante francesa Publicis, é majoritário em duas agências: a MSL Andreoli e a MSL Espalhe.
Entre os negócios globais especializados em relações públicas, a Edelman
e a Ketchum também têm presença relevante no mercado brasileiro.
A Edelman é a líder global no setor de relações públicas, segundo o
anuário Holmes Report, que acompanha o setor. As marcas da WPP, H+K e
OgilvyPR, estão na sétima e oitava posições, respectivamente.
No Brasil, tinham presença discreta: ambas somavam cerca de 60
funcionários antes da união com a Ideal, que já contabilizava uma equipe
de 170 pessoas.
Valorização
Essa "corrida" dos grandes grupos em direção à área de relações públicas
é reflexo da transferência de parte do investimento em comunicação
antes alocada nas agências de publicidade para o setor.
Hoje, as empresas de RP disputam com a publicidade verbas de marketing
digital, por exemplo. A combinação do trabalho de comunicação
institucional com o uso de ferramentas digitais para a promoção de
marcas foi um dos aspectos que mais pesaram para que a WPP fechasse
negócio com a Ideal.
Os sócios-fundadores da Ideal, Ricardo César e Eduardo Vieira,
permanecem no comando do negócio e seguem com uma fatia minoritária do
Grupo Ideal.
Ao estar dentro do WPP, que está presente em 80 países, a agência ganha
mais chances de fechar contratos globais, de acordo com César.
"Antes, quando havia uma conta que exigia o trabalho em toda a América
Latina, tínhamos de buscar parcerias locais. Fazer parte de um grupo
global facilita esse trabalho."
Digital
Fundada em 2007, a Ideal surgiu com a meta de ter um DNA digital. A
empresa, aliás, nasceu para concorrer pelo atendimento do Google, que
acabou sendo seu primeiro cliente.
Hoje, o portfólio da Ideal inclui marcas como Facebook, GE, Nike, Monsanto, Diageo e Dell.
"Chegamos com um perfil de influenciador digital, com monitoramento de
redes sociais e geração de conteúdo. Ao mesmo tempo, o cliente não pode
abrir mão do trabalho institucional. Foi uma união desses dois lados",
explica Vieira.
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